SEM 326 - Complementos de Elementos de Máquinas I

AULA 10

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4. MOLAS ELÁSTICAS

4.1 Introdução

Corpos de materiais elásticos que são

deformados sob carga e retornam à forma = molas
original após cessar a carga

Armazenamento de energia potencial durante a deformação

Para o aproveitamento máximo da deformação e / ou armazenamento

de energia → formas e materiais apropriados.

4.2 Aplicações
• Armazenar energia
Relógios, brinquedos, mecanismos de retorno

• Amortecer choques
Suspensões, acoplamentos elásticos, pára-choques

• Distribuir carga
Estofamentos, colchões, estrados de cama

• Limitador de esforços
Válvula limitadora de pressão

• Preservar contatos
Prensa chapas, vedações, fixadores

• Suspensões oscilantes
Peneiras vibratórias, modificadores de ωn através de k

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4.3 Tipos, Seleção e Propriedades das Molas

Classificação quanto :

● À forma : molas de anéis, fios, helicoidal

● À solicitação : flexão, torção, normal

● À aplicação de carga : compressão ou tração

● À finalidade : pára-choques, vibradores, dispositivos de segurança

● Ao material : aço, borracha

A classificação segundo mais de um fator é conveniente

Por exemplo, segundo a forma de solicitação :

● Molas de anéis à compressão

● Molas de barras de flexão

● Feixes de molas de lâminas (à flexão)

● Molas helicoidais de flexão

● Molas espirais planas de flexão

● Molas helicoidais de torção

● Molas de prato (à flexão)

● Molas de borracha

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4.3 Curva característica

Progressiva
Linear
Decressiva

• Energia de deformação

f max ϕ max
A= ∫ P.df
0
= ∫ M .dϕ
0

P. f c. f 2 P 2
A= = =
2 2 2c

• Fator de tipo ( ηa )

A
ηa =
Amax
Para uma barra tracionada :

P. f σ .l
A= P = σ .A f =
2 E
σ 2V
Amax = onde : V = l. A
2E
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• Fator de volume ( ηv ) e Fator de peso ( ηq )

A σ2
ηv = = ηa
V 2E

A ηv
ηq = =
Q γ

• Rendimento e Coeficiente de amortecimento

A'
ηw =
A

A − A' 1 − η w
δ= =
A + A 1 + ηw
'

onde : A’ – energia restituída

A – energia absorvida

o
c
f

A = Área ∆oac : energia absorvida

A’ = Área ∆oab : energia restituída A10-7
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4.5 Solicitações e Dimensionamento

4.5.1 Molas solicitadas por tração ou compressão

• Molas de fios de arame

δ

L f

dP
c= = cte ⇒ Curva característica linear
df
Tensão σ constante e
⇒ ηa = 1
uniformemente distribuída
Exige grande L
Raramente utilizada ⇒ para grande f
(mesmo que pequenos)

Equações :

P = σ .S
Lσ L.P
f = =
E E.S
P. f V .σ 2
A= =
2 2E
S .E
c=
L
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• Molas de anéis

A força axial P gera uma força radial R devido à conicidade

R : traciona o anel externo

R : comprime o anel interno

A-A’ : energia dissipada em atrito

P P : força de carregamento
P’ : força de retrocesso
P’

• Para que não ocorra travamento ⇒ tg (α ) > µ = tg (ρ )

• Para tensão σ uniforme ⇒ Curva característica linear ⇒ ηa = 1

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Expressões para cálculo :

P = σ e .S e .π .tg (α + ρ )
P = σ i .S i .π .tg (α + ρ )

Se

Si
re
ri

Índices : i - anel interno

e - anel externo

σ i S e se
y= = =
σ e Si si
• Deformação

f = z. f 0

re .σ e + ri .σ i σ e (re + yri )
f0 = =
E.tg (α ) E.tg (α )
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• Raios : se
re = rm +
2
s
ri = rm + i
2
• Espessura do anel :
rm . p
se = si . y =
σe
• Altura do anel :
Se
h=
se
• Comprimento da mola :

L ≥ 0.5h.z + f

• Volume da mola :

V = (S e .re + S i .ri )π .z

• Energia absorvida :

Pf σ e ve + σ i vi
2 2
A= = ηa
2 2E
• Energia restituída :

tg (α − ρ )
A' = A =
tg (α + ρ )
• Fator de tipo :
tg (α + ρ )
ηa =
tg (α ) A10-11
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Valores práticos :

E = 2.1x10 4 [Kgf/mm 2 ]
h ≅ (4.6 a 9) f 0
L ≅ (3.3 a 10) f
y = 1 .3
α = 140 a 17 0
ρ = 60 a 90
σ e = 10000 [Kgf/cm 2 ]
σ i = 13000 [Kgf/cm 2 ]
γ = 7.8 x10 −3 [Kgf/cm 3 ]
p ≅ (0.1 a 0.2 )σ e

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4.5.2 Molas solicitadas por flexão

Distribuição não uniforme de tensões ⇒ ηa < 1

Energia como função da tensão :

Vσ 2
Aσ =
2E
Energia como função da flecha :

Pf
Af =
2
Coeficiente de tipo :
Af
ηa =
Aσ

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Molas de barras de flexão unilateralmente engastadas e de secção constante

x P

L α

M f = P.x [0 → Pl ]
σ é variável pois Mf é variável e W é constante

Expressões para cálculo :

• Carga :
W f .σ
P=
L
• Flecha :
P.L3 σ .L2
f = =
3.E.J 3.E.e
• Ângulo de inclinação :
P.L2
tg (α ) =
2. E . J
• Energia absorvida :
P. f V .σ 2
A= = ηa
2 2 .E
J
ηa = A10-14
3.e 2 .S
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Molas de barras de flexão unilateralmente engastadas e de secção variável

Objetivo : minimizar a variação de tensão ao longo da mola.

