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ELETROMAGNETISMO

Professor: Pablo Carvalho

Curso: Engenharia Elétrica


Dias: Terças-Feiras 18:30 ás 20:10
Apresentação
• EMENTA:

Revisão de análise vetorial. Campos eletrostáticos. Potencial Elétrico. Campos Elétricos, Magnéticos

e Eletromagnéticos (quase-estáticos) em meios quaisquer. Equações de Laplace e Poison. Estudo da

interação entre campos magnéticos e dispositivos eletromagnéticos. Apresentação das Equações de

Maxwell.

• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

• Unidade I:
✓ Revisão: Álgebra e Cálculo Vetorial;
✓ Campos Eletrostáticos: Lei de Coulomb, Campo elétrico devido a distribuição contínua de
cargas. Densidade de fluxo elétrico. Lei de Gauss e aplicações da Lei de Gauss.
✓ Potencial Elétrico: Definição de potencial elétrico. Relação entre campo elétrico e potencial
elétrico – Equação de Maxwell. O dipolo elétrico e as linhas de fluxo. Densidade de energia
em campos eletrostáticos. DINÂMICA DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS – Prof.: Pablo Carvalho
Apresentação
✓ Campos elétricos na matéria: Propriedade dos materiais. Corrente de convecção. Corrente de
condução. Condutores. Polarização em dielétricos. Constante dielétrica. Condições de fronteira.
✓ Problema de valor de fronteira em eletrostática: Equações de Poison e Laplace. Resistência e
capacitância. Método das imagens.
• Unidade II:
✓ Campos Magnetostáticos: Lei de Bio-Savart. Lei circuital de ampere e aplicações. Fluxo
magnético. Equações de Maxwell para campos magnéticos estáticos. Potencial Magnético
escalar e vetorial.
✓ Forças, Materiais, e Dispositivos Magnéticos: Foças devidas a campos magnéticos: Força devido
a uma partícula carregada, força devido a um elemento de corrente, força entre dois elementos
de corrente. Torque e Momento Magnético. Dipolo Magnético. Magnetização em materiais.
Classificação dos materiais magnéticos. Circuitos magnéticos com imãs permanentes.
Condições de contorno magnéticas. Indutores e indutâncias. Energia magnética. Força sobre
materiais magnéticos.

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Apresentação
• Unidade II:
✓ Campos eletromagnéticos e Equações de Maxwell: Lei de Faraday. Transformador e campos
eletromagnéticos em movimento. Corrente de deslocamento. Equações de Maxwell em sua
forma Final: Potenciais variantes no tempo. Campos harmônicos com o tempo.
• Bibliografia básica:

✓ Elementos de Eletromagnetismo – Matthew N. O. Shadiku

• Avaliação:
✓ 1ª Avaliação Teórica: Unidade I
✓ 2ª Avaliação Teórica: Prova Colegiada

DINÂMICA DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS – Prof.: Pablo Carvalho


1) Revisão: Álgebra Vetorial
A análise vetorial é uma ferramenta pela qual os conceitos do eletromagnetismo (EM) são mais
convenientemente expressos e melhor compreendidos.
Uma grandeza física pode ser classificada como:
• Escalar: grandeza completamente definida apenas com sua magnitude;
• Vetor: grandeza que para ser completamente definida precisa de magnitude, direção e sentido, ou
seja, magnitude e orientação no espaço.
A teoria de EM é essencialmente um estudo de campos.
• Campo: é uma função que especifica uma grandeza particular em qualquer ponto de uma região.
• Vetor unitário:
Um vetor A tem magnitude e orientação. Sua magnitude é um escalar A ou |A|. Um vetor unitário aA ao
longo de A cuja magnitude é a unidade, ou seja 1, define a orientação de A.
𝐴Ԧ
𝑎𝐴 =
𝐴Ԧ
Assim, o vetor A também pode ser escrito em termos de sua magnitude e direção como:
𝐴Ԧ = 𝐴𝑎𝐴

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
Em termos de coordenada cartesianas, um vetor A qualquer pode ser representado como:
𝐴𝑥 , 𝐴𝑦 , 𝐴𝑧 𝑜𝑢 𝐴𝑥 𝒂𝒙 + 𝐴𝑦 𝒂𝒚 + 𝐴𝑧 𝒂𝒛
Onde, Ax, Ay e Az são componentes do vetor A, respectivamente nas direções x, y e z. E ax, ay e az,
são, respectivamente, os vetores unitários de A que caracterizam sua orientação no espaço
cartesiano nos eixos x, y e z.
No espaço cartesiano a magnitude de A é dada por:
𝐴= 𝐴𝑥 2 + 𝐴𝑦 2 + 𝐴𝑧 2

