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Introdução
Não bastassem os inúmeros obstáculos que os alunos enfrentam para terem acesso à
sala de aula on-line - isso quando conseguem -, há os entraves entre a concessão dos usos das
grandes corporações que detêm a propriedade dessas aplicações e plataformas digitais pelos
governos estaduais e municipais e suas secretarias de educação. Como é sabido, cada
instituição de ensino, públicas e privadas, possui seu próprio endereço de e-mail
personalizado para acesso aos produtos virtuais da empresa Google.com. Entre essa
concessão e organização do cadastro de cada aluno na plataforma de endereço eletrônico há
uma demanda de tempo que, quase sempre, implica o atraso do período letivo, sobrepondo,
assim, às tradicionais atividades curriculares da escola. Estas empresas, como bem sabemos,
são contratadas pelo governo federal na figura do Ministério da Educação e do Desporto, para
estenderem seus serviços de âmbito educacional para as escolas vinculadas ao então
ministério e aprovarem o cadastro das escolas solicitantes que decidirem adotar o modelo de
ensino remoto ou híbrido2.
Apesar de estarmos há mais de ano do início da publicação do primeiro decreto de
lockdown (isolamento social rígido)3, as escolas públicas e seus estudantes, em grave
vulnerabilidade social, enfrentam os mesmos problemas decorrentes da PEC 241,
posteriormente PEC 55 quando passou à segunda casa do Congresso Federal, vigorando a
partir de 2020, justamente o primeiro ano da pandemia do novo Coronavirus em que foi
determinante sua atuação no corte de verbas para a saúde e educação. Igualmente na
contramão, o recém-aprovado Novo Fundeb sofre agora uma espécie de chantagem do
Ministério da Economia por meio da PEC 186 que quer extinguir o artigo 4º cujo texto trata
da destinação constitucional de recursos mínimos para a educação por parte da União, dos
Estados e dos Municípios em troca da manutenção do Auxílio Emergencial, que sequer
retornará com o valor integral do benefício à população. Mais recentemente, o presidente Jair
Bolsonaro vetou ajuda financeira destinada ao custeio do acesso à internet de estudantes e
professores das escolas públicas4. Em síntese, a garantia ao ensino e aos meios para que a ele
se tenha acesso, apesar de expressamente promulgada na Carta Magna, está sumariamente
preterida de nossas prioridades pelo próximo par de anos5.
2. Caracterização da Escola
3
Decreto nº 33.519, de 19 de março de 2020, publicado no Diário Oficial do Estado.
4
https://www.camara.leg.br/noticias/737836-bolsonaro-veta-ajuda-financeira-para-internet-de- alunos-e-
professores-das-escolas-publicas/
5
https://exame.com/ciencia/pandemia-de-covid-19-pode-durar-ate-2022-diz-professor-da-harvard/
a) Identificação: E.E.F.M Júlia Alves Pessoa, rua São Francisco, 1-147 - Bom Jardim,
Fortaleza/CE
b) Contexto Socioeconômico da Localização: Bairro predominantemente habitado por
famílias de alta vulnerabilidade social, com baixíssima variação de realidade
econômica, tendo em vista que todos os alunos pertencem a classes menos
privilegiadas.
c) Número de Alunos: média de 40 alunos por turma (? turmas - 5° ao 3° Ano do
Ensino Médio, mais ? turmas de Educação de Jovens e Adultos, perfazendo um total
de ? alunos.
d) Horário de Funcionamento: Por turnos.
e) Retrato Sociocultural dos Alunos: por se tratar de uma escola pública, segue a
predominância de alunos oriundos de famílias de baixa renda.
f) Núcleo Gestor: diretor Cristiano Oliveira; coordenadores: Marcelo Lopes e Milena
Souza; Professora: Glacyone Uchôa
g) Disciplina: Língua Portuguesa (Literatura - Gramática e Interpretação de texto) e
Redação.
h) Livros Didáticos e Paradidáticos:
3.1
1° Dia: 02/03/2021
Dias antes do início da primeira aula, a professora disponibilizou o link que nos
redirecionaria ao ambiente da classe virtual no horário estabelecido para as aulas de ensino de
Literatura nas três turmas de 2º ano (F, G, H), previsto no cronograma escolar às terças-feiras,
de 15:30h às 16:10h.
