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Esta obra que será apresentada hoje traz uma revisão das conferencias em que
Bowlby apresenta os resultados de seus estudos e pesquisas que fomentaram suas
formulações e conceitualizações no campo da saúde mental. No presente volume, foram
selecionadas para reimpressão algumas dessas conferencias e contribuições, para
simpósios as quais foram reeditadas em sua forma original, de modo que possam
fornecer uma introdução as ideias publicadas por Bowlby ao longo de sua carreira.
Esta obra todo o fruto de sua atuação clinica ao longo de sua vida profissional e
de pesquisa bibliográfica de trabalhos de diversos profissionais que atuaram ou que se
dedicam à pesquisa nesta área.
Bowlby apresenta dados científicos produzidos ao logo dos tempos nos campos
da psicanálise, biologia evolucionária, etologia, psicologia do desenvolvimento,
ciências cognitivas e teoria dos sistemas de controle, através de pesquisas e observações
diretas.
Esta introdutória apresentada por Freud que muitos estudos foram realizados
neste campo. Bowlby expõe que o medo e culpa provenientes desse conflito estão
subjacente a muitas doenças psicológicas, e a incapacidade para enfrentar esse medo e
essa culpa está subjacente em muitos distúrbios de caráter, incluindo a delinquência
persistente.
Se o processo for menos favorável, a criança será assediada por impulsos sobre
os quais sente não ter controle ou ter um controle inadequado; em conseqüência disso,
sofrerá uma ansiedade aguda com relação à segurança das pessoas que ela ama e
também temerá o revide que, acredita ela, não deixará de cair sobre sua própria
cabeça. É nesse caminho que está o perigo – o perigo de a personalidade recorrer a
uma série de manobras, cada uma das quais cria mais dificuldades do que resolve. Por
exemplo, o medo da punição que é esperado como resultado de atos hostis, acarreta
frequentemente mais agressão. Do mesmo modo a culpa pode levar a uma exigência
compulsiva de demonstração de amor que a tranqüilizem e, quando essas exigências
não são satisfeitas, a novos sentimentos de ódio e, por conseguinte, a mais culpa. São
esses os círculos viciosos que resultam quando a capacidade de regular o amor e o
ódio se desenvolve de modo desfavorável.
Bowlby traz que estas situações de conflito não deve ser interpretado como algo
mórbido, pois conflito é, em todos nós, a condição normal de nossas transições. Ele
expõe que no nosso dia a dia sempre temos que renunciar algo de nosso desejo para
podemos obter outra coisa que também desejamos, onde cabe-nos a tarefa de decidir
entre interesses rivais em nosso próprio intimo, e de regulas conflitos entre impulsos
irreconciliáveis. (ex. você não pode comer o doce e continuar com ele.)
Apresenta neste subtítulo o ponto de vista dos pais na condição destes como
cuidadores e propiciadores de um ambiente saudável para seus bebês regularem os
conflitos das ambivalências vivenciadas, porém explicita com este administram seus
próprios conflitos, pois estes vivenciam sentimentos ambivalentes também (ciúmes e
raiva) e exprimem estes sentimentos quando não de forma deliberada pelo menos
inadvertidamente.
Privação materna;
Punição prematura excessiva.
O autor defende que não é o que é feitos pelos pais, mas o modo como estes fazem.
Ele verbaliza que os métodos de cuidados adotado pelos pais precisa ser adequado a
estes, para que não gere sofrimento nem aos pais nem a criança. Muitas vezes os
métodos impostos ou articulados como melhores para o cuidado do bebê, não
atende a necessidade dos pais e nem da criança. O bebê reage ao comportamento
dos pais.
Este sinaliza que a principal coisa no cuidado do bebê, não é seguir os livros e
teorias de como criar seu bebê, mas sim da sensibilidade dos pais para as reações do
bebê e da capacidade, sobretudo da mãe, para se adaptar intuitivamente as
necessidades que nasce uma pratica eficaz de cuidar das crianças.
Este sinaliza que uma intervenção com os pais neste processo inicial da vinda de
um bebê, seria de fundamental importância, de modo a quebras o circulo maligno,
de que crianças perturbadas, se convertam em pais perturbados e gerem perturbação
em seus filhos, que por consequência repetiram essa situação.
Bowlby refere a dois conceitos para os quais etiologistas e psicólogos têm dado
contribuições – os de fases sensíveis do desenvolvimento e de regulação do conflito.
Ambos os conceitos são centrais para a psicanálise e nossa crescente compreensão de
ambos reveste-se de interesse para os clínicos.
Bowlby chama atenção que para que de todos os padrões estudados nas espécies
inferiores as fases sensíveis no desenvolvimento de modos de regular o conflito se torna
como mais importante para ele como fonte de pesquisa, pois acredita que a solução
deste problema o fornecerá uma chave para a compreensão das origens das neuroses.