O vetor unitário ao longo de A que expressa sua orientação:


𝐴𝑥 𝒂𝒙 + 𝐴𝑦 𝒂𝒚 𝐴𝑧 𝒂𝒛
𝑎𝐴 =
𝐴𝑥 2 + 𝐴𝑦 2 + 𝐴𝑧 2

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
• Soma e Propriedade de Operação com vetores:
Dois vetores quaisquer A e B podem ser somados para resultar em um novo vetor C.
𝑪=𝑨+𝑩
Analogamente, a subtração é dada como:
𝑪=𝑨−𝑩

Propriedade Soma/Subtração Multiplicação


Comutativa A+B=B+A kA = Ak
Associativa A + (B + C) = (A + B) + C k(xA) = (kx)A
Distributiva k(A + B) = kA + kB

• Vetor Posição:
Um ponto P qualquer pode ser representado no sistema de coordenadas cartesiano como (x,y,z).
Um vetor posição rp de um ponto P qualquer é um vetor que começa na origem O do sistema de
coordenadas e termina no ponto P
𝑟𝑝 = 𝑂𝑃 = 𝑥𝑎𝑥 + 𝑦𝑎𝑦 + 𝑧𝑎𝑧

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
• Vetor distância:
O vetor distância é o deslocamento de um ponto a outro no espaço.
Se dois pontos P e Q são dados por (xP, yP, zP) e (xQ , yQ , zQ), o vetor distância é o deslocamento de P a
Q.
𝑟𝑃𝑄 = 𝑟𝑄 − 𝑟𝑃 = 𝑥𝑄 − 𝑥𝑃 𝑎𝑥 + 𝑦𝑄 − 𝑦𝑃 𝑎𝑦 + (𝑧𝑄 − 𝑧𝑃 )𝑎𝑧

Embora P e A possam ser representados da mesma maneira (x, y, z) e 𝐴𝑥 , 𝐴𝑦 , 𝐴𝑧 , respectivamente.


O ponto P não é um vetor, somente seu vetor posição rP é um vetor. Entretanto, vale ressaltar que o
vetor A pode ser expresso como uma função que depende de P. Ex. A = 2𝑥𝑦𝒂𝒙 + 𝑦 2 𝒂𝒚 + 𝑥𝑧 2 𝒂𝒛

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1) Revisão: Álgebra e Cálculo Vetorial
• Multiplicação Vetorial:
A multiplicação entre dois vetores pode resultar em uma grandeza escalar ou vetorial a depender do
tipo de multiplicação aplicada.
✓ Produto escalar: 𝑨 ∙ 𝑩:
O produto escalar de dois vetores A e B é geometricamente definido como o produto das
magnitudes de A e B e do cosseno do ângulo entre eles.
𝑨 ∙ 𝑩 = 𝑨 𝑩 cos 𝜃𝐴𝐵
Em que 𝜃𝐴𝐵 é o menor ângulo entre A e B.
✓ Produto vetorial: 𝑨 × 𝑩:
O produto vetorial de dois vetores A e B é uma quantidade vetorial cuja magnitude é a área do
paralelogramo formado por A e B, ou simplesmente o produto das magnitudes de A e B pelo seno do
ângulo entre A e B. Sua a orientação é dada pelo polegar na aplicação da regra da mão direita no
vetor unitário 𝒂𝒏 , perpendicular aos vetores A e B e normal ao plano que contém A e B, quando os
dedos da mão girão de A até B.
𝑨 × 𝑩 = 𝑨 𝑩 sin 𝜃𝐴𝐵 𝒂𝒏

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
O produto vetorial de dois vetores A e B, podem também ser obtido através de operação matricial:
𝒂𝒙 𝒂𝒚 𝒂𝒛
𝑨 × 𝑩 = 𝑨𝒙 𝑨𝒚 𝑨𝒛
𝑩𝒙 𝑩𝒚 𝑩𝒛

