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Transformações urbanas no Rio metrópole

• Com a chegada da corte em 1808 foi alavancado um processo de renovação


urbana ampla no Rio de Janeiro para que sua estética se tornasse condizente
ao seu novo status de sede do Império Português.

• Dentre as muitas melhorias podemos citar:

• construção de pontes e pavimentação das ruas do centro


• construção de chafarizes para abastecimento de água da população
• aumento espontâneo na edificação de sobrados
• construção de teatros e biblioteca
• instalação de iluminação pública
• construção de órgão de imprensa oficial e banco do governo
• e construção do Jardim Botânico
• A construção do Teatro Real São João
(1813)

• Teatro S. João tinha a função de


demarcar o novo território político da
capital.

• E a mensagem era - o Rio definia um


importante espaço de sociabilidade

• Segundo Sérgio Barra, algumas


construções, como o Teatro S. João, são
“marcos físicos de poder e civilização e
cuja presença no espaço urbano deveria
refletir, através de sua arquitetura e de
sua função, a magnificência, o poder e a
Civilização do Império.”
• A Coroa portuguesa abria as portas do Rio
de Janeiro aos valores vigentes na alta
cultura do mundo europeu “civilizado”

• Após incêndios e reformas, ele foi nomeado


como Teatro Imperial São Pedro de Alcântara
e por fim Teatro João Caetano.
• Na imagem abaixo, observa-se a Rua Direita (atual 1° de Março, RJ), em1860.
O sobrado em primeiro plano foi, no século XVII, a Casa dos Governadores,
passando seguidamente à “Casa dos Contos”.

• De 1815 a 1835 abrigou a sede do 1° Banco do Brasil. Nessa época os


sobrados coloniais ainda eram sinal de importância e destaque social
Chafarizes

• Dentre os vários chafarizes, que após o fornecimento de água


por encanamento (1833 sem sucesso e em1876) foram colocados
em desuso e muitos demolidos, encontra-se ainda edificado o
Chafariz da rua Riachuelo (1817)

• De autoria do Mestre João


Coelho Marinho
• E também o Chafariz Paulo Fernandes (1816),
que se encontra no Catumbi, na Rua Frei
Caneca.

• Não se sabe a autoria do projeto


• O Chafariz de Grandjean de Montigny (1848), que originalmente estava na atual
pç. 11 de junho, e hoje na pç. Afonso Viseu, é um exemplar muito bem preservado

• Ainda que construído após a independência do Brasil


(1822), é resultado direto do incremento econômico e de
profissionais qualificados trazidos pela corte ao país
• Mas muitos chafarizes foram demolidos. O Chafariz das Lavadeiras,
inaugurado em 1818, construído pelo intendente Paulo Fernandes Vianna, se
encaixa nessa situação

• O Chafariz das
Lavadeiras era
formado por uma
escadaria de cinco
degraus, em forma
circular que
permitia o acesso
ao tanque.
• Do seu corpo central saíam vinte e duas bicas que jorravam a água no tanque.
Fora da área central havia duas pias menores para os animais.

• Foi reformado em 1839 e demolido em 1873


• Dentre os vários chafarizes construídos após o retorno da corte a Portugal em
1821, também sabe-se por documentação que alguns possuíam uma escala
maior que a usual, e que tinha como objetivo não só abastecer a cidade, mas
promover uma nova paisagem urbana

• No Largo da Carioca,
em 1834 foi iniciada a
construção de um novo
chafariz, também
projetado pelo arquiteto
Grandjean de Montigny
• Inaugurado em 1848, tinha 35 bicas para o abastecimento da população,
tanques para as lavadeiras e um bebedouro de animais

• Foi demolido em 1925


• O chafariz do mercado (1834) é
também outro exemplar que foi
posteriormente demolido em 1911, junto
com o mercado da praia do peixe (ou
mercado da Candelária)

• O chafariz era formado por blocos de


pedra e tinha uma bacia circular. Em
cima dos blocos estavam assentadas
quatro esferas que suportavam uma
pirâmide quadrangular ornamentada por
um ouriço de bronze

• O desenho desse chafariz, assim como


muitos outros, foi do arquiteto Grandjean
de Montigny
• O Chafariz do Largo de Santa Rita (1839), construído pelo intendente Paulo
Fernandes Vianna, desapareceu em 1884 e posteriormente foi substituído por
outro exemplar

• Possuía a forma de um
polígono octogonal regular,
composto de quatro corpos
sobrepostos. Sobre o patamar,
levantava-se o tanque
octogonal, com oito bicas nas
respectivas faces

• Oito frades de pedra, dos


quais quatro suportavam um
mastro de ferro de onde
pendiam lampiões de azeite,
que completavam a
ornamentação.
Jardim Botânico

• Embora percebamos que as obras se


multiplicaram de forma pulverizada no Rio de
Janeiro, foi na região próxima à lagoa Rodrigo
de Freitas, próximo à atual Gávea, onde a mais
ampla transformação ocorrera.

• Ao erigir uma fábrica de pólvoras na sede do


recém apossado, Engenho da Lagoa, D. João
VI criou em seu entorno um jardim de
aclimatação (ou aclimação) para espécies
exóticas (1808)

• Hoje esse jardim se tornou espaço de lazer,


visitação e pesquisa, além de ser reconhecido
pela UNESCO como “Reserva da Biosfera”
• Além de muitos exemplares da
botânica, o jardim guarda em seu
espaço bens patrimoniais
arquitetônicos e arqueológicos
Ampliação de moradias

Construir uma corte real significava construir uma cidade ideal; uma
cidade na qual tanto a arquitetura mundana quanto a monumental,
juntamente com as práticas sociais e culturais dos seus residentes,
projetassem uma imagem inequivocamente poderosa e virtuosa da
autoridade e do governo reais. (SCHULTZ, 2008, p.157)

Em março de 1811 Viana propôs que a solução da crise na provisão de


habitações na Cidade Velha podia ser encontrada se a atenção fosse centrada
numa região fora do centro da cidade conhecida como Cidade Nova, aonde os
pântanos cobriam a maior parte de área.

Os residentes deveriam ser estimulados a secar e aterrar a área e construir


casas.

A imposição de padrões para a construção na área poderia ser disfarçada por


meio de isenções.

Mais importante, "as intervenções da coroa dariam fim à "liberdade mal


entendida" de construir como quiser, reforçando consequentemente a autoridade
do príncipe regente." (SCHULTZ, 2008, p.163).
Essa proposta foi reafirmada por Montigny em 1827, projetando uma nova malha
urbana para o mangue São Diogo - a “Cidade Nova”

Em 1851 o Barão de Mauá instalou na região uma “fábrica de gás”, o que


transformou socialmente a região. E a partir de 1860 o local adquiriu
definitivamente características de grupos proletários
Projeto Urbano
No mapa abaixo podemos ver algumas das áreas que
foram alvo de tentativa de projetos urbanos (1826),
por autoria de Grandjean de Montigny.

(CARVALHO, Amanda L. S. “O Rio de Janeiro a Partir da Chegada da


Corte Portuguesa: Planos, Intenções e Intervenções no Século XIX”)

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