Você está na página 1de 31

ESCOLA

SUPERIOR
DE EDUCAÇÃO
POLITÉCNICO
DO PORTO

L LICENCIATURA – 1.º Ano


Gestão de Património Cultural (Pós-Laboral)

Redação de Trabalhos Científicos


Mariana Leite
Mariana Sousa

01/2022
Politécnico do Porto

Escola Superior de Educação

Mariana Correia Leite


Mariana Falcão Lhano de Sousa

Redação de Trabalhos Científicos

Trabalho de grupo

Licenciatura em Gestão de Património Cultural

Docente: Prof. Pedro José Lopes da Silva

Porto, janeiro de 2022


RESUMO ANALÍTICO

O presente trabalho académico surgiu no âmbito da unidade curricular de Metodologias do


Trabalho Científico inserida no plano de estudos do 1º ano de Licenciatura do curso de Gestão
de Património Cultural. De país para país as normas de formatação são diferentes, de forma a
possibilitar a comunicação entre todos os pesquisadores. As normas bibliográficas mais
utilizadas são a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Chicago, APA (American
Psychological Association) e Vancouver. As pesquisas e trabalhos académicos que, outrora,
eram feitos de forma livre e sem critérios, são agora redigidos de acordo com a formatação e
linguagem específica da comunidade científica.

As normas utilizadas na ESE (Escola Superior de Educação) são as normas APA e serão então
utilizadas, na sua versão mais recente (7.ª edição), como conteúdo e como referência de modo
a orientar e auxiliar o desenvolvimento de trabalhos científicos escritos pela comunidade
académica.

Deste modo, este documento serve para definir critérios metodológicos não só para os
estudantes dos vários patamares académicos, mas também para os docentes no processo de
leitura e de avaliação

Palavras-chave: Trabalhos Científicos; Redação; APA; Referências.


ABSTRACT

The present academic work emerged within the curricular unit of Methodologies of Scientific
Work inserted in the Cultural Heritage Management’s 1st year of graduation. Throughout
countries the format standards are different, in order to enable communication between
researchers. The most commonly used standards are ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), Chicago, APA and Vancouver. The research and academic works that were once
done freely and without criteria are now written according to the specific formatting and
language of the scientific community.

The standards used in the ESE (Escola Superior de Educação) are the APA standards and
therefore will be used, in its most recent version (7th edition), as investigative content and as
reference in order to guide and assist the development of scientific works written by the
academic community.

In this way, this document serves to define methodological criteria not only for students of
the various academic levels, but also for the teachers in the process of reading and evaluation.

Keywords: Scientific Work; Redaction; APA; References.


LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome

APA – American Psychological Association

ATM – Automated Teller Machine

DGPC - Direção Geral de Património Cultural

ESE – Escola Superior de Educação

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

NBR – Norma Brasileira

SI – Sistema Internacional

SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

UE - União Europeia
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela explicativa do tamanho de letra dos elementos estruturais.


LISTA DE FIGURAS

Ilustração 1 – Normas para citação de citação. Fonte: APA 7ed.


Ilustração 2 – Normas para citação no texto. Fonte APA 7ed.
Ilustração 3 – Exemplo de referenciação bibliográfica. Fonte: APA7ed.
Ilustração 4 – Normas de referenciação bibliográfica para 1 ou vários autores. Fonte: APA 7
ed.
Ilustração 5 – Norma bibliográfica para livros. Fonte: APA 7ed.
Ilustração 6 – Normas bibliográficas para trabalhos académicos. Fonte: APA 7ed.
Ilustração 7 – Norma bibliográfica para trabalhos académicos. Fonte: APA 7ed.
Ilustração 8 – Normas bibliográficas para sites web. Fonte: APA 7ed.
Ilustração 9 – Normas bibliográficas para livros eletrónicos. Fonte: APA 7ed.
ÍNDICE

1. TRABALHOS CIENTÍFICOS.................................................................................................. 10
1.1. O QUE É E PARA QUE SERVEM ................................................................................. 10
1.2. PLÁGIO: COMO IDENTIFICAR .................................................................................... 11

2. A REDAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO ........................................................................... 12