𝒂𝒙 𝒂𝒚 𝒂𝒛 𝒂𝒙 𝒂𝒚
𝑨 × 𝑩 = 𝑨𝒙 𝑨𝒚 𝑨𝒛 𝑨𝒙 𝑨𝒚
𝑩𝒙 𝑩𝒚 𝑩𝒛 𝑩𝒙 𝑩𝒚

𝑨 × 𝑩 = 𝐴𝑦 𝐵𝑧 − 𝐴𝑧 𝐵𝑦 𝒂𝒙 + 𝐴𝑧 𝐵𝑥 − 𝐴𝑥 𝐵𝑧 𝒂𝒚 + 𝐴𝑥 𝐵𝑦 − 𝐴𝑦 𝐵𝑥 𝒂𝒛

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
✓ Propriedades da multiplicação vetorial:
Produto escalar:
Propriedade Relação
Comutativa A.B = B.A
Distributiva A . (B + C) = A . B + A . C
Produto escalar de vetores unitários distintos ax.ay=ay.az=ax.az = 0
Produto escalar de vetores unitários iguais ax.ax=ay.ay=az.az = 1

Produto vetorial:
Propriedade Relação
Não é comutativo AxB≠BxA
É anticomutativo AxB=-BxA
Não é associativo A x (B x C) ≠ (A x B) x C
Distributiva A x (B + C) = A x B + A x C
Produto vetorial entre vetores iguais AxA=0
ax . ay = az
Produto vetorial de vetores unitários ay . az = ax
ortogonais ax . az = ay

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
É comum na análise de problemas de eletromagnetismo precisar trabalhar em sistemas de
coordenadas diferentes do cartesiano para facilitar sua solução. As técnicas para operar essa
mudanças no sistema de coordenadas serão apresentadas a seguir.
• Coordenadas Cartesianas (x,y,z):
Como vimos até agora, um ponto P no espaço pode ser representado por (x,y,z), o intervalo de
variação possível para x, y e z são:
−∞ < 𝑥 < ∞ ;
−∞ < 𝑦 < ∞ ;
−∞ < 𝑧 < ∞.
Do mesmo modo, um vetor A em um sistema de coordenadas cartesianos é expresso por:
𝐴𝑥 , 𝐴𝑦 , 𝐴𝑧 𝑜𝑢 𝐴𝑥 𝒂𝒙 + 𝐴𝑦 𝒂𝒚 + 𝐴𝑧 𝒂𝒛

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
• Coordenadas Cilíndricas Circulares 𝝆, ∅, 𝒛 :
Um sistema de coordenadas cilíndricas é conveniente quando tratamos problemas com simetria
cilíndricas.
Um ponto P em coordenadas cilíndricas é representado por 𝜌, ∅, 𝑧 como visto na Figura abaixo.
Observe pela figura que 𝜌 é o raio do cilindro que passa pelo ponto P e está centralizado na origem,
ou também definido como a distância radial a partir do eixo z. ∅ é o que
chamamos de ângulo azimutal e é medido a partir do eixo x no plano xy. z é
o mesmo do sistema cartesiano, ou seja, a posição relativa ao eixo z medida
Ortogonalmente ao plano xy. Com base no entendimento de cada uma des-
sas variáveis, podemos definir o intervalo de valores de cada uma:
0 ≤ 𝜌 < ∞;
0 ≤ ∅ < 2𝜋;
−∞ < 𝑧 < ∞

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
Podemos também representar um vetor A qualquer em coordenadas cilíndricas, conforme expresso
a seguir:
𝐴𝜌 , 𝐴∅ , 𝐴𝑧 𝑜𝑢 𝐴𝜌 𝒂𝜌 + 𝐴∅ 𝒂∅ + 𝐴𝑧 𝒂𝒛
Em que 𝒂𝜌 , 𝒂∅ e 𝒂𝒛 são os vetores unitários ao longo dos eixos cilíndricos 𝜌, ∅, 𝑧.
As relações entre as variáveis (x,y,z) do sistema cartesiano com 𝜌, ∅, 𝑧 do sistema cilíndrico são
facilmente obtidas a partir da Figura abaixo.
𝑦
𝜌 = 𝑥 2 + 𝑦 2 ; ∅ = tan−1 ; 𝑧 = 𝑧
𝑥
𝑥 = 𝜌 cos ∅ ; 𝑦 = 𝜌 sin ∅ ; 𝑧 = 𝑧
Geometricamente é possível também obter a relação entre os vetores unitários:
𝒂𝒙 = cos ∅ 𝒂𝝆 − sin ∅ 𝒂∅ ; 𝒂𝝆 = cos ∅ 𝒂𝒙 + sin ∅ 𝒂𝑦 .
𝒂𝒚 = sin ∅ 𝒂𝝆 + cos ∅ 𝒂∅ ; 𝒂∅ = − sin ∅ 𝒂𝒙 + cos ∅ 𝒂𝑦 .
𝑎𝑧 = 𝑎𝑧 .

