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Uma Leitura de Os Herdeiros Bourdieu e P
Uma Leitura de Os Herdeiros Bourdieu e P
Resenha
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Trabalho da disciplina de Tópicos Especiais: Estudos exemplares em Ciências Sociais ministrada pelo
professor João Pedro Simões Neto, do Programa de Pós-graduação em Sociologia Política da UFSC. 1ª
semestre de 2015.
refere-se a cultura da escola. Esta, não seria imparcial, pois reconhece e aceita como
legítima apenas uma cultura, a cultura da classe dominante. O mito do “dom” é posto
em xeque pelos autores que percebem este, como o resultado das desigualdades sociais
que fazem com que “[...] uma maior ou menor afinidade entre os hábitos culturais de
uma classe e as exigências do sistema de ensino ou os critérios que para ele definem o
sucesso.”.
Nesta parte do livro, há uma tentativa de desenvolver conceitos que consigam
apreender e compreender a complexidade das relações de dominação entre as classes.
Assim, o “arbitrário cultural”, conceito relevante em “A reprodução”, é esboçado aqui
de uma maneira mais simples.
O que os autores querem dizer é que entre as várias “culturas” existentes entre as
classes sociais, apenas uma (da classe dominante) é reconhecida e legitimada pela
escola. Nesse sentido, as desigualdades sociais são asseguradas pelo sistema de ensino,
pois consequentemente os filhos das classes dominantes terão mais facilidade em se
adequar a esse meio. Por outro lado, também se rompe o paradigma de que a escola
seria uma via de ascenção social igualitária.
No segundo capítulo “Jogo sérios e jogos de seriedade” os autores se utilizam de
dados qualitativos sobre a percepção que os estudantes tem de sí próprios. O que está
em relevo nesta parte do estudo “é a adesão ao jogo intelectual e aos valores” que nunca
são independente da origem social (BOURDIEU, PASSERON, 2014, p. 74). Nesse
sentido, os autores ressaltam:
Mantendo com seu futuro uma relação contraditória, o estudante pode reunir o
desprezo explicíto no que concerne aos meios racionais que permitiriam
dominá-lo e a adesão vergonhosa às receitas e aos truques, mais mágicos que
técnicos, que lhe permitem exorcizar as ameaças. (BOURDIEU, PASSERON,
2014, p. 87).
Referências