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HISTÓRICO
Um aqueduto é uma obra de engenharia em pedra, madeira ou ferro, com o
objetivo de levar água de sítios onde ela é abundante para lugares onde vive
muita gente e há falta dela. Normalmente um aqueduto percorre grandes
distâncias, cruzando vales e rios e perfurando colinas. O seu aspecto exterior é o
de uma ou várias pontes e túneis, não para as pessoas passarem, mas para
conduzir água.
A maior parte dos aquedutos que ainda hoje existem estão situados junto às
grandes cidades. Como nas grandes cidades a população é muito numerosa e
concentrada, é natural que haja grandes necessidades de água.
O aqueduto mais antigo foi construído na Grécia há cerca de 2500 anos. Era
um túnel com 1280 metros de comprimento e situa-se próximo de Atenas. Os
Romanos também construíram muitos aquedutos um pouco por todo o seu
império. O maior de todos ainda existe. Foi construído em Cartago, na Tunísia, e
tem 141 Km de comprimento! Encontram-se restos de aquedutos romanos bem
conservados em Mérida e Segóvia (Espanha), Nimes (França) e Roma, entre
outros.
Primeiro, é quase certo que utilizou um recipiente tipo balde, atado a uma
corda que depois prendeu por um gancho. Mais tarde trocou este gancho por uma
roldana. O parafuso de Arquimedes, a picota e a nora são, por exemplo, nomes de
instrumentos de elevação da água que ficaram para sempre na História.
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Picota para tirar água de um poço
Lisboa é uma cidade banhada por um rio e até com um estuário muito
grande. O problema é que a água do estuário do Tejo é salgada. Lisboa nem
sempre teve água suficiente para abastecer a sua população. A falta de água
sempre marcou a vida da cidade e foi responsável por três rendições da História
de Lisboa: durante a ocupação árabe, quando cercada por D. Afonso Henriques
em 1147 e também durante o cerco dos castelhanos, em 1373. Ou seja, a falta de
água também era um problema de tipo militar, porque para conquistar Lisboa,
bastava cercá-la e a população acabava por render-se, não pela força ou pelo
medo das armas do inimigo, mas por causa da sede e também das doenças
(sobretudo a peste). Com a falta de água, havia menos higiene e, por isso, morria
muita gente de doenças contagiosas.
Lisboa, cidade banhada por um estuário muito grande, mas de água imprópria
para beber (fotografia via satélite)
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Os Romanos foram os primeiros a procurar uma solução para este problema
e construíram mesmo um aqueduto que trazia água da zona de Belas até à
cidade, para abastecer termas, balneários e fontes. Na Idade Média, já só
restavam alguns vestígios do antigo aqueduto romano que de pouco ou nada
serviam.
Mais tarde, o Rei D. Manuel também chegou a fazer planos para conduzir as
Águas Livres da região de Belas e Caneças até ao Rossio. Mas apesar da onda
de riqueza provocada pelo negócio das especiarias que os portugueses traziam do
Oriente para Lisboa, chegou-se à conclusão que não havia dinheiro suficiente para
pagar um projeto tão grande. E assim a sede e a sujidade continuaram a ser uma
doença grave em Lisboa.
Anos mais tarde Francisco de Holanda também aconselhou o Rei D.
Sebastião a construir um novo aqueduto, porque se dizia na época que "a cidade
de Lisboa morre de sede se não lhe dão água". O Rei, que ainda era muito novo,
até ficou entusiasmado com a idéia, mas como toda a gente sabe, acabou por
morrer em Alcácer Kibir (Marrocos), sem dar de beber a cidade e deixando o
Reino de Portugal nas mãos dos Filipes de Espanha.
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Finalmente o aqueduto e água com fartura! O povo aplaudiu a obra.