6
Esta deu-se exclusivamente através da plataforma WhatsApp, de correio eletrônico e da sala de aula
remoto-virtual (Google Meet).
Longe de alcançar a capacidade máxima de 100 participantes por sala7, entre
estudantes e estagiários, chegamos a um número próximo de 50, tendo em vista que o total de
alunos matriculados nas três turmas chegaria a 120. Ou seja, subtraindo a presença dos
estagiários observantes, a média de alunos do 2º ano do Ensino Médio daquela escola que
estão acessando às aulas não ultrapassa o número de 30 por aula.
A professora passa, então, a exibir as diapositivas com o conteúdo voltado aos estilos
de época “Trovadorismo” e “Humanismo”, apresentando a linha cronológica destes. Dá
seguimento contextualizando os estilos com base nos textos produzidos durante o período
colonial no Brasil e em Portugal, enquanto referência europeia. No primeiro, é lido alguns
poemas logo após a explanação, características e classificação das cantigas; dos respectivos
eu-líricos, dos autores, das origens, dos locais de difusão das cantigas, entre outras
informações. Já, no segundo, é feita, primeiramente, uma contextualização da época muito
pertinente e imprescindível no tocante ao tema haja vista a grande transformação ocorrida
que não se restringe apenas aos movimentos literários, mas à toda sociedade. Assim, as
principais filosofias, como antropocentrismo, cientificismo, racionalismo e os valores de
época foram trabalhados em sala juntamente com os autores de Portugal, lidas,
posteriormente, algumas produções de Gil Vicente. O Renascimento, enquanto conjunto-
fundador desse grande marco filosófico-social humano, foi citado.
7
A capacidade máxima de participantes permitidos na dita plataforma.
2° Dia: 09/03/2021
Sobre Camões é citada sua obra lírica, com alguns poemas de sua autoria, e seu
magnum opus, Os Lusíadas, apresentando trechos da obra seguidos por algumas questões
sobre o Classicismo.
Na segunda escola, a docente explica a produção dos textos literários feita pelos
portugueses em solo brasileiro, caracteriza essas manifestações dentro do contexto de
colonização e apresenta alguns desses textos e seus respectivos autores, como Pero Vaz de
Caminha e Pero de Magalhães. novamente, apresenta algumas questões para avaliar a
internalização do conteúdo por parte dos alunos. Estes, aos poucos, perdem a timidez
motivada pela presença dos estagiários e respondem às questões.
Ao final da aula, nos é apresentada nova modalidade para averiguar nossa frequência.
3° Dia: 16/03/2021
A aula é, então, iniciada com uma breve revisão do conteúdo da aula anterior
(Classicismo e Quinhentismo) por meio de 2 questões acerca do tema. As duas questões
versam sobre o Classicismo; a primeira cujo teor é conceitual, e a segunda, trata dos autores
que compõem a mencionada estética.
4° Dia: 23/03/2021
A metodologia adotada pela professora nos dias das aulas por mim observadas não
apresentou nenhuma novidade ou elemento criativo senão os que as novíssimas cartilhas
pedagógicas para o ensino de Língua Portuguesa (Literatura) apresentam frente ao
excepcional contexto de educação remota. O material apresentado são textos e atividades
extraídos da internet, modificados e organizados pela docente, o que não chama a atenção do
alunado principalmente porque nos acostumamos a associar a tela de um computador ou
smartphone à busca pela diversão e não ao campo do ensino-aprendizagem. De forma alguma
questiono o método da professora, pois, é sabido que, diante dessas circunstâncias
desprovidas de formação atual e estrutura adequada para empreender uma aula de Literatura,
é imenso o esforço dos profissionais em educação para se adaptarem às tais, por esse motivo,
limito-me no debruçar das críticas.
5. Conclusão
Atividades no Classroom
QUESTÃO 3
(UCP-PR)
O desejo de morrer e a sentimentalidade doentia são características da poesia
do autor de Lira dos vinte anos. Trata-se de:
a) Gonçalves Dias.
b) Castro Alves.
c) Gonçalves de Magalhães.
d) Casimiro de Abreu.
e) Álvares de Azevedo.