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Lei Maria da Penha

Art. 226. (...)


§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações.
Competência mista

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência DomésNca e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e
criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da práNca de violência
domésNca e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta
Lei, subsidiada pela legislação processual perNnente.
Lei 13.894/19

Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução


de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens.
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da
ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no
juízo onde estiver.
Compete ao juízo da vara especializada em violência doméstica e familiar a
apreciação do pedido de imposição de medida protetiva de manutenção de
vínculo trabalhista, por até seis meses, em razão de afastamento do trabalho de
ofendida decorrente de violência doméstica e familiar.

(STJ, REsp 1.757.775-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 20/08/2019, DJe 02/09/2019, Info 665)
Lei Maria da Penha
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência domésNca e familiar contra
a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento esico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade domésNca, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação ínNma de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste arNgo independem de
orientação sexual.
Enunciado 600 da Súmula do STJ

Para a configuração da violência domésNca e familiar prevista no arNgo 5º da Lei


n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e
víNma.
(CESPE – DPE/RR 2013) Com base no disposto na Lei Maria da Penha — Lei n.º
11.340/2006 —, assinale a opção correta.
A A lei em pauta estabelece a habitualidade das condutas como requisito configurador
das infrações nela contempladas, ou seja, como elemento constitutivo do tipo.
B Caso uma empregada doméstica, maior e capaz, ao receber a notícia que será
despedida, sob a suspeita da prática de furtos, agrida seu patrão — este com sessenta e
sete anos de idade — e fuja, tal conduta da empregada em face do patrão caracterizará
violência doméstica expressamente tipificada na lei em questão.
C A violência familiar, assim considerada para efeitos da lei em pauta, engloba a praticada
entre pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar ou por vontade expressa.
D O conflito entre vizinhas de que resulte violência física e agressões verbais constitui
evento que integra a esfera da violência doméstica e familiar de que trata a lei em apreço.
E Para a caracterização de violência doméstica e familiar é imprescindível a existência de
vínculo familiar entre o agente e o paciente.
Lei 13.871/19
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a
tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os
recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas
unidades de saúde que prestarem os serviços.
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e
disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar
amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar
ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem
configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.
Procedimento

A autoridade policial deverá remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,


expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
medidas protetivas de urgência!

ATENÇÃO: A medida protetiva por ser deferida pela própria autoridade policial,
na modalidade afastamento do lar (Lei nº 13.827/19).
Procedimento

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à


integridade ;sica da mulher em situação de violência domés@ca e
familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia.
Procedimento

• Pedido de protetivas
• Decisão em 48h
• Encaminhamento pro órgão de assistência judiciária, se for o
caso
• Encaminhamento ao MP
• Pode pedir as protetivas?
Procedimento

Art. 19. (...)


§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
ou violados.

* Caráter rebus sic stantibus


Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admiNda a decretação da
prisão prevenNva:
(...)

III - se o crime envolver violência domésNca e familiar contra a mulher, criança,


adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garanNr a
execução das medidas proteNvas de urgência;
(FCC – DPE/MA 20188) Sobre os aspectos processuais da Lei Maria da Penha é
correto afirmar que
A a prática de contravenção penal, ainda que no âmbito de violência doméstica, não
é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva do réu.
B nos casos de lesão corporal culposa praticada contra mulher em âmbito doméstico,
a ação penal será pública condicionada.
C segundo reiteradas decisões do Superior Tribunal de Justiça, a suspensão
condicional do processo e a transação penal se aplicam às contravenções penais
praticadas no âmbito da Lei Maria da Penha.
D nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do oferecimento da denúncia.
E a ofendida deverá estar acompanhada de advogado ou defensor público para
requerer a concessão de medidas protetivas.
Duração e executoriedade da medida protetiva

