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Alaor Saccomano
Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo
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Inversores vetoriais:
Explorando
os fundamentos
Alaor Mousa Saccomano
s inversores de freqüência a questão: como funciona o controle cessitam, além do valor de sua in-
MECATRÔNICA ATUAL Nº
MECATRÔNICA ATUAL Nº 8
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AUTOMAÇÃO
entre o sentido da corrente elétrica Tensão induzida por movimen- que é responsável pelo fluxo, e no-
induzida em um circuito e o campo to relativo: Quando determinado con- venta graus defasado deste, isto é,
magnético variável que a induziu. Ele dutor atravessa ou se movimenta em quadratura, o eixo de quadratura
observou que, ao induzirmos uma (certamente com velocidade) sobre que responde pelo torque.
corrente em um condutor ou grupo um campo magnético, surge no mes- Assumiremos, a partir daqui, a
destes, ela criará um campo que se mo certa f.e.m. (força eletromotriz) figura 3 como nosso ponto de apoio.
oporá à variação do campo que a induzida devido ao movimento, que Temos nesta uma MI, especificamen-
produziu. Assim, em uma bobina, pode ser dada por: te, um motor “gaiola de esquilo” isto
quando sujeita à ação de uma cor- é, no estator estão os enrolamentos
rente induzida, sempre aparecerá um onde: trifásicos defasados 120 o entre si e
campo que se oporá a qualquer varia- B: densidade do fluxo no rotor apenas barras cur to-
ção de campo magnético sobre si. q: cargas elétricas do condutor circuitadas. Lembrando que utilizare-
Guardando as devidas proporções, v: velocidade do movimento. mos como aproximação à conven-
podemos dizer que há uma certa ção do desacoplamento da MCC
inércia na bobina quando da forma- O CONTROLE VETORIAL (máquina de corrente contínua), ou
ção de campo magnético. melhor dizendo, a idéia é demons-
Tensão induzida ou indução Para entendermos o controle trar de um modo simples como po-
eletromagnética: Quando um ímã se vetorial de campo, devemos lembrar demos “modelar” um motor polifásico
move sobre um condutor ou próximo que a idéia é controlar a velocidade (no caso trifásico) em um sistema
(melhor, no interior) de uma bobina e o torque de modo independente, de dois eixos, sendo um deles o de
haverá a indução de um campo mag- como em uma MCC (máquina de campo de excitação e o outro de
nético (tensão induzida) sobre a mes- corrente contínua), só que aplicando quadratura ou enrolamento de com-
ma. Cessado o movimento, também o conceito em uma MI (máquina de pensação. Consideraremos, com
cessa o efeito. indução, preferencialmente do tipo muita aproximação, que o número de
Campo magnético: Quando um motor assíncrono trifásico). Na MCC, espiras do enrolamento do estator é
condutor é percorrido por uma cor- temos sempre um eixo do campo, o mesmo do rotor. Isto se faz neces-
rente elétrica, surge em torno deste sário para simplificar os cálculos.
um campo magnético proporcional à Se a corrente iqs for repentinamen-
corrente. O sentido das linhas do cam- te injetada no enrolamento sQ, tere-
po magnético estabelecido pode ser mos, pela lei de Lenz, que a corren-
obtido pela famosa “ regra da mão te que irá fluir no rotor o fará causan-
direita”: segure o condutor com a sua do um fluxo que se oporá ao incre-
mão direita de maneira que o dedo mento da corrente no enrolamento
polegar aponte o sentido da corrente sQ. As direções das correntes estão
(figura 2). Os seus dedos apontarão marcadas na figura 3. O sentido de
no sentido das linhas de campo. Já i’r é oposto ao de iqs.