(Litografia, sem data, de Tomás da Anunciação)
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Chafariz das Amoreiras, o de Entrecampos, Janelas Verdes, Estrela, Rato, Carmo,
Esperança, Cais do Tojo, Flores e muitos outros. Alguns destes chafarizes
também tinham tanques para a lavagem de roupa.
Foi nesta época que, a par de outras profissões típicas da cidade, como os
limpa-chaminés, as leiteiras, as vendedoras saloias, a célebre mulher da fava-rica,
as lavadeiras de Caneças, surgiram os famosos aguadeiros. Os aguadeiros eram,
na sua maioria, homens de origem galega. Transportavam pelas ruas da cidade
barris de água que vendiam a quem passava. Abasteciam-se nos vários
chafarizes de Lisboa, esperando a sua vez nas longas filas de espera e percorriam
depois as ruas da cidade com os seus pregões - "Há água fresquinha! Quem quer,
quem quer?"
Aguadeiros
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A profissão de aguadeiro não podia ser exercida de qualquer maneira.
Tinham de se inscrever e de obter primeiro a autorização na Câmara e também
tinham de usar ao peito um emblema da cidade. Além disso, eram obrigados a dar
auxílio à população em caso de incêndio. Nesta época ainda não havia bombeiros
organizados como atualmente e, por isso, cada aguadeiro devia regressar a casa
sempre com um barril bem cheio.
Resta dizer que se contam muitas outras histórias sobre o aqueduto, como
aquela que fala do terrível assassino e ladrão Diogo Alves, que aproveitava os
esconderijos do aqueduto para cometer toda a espécie de crimes. E também se
diz que José Teixeira da Silva, o célebre Zé do Telhado, também andou pelo
aqueduto a fazer das suas.
Hoje ainda causa admiração a grandeza desta obra, pelo seu comprimento e
também pelas técnicas e materiais utilizados, tendo em conta a época da sua
construção (o século XVIII).
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Os canais de condução da água correm em troços subterrâneos, ventilados
por 137 clarabóias, ou aéreos, sobre um total de 127 arcos.
Sobre o Aqueduto, dos dois lados, existe o Passeio dos Arcos, que permitia a
passagem de pessoas e animais entre as colinas das Amoreiras (Campolide) e de
Monsanto (Serafina). Esta passagem foi encerrada ao público em 1852, por não
ser um local de passagem seguro, sobretudo à noite, devido à presença de vários
ladrões (ver capítulo 9 deste trabalho).
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O Aqueduto não passa despecebido a turistas e fotógrafos estrangeiros. Estas
duas fotos (Arco do Carvalhão e Rua das Amoreiras) são do fotógrafo sueco Eber
Ohlsson.
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Interior da Mãe-de-Água
O Aqueduto das Águas Livres parte de Caneças, segue pela zona de Belas, passa
pela Amadora e termina no Largo das Amoreiras, em Lisboa. Atravessa portanto
quatro concelhos: Loures, Sintra, Amadora e Lisboa, num percurso de 18,6 Km.
A parte mais imponente é o último troço, entre a colina de Monsanto e a colina das
Amoreiras, na zona ocidental da cidade, sobre o vale de Alcântara.
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Mapa da cidade de Lisboa com o traçado do Eixo norte-sul
e em que está bem assinalado o Aqueduto das Águas Livres.
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Além do Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, existem em Portugal outros
sete.
Há quem lhe chame Aqueduto de Sertório, mas não é verdade, porque não
foram os Romanos que o construíram. Quem o mandou edificar foi o nosso Rei D.
João III em 1534. E é possível que ele tenha sido construído no mesmo lugar onde
havia ruínas de um outro que os Romanos tinham feito muitos anos antes. Ao todo
tem uma extensão de 9 Km, entre a Herdade da Prata (conselho de Arraiolos) e a
cidade de Évora.
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• Aqueduto da Fonte dos Canos (Torres Vedras)
Foi mandado construir em 1561 pela Infanta Dª Maria, filha do nosso Rei D.