Aplicação de conceitos etológicos à pesquisa do desenvolvimento da criança
Neste subcapitulo ele apresenta uma pesquisa que foi realizada com o sorriso
dos bebês, avaliando este padrão de comportamento como uma forma de sustentar o
comportamento maternal da mãe. Este afirma que o sorriso do bebe é evocado pela
qualidade configurativa visual do rosto humano.
Spitz e Wolf (1946) publicaram um novo trabalho experimental para o bebê sorriso.
Em muitos experimentos, usando uma máscara, eles demonstraram que as crianças com
idades entre dois e seis meses, tiradas de diferentes origens raciais e culturais, sorriso
desperta a qualidade visual da configuração do rosto humano. Eles argumentaram ainda
que esta configuração deve incluir como elementos dos dois olhos em posição de rosto
cheio e em movimento.
Preferindo a abordagem etológica, espero que não há necessidade de repetir que ele não
rejeita a teoria da aprendizagem. Pelo contrário, para a compreensão de muitos
processos de mudança experimentada pelos componentes dos padrões instintivos de
comportamento, é insubstituível e, portanto, complementar à etologia.
Aqui, o conceito básico apresentadas por etólogos. Juntos, eles fornecem uma
abordagem muito diferente da abordagem como uma teoria da aprendizagem, e da
psicanálise, mas de forma alguma incompatível com os componentes essenciais de cada
um. Continua a ser visto é se ou não essa abordagem para uma melhor compreensão das
informações sobre o desenvolvimento da criança e fornece ou não é um incentivo para a
estudos mais profundos e mais avançados. Parece certo que ele fornece-nos com os
outros pontos de olhar para as coisas e nos leva à implementação dos vários estudos.
Vou ilustrar esta consideração de duas características bem conhecidas do
comportamento social de crianças - seus sorrisos e sua propensão começando cerca de
seis meses de idade em diante, sentir afeição pela figura materna familiar a eles.
Fase de protesto
Fase de desespero
Fase de desligamento
Finalmente, porém, ocorre uma mudança maior. O bebê parece esquecer sua
mãe, de modo que, quando ela regressa, permanece curiosamente desinteressado e,
inclusive, pode parecer que não a reconhece. Está é a terceira fase – a do
desligamento. Em cada uma dessas fases a criança está propensa a birras e episódios
de comportamento destrutivo, muitas vezes de um tipo inquietamente violento.
O comportamento da criança ao retornar para casa, vai depender da fase que ela
atingiu durante o período de separação. A criança pode mostrar-se indiferente e nada
pede, porém se atingiu apenas os primeiro estágios, a indiferença pode durar por um
período curto, e quando este estado se desfaz, a criança vivencia uma tempestade de
sentimentos, e a separação por menor tempo que seja, a partir da experiência de
separação pode gerar na criança sentimentos ambivalentes, ansiedade e raiva,
solicitando a mãe com frequência.
Nem sempre se percebe que a raiva constitui uma resposta imediata à perda,
comum e talvez invariável. Em lugar da raiva indicando que o luto está seguindo um
curso patológico - uma opinião que sugerida por Freud e comumente sustentada - , as
provas existentes evidenciam que a raiva, incluindo a raiva com relação à pessoa
perdida, é parte integrante da reação de pesar.
A separação ou perda de entes queridos são eventos que constituem riscos para a
saúde mental. Ansiedade crônica, depressão intermitente ou suicídio são alguns dos
tipos mais comuns de problemas que hoje sabemos serem atribuíveis a tais experiências.
Seria preciso realizar uma longa serie de experimentos para investigar os efeitos, a curto
e a longo prazo, sobre o comportamento, do rompimento de um vinculo afetivo dentro
de suas variáveis.
Outro assunto tratado por Bowlby (2001) é que o tipo de perda ocorrido
durante a infância determina o tipo de depressão que a pessoa poderá ter na vid a
adulta.[...] as mulheres que perderam a mãe por morte ou separação antes dos onze anos
de idade, são mais propensas a reagir à perda, ameaça de perda e outras dificuldades e
crises na vida adulta mediante o desenvolvimento de um distúrbio depressivo do
que mulheres que não experimentaram essa perda na infância. Em segundo lugar, se
uma mulher sofreu uma ou mais perdas de membros da família por morte ou
separação antes dos 17 anos de idade, qualquer depressão que se desenvolva
subseqüentemente é susceptível de ser mais grave do que uma mulher que não
tenha sofrido perdas desse tipo. Em terceiro lugar, a forma assumida pela perda na
infância afeta a forma de qualquer doença depressiva que possa desenvolver -se mais
tarde.
Ao relatar como os adultos reagem a uma perda importante, este sinaliza que
apesar de a intensidade do pesa varia em cada individuo, e a duração de cada fase
também varie, existe um padrão geral básico que deve ser considerado.