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
• Coordenadas Esféricas 𝒓, 𝜽, ∅ :
Um sistema de coordenadas esféricas é o mais apropriado para tratar problemas com simetria
esférica.
Um ponto P qualquer pode ser representado nesse sistema como 𝑟, 𝜃, ∅ , conforme pode ser
visto na Figura abaixo. Dessa podemos observar que r é definido como a distância a partir da
origem até P, ou ainda, o raio da esfera centrada na origem que passa por P.
𝜃 é o ângulo entre o eixo z e o vetor posição de P, também chamado de
co-latitude. Já ∅ é medido a partir do eixo x (mesmo ângulo azimutal das coor-
denadas cilindricas). A partir dessas definições, o intervalo dessas variáveis
podem ser expressos:
0≤𝑟 <∞;
0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋;
0 ≤ ∅ < 2𝜋.

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
Podemos também representar um vetor A qualquer em coordenadas esféricas, conforme expresso a
seguir:
𝐴𝑟 , 𝐴𝜃 , 𝐴∅ 𝑜𝑢 𝐴𝑟 𝒂𝒓 + 𝐴𝜃 𝒂𝜃 + 𝐴∅ 𝒂∅
Onde 𝒂𝒓, 𝒂𝜃 𝑒 𝒂∅ são vetores unitários ao longo de 𝑟, 𝜃 𝑒 ∅.
As relações entre as variáveis (x,y,z) do sistema cartesiano com 𝑟, 𝜃, ∅ do sistema cilíndrico são
facilmente obtidas a partir da Figura abaixo.
𝑥 2 +𝑦 2 𝑦
𝑟= 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 ;𝜃= tan−1 ; ∅ = tan−1 .
𝑧 𝑥
𝑥 = 𝑟 sin 𝜃 cos ∅ ; 𝑦 = 𝑟 sin 𝜃 sin ∅ ; 𝑧 = 𝑟 cos 𝜃 .
Geometricamente é possível também obter a relação entre os
vetores unitários:

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1) Revisão: Álgebra Vetorial
Geometricamente é possível também obter a relação entre os vetores unitários:
𝒂𝒙 = sin 𝜃 cos ∅ 𝒂𝒓 + cos 𝜃 cos ∅ 𝒂𝜽 − sin ∅ 𝒂∅ .
𝒂𝒚 = sin 𝜃 sin ∅ 𝒂𝒓 + cos 𝜃 sin ∅ 𝒂𝜽 + cos ∅ 𝒂∅ .
𝒂𝒛 = cos 𝜃 𝒂𝒓 − sin 𝜃 𝒂𝜽 .

𝒂𝒓 = sin 𝜃 cos ∅ 𝒂𝒙 + sin 𝜃 sin ∅ 𝒂𝒚 + cos 𝜃 𝒂𝒛 .


𝒂𝜽 = cos 𝜃 cos ∅ 𝒂𝒙 + cos 𝜃 sin ∅ 𝒂𝒚 − sin 𝜃 𝒂𝒛 .
𝒂∅ = − sin ∅ 𝒂𝒙 + cos ∅ 𝒂𝒚 .

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Comprimento, área e volume diferenciais:
Os elementos diferenciais de comprimento, área e volume são úteis ao cálculo vetorial. Estes
podem ser definidos nos sistema de coordenadas cartesiano, cilíndrico e esférico.
✓ Coordenadas cartesianas:
Da Figura ao lado, temos que:
i. O deslocamento diferencial ⅆ𝑙 é ado por:
ⅆ𝑙 = ⅆ𝑥𝒂𝒙 + ⅆ𝑦𝒂𝒚 + ⅆ𝑧𝒂𝒛
ii. A área diferencial normal em cada plano é dada por
ⅆ𝑆 = ⅆ𝑦 ⅆ𝑧𝒂𝒙
ⅆ𝑥 ⅆ𝑧𝒂𝒚
ⅆ𝑥 ⅆ𝑦𝒂𝒛

iii. O volume diferencial é dado por:


ⅆ𝑣 = ⅆ𝑥 ⅆ𝑦 ⅆ𝑧

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
✓ Coordenadas cilíndricas:
Note que da Figura ao lado, em coordenadas cilíndricas, os elementos diferenciais podem ser
obtidos como segue:
i. O deslocamento diferencial ⅆ𝑙 é dado por:
ⅆ𝑙 = ⅆ𝜌𝒂𝝆 + 𝜌 ⅆ∅𝒂∅ + ⅆ𝑧𝒂𝒛
ii. A área diferencial normal ⅆ𝑆 é dada por:
ⅆ𝑆 = 𝜌 ⅆ∅ ⅆ𝑧𝒂𝝆
ⅆ𝜌 ⅆ𝑧𝒂∅
𝜌 ⅆ∅ ⅆ𝜌𝒂𝒛
iii. O volume diferencial ⅆ𝑣 é dado por:
ⅆ𝑣 = 𝜌ⅆ𝜌 ⅆ∅ⅆ𝑧

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
✓ Coordenadas esférica:
Note que da Figura ao lado, em coordenadas esférica, os elementos diferenciais podem ser
obtidos como segue:
i. O deslocamento diferencial ⅆ𝑙 é dado por:
ⅆ𝑙 = ⅆ𝑟𝒂𝒓 + 𝑟ⅆ𝜃𝒂𝜽 + 𝑟 sin 𝜃 ⅆ∅𝒂∅
ii. A área diferencial normal ⅆ𝑆 é dada por:
ⅆ𝑆 = 𝑟 2 sin 𝜃 ⅆ𝜃 ⅆ∅𝒂𝒓
𝑟 sin 𝜃 ⅆ𝑟ⅆ∅ 𝒂𝜃
𝑟 ⅆ𝑟 ⅆ𝜃𝒂∅
iii. O volume diferencial ⅆ𝑣 é dado por:
ⅆ𝑣 = 𝑟 2 sin 𝜃 ⅆ𝑟ⅆ𝜃 ⅆ∅

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Integrais de Linha, superfície e volume:
Dentro dos cálculos de problemas eletromagnético é comum aplicamos os cálculos de integrais e
funções vetoriais. Vamos agora revisar esses conceitos para elementos vetoriais.
A integral de linha ‫ 𝑨 𝐿׬‬. ⅆ𝒍 é a integral da componente tangencial de A ao longo da curva L.
Dado um campo vetorial A e uma curva L tal como apresentado na Figura ao lado, definimos a
integral a seguir como a integral de linha de A em torno de L:
𝒃
න 𝑨 . ⅆ𝒍 = න 𝑨 cos 𝜃 𝒅𝒍
𝐿 𝒂
Caso o caminho de integração seja uma curva fechada ou seja, inicia
e termina no mesmo ponto, tal como abca, essa integral torna-se uma
integral de linha fechada.
ර 𝑨 . ⅆ𝒍
𝐿

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
Dado um campo vetorial A, contínuo em uma região contendo uma curva suave S, definimos a
integral de superfície, ou o fluxo Ψ de A através de S como:
Ψ = න 𝑨 cos 𝜃 ⅆ𝑆 = න 𝑨 . 𝒂𝒏 ⅆ𝑆
𝑆 𝑆
Ou simplesmente:
Ψ = න 𝑨 . ⅆ𝑺
𝑆
Onde, em qualquer ponto sobre S, 𝒂𝒏 é o vetor unitário normal a S.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
Para uma superfície fechada, temos a definição de um volume e assim a integral se torna:
Ψ = ර 𝑨 . ⅆ𝑺
𝑆
Que fisicamente é referido como o fluxo liquido de A que sai de S. Note que um caminha fechado
delimita uma superfície aberta (área), enquanto uma superfície fechada define um volume.
Assim, podemos definir a seguinte integral:
න 𝜌𝑣 ⅆ𝑣
𝑣
Como a integral de volume do escalar 𝜌𝑣 sobre o volume v.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Operador DEL*:
O operador del, escrito como 𝛻, é o operador diferencial com caráter vetorial.
Em coordenadas cartesianas temos:
𝜕 𝜕 𝜕
𝛻= 𝒂 + 𝒂 + 𝒂
𝜕𝑥 𝒙 𝜕𝑦 𝒚 𝜕𝑧 𝒛
Também conhecido como operador gradiente, não é um vetor em si mesmo, mas quando ele
opera sobre uma função escalar resulta em um vetor. A aplicação desse operador é útil para
definir:
i. O gradiente de um escalar V, escrito como 𝛻V;
ii. O divergente de um vetor A, escrito como 𝛻 . A;
iii. O rotacional de um vetor A, escrito como 𝛻 x A;
iv. O laplaciano de um escalar V, escrito como 𝛻 2 𝑉
Respectivamente, o operador del em coordenadas cilíndricas e esféricas é dado a seguir:
𝜕 1 𝜕 𝜕
∇= 𝒂𝝆 + 𝒂∅ + 𝒂𝒛 (coordenadas cilíndricas)
𝜕𝜌 𝜌 𝜕∅ 𝜕𝑧
𝜕 1 𝜕 1 𝜕
∇= 𝒂𝒓 + 𝒂𝜽 + 𝒂∅ (coordenadas esféricas)
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 𝜕∅