2.1. RECOMENDAÇÕES PARA A ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO .......................................... 12
2.2. COERENCIA E CLAREZA DO DISCURSO ..................................................................... 13
2.2.1. PONTUAÇÃO ............................................................................................................... 13
2.2.2. SIGLAS E ACRÓNIMOS ................................................................................................ 16
2.2.3. ABREVIATURAS ........................................................................................................... 18
2.3. FORMATAÇÃO DE TEXTO.......................................................................................... 19
2.3.1. TAMANHO E TIPO DE LETRA ....................................................................................... 19
2.3.2. ESPAÇAMNETO ........................................................................................................... 20
2.3.3. ALINHAMENTO ........................................................................................................... 20
2.3.4. PAGINAÇÃO ................................................................................................................ 20

3. NORMAS APA.................................................................................................................... 22
3.1. CITAÇÕES .................................................................................................................. 22
3.1.1. DIRETAS INDIRETAS E CITAÇÕES DE CITAÇÕES .......................................................... 22
3.1.2. CITAÇÃO NO TEXTO .................................................................................................... 24
3.2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 25
INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda a complexidade da elaboração de um trabalho científico. São necessários


rigorosos métodos de investigação, fundamentação científica e conhecimento dos autores
citados, assim como das suas obras. É também necessário ter cuidados com a linguagem
utilizada na redação de texto e seguir os critérios das normas APA (American Psychological
Association) para a referenciação bibliográfica. O principal erro a evitar é o plágio, já que o
uso de material de terceiros sem a devida referenciação ou citação é um ato punido por lei.

As normas APA são utilizadas por toda a comunidade académica nas diversas áreas de estudo
e por isso serão a principal base para a redação do nosso trabalho.
Posto isto, tencionamos mostrar de forma sucinta quais os pontos principais a incluir num
trabalho escrito e qual a forma correta de o fazer.

Como alunos do ensino superior, a primeira questão que nos surge é como fazer um trabalho
escrito e por isso pretendemos que este trabalho académico sirva para auxiliar/orientar todos
os colegas e interessados na elaboração de futuros trabalhos com teor científico. Foram
utilizadas referências autorais como as de Umberto Eco e outros trabalhos científicos de
diferentes instituições.
Apesar de não ser um trabalho completo, esperamos que cumpra o objetivo proposto e que
promova a produção científica fidedigna e de qualidade.
1. TRABALHOS CIENTÍFICOS

1.1. O QUE É E PARA QUE SERVEM

O trabalho científico está presente nas nossas vidas académicas desde sempre. Desde cedo
que somos incitados a fazer pesquisas e retirar de fontes fidedignas de informação para
conseguir fundamentar um tema ou a ideia proposta. Um trabalho científico não só terá que
ter como base o conhecimento científico e requerer uma exaustiva investigação como deverá
apresentar rigorosos critérios de formatação e redação para que se cumpra todas as normas
impostas para a elaboração do mesmo. Segundo as normas ABNT (NBR 6022), um trabalho
científico é “uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos,
técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento.”

Para fins académicos este tipo de documento serve para difundir e comparar novos
conhecimentos e experiências de forma segura e legal, visto que todos têm que ser avaliados
e validados, para que sejam publicados num meio científico e para que sirvam de referência a
todos os interessados. Permitem também dar protagonismo aos autores e às obras citadas ou
referenciadas.

Como obedecem a metodologias especiais, as regras a seguir para a redação e formatação de


trabalhos podem ser diferentes de país para país. As normas mais utilizadas no mundo
académico e científico são as ABNT, Chicago, APA e Vancouver.

Segundo as regras da ESE as normas a utilizar na elaboração de trabalhos são as normas APA
e é baseado nelas que este documento foi estruturado. Dentro do universo científico há
diversas tipologias de trabalhos como: o relatório; o fichamento; o artigo; monografias ou TCC
(trabalho de conclusão de curso); dissertação de mestrado; tese de doutoramento, entre
outros, e todos eles têm diretrizes distintas.
1.2. PLÁGIO: COMO IDENTIFICAR

O pior inimigo dos autores de trabalhos científicos e não científicos - Plágio. É o “roubo
literário ou científico”, “ato ou efeito de plagiar”. É “apresentar como seu aquilo que copiou
ou imitou de obras alheias” (Costa & Melo 1994, p. 1407). O plágio é algo que sempre existiu.
A facilidade de acesso e a infinita quantidade de informações que a internet tem vindo a
proporcionar, torna o plágio mais apelativo e algo mais difícil de identificar, no entanto veio
desvendar algumas apropriações em vários documentos, nunca antes identificadas.