Nos seus estudos anteriores Bowlby sugere três fases do curso do luto, porém
com os novos estudos ele passou a considerar uma fase inicial a este processo, sendo
estas as 4 fases:
2 – fase de saudade e buscada figura perdida, que dura alguns meses e, com
frequência, vários anos.
Nos estudos anteriores, considerou-se útil usar o termo “luto” num sentido
amplo, a fim de abranger uma grande variedade de reações à perda, incluindo algumas
que conduzem a um resultado patológico, e também aquelas que se seguem a uma perda
nos primeiros anos de vida. A vantagem desse uso é que se torna possível reunir
numerosos processos e condições que a provas mostram estar inter-relacionadas - assim
como o termo “inflamação” é usado em fisiologia e patologia para reunir numerosos
processos, alguns dos quais têm um desfecho saudável e outros são malsucedidos e
resultam em patologia. A pratica alternativa consiste em restringir o termo “luto” a uma
forma particular de reação a perda, ou seja, aquela “em que o objeto perdido é
gradualmente descatexiado pelo doloroso e prolongado trabalho de recordar e pelo teste
da realidade”. De modo a utilizar um termo que abranja não só o processo de perda de
perda por morte e/ou separação, mas todos os tipos de perda vivenciado, nesta ocasião,
ele utilizou o termo “pesar”.
Este sinaliza que uma base familiar estável, a partir da qual primeiro a criança,
depois o adolescente e, finalmente, o jovem adulto se afasta numa serie de saídas cada
vez mais longas, isto ocorre de forma a autonomia e encorajada pela família,e os laços
da família passam a ser atenuados, porém nunca quebrados.
Esse mesmo padrão de autoconfiança baseada numa ligação segura com uma
figura em quem se confia, e desenvolvendo-se a partir desta, pode ser observado desde o
primeiro ano de vida de uma criança.
Embora os esquemas teóricos aqui apresentado não seja muito diferente daquele
adotado implicitamente por muitos clínicos, ele difere num certo numero de pontos de
boa parte de teoria correntemente ensinada. Entre essas diferenças, ele cita as seguintes:
D – a substituição da teoria da oralidade derivada da teoria dos objetos internos por uma
teoria de modelos operacionais do mundo do eu, os quais são concebidos como sendo
construídos por cada individuo em resultado de sua experiência, determinam sua
expectativas, e com base nos quais o individuo traça seus planos..
Quase toda teoria sobre que provoca medo e ansiedade no ser humano partiram
do pressuposto de que o medo só apropriadamente suscitado em situações percebidas
como intrinsecamente perigoras ou dolorosas. Derivado de experiência previas.
Porem quem adotar este pressuposto se defrontara com o fato de os seres
humanos frequentemente manifestam medo em numerosas situações comuns que não
parecem ser inerentemente perigosas ou dolorosas. Como entrar em um ambiente
desconhecido, sozinho e escuro, é algo que desperta medo tanto em crianças como em
adultos, além de ser inerente a outras espécies não humanas também, é uma forma de
proteção inata das espécies. A função deste comportamento é de proteção.
Para Bowlby há muito trabalho a ser feito antes de se ter certeza sobre quais os
distúrbios do comportamento de ligação que podem ser tratados pela psicoterapia e
quais os que não podem, além dos vários métodos a que se deve dar preferência e,
considera importante dedicar-se às primeiras experiências infantis negativas em relação
ao seu ambiente e as conseqüentes desordens psicológicas que podem ocorrer.
O autor Postula que a criança é capaz de estabelecer relações desde muito cedo e
também de que existi o sentimento de perda, o luto e a depressão na primeira infância e
que o ambiente familiar favorece ou não um melhor ajustamento da criança ao longo de
seu desenvolvimento. Bowlby acrescenta que a relação mãe-criança tem uma
importância fundamental e que separações precoces podem ser deletérias para o
desenvolvimento das crianças e, que a perda de contato com a mãe no início da infância
pode provocar sérias alterações na formação da personalidade infantil.
Bowlby expõe que ao elaborar um quadro clinico, será prudente o psiquiatra não
confiar apenas tradicionais de entrevistas e sempre que possível realizar uma ou mais
entrevistas com a família, para ter um panorama melhor de entendimento da estória do
individuo e o contexto em este foi criado.
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Bowlby enfatiza sua opinião, sobre a tarefa do terapeuta, que consiste em ajudar
o paciente a descobrir quais as situações, atuais e passadas, com que os seus sintomas se
relacionam, quer se trate de respostas a essas situações quer de efeito secundários da
tentativa de não reagir a elas. Entretanto, como foi o paciente que esteve exposto à
situações em questão, ele já possui, num certo sentido, todas as informações relevantes.
Por que é, então, que ele necessita de tanta ajuda para descobri-la?