Manuel I, para abastecer de água a famosa Fonte dos Canos. Tem a forma de um
pavilhão semi-circular, com arcos ogivais (como o das Águas Livres, em Lisboa).
Mede 2 Km de comprimento, por vezes em arcaria dupla, sendo dois dos seus
arcos verdadeiramente monumentais.
AQUEDUTOS DE ROMA
Aqua Appia.
Appia.
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Anio Vetus
Acquedotto costruito tra il 272 e il 270 AC dai censori Manio Curio Dentato e
Flavio Flacco, con il bottino della vittoria contro Pirro. Raccoglieva le acque
dell'Aniene sopra Tivoli. Il condotto era per la maggior parte sotterraneo, ad
eccezione di alcuni ponti e giungeva in città nello stesso luogo dell'Aqua Appia per
terminare presso la porta Esquilina.
Aqua Marcia
Este aqueduto foi construído em 144 a.C. pelo pretor Quinto Marcio
Re. Recolhia as águas do alto da bacia do rio Aniene. Além de numerosos
restauros menores, foi em grande parte reconstruído na sequência de um
incremento da portada entre 11 e 4 a.C., sob o reinado de César Augusto.
O percurso era ora subterrâneo ora sobre arcadas (um troço de cerca de 9
km flanqueava a via Latina). Chegava a Roma na localidade ad spem
veterem, como os aquedutos precedentes, e cruzava a via Tiburtina sobre
um arco que mais tarde transformado na Porta Tiburtina da Muralha
Aureliana, terminando próximo da Porta Viminale. A distribuição atingia o
Capitólio, enquanto um ramo secundário (rivus Herculaneus) se dirigia para
o Celio e Aventino. Sob o reinado de Caracala (213 d.C.) foi realizada uma
ramificação da Aqua Antoniniana para as novas Termas, que atravessava a
via Appia sobre um arco (Arco de Druso). Um outro ramo secundário foi
utilizado para alimentar as Termas de Diocleciano.
Aqua Tepula
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Aqua Iulia
Aqua Virgo
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Aqua Alsietina
Aqua Traiana
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por Belisário e teve intervenções durante o papado de Honório I durante o século
VII. Pelos danos sofridos pelos Lombardos e pelos Sarracenos, sofreu novos
restauros entre os séculos VIII e IX e foi finalmente reconstruído como Acqua
Paola no século XVII. Chegava à cidade por um percurso quase totalmente
subterrâneo ao longo da Via Clodia e da Via Trionfale e, mais adiante, por arcadas
ao longo da via Aurelia.
Aqua Alexandrina
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• Acqua Paola: reconstrução de Aqua Traiana em 1605 a mando do papa
Paulo V, e obra de Giovanni Fontana e Carlo Maderno; termina com a
"Fontana dell'Acqua Paola]] no Gianicolo (1611). Foi alimentada por este
aqueduto também o Fontanone di Ponte Sisto, também referida como
Fontanone dei centro preti (fontanário dos cem pretos).
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AQUEDUTOS DO BRASIL
Aqueduto da Carioca
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1723, levando as águas à Fonte da Carioca, chafariz erguido também nesse ano,
que as distribuía à população no Campo de Santo Antônio.
A solução foi paliativa, uma vez que já em 1727 se registram as reclamações de
falta de água, atribuindo-se à ação de quilombolas (escravos fugitivos, que viviam
ocultos nas matas) a responsabilidade pela quebra dos canos. Mais tarde, o
governo pediu contas ao encarregado pela conservação da obra o qual, furtando-
se ao seu dever, evadiu-se. Foram estabelecidas, ainda, penas para os atos de
vandalismo contra a obra.
O governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763) determinou, em 1744,
a reconstrução do Aqueduto da Carioca, com pedra do país, diante do elevado
custo da cantaria vinda do reino. Com risco atribuído ao brigadeiro José
Fernandes Pinto Alpoim, recebeu a atual conformação, em arcaria de pedra e cal.