2. Controverte-se no presente recurso ordinário em habeas corpus, se a decisão


proferida no processo penal que fixa alimentos provisórios ou provisionais em
favor da então companheira e de sua filha, em razão da prática de violência
doméstica, estribada no art. 22, V, da Lei n. 11.340/2006 e, no caso dos autos,
ratificada em acordo homologado judicialmente no bojo da correlata execução
de alimentos constitui título hábil para cobrança (e, em caso de
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil) ou se, para tal
propósito, seria necessário o ajuizamento, no prazo de 30 (trinta) dias, de ação
principal de alimentos (propriamente dita), sob pena de decadência do direito.
3. A medida protetiva de alimentos, fixada por Juízo materialmente competente é, por si,
válida e eficaz, não se encontrando, para esses efeitos, condicionada à ratificação de
qualquer outro Juízo, no bojo de outra ação, do que decorre sua natureza satisfativa, e não
cautelar. Tal decisão consubstancia, em si, título judicial idôneo a autorizar a credora de
alimentos a levar a efeito, imediatamente, as providências judiciais para a sua cobrança, com
os correspondentes meios coercitivos que a lei dispõe. Compreensão diversa tornaria inócuo
o propósito de se conferir efetiva proteção à mulher, em situação de hipervulnerabilidade,
indiscutivelmente.
(...)
5.1 O dever de prestar alimentos, seja em relação à mulher, como decorrência do dever de
mútua assistência, seja em relação aos filhos, como corolário do dever de sustento, afigura-se
sensivelmente agravado nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. Nesse
contexto de violência, a mulher encontra-se em situação de hipervulnerabilidade, na medida
em que, não raras as vezes, por manter dependência econômica com o seu agressor se não
por si, mas, principalmente, pelos filhos em comum , a sua subsistência, assim como a de
seus filhos, apresenta-se gravemente comprometida e ameaçada.
5.2 A par da fixação de alimentos, destinados a garantir a subsistência da mulher em situação
de hipervulnerabilidade, o magistrado deve, impreterivelmente, determinar outras medidas
protetivas destinadas justamente a cessar, de modo eficaz, a situação de violência doméstica
imposta à mulher. Compreender que a interrupção das agressões, por intermédio da
intervenção judicial, seria suficiente para findar o dever de prestação de alimentos (a essa
altura, se reconhecido, sem nenhum efeito prático) equivaleria a reconhecer a sua própria
dispensabilidade, ou mesmo inutilidade, o que, a toda evidência, não é o propósito da lei. A
cessação da situação de violência não importa, necessariamente, o fim da situação de
hipervulnerabilidade em que a mulher se encontra submetida, a qual os alimentos
provisórios ou provisionais visam, efetivamente, contemporizar.
5.3 A revogação da decisão que fixa a medida protetiva de alimentos depende de decisão
judicial que reconheça a cessação de tal situação, cabendo, pois, ao devedor de alimentos
promover as providências judiciais para tal propósito, sem o que não há falar em
exaurimento da obrigação alimentar.
(STJ, RHC 100.446/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 27/11/2018, DJe 05/12/2018, Info 640)
Medidas prote5vas

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas proteNvas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
(...)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
Ação penal pública condicionada à representação

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à


representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes
do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
(FUNDEP – DPE/MG 2019) Concluído inquérito policial que apurou crime de
ameaça (art. 147 do Código Penal) praticado em situação de violência
doméstica, a defesa técnica, antes do oferecimento da denúncia, apresentou
carta na qual a vítima dizia que não tinha mais interesse na condenação do
suposto autor do fato.
Diante disso, o juiz deverá
A declarar a extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de
representação.
B designar audiência especial para confirmar a renúncia ao direito de
representação.
C designar audiência de conciliação, na qual será possibilitada a composição
civil e a transação penal.
D conceder vistas ao Ministério Público para eventual oferecimento de
denúncia.
Art. 41. Aos crimes praNcados com violência domésNca e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995.

Enunciado 542 da Súmula do STJ - A ação penal relaNva ao crime de lesão


corporal resultante de violência domésNca contra a mulher é pública
incondicionada.
II - Nos crimes praNcados no âmbito de violência domésNca, a palavra da víNma
possui especial relevância, uma vez que são comeNdos, em sua grande maioria,
às escondidas, sem a presença de testemunhas. Precedentes.

(RHC 115.554/RS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em
01/10/2019, DJe 16/10/2019)
Enunciado 589 da Súmula STJ

É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais


praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Enunciado 588 da Súmula do STJ

A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou


grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos.
RECURSO ESPECIAL. RECURSO SUBMETIDO AO RITO DOS REPETITIVOS (ART.
1.036 DO CPC, C/C O ART. 256, I, DO RISTJ). VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO MÍNIMA. ART. 397, IV, DO
CPP. PEDIDO NECESSÁRIO. PRODUÇÃO DE PROVA ESPECÍFICA DISPENSÁVEL.
DANO IN RE IPSA. FIXAÇÃO CONSOANTE PRUDENTE ARBÍTRIO DO JUÍZO.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(STJ, Tema 983 dos Recursos RepeNNvos)
A reconciliação entre a vítima e o agressor, no âmbito da violência doméstica e
familiar contra a mulher, não é fundamento suficiente para afastar a
necessidade de fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados
pela infração penal.

(STJ, REsp 1.819.504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 10/09/2019, DJe 30/09/2019, Info 657)

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