Como conseqüência : maior flecha

maior energia absorvida
maior fator ηa

Expressões para cálculo :

W f .σ P. f V .σ 2
P= A= = ηa
L 2 2. E
P.L3 σ 2 .L2 P.L2
f = q1 = q1 tg (α ) = q2
3 .E . J 3.E.e 3 .E . J

L(h + h0 )(
. b + b0 )
4q1
ηa =
V=
91 + 0 1 + 0 
b h
b  h 4


• q1 e q2 : tabela 12.2
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Molas de barras de flexão apoiadas nas extremidades

2P

f
P P

L L

Molas de barras de flexão biengastada

P
f P

f
P
P

L L

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Molas helicoidais de flexão de secção transversal constante

Momento de flexão (Mf) : constante em todas as secções

• Para barras planas :

Mf Mf
σ= = .y
Wf Jx
⇒ ηa < 1
variável ao
constante ao
longo da secção
longo da barra
transversal

• Para barras curvas :

σ int > σ ext

σ max = q3 .σ
q3 : tabela 12.3

Expressões para cálculo :

W f .σ
• Carga : P=
R
L.σ
M f .L
• Ângulo de torção : ϕ= =
E.J E.e

• Comprimento da mola : L = π .D.z

P.R.ϕ V .σ 2
• Energia absorvida : A= = ηa
2 E
J
ηa = (= 1/4 para secção circular)
e 2 .S A10-17
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Molas espirais plana

Solução exata é bastante complexa

Simplificando utiliza-se as expressões do caso anterior (molas helicoidais de flexão)

4.5.1 Molas solicitadas por torção

Mt D

L1
φ

Para secção
⇒ ηa < 1
τ : constante ao longo da barra
transversal ⇒ τ : variável ao longo da secção transversal
constante

Expressões para cálculo :

• Momento de torção : M t = P.r = Wt .τ

M t .L Wt .τ .L
• Ângulo de torção : ϕ= =
G.J t G.J t
• Deformação angular : f = ϕ .R

M t .ϕ τ 2 .V
• Energia absorvida : A= = ηa
2 2.G
2
W
ηa = t
J t .S A10-18
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Molas helicoidais cilíndricas de secção constante

Psenα

Pcosα P
α

Esforços atuantes :
• Momento de torção : M t = P. cos(α ).r
• Força cortante : Q = P. cos(α )
• Força normal : N = P.sen (α )
• Momento de flexão : M f = P.sen (α ).r

Expressões para cálculo :

2.Wt .τ
• Carga : P=
D
π .z.D 3 .P π .z.D 2 .Wt .τ
• Deformação axial : f = =
4.J t .G 2.J t .G
π .z.D.Wt 2 .τ V .τ 2
• Energia absorvida : A= = ηa
2.J t .G 2.G
• Comprimento da mola : L ≥ (z + 2 )d + f + 0.1.d .z

• Wt, Jt, ηa : tabela 12.5 A10-19

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Para molas de arame de secção circular tem-se :

8.P.D
• Diâmetro do fio : d= 3
π .τ

f .G.d f .d
• Números de espiras ativas : z= = 264000
π .D .τ
2
τ .D 2
para : G = 830000 Kgf/cm2

• Máxima tensão de cisalhamento : τ ' = τ . cos(α ). y (face interna)

y : tabela 12.7

Para molas de arame de secção retangular tem-se :

P.D
• Dimensão : h.b 2 =
η 2 .2.τ
η2 : tabela 12.6

2. f .G.b η3 f .b η3
• Números de espiras ativas : z= = 528000
π .D .τ η 2
2
τ .D 2 η 2
para : G = 830000 Kgf/cm2
η3 : tabela 12.6

• Máxima tensão de cisalhamento : τ ' = τ . cos(α ). y

y : tabela 12.8

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Exercício

Em um acoplamento por atrito, a força normal

máxima de 2500 N é gerada por uma mola helicoidal
cilíndrica. O desgaste máximo das lonas não deve
ultrapassar 5 mm. Nessa condição a diferença de carga
devido ao desgaste não deve ser superior a 10%. Para
desengatar a embreagem é necessário um afastamento
de 4 mm entre as partes que se atritam.
Determinar as dimensões e características da mola, bem
como as condições de funcionamento.

São dados:
Relação entre diâmetros: D/d = 7 ( aproximadamente);
Material da mola: τ a adm = 700 Kgf/ cm2

τ adm = 3000 Kgf/ cm2

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