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UNIVERSIDADE ZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

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Fisica I: Docente Paulino Muguirrima.Msc


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Tema II
1. Cinemática

A cinematica, que e o estudo da geometria do movimento, usada para relacionar


deslocamento, velocidade, aceleraçao e tempo, sem referencia as causas do
movimento.
A cinetica, que e o estudo da relacçao existente entre as forcas que atuam sobre
um corpo, a massa do corpo e seu movimento. A cinetica e usada para prever o
movimento causado por forcas conhecidas ou para determinar as forcas
necessarias para produzir um dado movimento.
O uso da palavra particula nao significa que nosso estudo estara limitado a
corpusculos; mais propriamente, ele indica que nesses primeiros capitulos o
movimento de corpos – possivelmente tao grandes quanto automoveis, foguetes
ou avioes – serao considerados, sem levar em conta o tamanho desses corpos. Ao
afirmar que os corpos sao analisados como particulas, queremos dizer que
apenas seu movimento, como um todo, sera considerado; qualquer rotacao em
torno do seu centro de massa sera desprezada. Ha casos, entretanto, em que tal
rotacao nao e desprezivel; os corpos, entao, nao poderao ser considerados como
particulas. Tais movimentos serao analisados em capitulos posteriores, que
tratam da dinamica de corpos rigidos.
As aplicaçoes em que o movimento de uma particula e definido pelos
componentes retangulares de sua velocidade e aceleraçao foram entao
consideradas quando abordavamos os vectores e suas aplicacoes; nesse
momento, o movimento de um projetil sera considerado o movimento de uma
particula relativamente a um sistema de referencia em translacao. Finalmente, o
movimento curvilineo de uma particula sera analisado em termos de outros
componentes que não os retangulares. Os componentes tangencial e normal da
velocidade e da aceleracao de uma particula serao introduzidos as componentes
radial e transversal de sua velocidade e aceleracao.
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1.2. MOVIMENTO RETILÍNEO DE PARTÍCULAS


1.2.1. Componentes cartesianas lineares
Diz-se que uma particula que se desloca ao longo de uma linha reta esta em
movimento retilineo. Em qualquer instante dado t, essa particula vai ocupar uma
certa posicao sobre a linha reta. Para definir a posicao P da particula, escolhemos
uma origem fixa O na linha reta e um sentido positivo ao longo da reta. Medimos
a distancia x de O a P e a anotamos com um sinal positivo ou negativo, de acordo
com o fato de P ter sido alcancado a partir de O movendo-se no sentido positivo
ou no negativo ao longo da linha. A distancia x, com o sinal adequado, define
completamente a posicao da particula; ela e chamada de coordenada de posicao da
particula considerada. Por exemplo, a coordenada de posicao correspondente a
P em x =+5 m; e a coordenada correspondente a P para x=-2 m.

Figura 1

Quando a coordenada de posicao x de uma particula e conhecida para qualquer


valor do tempo t, dizemos que o movimento da particula e conhecido. A “funçao
horaria” do movimento pode ser dada sob a forma de uma equacao em x e t, tal

como x(t )  6t 2  t 3 , ou na forma de um grafico de x em funcao de t, como

mostrado na Fig.2 abaixo. A unidade usada mais frequentemente para medir a


coordenada de posicao x e o metro (m), no sistema SI de unidades*. O tempo t e
normalmente medido em segundos (s).
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Figura 2

Considere a posicao P ocupada pela particula no instante t e a coordenada

correspondente x (Fig. 1). Considere, tambem, a posicao p , ocupada pela

particula em um instante posterior t+  t; a coordenada de posicao P pode ser

obtida somando-se a coordenada x de p , o pequeno deslocamento  x, que sera

positivo ou negativo de acordo com o fato de p , estar a direita ou a esquerda de

P.