A Carta Régia de 2 de Maio de 1747 determinou que as águas fossem cobertas
por abóbada de tijolos, para evitar o seu desvio mal-intencionado.
Inaugurado em 1750, as águas brotaram aos pés do Convento de Santo
Antônio, em um chafariz de mármore, através de 16 bicas de bronze. Mais tarde
essa água seria estendida, através da Rua do Cano (atual Rua Sete de
Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça Quinze), onde os navios vinham
abastecer-se.
Na segunda metade do século XIX, durante o Império e, posteriormente,
diante do advento da República, novas alternativas para o abastecimento de água
aos moradores da cidade do Rio de Janeiro foram sendo utilizadas. O aqueduto, a
partir de 1896 passou a ser utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro
da Carril Carioca, principal meio de acesso do centro até aos altos do bairro de
Santa Teresa, até os dias de hoje.
Conservados pelo poder público, em nossos dias, os antigos arcos coloniais
servem de pano de fundo para diversos eventos, como as festividades da Semana
Santa e o tradicional Auto de Natal da cidade.
Aqueduto de Candelária
É um aqueduto localizado na cidade de Candelária, estado do Rio Grande
do Sul.
Obra arquitetônica de rara beleza, sem similar no Estado, situada na Linha
Curitiba, foi mandada construir por João Kochenborger, um dos primeiros
imigrantes alemães a chegar ao município, em 1862. Mede 304 metros de
comprimento e possui 79 arcos, artística e simetricamente distribuídos.
Tem 3 metros de altura e 97 cm de espessura, com exceção da base sobre
a qual está assentado, que é bem mais larga. Desconhece-se a data exata de sua
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construção. No entanto, pesquisadores locais concluíram que a edificação teria
sido feita entre os anos de 1868 e 1870.
Os milhares de tijolos empregados, segundo relatos de descendentes de
João Kochenborger, teriam sido prensados manualmente, um a um, e submetidos,
depois, ao necessário processo de cozimento na própria propriedade. Sobre o
dorso do Aqueduto, fluía a água captada no Arroio Molha Grande, que acionava
duas rodas d’água, gerando força motriz para mover um engenho de serra, um
moinho de milho e trigo, pilões para o cancheamento de erva-mate e um pequeno
descascador de arroz, estando tudo desativado há muitas décadas.
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Um dos dois túneis está programado a ser terminado em março em 2009.
O aqueduto leste transportará água dos cursos baixos do rio Amarelo à cidade de
Tianjin, norte da China.
Segundo a ONG, o consumo mundial de água cresceu duas vezes mais rápido
do que a população mundial no último século - e os países mais pobres devem
sofrer com isso, nos próximos anos.
Ainda de acordo com o relatório da Tearfund, a maioria das pessoas sem água
vão ser forçadas a deixar seus lares, provocando novas ondas de imigração.
Alimentos
Um dos piores efeitos da falta de água será o aumento do preço dos alimentos.
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Em 2025, a Tearfund acredita que o volume de água necessário para produzir
comida deve aumentar em 50%, devido ao crescimento populacional e à
demanda por melhor qualidade de vida.
Num mundo com cada vez menos água disponível, os países mais pobres vão
ter que escolher se usam a água para irrigação, ou para uso doméstico e
industrial.
"Para o 1,3 bilhão de pessoas que vive com US$ 1 por dia, o aumento do preço
dos alimentos resultado da falta de água pode ser fatal", diz o relatório da
Tearfund.
Gerenciamento
A ONG afirma que uma série de fatores colaboram com a crise que se avizinha,
entre eles o fracasso dos países em desenvolvimento em regular, gerenciar e
investir em seus recursos hídricos.
A população da China, por exemplo, deve crescer de 1,2 bilhão hoje para 1,5
bilhão em 2030, enquanto a demanda por água deve crescer 66% no mesmo
período.