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Gradiente de um Escalar:
O gradiente de um campo escalar V é um vetor que representa a magnitude e a orientação da
máxima taxa espacial de variação de V.
Assim, aplicando o operador 𝛻 ao campo escalar V, temos respectivamente para coordenadas
cartesianas, cilíndricas e esféricas:
𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑔𝑟𝑎ⅆ 𝑉 = 𝛻𝑉 = 𝒂 + 𝒂 + 𝒂
𝜕𝑥 𝒙 𝜕𝑦 𝒚 𝜕𝑧 𝒛
𝜕𝑉 1 𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑔𝑟𝑎ⅆ 𝑉 = ∇𝑉 = 𝒂𝝆 + 𝒂∅ + 𝒂𝒛
𝜕𝜌 𝜌 𝜕∅ 𝜕𝑧
𝜕𝑉 1 𝜕𝑉 1 𝜕𝑉
𝑔𝑟𝑎ⅆ 𝑉 = ∇𝑉 = 𝒂𝒓 + 𝒂𝜽 + 𝒂∅
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 𝜕∅
Vale lembrar que V é um campo escalar e pode ser definido como uma função qualquer em
termos das variáveis cartesianas (x,y,z), cilíndricas 𝜌, ∅, 𝑧 e esféricas 𝑟, 𝜃, ∅ . Como por
exemplo:
2 𝑧3
Ex.: 𝑉 = 𝑥 𝑦 +cos(𝑦) + 𝑥𝑦𝑒 −𝑧 ; 𝑉 = 𝜌2 𝑧 cos 2∅ ; 𝑉 = 10𝑟𝑠𝑖𝑛2 (𝜃) cos(∅)
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Para determinar o gradiente desses campos escalares, basta aplicar o operador 𝛻 em
conjunto com as regras de derivação.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
As seguintes relações e propriedades do gradiente devem ser observadas ao calcular o gradiente
de um campo escalar:
1. ∇ 𝑈 + 𝑉 = ∇𝑈 + ∇𝑉
2. ∇ 𝑈𝑉 = 𝑉∇𝑈 + 𝑈∇𝑉
𝑉 𝑈∇𝑉−𝑉∇𝑈
3. ∇ 𝑈
=
𝑈2
4. ∇𝑉 𝑛 = 𝑛𝑉 𝑛−1 ∇𝑉
Em que V e U são campos escalares e n é um número inteiro. Além disso:
✓ A magnitude de ∇V é igual a máxima taxa de variação de V por unidade de distância;
✓ ∇V aponta a orientação de máxima taxa de variação de V;
✓ ∇V em qualquer ponto, é perpendicular à superfície de V constante que passa através desse
ponto.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Divergência de um vetor e Teorema da Divergência:
A divergência de A em um dado ponto P é o fluxo de sai, por unidade de volume, à medida que o
volume se reduz a zero em torno de P.
Isso significa dizer que a divergência de um campo vetorial A é fluxo liquido que flui para fora de
uma superfície incremental fechada, por unidade de volume encerrado pela superfície. Ou
fisicamente, podemos interpretar a divergência de um campo A em um dado ponto P como a
medida de quanto o campo diverge ou converge para esse ponto.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
A divergência de um campo vetorial A qualquer é calculada a partir das expressões a seguir em
coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas respectivamente.
𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧
∇ .𝑨 = 𝛻 = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
1 𝜕(𝜌𝐴𝜌 ) 1 𝜕𝐴∅ 𝜕𝐴𝑧
∇ .𝑨 = 𝛻 = + +
𝜌 𝜕𝜌 𝜌 𝜕∅ 𝜕𝑧
2
1 𝜕(𝑟 𝐴𝑟 ) 1 𝜕[𝐴𝜃 sin 𝜃 ] 1 𝜕𝐴∅
∇ .𝑨 = 𝛻 = 2 + +
𝑟 𝜕𝑟 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 𝜕∅