Nas instituições académicas há regras para a punição deste ato, sendo os trabalhos, teses,
reflexões, entre outros, reprovados pelo avaliador. A utilização indevida de conteúdos é
punida por lei, por outras palavras:

“Nos meios académicos, o plágio é uma ofensa muito séria; só a invenção de dados é considerada mais grave. Quando o plágio é
comprovado numa universidade de prestígio, a sanção é única: professores são demitidos, graduados perdem seus diplomas, e
estudantes são expulsos (...). Fora da academia, o plagiário arrisca-se a cair no descrédito e a ser levado perante o tribunal face a
exigências para compensar o autor legítimo pelos danos sofridos” (COUGHLIN & LANGA 1997, p. 220)”

Os docentes e/ou avaliadores têm mecanismos para identificar a cópia. Existem diferentes
tipos de softwares que analisam os textos e identificam as partes plagiadas. Quando é feito
no meio universitário, é, normalmente, feito sem intenção e por pura distração do autor. A
má aplicação de pontuação adequada para a transcrição de alguma palavra ou frase, pode
levar ao erro do plágio.

A única forma de evitar o plágio é fazer a referenciação de forma correta, consoante as normas
APA. É necessário ter em conta todas as fontes utilizadas na produção de texto e utilização de
imagens de outrem, por isso para não se perder as fontes, à medida que se vai construindo o
texto, anota-se também de onde foi retirada aquela informação. É de extrema importância,
não esquecer de colocar essa citação, nas referências bibliográficas
2. A REDAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO

2.1. RECOMENDAÇÕES PARA A ESTRUTURAÇÃO DO


TEXTO

Um trabalho bem estruturado implica, não só o conhecimento do conteúdo apresentado, mas


também conhecimento de formatação. Ou seja, um trabalho com rigor científico pode não
obter o destaque pretendido devido à forma inadequada de como foi redigido e, pode,
consequentemente, provocar confusão ao leitor/avaliador.

Não querendo limitar o processo criativo de escrita existem algumas recomendações para que
seja construído um texto científico com seriedade:

• Estruturação de texto em três pontos principais: Introdução, Desenvolvimento e


Conclusão;
• Conteúdo em coerência com o tema, ou seja, não dispersar da problemática a abordar;
• Frases curtas e convictas;
• Evitar dar a opinião pessoal, apenas quando pedido ou necessário;
• Parágrafos com sequência lógica e encadeamento de ideias utilizando exemplos. Não
podem ser muito curtos nem muito extensos.

Relembramos que a elaboração de trabalhos científicos não é exclusiva para o meio


académico ou científico, mas sim para todos os interessados e por isso a redação do trabalho
tem que ser feita de modo a alguém que esteja fora de contexto consiga entender as ideias
apresentadas.
2.2. COERÊNCIA E CLAREZA DO DISCURSO

Assim como a estrutura externa do texto obedece a certas regras, a estrutura interna também.
O discurso e a linguagem utilizada têm de estar de acordo com o tema do trabalho. Isto
significa que a linguagem utilizada tem que ser clara, objetiva e concisa. Portanto para uma
maior fluidez do discurso, é de se evitar:

• Os neologismos, redundâncias e coloquialismos. Os neologismos podem ocorrer de


várias formas. Por processos fonológicos, ex.: tique-taque; processos sintáticos, ex.: antimíssil
e por empréstimo, ex.: blogue;
• As abreviaturas (sem explicação), regionalismos, um exemplo famosíssimo:
Fino/Imperial;
• Erros na língua portuguesa;
• Uso exagerado de estrangeirismos. Quando utilizados apresentá-los sempre em Itálico;
• Advérbios e adjetivos desnecessários.

Cumprir as diretrizes de construção de texto, internas e externas, demonstra que o autor do


trabalho tem bom conhecimento da língua portuguesa e facilidade na construção no discurso
escrito. As palavras mal-empregues podem pôr em causa o seguimento e a explicação de um
assunto.

2.2.1. PONTUAÇÃO

Os sinais gráficos de pontuação utilizam-se com o propósito de apresentar certas


características como a entoação, assinalar as diferentes partes de uma frase e transmitir
valores discursivos. Cada sinal de pontuação tem o seu próprio significado e tanto a falta
destes elementos como o seu uso exagerado contribuem para um texto confuso e
desagradável de ler. O conhecimento da língua portuguesa é extremamente importante para
a redação de um texto, seja ele científico ou académico.
Passamos agora a explicar a função dos diferentes sinais de pontuação:
O ponto final é utilizado para:

• fazer uma pausa fixa no final de uma frase. Ex.: Hoje fui trabalhar.
• utilizado no fim das abreviaturas. Ex.: Dr. ou Dr.ª.
• assinalar numeração de capítulos, alíneas e pontos. Ex.: 1.; 2.3.1.

