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Universidade Save
Massinga
2021
ii
Supervisor:
Universidade Save
Massinga
2021
1
Índice Página
Lista de gráficos............................................................................................................................... v
Dedicatória................................................................................................................................... viii
Agradecimentos ..............................................................................................................................ix
Resumo ............................................................................................................................................ x
Abstract ...........................................................................................................................................xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1.0.Contextualização ....................................................................................................................... 1
1.1.Objectivos .................................................................................................................................. 2
1.2.Justificativa ................................................................................................................................ 2
1.3.Problematização......................................................................................................................... 3
1.4.Hipóteses ................................................................................................................................... 4
3.5.1.Questionário ......................................................................................................................... 15
3.5.2.Entrevista .............................................................................................................................. 15
4.2.Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida a Directora adjunta escolar ...... 23
CAPITULO V ............................................................................................................................... 26
5.1.Conclusão ................................................................................................................................ 26
5.2.Sugestões ................................................................................................................................. 27
Lista de tabelas
Tabela 1: População da pesquisa …………………………………………………………….14
Lista de gráficos
Gráfico 1: Percepção dos professores sobre atendimento educacional de alunos com
gagueira……………………………………………………………………………………….16
Gráfico 3: Experiência dos professores no trabalho com turmas que têm alunos com
gagueira…………………………………………………………………………………….…17
Gráfico 4: Número de vezes que os professores trabalharam com turmas que têm alunos com
gagueira ………………………………………………………………………………………18
Gráfico 9:Percepção dos professores sobre a utilização de estratégias inclusivas para melhor
trabalhar com alunos com gagueira na sala de aulas……………………………………..…..21
Gráfico 10:Percepção dos professores sobre o rendimento pedagógico dos alunos quando
aplicam estratégias de intervenção psicopedagógica na aprendizagem do aluno com
gagueira……………………………………………………………………………………….22
vi
Lista de siglas
AVC – Acidente Vascular Cerebral
KM – Quilómetro
Declaração
Eu Mário Francisco Tivane, declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
________________________
Dedicatória
Dedico a minha esposa Márcia Nhantsave, companheira de todos os momentos! Aos meninos
Shelton Mário Tivane e Euridse da Glória Mário Tivane meus filhos! Aos meus pais Mário
Francisco António Tivane e Maria da Gloria Massango e aos meus amigos Lourino Vicente e
Criston Adigo.
ix
Agradecimentos
Agradeço ao meu orientador Mestre Armando Venâncio Laita pela forma profissional, sábia
e carinhosa demonstrada na construção desta monografia, muito obrigado!
Por fim, agradeço a todos que directa ou indirectamente contribuíram para tornar possível a
elaboração desta pesquisa.
x
Resumo
Este trabalho de monografia com o tema “Estratégias Usadas pelos Professores no Processo
de Ensino-Aprendizagem da Leitura para Alunos com Gagueira – Caso da Escola Primária do
1º e 2º Graus de Matingane” visou analisar as estratégias usadas pelos professores no PEA da
leitura de alunos com gagueira. Para o estudo em causa, o autor desenvolveu quanto à
abordagem, uma pesquisa qualitativa com suporte quantitativo para facilitar a significação das
opiniões e informações obtidas no campo de estudo traduzindo em números para melhor
análise das mesmas e quanto aos objectivos é descritiva envolvendo desta forma o uso do
questionário e entrevista para melhor abordagem do fenómeno em análise na escola em
estudo. Para recolher dados, recorreu-se ao questionário dirigido aos professores que foi
respondido por escrito e sem a presença do pesquisador de modo a deixá-lo mais à vontade
para exprimir as suas ideias e da entrevista dirigida a Directora Adjunta Escolar (DAE). Teve-
se como amostra da pesquisa 34 professores uma (1) Directora Adjunta Escolar,
correspondendo 100% da população. Feito o estudo percebeu-se que os professores não usam
estratégias específicas no processo de ensino - aprendizagem da leitura de alunos com
gagueira levando desta forma ao fraco desenvolvimento desta competência para os alunos
com gagueira pois só com bons estímulos e bem sucedidos estes alunos podem aprender a
leitura considerando que estes enquadram-se num grupo de alunos com problemas orgânicos
ou com particularidades de atendimento necessitando de inclusão escolar. Desta forma os
resultados da pesquisa confirmaram a segunda hipótese da pesquisa que dizia “Os professores
da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane não usam estratégias de ensino e
aprendizagem de alunos com gagueira, pois não apoiam na segurança para que a criança possa
ler com mais calma, não disponibilizam um ambiente harmonioso no qual a criança possa se
manifestar e ler com mais fluência e evitar agir de forma negativa quando a criança gagueja
devido o desconhecimento das mesmas”. Assim a abordagem realizada em torno das
estratégias usadas pelos professores na aprendizagem da leitura na escola em estudo faz
perceber que é imprescindível que os professores optem por estratégias que possam melhorar
o PEA da leitura em alunos com gagueira pois estes tem um ritmo próprio de aprendizagem
desta competência devido as disfluências que apresentam necessitando de adaptação
metodológica e estratégias de intervenção psicopedagógicas.
