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O Bairro do Recife, hoje chamado Recife Antigo, ainda tinha cheiro de uma arquitetura

nova em 1950, devido a construções feitas principalmente na década de 1920, principalmente


com a mudança do porto, concluída em torno de 1926, na qual o centro vivia transformações.

Podemos compreender melhor essa afirmação com a abertura da Avenida Guararapes,


na década de 1940 com prédios modernos para a época, que era ligada pela ponte Duarte Coelho
a Av. Conde da Boa Vista, que estava sendo ampliada, e seguia em direção ao Derby, cujo a
finalização da Agamenon Magalhães foi no final da década de 1950.

*Recife começara a o século XX com um processo de "embelezamento", que passara


por melhorias dos seus logradouros, em 1925 por exemplo, o Parque do Derby começava a
ganhar forma. Porém esse processo de modernização trouxe diversas críticas, na qual, segundo
Anibal Fernandes, Recife precisava de "maneiras" e não de "belezas"

É bem importante ressaltar que, a grande reforma que acontecera no Bairro do Recife, a
partir da década de 1910, tinha como objetivo "afrancesar" a área, na qual houvera a destruição
de diversos prédios coloniais para o surgimento de edifício existentes em Paris, que respeitava a
arquitetura neoclássica. Essa arquitetura que fazia parte da chamada “Arquitetura Eclética”. É
possível observar com maior nitidez, um trecho que fora reformado na primeira e segunda
década de 1920, as Avenidas Rio Branco e Marquês de Olinda.

*“O Bairro do Recife é o único lugar do Brasil onde você tem uma
visão integrada do ecletismo, com aquela dimensão”, afirma o arquiteto
José Luiz Mota Menezes,

*Muitos prédios já nasceram ecléticos, como a Estação Central, o Gabinete Português


de Leitura e o Diário de Pernambuco. Muitos outros tiveram as fachadas revestidas, como o que
ocorreu na Rua Bom Jesus e com o Palácio Campo das Princesas. O ecletismo foi desprezado e
muito criticado pelos modernistas, só nos anos 70 passa ser valorizado.

*O palácio Campo das Princesas inclusive, passou por uma série de modificações, para
chegar ao que vemos atualmente. Sua construção é datada de 1841, e teve sua primeira reforma
em 1859, com a chegada de Dom Pedro 2. Em 1920 foi novamente reformado, dessa forma
mais ampla, teve a introdução de mais um pavimento. E por fim em 1926 o Palácio foi
remodelado, decorado e mobiliado.

*Um dos exemplos que podemos observar são dos prédios Moulin Rouge e o
Chantecler. Em que foram inaugurados na década de 1920, para uso misto, porém tiveram fins
diferentes. O Moulin Rouge tornou-se Maurício de Nassau, tendo a sua fachada alterada para
uma "sofisticada arquitetura moderna", em 1973, e se tornou sede do Banco Internacional. Já o
Chantecler foi sendo esvaziado e, sem manutenção, acabou fechado. A sua obra de restauração
começou em 2003 e terminou em 2012. Ele pertence a Santa Casa da Misericórdia.

- (Déc. 40) O primeiro andar do Chantecler passou a ser ocupado por uma boate, com
música ao vivo. No pavimento superior, estava a pensão Rendez-vous, um prostíbulo.
Frequentada pela alta sociedade. Porém, o edifício Moulin Rouge também era um cabaré,
e sempre aparecia nos registros policiais e nas páginas do Diário de Pernambuco.

Um pouco mais tarde, no final da década de 1920, o bairro do Recife grandemente


eclético e cheio de prédios novinhos, surge assim uma nova intervenção de arquitetura chamada
Art Déco, que surgira na França em 1910. Tal característica pode ser notada, a nível de
exemplos, os altos prédios da Avenida Dantas Barreto, Guararapes e Conde da Boa Vista.

Avenida Guararapes. Fonte; Oxerecife.

É importante pensar que, as modificações urbanas que ocorreram em Recife estavam


atreladas não apenas a um ideal de beleza arquitetônica ligada à Belle Époque e às mudanças
que ocorreram na Europa. As elites locais, além do desejo de rompimento com um passado que
estava relacionado ao Império e ao escravismo, viam a necessidade de pôr a sua região na rota
da modernidade, do belo
REFERÊNCIAS

O campo é das princesas | Direto da Redação (diariodepernambuco.com.br)

IBGE | Biblioteca | Detalhes | Palácio do Campo das Princesas : Recife, PE

Uma cidade mais verde, mas sem boas maneiras | Direto da Redação
(diariodepernambuco.com.br)

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/diretodaredacao/2017/02/16/quando-a-modernidade-
desfigurou-o-recife-antigo/

1567700253_ARQUIVO_cee463708bcfcd8d01a1c25d593f3430.pdf (anpuh.org)

Vestígios do Art Déco na cidade do Recife (1919-1961): abordagem arqueológica de um estilo


arquitetônico / Stela Gláucia Alves Barthel. – Recife: O autor, 2015.

Albuquerque: revista de História, Campo Grande, MS, v. 3 n. 5 p. 115-134, jan./jun. 2011

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