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AVALIAÇÃO DO PESO DE PACIENTES APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA

PAPPEN, Debora Poletto1


BERTO, Nanci Rouse Teruel2
TEIXEIRA, Fabiane Ribeiro3
SANTOS, Silvia Maria Viana dos4
SANTOS, Ednei Francisco dos Santos5

RESUMO

A obesidade é considerada uma doença crônica. A cirurgia bariátrica é indicada para tratar a obesidade grau III. O presente estudo teve como objetivo
a avaliação do peso de pacientes em processo de tratamento pré e pós-cirurgia bariátrica, visando identificar se houve progresso ou retrocesso na
perda de peso, bem como a associação a outras doenças. O estudo foi realizado em um centro universitário do oeste do Paraná, onde foi avaliadas
fichas de arquivo de 207 pacientes de ambos os sexos todos participantes do grupo de apoio submetidos à cirurgia bariátrica entre os anos de 2010 a
2016. Verificou-se que 82% dos pacientes são do sexo feminino e 18% do sexo masculino, com idade média de 45 anos. Com relação aos dados
clínicos, observou-se que a média de peso e IMC pré-operatório foi de 122,86 ± 24,77 Kg e 48,00 ± 7,93 Kg/m² e do pós-operatório foi de 96,15 ±
24,18 Kg e 36,29 ± 7,63 Kg/m², havendo uma redução de peso e IMC de 21,74% e 24,4%, respectivamente. Quanto às patologias constatou-se que
16% das pessoas são portadoras da diabetes tipo 2, 43% das pessoas têm hipertensão arterial, 10% das pessoas têm dislipidemias e 31% das pessoas
possuem outros tipos de doenças. Portanto, foi constatada uma perda de peso efetiva, com redução significativa do IMC. Assim, verificou-se que o
acompanhamento do estado nutricional dos pacientes no pré e pós-cirúrgico, foi essencial para a perda de peso gradual, garantindo o sucesso do
tratamento.

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade, cirurgia bariátrica, acompanhamento nutricional.

PATIENT WEIGHT ASSESSMENT AFTER SURGERY BARIATRIC

ABSTRACT

Obesity is considered a chronic disease. Bariatric surgery is indicated to treat morbid obesity. This study aimed to evaluate the weight of patients in
the pre treatment process and after bariatric surgery, to identify whether there has been progress or retrogression in weight loss as well as the
association with other diseases. The study was conducted at a university in western Paraná, where he was evaluated index cards of 207 patients of
both sexes all participants in the support group who underwent bariatric surgery between the years 2010 to 2016. It was found that 82% of patients are
female and 18% male, mean age 45 years. Regarding clinical data, it was observed that the average weight and BMI preoperatively was 122.86 ±
24.77 kg and 48.00 ± 7.93 kg / m² and postoperative was 96.15 ± 24.18 kg and 36.29 ± 7.63 kg / m², with a reduction in weight and BMI of 21.74%
and 24.4%, respectively. As for conditions it was found that 16% of people suffering from type 2 diabetes, 43% of people have high blood pressure,
10% of people have dyslipidemia and 31% of people have other types of diseases. Therefore, an effective weight loss, with significant reduction in
BMI was found. Thus, it was found that the monitoring of the nutritional status of patients before and after surgery, was essential for gradual weight
loss, ensuring the success of the treatment.

KEY WORDS: obesity, bariatric surgery, nutritional counseling.

1. INTRODUÇÃO

A obesidade é considerada uma doença crônica, de continuo desenvolvimento, que, devido aos fatores de risco
relacionados, representa um grave problema de saúde pública (CARLINI, 2001). Caracterizada como excesso de tecido
adiposo corporal, a obesidade é multicausal e envolve componentes genéticos, comportamentais, psicológicos, sociais,
metabólicos e endócrinos (FRANDINO et al., 2004; FARIA et al., 2002; GARRIDO et al., 2000; PEREIRA et al.,
2003).
Segundo WHO (2011), a obesidade é classificada como uma epidemia em inúmeros países e está entre os dez
principais problemas de saúde pública no mundo, sendo que 12% da população mundial são obesas. E no Brasil houve
um aumento de 15,8% da população com obesidade, sendo 15,6% dos homens e 16% das mulheres (MINISTERIO DA
SAUDE, 2011).
O tratamento cirúrgico da obesidade, chamado cirurgia bariátrica, é indicado para a obesidade grau III, sendo
caracterizada como um tratamento efetivo com sucesso na manutenção e perda do peso (ARASAKI, 2005; SANTOS,
BURGOS e SILVA, 2006; SEGAL e FANDINO, 2002).
Entretanto, segundo Benedetti (2009) a perda de peso não é necessariamente consequência direta da cirurgia bem
sucedida, mas o principal fator do sucesso do tratamento é a maneira como o paciente vai encarar o novo contexto
alimentar, pois a cirurgia é apenas fase do processo.