A vírgula é o sinal de pontuação mais utilizado na língua portuguesa e dos sinais mais
desprezados. Existem até escritores, jornalistas, e outros que são especialistas nos extremos
- ou não usam ou usam de mais. Este elemento tem como função:

• separar os elementos de uma enumeração. Ex.: Comprei Abacaxi, Maçã, Morangos.


• dividir datas e modificadores. Ex.: Hoje, vi o João.
• destacar o vocativo. Ex.: Maria, volta aqui.
• antes da utilização de conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo),
conclusivas (logo, portanto, por isso) e explicativas (pois, que…).
• separar elementos explicativos.
• separar as orações adjetivas e explicativas que contêm informações secundárias.

É também o sinal que gera mais confusão e uma maior propensão a erros ortográficos. Os
erros mais comuns são fazer a separação entre o sujeito e o verbo e usar apenas uma das
vírgulas na intercalação de orações subordinadas e subordinantes - usam-se as duas, quando
imprescindível, ou nenhuma, quando prescindível.

A utilização da vírgula pode determinar o sentido da frase, transformando-a numa frase com
sentido informativo (Vou comer, meus amigos!) ou numa frase com sentido macabro (Vou
comer meus amigos!).

O ponto e vírgula, deve ser utilizado em casos como:


• separação de orações coordenadas assindéticas (orações que não têm conjunção) que
tenham uma relação entre elas. Ex.: A pandemia causou estragos; a cultura está parada.
• separação de orações muito extensas. Ex.: Cheguei cedo e, ao almoço, continuei o
trabalho; mas não o terminei.
• separação de vários itens de uma numeração, essencialmente quando já existem
vírgulas entre eles. Ex: Compareceram: António Costa, primeiro-ministro; Marcelo Rebelo de
Sousa, presidente da república; Graça Fonseca, ministra da cultura, e Marta Temido, ministra
da saúde.

Na língua portuguesa, a utilização do sinal de dois pontos tem um uso muito simplificado.
Serve para:

• introduzir um discurso direto;


• aclamar uma citação ou numeração;
• introduzir uma síntese ou esclarecimento.

A utilização de ponto de exclamação não é usual nem crucial nos trabalhos académicos. Deve
ser evitado nos títulos, e nos trabalhos científicos só deve aparecer quando está entre aspas
(aquando de uma citação).

As reticências são utilizadas, nos trabalhos científicos, quando indicam a interrupção de uma
frase, a fim de sugerir a supressão de uma parte do texto que não tem importância para o
assunto em causa. São geralmente usadas para a redução das citações.

No caso do travessão, a sua utilização acontece:

• como indicação de mudança de um interlocutor no discurso direto;


• a fim de isolar a fala do personagem e a do narrador;
• de modo a destacar ou isolar palavras e expressões dentro de uma frase.
Num trabalho científico, para além da pontuação, existem sinais auxiliares de escrita com um
objetivo único de destacar palavras/expressões, citações e referências tendo em conta o
contexto onde se inserem. Esses sinais são, as aspas, os parênteses curvos e os parênteses
retos. Cada um deles obedece também a regras de utilização.
As aspas são utilizadas para:

• assinalar o início e o fim de uma citação


• citar o nome de um artigo, livro, parte de uma obra
• salientar estrangeirismos ou expressões pouco comuns.

Os parênteses curvos são utilizados para acrescentar informações à frase, inserir um


comentário (sendo que nos referimos a trabalhos científicos, não são aceitáveis opiniões) e
para assinalar alíneas.

