Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conteúdo:
Flambagem de Pilares
Referências:
Timoshenko, S. P. e Gere, J. E.
Mecânica dos Sólidos, vol. 1 e 2
Livros Técnicos e Científicos
Rio de Janeiro, 1983
Hibbeler, R. C.
Resistência dos Materiais, 7ª edição
Pearson Prentice Hall
São Paulo, 2010
30/5/2012
1
Índice
2
1. Flambagem de Pilares (ou Colunas).
1
Observe que o deslocamento δ não é produzido pela carga P e que a carga transversal que produziu este
deslocamento não está representada na figura. Esse deslocamento é de valor suficiente para caracterizar o
regime de pequenos deslocamentos.
3
De acordo com o procedimento descrito acima, existirá um instante em que o
deslocamento não retornará mais a zero após um determinado valor da carga P. Este
valor é denominado carga crítica e a partir dele, considera-se que a coluna sofre
flambagem. A partir deste instante, uma pequena diminuição do valor da carga P fará
com que a coluna retorne à sua configuração reta inicial; por outro lado, um pequeno
aumento da carga P fará com que o deslocamento aumente indefinidamente.
Considere a situação em que a coluna da Figura 1 está submetida exatamente à sua carga
crítica Pcr e apresenta deflexão transversal. Neste instante, o valor do momento fletor em
qualquer ponto x é dado por:
4
Com as condições de contorno:
v(0) = 0 (4)
v( L ) = 0 (5)
P P
v( x ) = C1 .sen cr x + C 2 .cos cr x (6)
EI EI
v(0) = 0 ⇒ C2 = 0 (7)
P
v(L ) = 0 ⇒ C1 .sen cr L = 0 (8)
EI
P
v( x ) = δ .sen cr x (9)
EI
Repare que o deslocamento δ na equação (9) não tem valor definido e portanto, esta
solução não representa uma função, mas uma família de funções.
P
Considerando-se a equação (9), para que sen cr L se anule, é necessário que
EI
5
Pcr
L = n.π , n ∈ N * (10)
EI
n 2 .π 2 .EI
Pcr = (11)
L2
O menor valor da carga crítica é obtido quando n = 1, de modo que a carga crítica para a
coluna vale
π 2 .EI
Pcr = (12)
L2
π .x
v( x ) = δ .sen (13)
L
Embora as equações (12) e (13) representem a carga crítica e a equação da linha elástica da
coluna submetida à carga crítica, esta situação é impossível de se obter na prática, visto
que se trata de uma coluna ideal construída com eixo perfeitamente retilíneo e submetida a
carga perfeitamente centrada e alinhada axialmente.
Considere agora a coluna da Figura 1 submetida a uma carga excêntrica qualquer menor
que sua carga crítica, Pcr, conforme apresenta a Figura 2. A excentricidade e é medida do
centro de gravidade da seção transversal até a linha de ação das forças axiais.
M ( x ) = P(e + v( x )) (14)
6
EI .v′′ = − M ( x ) = − P(e + v( x )) (15)
P P
v H (x ) = C1.sen x + C 2 .cos x (16)
EI EI
vP = − e (17)
P P
v( x ) = C1 .sen x + C 2 .cos x − e (18)
EI EI
C2 = e (19)
e.[1 − cos(k .L )] k .L P
C1 = = e.tg , k = (20)
sen(k .L ) 2 EI
7
Substituindo-se os valores das constantes dados pelas equações (19) e (20) na equação da
elástica, (18), tem-se:
k .L
v( x ) = e.tg .sen(k .x ) + cos(k.x ) − 1 (21)
2
k.L
δ = e. sec − 1 (22)
2
8
k.L k.L π
sec → ∞ quando → ou k.L → π (23)
2 2 2
π 2 . E .I
Pcr = (24)
L2
M = − P.(δ − v ) (25)
P
inércia – neste caso, considerado como o plano xy. Empregando-se a relação k = ,a
EI
equação (26) pode ser reescrita conforme:
v′′ + k 2 .v = k 2 .δ (27)
9
v( x ) = C1.sen(k .x ) + C2 .cos (k.x ) + δ (28)
que resultam em
C1 = 0 e C2 = −δ (30)
(a) (b)
Figura 4: Pilar ideal engastado na base e livre na extremidade carregada: (a) antes de flambar e (b)
geometria na flambagem para n = 1.
v (L ) = δ (32)
que produz
10
δ .[1 − cos(k .L )] = δ ⇒ δ .cos(k .L ) = 0 (33)
n.π
k .L = , n = 1, 3, 5 ... (34)
2
Para se obter o menor valor da carga crítica, faz-se n = 1 e calcula-se o valor da carga, ou
seja,
π 2 .EI
Pcr = (35)
4.L2
que é o valor da carga crítica para pilar engastado e livre. Comparando-se a expressão (35)
com a expressão (24),
π 2 .EI
Pcr = (24)
L2
conclui-se que o valor da carga crítica para o pilar biapoiado (expressão (24)) é 4 vezes
maior que o valor da carga crítica para o pilar engastado e livre (expressão (35)). Portanto,
a expressão (24) pode ser usada para o caso do pilar engastado e livre, desde que seu
comprimento L seja multiplicado pelo fator 2; ou seja, considera-se que a carga crítica de
uma coluna engastada e livre de comprimento L é a mesma que a carga crítica de uma
coluna biapoiada de comprimento 2L. Tomando-se a coluna biapoiada como referência
para todas as demais, define-se o conceito de comprimento efetivo desta de forma a se
obter a mesma carga crítica que a coluna em questão.
O comprimento efetivo é calculado através do cálculo das cargas críticas das demais
configurações de colunas com referência à coluna biapoiada e o valor do fator entre os
comprimentos, K, pode ser tabelado conforme apresentado a seguir:
11
Configuração
Assim, o valor da carga crítica pode ser calculado para cada caso de apoio conforme a
expressão geral (36):
π 2 .EI
Pcr = (36)
(K .L )2
A tensão média produzida na seção do pilar devido à carga crítica (eq. (36)) é calculada
conforme a equação (37), a seguir:
Pcr π 2 .EI π 2 .E
σ cr = = =
A (K .L )2 ⋅ A ( 2 A
K .L ) ⋅
I
π 2 .E
σ cr = (37)
(K .L r )2
onde
I
r= (38)
A
12
é o raio de giração da coluna e a relação
K.L
λ= (39)
r
A tensão crítica, dada pela relação (37) – também conhecida por relação de Euler para
cálculo de tensões em pilares –, é definida por uma hipérbole em função do índice de
esbeltez. Exemplos dessa função para colunas feitas de uma liga comum de aço estrutural
e alumínio são mostrados na Figura 5.
300,0
200,0 Alumínio
60,3; 190,0
(10 ) MPa
Aço
150,0
3
cr
100,0
50,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0
L/r
13
E = 70 GPa. Substituindo os valores de σp e E na relação (37), os menores índices de
esbeltez aceitáveis para a aplicação da hipérbole no cálculo da carga de flambagem são
(KL r )aço = 89 e (KL r )al = 60,5 . Portanto, para valores de esbeltez maiores que estes, a
relação de Euler pode ser aplicada para se determinar a carga de flambagem; Por outro
lado, para valores menores, a tensão na coluna ultrapassará o limite de proporcionalidade
antes que ocorra a flambagem e a relação de Euler não se aplica.
Ou seja, se a coluna for curta ou intermediária, falhará pelo escoamento do material; caso
contrário – se for longa –, falhará por instabilidade geométrica ou flambagem.
14