1
Nutricionista. Docente do curso de nutrição pelo Centro Universitário FAG. E-mail: de_poletto@hotmail.com
2
Nutricionista. Coordenadora do curso de nutrição do Centro Universitário FAG E-mail: Nanci@fag.edu.br
3
Graduanda em nutrição pelo Centro Universitário FAG. E-mail: faby_ribeiro18@outlook.com
4
Graduanda em nutrição pelo Centro Universitário FAG. E-mail: silviana_22@hotmail.com
5
Graduando em nutrição pelo Centro Universitário FAG. E-mail: edneisph@hotmail.com
Débora Poletto Pappen, Nanci Rouse Teruel Berto, Fabiane Ribeiro Teixeira, Silvia Maria Viana dos Santos, Ednei
Francisco dos Santos

Pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica confiam no procedimento, alegando ser a solução para a obesidade,
acreditando erroneamente que a cirurgia trará mudanças comportamentais essenciais para a manutenção do peso. Vários
cuidados pós-operatórios devem ser adotados, pois grande parte dos pacientes que realizaram a cirurgia não obtém uma
perda de peso acentuada, além de recuperar grande parte do peso perdido (BASTOS et al., 2013; EISENBERG et al.,
2010).
Portanto de acordo com o exposto, o presente estudo teve como objetivo a avaliar os arquivos dos pacientes, para
obter dados sobre o peso de pacientes em processo de tratamento pós-cirurgia bariátrica, visando identificar se houve
progresso ou retrocesso na perda de peso, bem como a associação da obesidade com outras doenças.

2. METODOLOGIA

O estudo foi realizado em uma clínica de um centro universitário do oeste do Paraná, onde se coletou os dados
de 207 pacientes de ambos os sexos, que participaram do grupo de apoio aos submetidos à cirurgia bariátrica entre os
anos de 2010 a 2016 pela técnica Bypass gástrico.
Os dados foram coletados por meio dos arquivos dos pacientes objetivando obter informações relativas à
mudança de peso da primeira consulta, do peso pré cirúrgico e peso da última consulta.
Para identificar a presença de Diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias e outras patologias foram
coletados os dados das fichas de atendimento segundo o relato dos pacientes.
Os resultados apresentados como média e desvio padrão foram analisados pelo software estatístico do Excel
2013.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 OBESIDADE E CIRURGIA BARIÁTRICA

A crescente prevalência da obesidade tem aumentado os custos com os cuidados a saúde (ARRONE et al.,
2002). Devido a morbidade e a mortalidade pelas doenças a ela associadas, como hipertensão, diabetes mellitus tipo 2,
dislipidemia, apneia obstrutiva do sono, cálculos biliares, cardiomiopatia hipertrófica, artrite degenerativa entre outras
(BOULDIN et al., 2006; HASLAM et al., 2005).
O princípio pelo qual a perda de peso é conseguida através da cirurgia bariátrica é atribuído a redução na
ingestão calórica, na absorção ou em ambas. Assim o risco de complicações nutricionais no pós operatório aumenta se a
prescrição dietética não for cuidadosamente acompanhada e o estado nutricional frequentemente monitorado (PARKES,
2006).
Dentre as diversas técnicas cirúrgicas, o Bypass Gástrico em Y de Roux (Fobi-Capella) é considerado padrão-
ouro e atualmente a mais realizada, devido aos resultados expressivos com menor reincidência da obesidade e aceitáveis
índices de morbimortalidade (FARIA et al., 2002; GARRIDO JÚNIOR et al., 2000).
É imprescindível uma análise que englobe diversos aspectos clínicos do paciente, antes de aconselhar a cirurgia
bariátrica. É essencial a atuação de uma equipe multidisciplinar formada por médico cirúrgico, enfermeiro,
nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros profissionais que tragam conhecimento das mudanças provocadas
pela obesidade, que seja capaz de ajudar e motivar o paciente para o tratamento apropriado, já que a cirurgia age na
decorrência da doença obesidade (peso) e não na sua causa. Cada profissional da equipe multidisciplinar fica
encarregado por uma parte do tratamento, efetuando cuidados intensos e resultados mais rápidos. (COSTA, 2009).