Da definição de divergência de A podemos extrair o teorema da divergência ou teorema de Gauss-


Ostrogradsky:
ර 𝑨 . ⅆ𝑺 = න ∇ . 𝑨ⅆ𝑣
𝑆 𝑣
O teorema da divergência estabelece que o fluxo total de um campo vetorial A que sai de uma
superfície fechada S é igual a integral de volume da divergência de A.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Rotacional de um vetor e Teorema de Stokes:
O rotacional de A é um vetor axial (ou girante), cuja magnitude é a máxima circulação de A por
unidade de área, à medida que a área tende a zero, cuja orientação é perpendicular à essa área,
quando a mesma está orientada de modo a se obter a máxima circulação.
Ou seja,
‫𝑨 𝐿ׯ‬. ⅆ𝒍
𝑟𝑜𝑡 𝑨 = ∇ × 𝑨 = lim 𝒂𝑛
∆𝑆→0 ∆𝑆 𝑚𝑎𝑥
Desenvolvendo a equação anterior, podemos chegar a equação simplificada para coordenadas
cartesianas, cilíndricas e esféricas, respectivamente, a seguir:
𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥
∇×𝑨= − 𝒂𝑥 + − 𝒂 + − 𝒂
𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝒚 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝒛
1 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴∅ 𝜕𝐴𝜌 𝜕𝐴𝑧 1 𝜕(𝜌𝐴∅ ) 𝜕𝐴𝜌
∇×𝑨= − 𝒂 + − 𝒂 + − 𝒂
𝜌 𝜕∅ 𝜕𝑧 𝜌 𝜕𝑧 𝜕𝜌 ∅ 𝜌 𝜕𝜌 𝜕∅ 𝒛
1 𝜕[𝐴∅ sin 𝜃 ] 𝜕𝐴𝜃 1 1 𝜕𝐴𝑟 𝜕(𝑟𝐴∅ ) 1 𝜕(𝑟𝐴𝜃 ) 𝜕𝐴𝑟
∇×𝑨= − 𝒂 + − 𝒂𝜽 + − 𝒂
𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜃 𝜕∅ 𝑟 𝑟 sin 𝜃 𝜕∅ 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝜃 ∅

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
O rotacional fornece o máximo valor da circulação do campo por unidade de área, ou seja,
podemos dizer que o rotacional de um campo vetorial A em torno de um ponto P, pode ser
considerado como uma medida da circulação do campo, de quanto esse campo gira em torno de P.
Da definição de rotacional podemos dizer que:
ර 𝑨 . ⅆ𝒍 = න ∇ × 𝑨 . ⅆ𝑺
𝐿 𝑆
Este é o teorema de Stokes,
O teorema de Stokes estabelece que a circulação de um campo vetorial A em torno de um caminho
fechado L é igual à integral de superfície do rotacional de A sobre a superfície aberta S, limitada
por L, desde que A e ∇ × 𝑨 sejam contínuos sobre S.

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2) Revisão: Cálculo Vetorial
• Laplaciano de um escalar:
O laplaciano de um campo escalar V, escrito como ∇2 𝑉, é o divergente do gradiente de V.
Assim, em coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas temos, respectivamente:
2 2 2
𝜕 𝑉 𝜕 𝑉 𝜕 𝑉
∇2 𝑉 = 2 + 2 + 2
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
2
1 𝜕 𝜕𝑉 1 𝜕 𝑉 𝜕2𝑉
2
∇ 𝑉= 𝜌 + 2 2+ 2
𝜌 𝜕𝜌 𝜕𝜌 𝜌 𝜕∅ 𝜕𝑧
1 𝜕 𝜕𝑉 1 𝜕 𝜕𝑉 1 𝜕 2𝑉
∇2 𝑉 = 2 𝑟2 + 2 sin 𝜃 + 2
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜃 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 2 𝜕∅2

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