Outro fator que aumenta a preocupação com a falta de água nos próximos anos
é o aquecimento global - alguns cientistas prevêem um aumento na ocorrência
de secas e o surgimento de mais desertos.
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Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo,
diz ONU
DAVID WILLEY da BBC Brasil, em Roma
Pouco mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo já não têm acesso a água
limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias, disse Pasquale
Steduto, diretor da unidade de gerenciamento dos recursos hídricos da FAO.
Segundo ele, mais de 2,5 bilhões não têm saneamento básico adequado.
A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de
toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos.
O que os agricultores têm que fazer, diz a FAO, é armazenar mais água da chuva
e reduzir o desperdício ao irrigar suas plantações.
"A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O
que é necessário é agir", afirma a agência das Nações Unidas.
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Falta de água limpa atinge mais de um bilhão de
pessoas
22 de março, 2007 - 11h07 GMT (08h07 Brasília)
A organização alerta que esse número pode dobrar até 2025, quando dois terços
da população mundial pode estar sofrendo com problemas ligados à escassez de
água limpa.
Segundo a OMS, 90% das mortes ocorrem entre crianças menores de cinco anos,
principalmente em países mais pobres.
“Para cada criança que morre, inúmeras outras sofrem de problemas de saúde,
produtividade reduzida e perda de oportunidades de educação”, disse a diretora-
geral da OMS, Margareth Chan.
Doenças
A água contaminada pode causar doenças com febre tifóide, cólera, malária,
dengue e febre hemorrágica.
Segundo Chan, muitas das doenças e mortes poderiam ser prevenidas com o uso
de conhecimentos e tecnologias básicas que já existem há anos.
A OMS alerta também que as mudanças climáticas podem piorar ainda mais a
situação, ao aumentar os períodos de seca, alterar os padrões de chuva e derreter
parte das geleiras do planeta.
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“Conflitos relacionados à água podem surgir em áreas atingidas entre a
comunidade local e também entre países, porque dividir um recurso essencial e
limitado é extremamente difícil.”
Monique Maia
da Agência Brasil
Brasília - Até o ano de 2027, cerca de 1,8 bilhão de pessoas em todo o mundo
podem sofrer com a escassez de água. E a agricultura será uma das principais
causas do desperdício. A informação foi divulgada pela Agência das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
“A irrigação para cultivos agrícolas responde, atualmente, por cerca de 70% de
toda a água potável retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos. O quadro
se aproxima dos 90% em vários países em desenvolvimento, onde existem cerca
de três quartos das fazendas do mundo”, alertou a FAO.
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Água para a Vida
O WWF-Brasil, que, em 2001, criou o Programa Água para a Vida, tem como
uma de suas premissas a busca de alternativa para os problemas relacionados
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à água no país, tendo como uma de suas linhas estratégicas o Fortalecimento
das Instituições Públicas e Privadas que atuam na Conservação e Gestão de
Água. Água não pode significar uma simples mercadoria a ser consumida, mas
sim um recurso essencial à vida.
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Importância da água
Existem várias medidas de poupança de água que todos nós deviamos adquirir:
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Propriedades da água
Nos organismos vivos
A água possui muitas propriedades incomuns que são críticas para a vida: é
um bom solvente e possui alta tensão superficial (0,07198 N m-1 a 25ºC). A água
pura tem sua maior densidade em 3,984ºC: 999,972 kg/m³ e tem valores de
densidade menor ao arrefecer e ao aquecer. Como uma molécula polar estável na
atmosfera, desempenha um papel importante como absorvente da radiação
infravermelha, crucial no efeito estufa da atmosfera. A água também possui um
calor específico peculiarmente alto (75,327 J mol-1 K-1 a 25 ºC), que desempenha
um grande papel na regulação do clima global.
A água dissolve vários tipos de substâncias polares e iônicas, como vários sais e
açúcar, e facilita sua interação química, que ajuda metabolismos complexos.