Figura 3

A velocidade media da particula no intervalo de tempo t e definida como o


quociente do deslocamento x pelo intervalo de tempo  t:
x
velocidade media= (1)
t
A velocidade instantanea v da particula no instante t e obtida a partir da
velocidade media, escolhendo-se intervalos de tempo  t e deslocamentos
 x cada vez menores:
x
Velocidade instantanea= v  lim (2)
t 0 t

A velocidade instantanea tambem sera expressa em m/s. Observando que


o limite do quociente e igual, por definicao, a derivada de x em relacao a t,
escrevemos
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dx
(3) v
dt
A velocidade v é representada por um número algébrico que pode ser positivo
ou negativo. Um valor positivo de v indica que x aumenta, ou seja, que a partícula
se move no sentido positivo (Fig.4(a)); um valor negativo de v indica que x
diminui, ou seja, que a partícula se move no sentido negativo (Fig.4(b));
A intensidade de v é conhecida como a velocidade escalar da partícula.

Figura 4

Considere a velocidade v da partícula no instante t e também sua velocidade


v+Δv em um instante posterior t+Δt (Fig. 5). A aceleração média da partícula no
intervalo de tempo Δt é definida como o quociente de Δv por Δt:

Figura 5

(4)

Se unidades do SI forem utilizadas, Δv é expresso em m/s e Δt em segundos; a


aceleração média será então expressa em m/s2 . A aceleração instantânea a da
partícula no instante t é obtida a partir da aceleração média escolhendo-se valores
cada vez menores para Δt e Δv

(5)

A aceleração instantânea também será expressa em m/s2 . O limite do quociente,


que é, por definição, a derivada de v em relação a t, mede a taxa de variação da
velocidade. Escrevemos

(6)
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A aceleração a é representada por um número algébrico que pode ser positivo ou
negativo. Um valor positivo para a indica que a velocidade (ou seja, o número
algébrico v) aumenta. Isso pode significar que a partícula está se movendo mais
rapidamente no sentido positivo, ou que ela está se deslocando mais lentamente
no sentido negativo em ambos os casos, Δv é positivo. Um valor negativo de a
indica que a velocidade está diminuindo; ou a partícula está se deslocando mais
lentamente no sentido positivo ou ela está se movendo mais rapidamente no
sentido negativo .

Uma outra expressão para a aceleração pode ser obtida eliminando-se o


diferencial dt nas Eqs. (3) e (6). Resolvendo (6) para dt, obtemos dt =dx/v;
substituindo em (6), escrevemos

(7)

EXEMPLO

Considere uma partícula movendo-se em uma linha reta e assuma que sua
posição é definida pela equação onde t é expresso em segundos e x em metros. A
velocidade v em qualquer instante t é obtida derivando-se x em relação a t:

O movimento de uma partícula é conhecido se a posição dessa partícula for


conhecida em cada valor do tempo t. Na prática, entretanto, um movimento é
raramente definido por uma relação entre x e t. Mais frequentemente, as
condições do movimento serão especificadas pelo tipo de aceleração que a
partícula possui. Por exemplo, um corpo em queda livre terá uma aceleração
constante, dirigida para baixo e igual a 9,81 m/s2 ; uma massa presa a uma mola
que foi estirada terá uma aceleração proporcional ao alongamento instantâneo
da mola medido em relação à posição de equilíbrio; etc. Em geral, a aceleração da
partícula pode ser expressa como uma função de uma ou mais das variáveis x, v
e t. Para determinar a coordenada de posição x em termos de t, será então
necessário efetuar duas integrações sucessivas. Vamos considerar três classes
comuns de movimento:
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1. a f(t). A aceleração é uma dada função de t. Resolvendo (6) para dv e substituindo a por
f(t), escrevemos

2. a f(x). A aceleração é uma dada função de x. Reordenando a Eq. (11.4) e substituindo a


por f(x), escrevemos:

3. a f(v). A aceleração é uma dada função de v. Podemos agora substituir a por f(v) em (6)
ou (7) para obter uma das seguintes relações:

Com esse casos acima mencionados temos as equações de movimento para MU


que passaremos a reescrever:

(8)

1.2.2. Componentes retangulares de velocidade e aceleração


Quando a posição de uma partícula P for definida em qualquer instante por suas coordenadas
retangulares x, y e z, é conveniente decompor a velocidade v e a aceleração a dessa partícula
em componentes retangulares (Fig. ). Decompondo o vetor de posição r da partícula em
componentes retangulares, escrevemo

O uso de componentes retangulares para descrever a posição, a velocidade e a


aceleração de uma partícula é particularmente eficaz quando o componente ax da
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aceleração depende somente de t, x e/ou vx, e quando, da mesma forma, ay
depende somente de t, y e/ou vy, e az de t, z e/ ou vz. As Eqs. acina podem então
ser integradas independentemente.
No caso do movimento de um projétil, por exemplo, pode-se mostrar que os componentes da
aceleração são

(9)

se a resistência do ar for desprezada. Representando por x0, y0 e z0 as coordenadas


de uma arma e por (vx)0, (vy)0 e (vz)0 os componentes da velocidade inicial v0 do
projétil (uma bala), integramos duas vezes em t e obtemos

(10)

Se o projétil é disparado no plano xy a partir da origem O, temos x0=y0=z0=0 e


(vz)0 =0, e as equações de movimento em (10) se reduzem

(11)

1.2.3. Componentes tangencial e normal


Vimos na Seção anterior que a velocidade de uma partícula é um vetor tangente
à trajetória dessa partícula, mas que, em geral, a aceleração não é tangente a essa
trajetória. Algumas vezes é conveniente decompor a aceleração em seus
componentes dirigidos, respectivamente, ao longo da tangente e da normal à
trajetória da partícula.
Inicialmente, vamos considerar uma partícula que se desloca ao longo de uma curva
contida no plano da figura. Seja P a posição da partícula num dado instante. Fixamos em
P o vetor et tangente à trajetória da partícula, apontando no sentido do movimento (Fig.
), Seja e’t o vetor unitário correspondente à posição P’ da partícula num instante seguinte.
Traçando os dois vetores a partir da mesma origem O’, definimos o vetor Δet=e’t-et (Fig.).
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Como a velocidade v da partícula é tangente à trajetória, ela


pode ser expressa como o produto da velocidade escalar v pelo vetor unitário
et . Temos

(12)

As relações obtidas expressam que o componente tangencial da aceleração é igual


à taxa de variação da velocidade escalar da partícula, enquanto o componente
normal é igual ao quadrado da velocidade escalar dividido pelo raio de curvatura
da trajetória em P. Se a velocidade da partícula aumenta, at é positivo e o
componente vetorial at aponta para a direção do movimento. Se a velocidade da
partícula diminui, at é negativa e at aponta na direção contrária à do movimento.
O componente vetorial an, por outro lado, está sempre orientado para o centro de
curvatura C da trajetória (Fig )

1.2.4. Componentes radial e transversal


Em certos problemas de movimento no plano, a posição da partícula P é definida por suas
coordenadas polares r e Ө (Fig. 11.25a). É, então, conveniente decompor a velocidade e a
aceleração da partícula em componentes paralelos e perpendiculares, respectivamente, à linha
OP. Esses componentes são denominados componentes radial e transversal
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Para obter a velocidade v da partícula P, expressamos o vetor de posição r de P como o produto


do escalar r pelo vetor unitário er e derivamos em relação a t

Exemplo

Um motorista está percorrendo uma seção curva de rodovia de raio de 750 m a uma velocidade
escalar de 90 km/h. O motorista de repente aciona os freios, fazendo o automóvel reduzir sua
velocidade escalar de forma constante. Sabendo que após 8 s a velocidade escalar foi reduzida
para 72 km/h, determine a aceleração do automóvel imediatamente após os freios terem sido
aplicados

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