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Avaliação do peso de pacientes após a cirurgia bariátrica

3.2 CONSEQUÊNCIA DA OBESIDADE E PATOLOGIAS RELACIONADAS

Trataremos aqui das patologias específicas, que o presente estudo traz a tona, como as mais relevantes nessa
abordagem. A obesidade é uma condição na qual os depósitos de gordura (adiposidade) são excessivos para a altura, o
peso, o sexo e a raça do individuo, a ponto de provocar desfechos adversos à saúde. (JIM MANN et al., 2009), vale
ressaltar que o excesso de tecido adiposo visceral eleva o risco de doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos,
em homens, circunferência da cintura maior que 102 cm e, mulheres maior que 88 cm, indicam risco aumentado.
Apesar de muitos estudos apontarem o fator genético como causador da obesidade, já se sabe que, fatores
ambientais e de estilo de vida contribuem de maneira mais significativa para o desenvolvimento da epidemia da
obesidade. As taxas da obesidade cresceram nas últimas décadas enquanto o reservatório de genes permaneceu estável.
O potencial que os fatores ambientais têm de sobrepujar os efeitos genéticos já é bem ilustrado, em estudo feito
em índios, e, que evidenciou a semelhança genética e que contrastou com o estilo de vida, onde uma tribo com estilo de
vida ocidental, pouca atividade física e alimentação potencialmente energética tinham altas taxas de obesidade e
comorbidades, enquanto que a outra tribo com praticas tradicionais nas áreas montanhosas do México tem baixos
índices (JIM MANN et al ., 2009).

Conseqüências da obesidade:
Metabólicas: resistência a insulina, comprometimento da tolerância a glicose e diabetes tipo 2;
Dislipidemia: VLDL, triglicerídeos e LDL aumentados, HDL reduzido, apolipoproteína B aumentada,
esteatose hepática, cálculos biliares, e síndrome do ovário policístico;
Cardiovasculares: hipertensão, doença arterial coronariana (DAC), veias varicosas, edema periférico.
Mecânicas: Osteoartrite, complicações na coluna vertebral, apnéia obstrutiva do sono.

As dislipidemias secundárias, são comuns nos obesos ainda mais na relação aumentada de cintura, quadril, são
caracterizadas por níveis elevados de lipoproteínas de densidade muito baixa e baixa (VLDL e LDL), triglicerídeos
elevados, baixos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL). As anormalidades do metabolismo dos carboidratos
que trazem problemas como resistência a insulina, tolerância a glicose comprometida (TGC), diabetes tipo 2, esteatose
hepática. A prevalência dos cálculos biliares, a síndrome do ovário policístico e a redução associada da fertilidade são
relacionadas com a obesidade. (JIM MANN et al., 2009).
A obesidade é um fator de risco importante para o desenvolvimento da doença cardiovascular, tendo
aumentado o risco de doença arterial coronariana (DAC), em indivíduos com menos de 50 anos de idade. Veias
varicosas, edema periféricos são mais comuns em obesos, do que indivíduos com peso normal, anormalidades
cardíacas, como por exemplo cor pulmonale e linfedema são comuns em obesidade evidente. (JIM MANN et al .,
2009).
Apnéia obstrutiva do sono é comum em indivíduos obesos, que relatam sinais e sintomas como ronco,
interrupção da respiração durante o sono (apnéia), cefaléia matinal, sonolência diurna, e dificuldade de concentração,
sintomas esses que podem ser tratados com perda de peso ponderal. (JIM MANN et al ., 2009).
As conseqüências mecânicas também trazem muitas dificuldades para o obeso. A osteoartrite é muito comum
na obesidade, traz dores torácicas que pode ser causada por complicações medulares na região cervical inferior e na
região torácica superior, resultando em dor referida.
Segundo (JIM MANN et al ., 2009), observou-se, que pacientes pós cirúrgicos e com acompanhamento
tiveram mantida a perda ponderal por até 10 anos, mas em contrapartida a hipertensão reapareceu após 8 anos, que
segundo o autor a perda ponderal pode ter retardado algum gene/efeito. A obesidade é um importante fator de risco de
desenvolvimento de DAC, embora o aumento progressivo do índice de massa corporal apresente uma associação
modesta e graduada com o infarto agudo do miocárdio, o aumento da razão cintura/quadril apresenta uma relação mais
observável. O efeito não é surpreendente tendo em vista a associação entre o excesso de adiposidade e outros fatores de
risco, principalmente dislipidemia. A perda ponderal corrige a maioria dos transtornos clínicos e metabólicos
acarretados pela obesidade.
Segundo (HÉLIO VANNUCCHI, et al., 2014) existem, no mínimo, cerca de 20 síndromes causadas por
discretos defeitos genéticos ou alterações cromossômicas que contribuem para a obesidade.