Apesar disso, algumas substâncias não se misturam bem com a água, incluindo
óleos e outras substâncias hidrofóbicas. Membranas celulares, compostas de
lipídios e proteínas, levam vantagem destas propriedades para controlar as
interações entre os seus conteúdos e químicos externos. Isto é facilitado pela
tensão da superfície da água.
Ponto de fusão
o H2O: 0ºC (273 K)
o D2O: 3,82ºC (276,82 K)
o T2O: 4,49ºC (277,49 K)
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Deutério
Trítio
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Água pesada
Ponto de ebulição
Cerca de dois terços da superfície da Terra está coberta por água, 97,2%
dos quais contêm os cinco oceanos. O aglomerado de gelo do Antártico contém
cerca de 90% de toda a água potável existente no planeta (em baixo). A água em
forma de vapor pode ser vista nas nuvens, contribuindo para o albedo da Terra.
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A Terra tem um índice médio de 37% a 39% enquanto que a Lua tem cerca
de 12%. Em Astronomia, o albedo dos satélites e asteróides pode ser utilizado
para inferir acerca da composição da superfície, especialmente sobre a
quantidade de gelo.
Distribuição
Na Terra há cerca de 1 360 000 000 km³ de água que se distribuem da
seguinte forma:
Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma
pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está sob a
forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só uma fração
muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está diretamente disponível
ao homem e aos outros organismos, sob a forma de lagos e rios, ou como
umidade presente no solo, na atmosfera e como componente dos mais diversos
organismos.
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Os estados da água
A água encontra-se em diversos estados físicos. Na atmosfera ela está em
estado gasoso, proveniente da evaporação de todas as superfícies úmidas –
mares, rios e lagos; em estado líquido é a mais usual forma da água, encontrada
nos grandes depósitos do planeta, nos oceanos e mares (água salgada), nos rios
e lagos (água doce) e também no subsolo, constituindo os chamados lençóis
freáticos em estado líquido. Para finalizar, também encontramos a água no estado
sólido, nas regiões frias do planeta. Do estado gasoso, presente na atmosfera, a
água se precipita em estado líquido, como chuva, orvalho ou nevoeiro, ou em
estado sólido, como neve ou granizo.
Certas águas continentais são enquadradas genericamente como água
doce e até inequivocamente estudadas como então, embora apresentem
pequenas mas evidentes concentrações de sais metálicos, ou seja alguma
salinidade, portanto devendo ser vistas como águas de "baixa salibridade" ou até
mesmo "águas oligo-halinas continentais". São águas que percorrem solos
(internos e/ou expostos), contendo carbonatos de cálcio, magnésio e sódio, entre
outros sais. Apresentam dureza e alcalinidade bem mais elevada que as
normalmente denominadas de "doce". Um exemplo típico é a maioria das águas
localizadas na região da Serra da Bodoquena (Mato Grosso do Sul, Brasil), com
alcalinidade e dureza variando de 150 mg CaCO3/L até acima de 300 mg
CaCO3/L.
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O ciclo hidrológico tem três componentes
principais:
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Água fornecida para abastecimento humano
Água mineral
Água caracterizada por ser uma água do subsolo e por ter um nível
relativamente constante de sais minerais e outros compostos. A água mineral não
é tratada, nem é acrescida de sais ou quaisquer outros elementos, tais como os
aditivos.
Água de mina
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Água purificada
Água artesiana
Água gaseificada
Água que não sofre adição de dióxido de carbono, ou seja é retirada da sua
fonte naturalmente com dióxido de carbono.
Conteúdo mineral
Segurança e saúde
A água da torneira pode ser contaminada por substâncias químicas ou
microorganismos prejudiciais à saúde pública. Mesmo substâncias indispensáveis
podem aparecer em excesso e ser muito prejudiciais em altas dosagens. Pode
ocorrer excesso de concentração cloro, flúor ou outras substâncias utilizadas no
tratamento. No entanto, devido às baixas dosagens utilizadas no tratamento e ao
controle do processo de tratamento esse tipo de ocorrência é raro.