Os parênteses retos são utilizados em situações específicas, relacionadas apenas com


citações. A sua função é assinalar a supressão de uma citação e introduzir um elemento
subentendido numa citação. “Todas estas intervenções do autor no material alheio devem ser
tornadas explícitas" (Serrano, 2004, p.127). Neste sentido, a utilização de parênteses retos
permite o destacamento de ideias do autor e até permite dar opinião. Todavia a utilização
destes deve ser cuidada, porque estamos “sob risco (...) de deturparmos o sentido original do
texto e, em última análise, de estarmos a infringir o mandamento da citação exata.” (Serrano,
2004, p.127)

2.2.2. SIGLAS E ACRÓNIMOS

Uma sigla tem como propósito abreviar algumas expressões mais longas, que são
constantemente repetidas e abordadas ao longo do trabalho. Assim, se durante o trabalho se
recorrer ao termo Direção Geral de Património Cultural, o texto tornar-se-á mais leve se
optarmos por utilizar a sigla do organismo: DGPC. A sigla é obtida ao juntar a primeira letra ou
sílaba de cada palavra e normalmente as preposições (a, sob, sobre, em, etc.) não são
consideradas. São lidas pronunciando as letras uma a uma. Exemplos de siglas: UE (União
Europeia), ATM (Automated Teller Machine).

Para que o texto seja bem esquematizado e fluido é necessário ter atenção a algumas
questões, tais como:

• A sigla deve ser escrita em letras maiúsculas e sem pontos a separá-las. Ex.: (DGPC e
não D.G.P.C.);
• Não devem ser escritas no plural;
• Na primeira vez que alguma expressão for utilizada, deve ser escrita de forma completa
e apresentar a sigla, a seguir, entre parênteses curvos. Ex.: "A Direção-Geral do Património
Cultural (DGPC) é responsável pela gestão do património cultural em Portugal continental.”
(Website, DGPC);
• Caso a utilização entre siglas for espaçada (por exemplo, a primeira vez que é lida
encontra-se na pág. 15 e é mais tarde, referida, novamente, na pág. 80), deve-se utilizar a
explicação entre parênteses curvos, para que o leitor não tenha que procurar o significado da
sigla em páginas anteriores;
• Não devem ser utilizadas nos títulos e nos resumos, pois o leitor pode não ter acesso
à lista de siglas que pode ou não constar no trabalho;
• É importante ter cuidado na utilização das siglas. Tem que haver concordância entre a
sigla e a língua utilizada na redação do trabalho, como por exemplo: SIDA (em português),
AIDS (em brasileiro);
• Se a sigla for utilizada em ilustrações, quadros ou esquemas, esta deve ser explicada
na legenda, apesar de já estarem assinaladas na lista de siglas;
• As siglas não devem ser utilizadas em exagero, uma vez que pode tornar a leitura mais
complicada, fazendo com que o leitor faça uma consulta contínua da lista de siglas ou notas
em rodapé.
Os acrónimos obedecem às mesmas regras referidas em cima. São diferentes das siglas, uma
vez que são pronunciados como uma única palavra. Exemplo de acrónimos: INEM (Instituto
Nacional de Emergência Médica), ESE (Escola Superior de Educação).

2.2.3. ABREVIATURAS

As abreviaturas são palavras que, de forma voluntária, resultam da perda de algumas sílabas.
Segundo Serrano (2004), há “(...) três razões que justificam esta amputação: motivações de
ordem financeira (a impressão de cada letra pode medir-se em cifrões), aproveitamento de
espaços exíguos (como, por exemplo, em quadros e figuras) e o peso da tradição, pois já não
passa pela cabeça de ninguém escrever et cetera por etc. ou logaritmo negativo da atividade
do ião hidrogénio em vez de pH.” (p.82)

As abreviaturas distinguem-se das siglas, porque conservam a grafia original da palavra, as


abreviaturas pronunciam-se na totalidade, como uma palavra só e não de forma abreviada.
Ex.: perante a abreviatura Km, lê-se quilómetro e não letra por letra - capa eme.

Seguido da última letra da abreviatura deve colocar-se um ponto (.) que separa a abreviatura
do texto. Ex.: ed. que significa edição, cap. que significa capítulo e até mesmo o ex. que
significa exemplo.

Como todos os auxiliares de discurso é imperativo que se tenha atenção na utilização de


abreviaturas. É de evitar:

• O uso em partes do texto que sejam narrativas;


• A sua utilização nos títulos e resumos pelos mesmos motivos das siglas e dos
acrónimos;
• A falta de explicação de abreviaturas nos esquemas, quadros e nas ilustrações. Devem
ser explicadas nas notas de rodapé, assim como na lista de abreviaturas.
A utilização de abreviaturas que sejam reconhecidas pelo SI (Sistema Internacional), como
medidas de peso/medida ou símbolos químicos, não requer a sua explicação, no entanto as
abreviaturas de peso/medida, devem ser utilizadas de forma correta e sempre antecedidas
por um número.