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Francisco dos Santos

3.2.1 DIABETES E OBESIDADE

Embora ainda não tenham sido totalmente elucidados os mecanismos precisos por meio dos quais os genes e os
estilos de vida interagem com a diabetes, assim como com a obesidade, modificação do estilo de vida poderia ajudar a
prevenir, ou, pelo menos, retardar o aparecimento da diabetes e da obesidade, em indivíduos pré dispostos. Ensaios
controlados confirmaram que esse é o caso. As ações intervencionistas (MANN e TRUSWELL, 2009), resultaram em
redução de aproximadamente 60% das taxas de evolução de CTG (comprometimento da tolerância a glicose) para
diabetes durante um período de acompanhamento de 4 anos de estudos. O que é interessante salientar, é que uma
margem pequena de indivíduos que realizaram pelo menos 4 das 5 intervenções alvo evolui de CTG para diabetes.
Constatou-se que intervenções semelhantes no estilo de vida que aumentam a sensibilidade à insulina antes do
desenvolvimento do CTG ou do Diabetes Melito. Além disso, o aconselhamento à população para aumentar a pratica de
atividade física e adotar ingestões dietéticas apropriadas para reduzir o sobrepeso e a obesidade é fundamental para a
prevenção primária e redução das proporções epidêmicas da doença.
Segundo essa análise, percebe-se que obesidade e diabetes andam de mãos dadas, e também tem as mesmas
medidas preventivas, mudando o estilo de vida, praticando atividades físicas e cuidando da alimentação, diabetes e
obesidade requerem um cuidado todo especial no que tange a alimentação, o diabético tem que ficar atento à glicemia
mas o obeso devido ao seu histórico tem cuidar e muito com sua forma de se alimentar para não ter sérios problemas
depois de passar pela cirurgia bariátrica por exemplo.

4. ANÁLISES E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram avaliadas 207 fichas de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sendo que 82% foram do sexo
feminino e 18 % do sexo masculino. A idade variou de 22 a 71 anos, com média de 45 anos.
O peso inicial da primeira consulta do grupo foi de 26.326,40Kg com média de peso de 127,18 ± 25,71 kg. Em
relação ao peso do grupo em fase pré-operatória, o valor foi de 25.431,00Kg com média de peso de 122,86 ± 24,77 Kg.
Posteriormente a cirurgia bariátrica o peso do grupo foi de 19.326,80Kg com média de peso de 96,15 ± 24,18 Kg, sendo
uma redução do pré e pós tratamento cirúrgico de 21,74% (Gráfico 1).

GRÁFICO 1- Peso inicial, pré-operatório e pós-operatório.

Média do peso de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica

140

120

100
peso em Kg

80

60

40

20

0
PESO INICIAL PESO PRÉ CIRURGICO PESO PÓS CIRURGICO

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Avaliação do peso de pacientes após a cirurgia bariátrica