quanto a uma espira (bobina), o cam- O efeito da injeção de corrente no
po magnético gerado dependerá do estator pode ser mais bem explica-
raio da espira e da intensidade da do através de um diagrama espacial
corrente elétrica. Quanto maior a cor- vetorial (figura 4). As adições das
rente, maior o valor do campo. Quan- Figura 2 - Regra da mão direita. correntes ids e iqs geram a corrente
to maior o raio da espira, menor o estatórica, de modo que logo após a
valor do campo. injeção da corrente, teremos:
Intensidade de campo magné-
tico (H): É a força magnética dada Então, facilmente percebe-se que
por unidade de pólo magnético, co- a corrente que gera os pólos magné-
nhecida também como força ticos no enrolamento estatórico, dita
magnetizante. corrente magnetizante, é a corrente
Fluxo magnético (Φ): É o núme- do eixo D.
ro total de linhas de força, que for- Desse modo, temos que o rotor
mam um campo magnético. irá se movimentar. Mas suponhamos
Densidade do fluxo magnético que o rotor seja mantido travado e,
(B): É o número de linhas de força não havendo movimente no rotor, não
que atravessam perpendicularmente há o aparecimento de f.e.m. de mo-
certa área. vimento, levando a corrente a se des-
Força magnetomotriz (f.m.m ou Figura 3 - Diagrama conceitual de uma MI vanecer, por causa da constante de
): É a força pontual ao longo do ca- com o enrolamento estatórico em tempo L/R do circuito do rotor. Isto é
minho do fluxo. quadratura..
notado pelo decréscimo do vetor i’r.
Nesta situação, o vetor corrente Denominaremos, como na maioria dos A corrente de magnetização é
magnetizante e fluxo não coincidem artigos acadêmicos, de ρ este ângu- calculada a partir de:
com o eixo D. lo. Ele não pode ser medido diretamen-
Para que o eixo d permaneça ali- te, mas sim estimado. Um modo se-
nhado com o vetor corrente de ria verificar a taxa de variação desse
magnetização, há a necessidade de ângulo com o passar do tempo em Todas as variáveis das duas ex-
que o estator se movimente de um função da corrente e velocidade de pressões anteriores podem ser cal-
certo incremente (figura 5), que cha- evolução do rotor. Assim, temos: culadas a partir da velocidade an-
maremos de δµ m, em direção a i s. gular do motor e da corrente do
Porém como é sabido que o estator estator, tendo já as informações de
é fixo, quem se movimenta, em sen- indutância de magnetização, cons-
tido oposto, é o rotor. Havendo, en- sendo: tante rotórica, resistências de
tão, movimento relativo do rotor em ω: a velocidade angular do eixo rotor estator e rotor e indutância de rotor
relação ao estator, melhor dizendo, isq: corrente estatórica referenciada ao e estator, potência e velocidade no-
ao fluxo magnético do estator, ocor- eixo q minal. Em sistemas com realimen-
re que as barras do rotor cortam o imr: corrente de magnetização tação via encoder, terá a medição
fluxo, tendo conseqüentemente ten- tr: constante rotórica direta da velocidade angular do rotor.
são induzida nas barras. Observe Quanto aos sistemas em que a
que se tem tensão induzida de mo- mesma é estimada, tem-se a forma-
vimento relativo. ção sensorless.
Na figura 6, temos que ir conti- O processador do sistema deve-
nuará ortogonal (isto é, 90o defasa- rá decompor a corrente resultante do
dos) do fluxo magnetizante. estator, que na realidade é compos-
Mantendo-se o fluxo constante, ta pelas correntes das fases R-S-T,
isto é, a parcela da corrente estatórica defasadas 120o elétricos e equilibra-
que se responsabiliza pela das em um sistema de dois eixos
magnetização da MI, isto é, a corren- ortogonais como nas MCC, mas ali-
te id deve ser mantida constante, o nhadas com o enrolamento do
torque se controlará pela parcela da estator. Essa “transformação de co-
Figura 4 - Vetores espaciais da MI em
corrente excedente exigida para gerá- quadratura, momentos após a injeção ordenadas” é matematicamente pro-
lo. A corrente iq, que se pode dizer de corrente. cessada utilizando-se um sistema
que é controlada independentemente matricial de transformação:
no sistema, gerará torque elétrico (TE)
proporcional ao seu valor:
MECATRÔNICA ATUAL Nº
MECATRÔNICA ATUAL Nº 8
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CONCLUSÃO