As listas de abreviaturas, assim como as outras, são facultativas, mas sempre que
apresentadas nos trabalhos, é necessária a descrição dos seus significados, por ordem
alfabética da primeira letra.

2.3. FORMATAÇÃO DE TEXTO

2.3.1. TAMANHO E TIPO DE LETRA

Para a construção de texto de um trabalho científico o tipo de letra a ser utilizado é “de
preferência o Times New Roman, número 12” ou “Arial também (...) usada com tamanho de
letra 12 ou 13.” (Filho & Almeida, 2010, p.138).

Os títulos dos diferentes capítulos, devem ter um tamanho de letra superior ao corpo de texto,
ou seja, se no corpo de texto usamos o tamanho 12, os títulos do capítulo têm de ter um
tamanho 15. Em relação aos subtítulos, este tem que ser menor que o título do capítulo (15),
e maior que o corpo de texto (12), isto significa que o subtítulo terá o tamanho 13.

Avaliando o template para a elaboração de tese, que nos é fornecido pela ESE, os elementos
para construção encontram-se disponíveis automaticamente, fazendo formatações
autonomamente. Segundo as formatações do documento, o tipo de letra é Porto Sans, e o
tamanho varia nos seguintes elementos textuais:
Elemento Corpo de Cabeçalho e Notas de
Títulos Subtítulos Legendas
estrutural texto Rodapé rodapé

Tamanho 18 16 12 8 8 8

Tabela 1 – Elementos estruturais e tamanhos. Autoria própria.


No entanto, estas indicações ficam ao critério dos docentes. O tipo de letra a utilizar não deve
ser escolhido de ânimo leve e deve ter em conta a facilidade de leitura do público-alvo.

2.3.2. ESPAÇAMNETO

O espaçamento das margens em geral deve ter no mínimo 2,5cm, no entanto é recomendado
um tamanho maior na margem superior, cerca de 3,5cm e a margem esquerda também deve
ter um espaçamento maior, por exemplo 4cm, uma vez que é a margem onde, se necessário,
se vai fazer a encadernação da redação. Por norma esta configuração já é automatizada nos
processadores de texto como por exemplo, o Microsoft Word.

As regras para o espaçamento entre as linhas, é recomendado e necessário seguir à risca para
que o texto se torne fácil de ler e que seja fácil a identificação de conteúdos. Portanto, para o
espaçamento entre linhas recomenda-se 1,5 cm. Pode ainda deixar-se um espaço maior entre
os parágrafos e estes podem começar ligeiramente mais à frente das restantes linhas, isto vai
facilitar a leitura do texto.

2.3.3. ALINHAMENTO

O alinhamento deve ser feito verticalmente e à esquerda, embora haja casos específicos onde
o alinhamento pode ser à direita. As palavras no final das linhas não devem ser separadas por
hífen, isto acontece quando o texto está justificado.

2.3.4. PAGINAÇÃO

A contagem das páginas de um trabalho científico começa na introdução, e só a partir desta,


é que a numeração das páginas deve estar incluída nas folhas. No entanto, todas as páginas
são contabilizadas, apenas não são numeradas. Isto quer dizer que, um trabalho com capa,
folha de rosto, agradecimentos, resumo e índice, na introdução irá aparecer o número “6” e
as anteriores não vão ter número. Para trabalhos mais elaborados e com um teor mais formal,
as páginas que antecedem a introdução são numeradas em romano (I, II, III, ...) e da introdução
até à bibliografia a numeração passa a ser feita através da numeração conhecida por todos, a
árabe. As páginas devem ser numeradas de uma forma sequencial, de preferência no canto
inferior direito. Podem também ser numeradas na posição central (tanto no final como no
início da folha).
3. NORMAS APA 1

O estilo APA é um “sistema de citação autor-data aplicado na área das Ciências Sociais e
Humanas''. Estas normas permitem que a realização de referências e citações bibliográficas
sejam feitas de forma consciente, evitando assim a apropriação de ideias e/ou conceitos e
têm que ser utilizadas ao longo de todo o trabalho, de forma a manter a uniformidade da
estrutura. Existem vários estilos para além da APA para ser feita a referenciação, como, ABNT,
Vancouver, Chicago.

A ESE utiliza a mais recente edição do estilo de referenciação, APA (APA 7ed) e é através das
suas normas que será construído este trabalho e esta secção.

