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Osiris Martinez Olmos Português 603

RESUMO: MAR MORTO DE JORGE AMADO


O livro fala sobre a vida dos marinheiros no Cais da Bahia, sobre a sua conexão com o Mar
e com Iemanjá, Dona dos Mares e dos Saveiros. O protagonista é Guma, um marinheiro muito
corajoso que orgulhosamente aceitaba seu destino de se afogar no mar e que era admirado
e amado por todos no Cais. A história fala de sua vida desde a infância até sua morte.
Guma foi criado pelo tio, o velho Francisco. Desde muito jovem ensinou-lhe as leis do cais e
transmitiu-lhe esse amor pelos saveiros e pelo mar. A mãe de Guma, o entregou ao pai logo
que ele nasceu e Frederico, pai de Guma, morreu na tempestade para salvar o Francisco.
Um dia a mãe de Guma chega para levar o menino, más o velho Francisco não entregaria o
seu sobrinho para uma mulher da vida e só apresentá-la ao filho. Guma, em primeira
instância, pensou que essa mulher era uma prostituta que seu tio trouxera para se tornar
homem e ficou assustado ao saber que ela era sua mãe. Foi a primeira vez que Guma
experimentou o amor maternal e depois nunca mais a viu.
Eventualmente Guma se transformou num homem e começou a navegar no "Valente". Nessa
época, chegou ao cais Rosa Palmeirão. A fama dela corria o mundo, e todo marinheiro a
conhecia: navalha na saia, punhal no peito, deu em seis soldados, comeu vinte prisões, bateu
em muito homem. Ela conheceu Guma e se enrolou com ele por um tempo. Eles eram amantes,
mas às vezes ela tinha uma certa ternura maternal com ele. Porque ela sempre quis ter um
filho, mas era velha demais para isso.
Guma ganhou fama no cais numa noite de tempestade quando Godofredo, comandante da
Companhia, ofereceu duzentos mil réis, mais cem mil réis do seu bolso, para um mestre que
trouxesse o “Canavieiras”, que estava fora, sem poder entrar e pedindo socorro. Seus dois
filhos estavam dentro. Guma aceitou o desafio, resgatou o saveiro e salvou a tripulação.
Depois, uma noite, na festa de Iemanjá, Guma viu por primeira vez a Lívia e ficou
enrabichado dela. Essa noite falou com Rosa Palmeirão e ela entendeu que eles não ficariam
mais juntos. Então ela decidiu deixar o cais, mas primeiro pediu um favor a ele. Que quando
tivesse o primeiro filho e fosse ela ainda mais velha, a aceitasse na sua casa e a deixasse
criar o filho como se fosse sua avó, já que seu maior desejo sempre foi ser mãe. Guma aceitou
e Rosa Palmeirão partiu.
Nos dias seguintes, Guma tentou encontrar aquela linda moça que vira na festa, mas não
teve sucesso. Até o Rodolfo, malvisto no cais, conta a Guma que tinha uma irmã, que ele não
conhecia. Ela queria ver Guma para agradecer-lhe, pois alguns da tripulação do
“Canavieiras” (navio salvo por Guma) eram seus parentes. Pela descrição que Rodolfo fez
da garota, Guma soube que era a mulher que ele tinha procurado.
Antes de se encontrar com Lívia, Guma teve que fazer uma viagem onde viu morrer um colega
marinheiro, vítima de um tiro. Isso o fez pensar que esse era o destino de todas as esposas
de marinheiros, ver seus homens morrer e ficar sozinhas com os filhos. Mas isso não o impediu
de ir ao encontro de Lívia, que também retribuiu seus sentimentos de amor. A família dela,
que era da cidade e não estava acostumada a viver no cais, não aceitou o relacionamento.

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Para que os amantes se casassem, Guma teve que raptar a Lívia, levando-a para outro porto
no seu saveiro, até que a família dela aceitasse o casamento.
Desde o primeiro dia de casamento Lívia entendeu que o destino dos marinheiros é morrer
afogados no mar, todos aceitaram esse destino, até suas esposas. Mas a Lívia não nasceu no
mar, ela não aceitava essa ideia e por isso, vivia com medo de que um dia Guma não voltasse
ou voltasse morto de uma das suas viagens. Por isso não queria que seu futuro filho fosse
marinheiro, para que tivesse um destino melhor.
Ela era uma boa esposa, muito dedicada ao marido e sempre preocupada por ele. Seus
vizinhos eram Rufino e Esmeralda. Rufino era amigo de infância de Guma e Esmeralda havia
se tornado amiga de Lívia, embora fossem muito diferentes. Viviam muito bem, até que Guma
envolveu-se com Esmeralda que o perseguia, no mesmo tempo Lívia deu a notícia de que
estava grávida. Rufino descobriu a infidelidade, matou Esmeralda e depois se matou de
desgosto.
Numa noite de tempestade, o saveiro de Guma naufraga e devem levá-lo ao médico da
comunidade. Com o choque, o parto de Lívia chega antes e nasce seu primeiro filho essa
mesma noite. Guma não sabe como vai sustentar seu filho e Lívia agora que não tem saveiro
e não pode trabalhar. A família dela tenta convencê-lo de deixar o cais e trabalhar com
eles na cidade, mas Guma não quer sair do mar, quer que seu filho se transforme num
marinheiro como ele.
Com a ajuda do Dr. Rodrigo, comprou de João Caçula, para pagar em parcelas, um saveiro
que chamou de “Paquete Voador”. Mas a situação estava ruim para todos, não havia
trabalho e ele estava muito atrasado no pagamento do saveiro. Ele havia prometido a Lívia
que depois de um ano eles teriam economizado dinheiro suficiente para se mudar para a
cidade, mas o dinheiro não dava para viver e pagar suas dívidas.
Toufick, um árabe comerciante, propõe a Guma que aceite transportar o contrabando de
sedas, assim podia ganhar, de uma só vez, até quinhentos mil réis e pagar o seu saveiro em
dois ou três meses. Guma reluta, mas, por extrema necessidade, aceita o serviço. Em algumas
viagens, Guma já pagou as dívidas do saveiro e tem pouco dinheiro para economizar para
poder se mudar com Lívia e seu filho para a cidade. Lívia descobre que ele trabalha em
negócios ilegais, mas como falta pouco para eles saírem do cais, ela o perdoa.
Na última viagem, chega a tempestade e o “Paquete Voador” naufraga. Guma salva ao
Toufick e F. Murad (chefe dos árabes), suplica pelo filho na praia. Guma volta ao mar, pega
o jovem que é jogado na praia pela forte correnteza. Numa luta mortal com tubarões, Guma
desaparece. O vento joga o “Paquete Voador” na areia do porto.
Quando Lívia recebe a notícia da morte de Guma, lhe oferecem para comprar o "Pacote
Voador", mas ela não aceita porque é a única coisa que tem do seu marido. Ela fica no
comando do saveiro e aprende a navegar, agora ela é uma mulher como a Rosa Palmeirão
era. E quando O velho Francisco, olhando para o mar, vê Lívia em pé, no “Paquete Voador”.
Diz que é Iemanjá mesma.

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