Você está na página 1de 2

A praça da Ribeira consta na carta

régia de D. João I, datada de 17 de


março de 1389 (a data de edificação
da praça é desconhecida). Durante o
século XVIII foi levada a cabo uma
reforma feita por João de Almada e
Melo (o grande reformador da cidade
do porto) em conjunto com John
Whitehead (arquiteto inglês que era,
na época, cônsul do Porto). Essa
reforma previa um projeto audaz que
Figura 1- Praça da Ribeira 1389 visava renovar a praça para algo mais
urbano, tornando-a a principal da
cidade. No centro da praça iria ser construído um chafariz que do ponto de vista arquitetónico
seria enquadrado com as restantes construções previstas no projeto. Devido a algumas
adversidades, a ideia projetada por João de Almada e Melo sofreu alterações e em 1784, dois
anos antes da sua morte, a fonte foi construída sem projeto base feito pelo arquiteto, que
consistia em construir duas arcadas no prédio que iria ligar as duas artérias da fonte, ao invés
disso, foi construída a fonte sem esses alicerces.

Anos mais tarde, obras de pavimento na Praça da Ribeira, foram descobertos restos do antigo
chafariz, foi então reconstruído e juntamente com ele foi erguida uma escultura decorativa, o
“Cubo”, da autoria do escultor José Rodrigues, a fonte passou a ser conhecida como Fonte do
Cubo. A obra foi criada em 1983 por José Rodrigues, como já foi referido, que apear de não ter
nascido na cidade invicta, escolheu-a
para expor a sua obra. Construído
entre o chafariz Almadino e as águas
do Rio Douro, a peça acabou por se
tornar o coração da Ribeira, com
uma proporção harmoniosa como o
“período almadino”, que chegou ao
Porto na segunda metade do seculo
XVIII e foi u dos mais marcantes,
simbolizou uma renovação do antigo
burgues e a configuração de uma
Figura 2- O cubo nova cidade. Esta obra gerou
bastante controvérsia aquando da
sua criação, a opinião dos habitantes da cidade do Porto era distinta, havia quem gostasse e
outros que nem compreendiam porque lá estava. Laura Castro, especialista em arte pública e
atual diretora regional da Cultura do Norte referiu que a arte contemporânea acabou por se
encarregar do significado da peça, “(…) em vez de dar significado a algo, esperou que ele fosse
construído, que nascesse da relação que as pessoas viriam a construir com a escultura.” (
https://www.porto.pt/pt/noticia/historias-da-cidade-ha-um-sitio-de-proporcoes-perfeitas-
que-nao-e-um-lugar-e-um-sentimento-ou-varios ).

Atualmente a “Praça da Ribeira” é popularmente aclamada por “Praça


do Cubo”, a escultura acabou por adotar o papel de cartão de visita da
cidade, contrariando o que foi criticado aquando da sua construção.

Figura 3- O cubo

Você também pode gostar