Abstract
This monograph work with the theme "Strategies Used by Teachers in the Process of
Teaching and Learning Reading for Students with Stuttering - Case of the Elementary and
High School of Matingane" aimed to analyze the strategies used by teachers in the PEA of
student reading with a stutter. For the study in question, the author developed, regarding the
approach, a qualitative research with quantitative support to facilitate the meaning of the
opinions and information obtained in the field of study, translating them into numbers for
better analysis of them and, regarding the objectives, it is descriptive involving the use of the
questionnaire and interview to better approach the phenomenon under analysis in the school
under study. To collect data, we used the questionnaire addressed to teachers, which was
answered in writing and without the presence of the researcher in order to make him more
comfortable to express his ideas and the interview directed to the Assistant School Director
(DAE). The research sample consisted of 34 teachers, one (1) Deputy School Director,
corresponding to 100% of the population. After the study, it was noticed that teachers do not
use specific strategies in the teaching-learning process of reading for students who stutter,
thus leading to the poor development of this competence for students who stutter because only
with good and successful stimuli can these students learn reading considering that they are
part of a group of students with organic problems or with particular care needs that require
school inclusion. Thus, the research results confirmed the second hypothesis of the research
that said “The teachers of the 1st and 2nd Grade Elementary School of Matingane do not use
teaching and learning strategies for students who stutter because they do not support safety so
that the child can read with calmer, they do not provide a harmonious environment in which
the child can express themselves and read more fluently and avoid acting negatively when the
child stutters due to their lack of knowledge”. Thus, the approach taken around the strategies
used by teachers in learning to read in the school under study makes us realize that it is
essential that teachers choose strategies that can improve the reading AEP in students who
stutter because they have their own pace of learning this competence due to the disfluencies
they present, requiring methodological adaptation and psychopedagogical intervention
strategies.
Keywords: Students, Learning, Strategies, Reading.
1
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.0.Contextualização
O presente trabalho cujo tema é “Estratégias Usadas pelos Professores no Processo de Ensino
-Aprendizagem da Leitura para alunos com Gagueira – Caso da Escola Primária do 1º e 2º
Graus de Matingane constitui um dos requisitos básicos para a obtenção do grau académico
de Licenciatura em Psicologia Educacional.
De acordo com Santos (2008), “a gagueira é um dos problemas de aprendizagem que afecta
directamente a aprendizagem do aluno sendo a fala um quadro clínico que bloqueia
directamente a habilidade de leitura para este aluno, mas que é tarefa dos educadores
ensinarem a ler para que este desenvolva esta habilidade, pois é através da leitura que é
possível ao aluno-leitor formar opinião e transmitir conhecimentos, enfatizando-a, sobretudo,
como a porta de entrada para o sucesso no mundo letrado” (p.65).
No entanto, as crianças com gagueira inseridas nas escolas regulares moçambicanas são
submetidas ao mesmo tipo de aprendizagem com as crianças “tidas como normais” mas sem
actividades ou estratégias suplementares que possam enriquecer ou ajudar a encarar a sua
dificuldade.