As formas mais comuns de contaminação ocorrem em decorrência da
presença de poluentes despejados nos mananciais ou de microorganismos. Esse
tipo de contaminação é mais freqüente em localidades que não possuem
tratamento de água, mas em alguns casos, podem ocorrer mesmo em água
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tratada, devido a falhas no processo ou pela presença de poluentes que não
possam ser removidos pelo processo de tratamento normal.
Em muitos casos os contaminantes podem estar presentes mesmo em
águas minerais engarrafadas. As fontes de águas minerais podem encontrar-se
em regiões sujeitas à presença de poluentes que se infiltram no lençol freático e
mesmo após a filtração das rochas podem ainda estar presentes no ponto de
coleta.
Entre os contaminantes, podem ser encontradas, bactérias, protozoários e
fungos patogênicos, toxinas produzidas por algas ou por decomposição de
animais ou lixo. Além disso, toda sorte de compostos químicos decorrentes de
despejos industriais podem ocorrer, tais como fenol, cloro utilizado na indústria
papeleira, hidrocarbonetos presentes em solventes e tintas e muitos outros. Enfim
também podem ser encontrados metais pesados dissolvidos na água, como
cromo, chumbo ou mercúrio, que podem provocar diversos tipos de doenças.
Por estes motivos, pode afirmar-se que o consumo de água engarrafada está a
crescer em todo o mundo, pelo menos nos últimos trinta anos. Atualmente, é
considerado como sendo o sector mais dinâmico e um dos mais lucrativos de toda
a indústria de alimentos e bebidas, pois o consumo deste tipo de água aumenta
cerca de 12% em cada ano.
Este aumento só se justifica pelo receio que a maior parte da população tem
em consumir água da torneira, pois a água engarrafada custa muito mais caro do
que o consumo da água da torneira.
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Embalagens de plástico
O plástico é feito a partir do petróleo e do gás natural, dois recursos não
renováveis. Para além disso, são usadas mais de 1,5 milhões de toneladas de
plástico só para fabricar garrafas de água. Os processos usados para fazer
plástico podem causar graves problemas de poluição que afetarão a saúde
humana e o ambiente, se deixados sem regulamentação.
A maioria das garrafas de plástico não é reciclada e, conseqüentemente,
vai para aterros sanitários. O mundo está assim cheio de aterros sanitários, e,
como as garrafas de plástico se decompõe a velocidade muito baixa,
permanecerão nos aterros por largas centenas de anos.
Transporte
Um quarto da água engarrafada em todo o mundo é consumido fora do país
de origem. Assim, emissões de dióxido de carbono, provocando o efeito de estufa,
fazem com que existam mudanças climáticas globais. Ainda assim, cerca de 75%
da água produzida, é consumida à escala regional, limitando estes emissões de
gases poluentes.
Corpo humano
Todas as formas conhecidas de vida precisam de água. Os humanos
consomem "água de beber" (água potável, ou seja, água compatível com as
características de nosso corpo).
No corpo humano a água é o principal constituinte (entre 70% a 75%). É
dito que o envelhecimento pode ser considerado um processo de secagem, uma
vez que da infância até a velhice a quantidade de água no corpo diminui
gradativamente.
É componente essencial para o bom funcionamento geral do organismo,
ajudando em algumas funções vitais, tais como o controle de temperatura do
corpo, por exemplo.
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Religião e filosofia
A água é considerada como purificadora na maioria das religiões, incluindo
o Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e Wicca. O exemplo
do batismo nas igrejas cristãs é praticado com água, simbolizando o nascimento
de um novo ser, purificado com remissão dos pecados.