3.1. CITAÇÕES

“Durante a redação do texto (...) teve de referir trabalhos de outros autores, que o ajudaram
a fundamentar (teórica e empiricamente) os seus enquadramentos, argumentos e
comparações. Essas menções podem ser feitas de duas maneiras: citando diretamente as
linhas que lhe interessam desses autores (transcrição), ou integrando as ideias ou afirmações
dos autores no seu próprio discurso e, se este for o caso, terá cometido uma paráfrase. Ambos
os métodos são legítimos para inserir no texto material de outros autores, mas a paráfrase é
mais difícil de praticar do que a transcrição, pois implica uma fusão das afirmações de outros
autores no nosso próprio discurso, procedimento que exige uma subordinação do nosso
pensamento ao que outros escreveram.” (Serrano, 1996, pp.114/115)

3.1.1. DIRETAS INDIRETAS E CITAÇÕES DE CITAÇÕES

As citações indiretas acontecem quando é exposta uma ideia de outros autores, mas escrita
por palavras próprias e diferente da inicial. Este tipo de citação é o mais utilizado e com

1
Todas as ilustrações utilizadas com exemplos foram transcritas diretamente de APA, 7ed.
continuidade durante um trabalho científico. Todavia estas citações também têm critérios de
identificação e de créditos do autor do documento consultado originalmente. “(...) a
transmissão do conhecimento dos autores dos documentos consultados deve ser sempre
acompanhada da citação ao mesmo, ou seja, a referência em texto ao Apelido do autor, Ano
de publicação e a localização (páginas).” (APA 7ed, 2020. P. 9)

Quando falamos em citação indireta, esta acontece quando se inclui uma transcrição fiel ao
autor do documento que foi consultado. Esta citação pode ser breve ou extensa. Segundo as
normas da APA 7ed, durante uma citação direta breve o texto transcrito não deve exceder 40
palavras, a transcrição está introduzida no próprio texto e entre aspas, na referência da
citação deve incluir a página (ou o intervalo destas) de que foi retirada a transcrição. Por
conseguinte, numa citação direta extensa o texto transcrito tem mais de 40 palavras, este tipo
de citação deve ainda ser destacada do restante texto, ou seja, deve ter uma margem mais
avançada (0,5” polegadas = 1,27cm) em todas as linhas da transcrição e ainda um
espaçamento duplo entre elas. Caso a transcrição tenha dois ou mais parágrafos, a primeira
linha do segundo parágrafo deve ter um avanço de margem maior do que as 0,5” polegadas
referidas acima. Conforme a regra referida no tipo de citação referida acima, esta também
deve conter a página (ou intervalo de páginas) de que a transcrição foi retirada. Para além dos
dois tipos de citação já mencionados, existe ainda a citação de citação que acontece quando
o autor do trabalho científico encontra na sua pesquisa uma transcrição, mas não tem acesso
ao texto original da mesma. Este tipo de citação não é a mais recomendada pela APA 7ed, só
deve ser utilizada quando o trabalho ou documento original não estiver disponível.

Ilustração 1 – Normas para citação de citação. Fonte: APA 7ed.


3.1.2. CITAÇÃO NO TEXTO

A seguinte imagem foi retirada do documento de APA 7ed., para que pudéssemos expor os
exemplos de citações no texto com maior rigor. As normas apresentadas abaixo, são para as
citações efetuadas no texto redigido.

Ilustração 2 – Normas para citação no texto. Fonte APA 7ed.


3.2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As referências bibliográficas/bibliografia é o inventário onde se “(...) deve conter apenas a


lista das obras consultadas e qualquer outra solução seria desonesta” (ECO 1980, p. 201).

São apresentados os detalhes dos documentos para que seja fácil fazer a sua identificação. Tal
como todos os aspetos que têm sido desenvolvidos ao longo deste documento, obedecem a
determinadas regras, a construção de bibliografia também:

• Devem estar situadas no final dos trabalhos académicos ou científicos;


• Devem ser apresentados apenas documentos citados ao longo do texto e todas as
citações devem corresponder a uma referência bibliográfica;
• Não deve constar nenhum dado pessoal, como, e-mails, entrevistas pessoais, etc.;
• A primeira letra do Título tem que ser letra maiúscula;
• A informação e o detalhe dos dados têm que ser iguais para todas as referências.

Exemplo:

Ilustração 3 – Exemplo de referenciação bibliográfica. Fonte: APA7ed.

