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Trabalho: Relato sobre a visitação ao Museu de Imagens do Inconsciente

Disciplina: Tópicos Especiais em Psicometria (Jung)


Professora: Nilma Figueiredo

Segundo a sabedoria popular, a mandala é uma representação geométrica da dinâmica relação


entre o homem e o cosmo. Nise da Silveira afirma que a expressão por excelência da
totalidade psíquica é a mandala (SILVEIRA, 1981) . Ao visitar pela primeira vez o museu de
imagens do inconsciente a grande produção de mandalas me chamou atenção, e segundo as
correspondências entre Jung e Nise (expostas no museu) fica clara a auto tentativa de
reorganização do caos do mundo interno dos clientes por meio da organização simétrica da
construção das mandalas, o que me pareceu constituir um processo subjetivo bastante
complexo.

A visitação traz também relatos pontuais impressionantes sobre a vida e carreira de Nise da
Silveira, um trabalho ao qual pude conhecer por meio da disciplina. Atualmente estagio na
área de saúde mental, e estar próxima de uma personagem tão importante como Nise traz
muitas reflexões. Em um momento em que vivemos um cenário de crise que se alastra pelo
país, assolando os marginalizados, ela nos lembra da nossa humanidade e coloca a exclusão
como o que se configura inviável. O valor de legado de Nise traz toda sua vanguarda
enquanto psiquiatra e mulher, se constituindo como uma enorme referência para o
profissional da saúde mental até os dias atuais.

A mudança social promovida por Nise em relação aos chamados loucos teve função principal
no que me chamou atenção durante a visita ao museu. Para concluir este relato, gostaria de
trazer a citação de Nise que mais me sensibilizou durante a visitação: “Durante todos os anos
que passei afastada entrou em voga na psiquiatria uma série de tratamentos e medicamentos
que antes não se usavam. Aquele miserável daquele português, Egas Muniz, que ganhou o
prêmio Nobel, tinha inventado a lobotomia. Outras novidades eram o eletrochoque, o choque
de insulina e o de Cardiazol. Fui trabalhar numa enfermaria com um médico inteligente, mas
que estava adaptado aquelas inovações. Então me disse: - A senhora vai aprender as novas
técnicas de tratamento. Paramos diante de um doente que estava ali para tomar
eletrochoque. O psiquiatra apertou o botão e o homem entrou em convulsão. Ele então
mandou levar aquele paciente para a enfermaria e pediu que trouxessem outro.
Quando o novo paciente ficou pronto para a aplicação do choque, o médico me disse: -
Aperte o botão. E eu respondi: - Não aperto.
Aí começou a rebelde.”

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