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Linha Elástica de Vigas

• Equação diferencial da linha elástica

• Cálculo das deflexões em função do carregamento e


das condições de contorno

Referências:
• Timoshenko, S. P. e Gere, J. E., Mecânica dos Sólidos, vol. 1 e 2
Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 1983

• Hibbeler, R. C., Resistência dos Materiais, 7ª edição

Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2010

Resistência dos Materiais 2012-1 – Prof. Marcos Martins


Linha Elástica de Vigas
Equação diferencial da linha elástica
As cargas transversais que atuam nas vigas causam deformações,
curvando o seu eixo longitudinal.

A curva que define a geometria do eixo deformado da viga é chamada


linha elástica

Neste tópico, veremos como se obtém a equação diferencial que define a


linha elástica.

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Linha Elástica de Vigas
Equação diferencial da linha elástica
Adotaremos a hipótese de que o plano xy é um plano se simetria e que
todas as cargas estão nesse plano.

Antes da aplicação da carga P, o eixo da viga é reto.

Depois da flexão, o eixo torna-se curvo, como se vê na linha ACB.

A linha ACB é a linha elástica e também se situa no plano de simetria.

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Linha Elástica de Vigas
Equação diferencial da linha elástica
A dedução da equação diferencial da linha elástica é realizada
utilizando-se a relação entre a curvatura e o momento fletor.

1 M
  
 EI

Observação quanto à convenção de sinais:

A curvatura da viga está relacionada com o sentido dos eixos coordenados.


No nosso exemplo, com o eixo x para a direita e o eixo y para baixo, admite-
se que a curvatura é positiva quando a viga fletida for côncava para baixo.

Logo, para o nosso exemplo, o momento fletor positivo, que produz


compressão na parte superior da viga, produzirá curvatura negativa.

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Linha Elástica de Vigas
Equação diferencial da linha elástica
Considere na figura a os pontos m1 e m2,
distantes ds um do outro;

As normais tangentes à curva ACB que


passam por m1 e m2 se interceptam no ponto
O, chamado de centro de curvatura;

Admitindo que em m1 a tangente à linha


elástica faça um ângulo  com o eixo x,
conforme mostrado na figura b, no ponto m2
o ângulo correspondente será  – d.

Onde d , a variação do ângulo , é igual ao


ângulo entre as normais que passam por m1
e m2 .

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Linha Elástica de Vigas
Equação diferencial da linha elástica
Observe na figura (a) que ds = d;

Logo =ds/d, daí:

1 d
 
 ds

Assumindo que ocorrem apenas pequenas


deflexões, podemos admitir que

dv
ds  dx;   tg 
dx

Onde v é a deflexão da viga a partir da sua


posição inicial.

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Equação diferencial da linha elástica
d d 2 v
Daí:   2
ds dx

d 2v M
E finalmente: 2

dx EI

A equação acima é a equação diferencial


básica para a linha elástica de uma viga,
que deve ser integrada em cada caso
particular para se ter a deflexão v.

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Equação diferencial da linha elástica
Convenção de sinais:

• os eixos x e y são positivos nos sentidos indicados na figura;

• a deflexão v é positiva quando estiver no sentido de y;

• o momento fletor M é positivo quando produz compressão na parte


superior da viga.

d 2v M
 
dx 2 EI

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Equação diferencial da linha elástica
Derivando a equação diferencial básica da linha elástica e considerando as
equações q = -dV/dx e V=dM/dx, obtêm-se

d 3v V d 4v q
  
dx 3 EI dx 4
EI

Resumindo:

EIv' '   M EIv' ' '  V EIv' ' ' '  q

Onde o sobrescrito “linha” indica derivação com relação à coordenada x.

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Equação diferencial da linha elástica

As equações diferenciais anteriores foram obtidas sob as seguintes


hipóteses:

• Os materiais obedecem a Lei de Hooke;


• As rotações e deflexões da linha elástica são pequenas;
• Não foram consideradas as deformações devidas ao cisalhamento, o que
é uma aproximação aceitável para a maioria das aplicações práticas.
• Além disso, considera-se que a viga tem EI constante.

Para EI variável as expressões são as seguintes:

d 2v M d  d 2v  d 2  d 2v 
2
  EI 2   V  EI 2   q
2 
dx EI dx  dx  dx  dx 

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Equação diferencial da linha elástica
Expressão exata para a curvatura

Quando a linha elástica de uma viga tem grande inclinação, não é possível admitir as
simplificações dadas pelas equações anteriormente apresentadas. Deve-se, então,
usar a expressão exata, relacionando v’ = dv/dx com o ângulo de rotação .

tg  v'    arctg  v'

1 d d  arctg  v'  dx
Daí:    
 ds dx ds

2 1/ 2
ds   dv  
Como ds²=dx²+dv²,  1   
dx   dx 
 
 1   v ' 
2 1/ 2

então: 

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Equação diferencial da linha elástica
d v' '
Como:  arctg  v'  
1   v '
2
dx

1 d v' '
  
obtém-se:
 ds 1   v' 2   3/ 2

Comparando esta equação com a equação  = v”, vê-se que a hipótese de


uma linha elástica achatada equivale a se desprezar o termo (v’)² em
comparação à unidade.

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