Os valores encontrados de peso, foram parecidos com o estudo Ferraz et al. (2003) que acharam uma diminuição
de peso de 29,4% em 6 meses de pós-operatório e de 40 a 41% de diminuição de peso com um ano de pós operatório
considerando como ótimo.
No estudo de Garrido Jr et al., (2006), apenas 11,1% dos pacientes seguiram o tratamento nutricional. A
ausência de hábitos alimentares corretos leva ao reganho de peso, devido ao não seguimento do acompanhamento
nutricional. E de acordo com o mesmo autor a perda de peso e sua manutenção devem-se a uma dieta equilibrada com
alimentos de excelentes fonte de vitaminas e minerais, baixa ingestão de gorduras e quantidades adequadas de
carboidratos e proteínas, pois inclusão antecipada de açúcares simples e gorduras em excesso, pode ocasionar falha
desse tratamento, sendo portanto a reeducação alimentar essencial para este processo.
Sobre o IMC, no pré-operatório o valor obtido do grupo analisado foi de 9.935,00Kg/m² com média de 48,00 ±
7,93 Kg/m². Já o IMC pós-cirurgia bariátrica foi de 7.257,70 Kg/m² com média de 36,29 ± 7,63 Kg/m², sendo uma
redução de 24,4% no IMC (Gráfico 2).

GRÁFICO 2- Média do IMC pré cirúrgico e pós cirúrgico.

No estudo de Carvalho et al. (2007), foi verificado a média de redução do IMC de 49,4 kg/m² para 32,9 kg/m²
em um ano de pós-operatório. No estudo de Faria et al. (2002) foi observado que houve a diminuição do IMC de
45,8kg/m² para 33,9kg/m² em 7,2 meses de pós-operatório.
Quanto às patologias, verificou-se que 52 (16%) pessoas tem diabetes tipo 2, que 138 (43%) pessoas tem
hipertensão arterial, 31 (10%) pessoas tem dislipidemias e 98 (31%) pessoas possui outros tipos de doenças como é
demonstrado (Gráfico 3).

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GRÁFICO 3 – Patologias dos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica.

Patologias

31%
43%

10%
16%

Hipertensão Diabetes tipo 2 Dislipidemias Outras doenças

Segundo Mancini (2001), vários distúrbios fisiopatológicos são causados pela obesidade, principalmente nas
pessoas com IMC acima de 30 kg/m2. Podem ser citados os distúrbios cardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica,
hipertrofia ventricular esquerda com ou sem insuficiência cardíaca, doença cérebro-vascular, trombose venosa
profunda, entre outros), distúrbios endócrinos (diabetes mellitus tipo II, dislipidemia, hipotireoidismo, infertilidade e
outros), distúrbios respiratórios (apneia obstrutiva do sono, síndrome da hipoventilação, doença pulmonar restritiva). A
obesidade ainda pode gerar disfunções gastrointestinais, como hérnia de hiato e colecistite; distúrbios dermatológicos,
como estrias e papilomas; distúrbios geniturinários, como anovulação e problemas gestacionais; distúrbios músculos-
esqueléticos, como osteoartrose e defeitos posturais; neoplasias, como câncer de mama ou próstata; distúrbios
psicossociais, como sentimento de inferioridade e isolamento social; e outras implicações, como o aumento do risco
cirúrgico e anestésico e também a diminuição da agilidade física.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Das fichas dos 207 pacientes que participam do grupo de apoio submetidos à cirurgia bariátrica entre os anos de
2010 a 2016 pela técnica Bypass gástrico, verificou-se que 82% são do sexo feminino e 18% do sexo masculino. A
idade variou de 22 a 71 anos, com média de 45 anos.
Com relação aos dados clínicos, observou-se que a média de peso e IMC pré-operatório foi de 122,86 ± 24,77
Kg e 48,00 ± 7,93 Kg/m² e do pós-operatório foi de 96,15 ± 24,18 Kg e 36,29 ± 7,63 Kg/m², havendo uma redução de
peso e IMC de 21,74% e 24,4%, respectivamente. Quanto às patologias constatou-se que 16% das pessoas são
portadoras da diabetes tipo 2, 43% das pessoas têm hipertensão arterial, 10% das pessoas têm dislipidemias e 31% das
pessoas possuem outros tipos de doenças.
Portanto, foi constatada uma perda de peso efetiva, com redução significativa do IMC. Assim, verificou-se que o
acompanhamento do estado nutricional dos pacientes no pré e pós-cirúrgico, foi essencial para que houvesse a perda de
peso gradual e deste modo, contribuindo para a manutenção e consequentemente garantindo o sucesso do tratamento.

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Avaliação do peso de pacientes após a cirurgia bariátrica

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