O antigo filósofo grego Empédocles, defendia que a água era um dos
quatro elementos da natureza básicos, em conjunto com o fogo, terra e ar, sendo
respeitada como a substância básica do Universo.
Nas antigas tradições chinesas, a água era um dos cinco elementos, em
conjunto com a terra, o fogo, a madeira e o metal.
Poluição da água
A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram
prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este
para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e,
principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso,
abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de
plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar
isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu
tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou
rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos
de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro
(como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide,
hepatite, leptospirose, poliomielite). Portanto, para a água se manter nessas
condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas
(de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou
sedimentos vindos da erosão.
Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de
agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes
desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de
substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a
eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o
uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por serem carregados pelas
chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso
propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que
consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo
na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em
grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida
animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias
aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar
odores nocivos através do consumo de oxigênio.
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No seu caminho para o mar, a água vai ficando carregada de partículas e
matéria dissolvida, provenientes de detritos naturais e dos despejos da sociedade
humana. Quando a densidade populacional ao redor de uma reserva de água é
baixa, os resíduos na água podem ser degradados por micróbios, em um processo
natural de autopurificação. Quando a capacidade de autopurificação é excedida,
grandes quantidades de resíduos se acumulam nos mares, onde podem causar
danos à vida aquática.
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de óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre pela indústria e pelos motores de
carro. A deposição de ácido pode ser "seca" (quando os gases atingem
diretamente o solo ou a vegetação) ou "úmida" (quando o ácido se dissolve na
chuva). Em áreas de pastoreio intensivo, parte da amônia liberada de esterco é
introduzida na atmosfera e parte é convertida por micróbios no solo em nitratos
solúveis. Como o nitrato tem alta mobilidade, por ser solúvel em água e não se
ligar a partículas do solo, tornou-se um dos principais poluentes da água
subterrânea.
Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição
térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é
a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de
bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência
de oxigênio, toxidez e eutrofização .
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As principais fontes de eutrofização são as atividades humanas industriais,
domésticas e agrícolas – por exemplo, os fertilizantes usados nas plantações
podem escoar superficialmente ou dissolver-se e infiltrarem-se nas águas
subterrâneas e serem arrastados até aos corpos de água mencionados. Ao
aumento rápido de algas relacionado com a acumulação de nutrientes derivados
do azoto (nitratos), do fósforo (fosfatos), do enxofre (sulfatos), mas também de
potássio, cálcio e magnésio, dá-se o nome de "florescimento" ou "bloom" – dando
uma coloração azul-esverdeada, vermelha ou acastanhada à água, consoante as
espécies de algas favorecidas pela situação.
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exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta
omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que
poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da
ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão,
como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem
justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da
necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na
manutenção da sua qualidade de vida.
Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem
feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de
conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será
o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Técnicas
sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água
no abastecimento público.
Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que
ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável
para que possa sobreviver nos próximos milênios.
A contaminação do oceano
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Descargas excessivas de esgoto das áreas urbanas praieiras levam à eutroficação
das águas costeiras, o que pode alterar a composição das populações de
plâncton. O crescimento acelerado de plâncton, devido ao elevado teor de
nutrientes dos esgotos pode levar ao esgotamento do oxigênio disponível para os
peixes, causando sua morte. Além do mais, a presença de bactérias patogênicas
no esgoto tem levado à interdição de praias aos banhistas e a proibições de pesca
de moluscos e crustáceos, que concentram bactérias em seus tecidos.
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Por sua vez, a recuperação da qualidade da água do oceano é
incomparavelmente mais difícil do que a dos lagos e rios, segundo experiência já
adquirida, que dita ainda mais precaução nesse caso.
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destruída... A política do laissez-faire com relação ao manejo da água só pode
conjurar mais desgraças desse tipo -- e em escala maior.
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o Tejo (o mais extenso), o Zêzere e do Alviela (o mais curto).
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