Ilustração 4 – Normas de referenciação bibliográfica para 1 ou vários autores. Fonte: APA


7 ed.
Pela análise do documento da APA, conseguimos entender que as referências bibliográficas
são diferentes consoante a sua tipologia e o seu formato. Neste trabalho abordamos as
tipologias que consideramos ser as mais utilizadas no meio académico que são,
nomeadamente, nos formatos impresso e digital:

• Livros;
• Site Web
• Outros trabalhos científicos como, Dissertações de Mestrado e Teses de
Doutoramento.

Formato impresso:

Por razões obvias e autoexplicativas é impossível fazer uma referência bibliográfica de um site
web em formato impresso.

Ilustração 5 – Norma bibliográfica para livros. Fonte: APA 7ed.

Ilustração 6 – Normas bibliográficas para trabalhos académicos. Fonte: APA 7ed.


Formato digital:

Ilustração 9 – Normas bibliográficas para livros eletrónicos. Fonte: APA


7ed.

Ilustração 8 – Normas bibliográficas para sites web. Fonte: APA 7ed.

Ilustração 7 – Norma bibliográfica para trabalhos académicos. Fonte:


APA 7ed.
CONCLUSÃO

Durante o processo de elaboração deste trabalho académico, fomo-nos deparando com as


dificuldades comuns a todos os estudantes do 1.º ciclo de estudos universitários. A construção
de um trabalho com rigor científico é mais complexa do que aquilo que aparenta e é
impreterível seguir todas as normas impostas. O nosso objetivo primário é demonstrar
conhecimento das normas e, de certa forma, elucidar todos os leitores no tópico da redação
de um trabalho científico.

Como bons investigadores, a pesquisa foi intensiva e não nos restringimos a apenas uma fonte
de informação, no entanto, as normas APA 7ed. Provaram ser o nosso “refúgio bibliográfico”.
Apelamos assim ao seguimento rigoroso das normas e regras apresentadas no decorrer deste
documento, para que os futuros trabalhos académicos sejam assentes na credibilidade e
obtenham o merecido mérito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil. Como elaborar um trabalho escrito


académico e científico: normas para a sua estruturação e escrita. (2012, outubro)
https://bit.ly/3ncmAa1

Coelho, B. (2021.02.03). Guia completo sobre os principais tipos e modelos de trabalhos


científicos. Mettzer. Trabalho científico: um guia com modelos e principais tipos (mettzer.com)

Coughlin, P., & Langa, J. (1997). Claro e Directo: como escrever um ensaio. 2 ed. 1 vols. Maputo:
Peter Coughlin.

Doity Team. O que é um trabalho científico. Doity. https://doity.com.br/blog/trabalho-


cientifico/

Eco, U. (2007). Como se faz uma tese em ciências humanas. Editorial Presença.
https://drive.google.com/file/d/0B2QTZ6XmnexkTzk4OW52a3V1ZWM/view?resourcekey=0-
1du841Jv7QXRoDyH3owuJA

Fogaça, A., & Kfuri, M. (2010). Como escrever um livro científico.


https://bit.ly/3f7c1Rg

ISAG. Normas para a elaboração de trabalhos académicos e científico.


https://bit.ly/3tbV9kH

Ladeira, S. Trabalhos Científicos: o que são e dicas de como escrevê-los. Even3Blog. Trabalhos
científicos: o que são, tipos, como diferenciar e escrever (even3.com.br)

Pereira, A., & Poupa, C. (2018, abril). Como escrever uma tese, monografia ou livro científico
usando o word.
https://bit.ly/3GasvUw
Pimenta, C. Investigar e redigir uma tese em contexto interdisciplinar. Google.
https://www.fep.up.pt/docentes/cpimenta/textos/html/FI0506/aulas/fi05_0013_03.pdf

Politécnico de Leiria (2018, junho). Guia de elaboração de trabalhos académicos. Moodle ESE.
Guia de elaboração de trabalhos académicos_2018.pdf

PRAVALER. Artigo científico: guia completo com tudo o que precisa saber. PRAVALER. Artigo
científico - guia completo com tudo que você precisa saber | PRAVALER

Serrano, P. (2004). Redação e apresentação de trabalhos científicos. Relógio d’água.

Universidade de Aveiro. (2020). APA sétima edição.


ESCOLA
SUPERIOR
DE EDUCAÇÃO
POLITÉCNICO
DO PORTO

LICENCIATURA – 1.º Ano


L Gestão de Património Cultural (Pós-Laboral)

Redação de Trabalhos Científicos


Mariana Leite
Mariana Sousa

Você também pode gostar