Neste âmbito sabendo que os alunos com gagueira aprendem a leitura nas mesmas condições
que os alunos ditos normais em cumprimento do processo da inclusão escolar, torna-se
necessário estudos a respeito das estratégias de ensino que os professores devem desenvolver
de modo a garantir melhor processo de ensino - aprendizagem da leitura para estes alunos.
É nesta perspectiva que surge a presente pesquisa visando analisar as estratégias usadas pelos
professores no processo de ensino-aprendizagem da leitura para alunos com gagueira no caso
específico da Escola Primária do 1º e 2º de Matingane.
capítulo III a metodologia onde descrever-se como serão levados a cabo as actividades para a
concretização dos objectivos propostos e por último as referências bibliográficas.
1.1.Objectivos
Geral
Analisar as estratégias usadas pelos professores no PEA da leitura de alunos com
gagueira na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane.
Específicos
Identificar as estratégias usadas pelos professores no PEA da leitura de alunos com
gagueira na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane.
Descrever as estratégias usadas pelos professores no PEA da leitura de alunos com
gagueira na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane.
Propor algumas estratégias que os professores possam usar no PEA de leitura de
alunos com gagueira na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane.
1.2.Justificativa
É imprescindível que os professores desenvolvam estratégias de ensino capazes de melhorar a
condução do PEA de alunos com gagueira, considerando que estes têm direito de acesso a
uma educação de qualidade capaz de responder todas as suas necessidades para o seu
desenvolvimento e formação integral.
Durante o curso, foi possível observar que o ensino e aprendizagem da leitura para crianças
com gagueira nas escolas constitui um processo por analisar devido a observância de atitudes
superprotectoras e receio de fazê-los participar activamente em actividades de leitura levando-
os ao fraco desenvolvimento da capacidade de leitura.
Face a esta constatação, despertou-se interesse em desenvolver esta temática no sentido de dar
um contributo que possa ajudar o processo de ensino - aprendizagem destes alunos pois nota-
se que há exiguidade de obras e documentos de suporte aos professores que trabalham com
estes alunos.
A nível profissional, justifica-se o presente estudo pois poderá influenciar os professores bem
como entidades competentes a olharem para a esfera do ensino-aprendizagem da leitura de
alunos com gagueira como uma parte do PEA que deve se dar maior atenção através de
estratégias específicas de suporte psicopedagógico da leitura no processo de inclusão.
3
No âmbito social o estudo poderá demonstrar aos pais e encarregados da educação que a
escola regular actualmente encontra-se preocupada com a verdadeira inclusão pois o aluno
com gagueira poderá ser proporcionado condições que possam melhorar a aprendizagem da
leitura apesar da sua dificuldade, reduzindo as limitações que a nossa sociedade reconhece no
processo de ensino - aprendizagem de alunos com deficiências em particular os alunos com
gagueira.
1.3.Problematização
A gagueira é uma dificuldade que afecta directamente a habilidade da fala e por conseguinte a
habilidade da leitura, sendo esta caracterizada por repetição de sons e sílabas ou por paradas
involuntárias, que comprometem a fluência verbal, o que leva pesquisadores interessarem-se
sobre o trabalho pedagógico dos professores face a aprendizagem da leitura dos alunos com
gagueira nas escolas regulares.
Vários estudos foram realizados sobre a temática sendo que estudos feitos por Pereira (2002),
apontam que embora boa parte dos profissionais já tenham tido experiências com um aluno
gago dentro da sala de aula, nem todos possuem a habilidade de identificar o quadro, até
mesmo não sabem lidar com ele ou, se baseiam no senso comum deixando o conhecimento
não científico influenciar na hora de definir e estabelecer uma conduta na sala de aula.
Pereira (2002), em seu estudo intitulado “gagueira infantil como resultado da interacção dos
factores sociais e emocionais,” concluiu que o aluno com gagueira só aprende a ler em
condições específicas proporcionadas pelos professores, pois esta condição tem limitado a
fluência das palavras colocando o aluno a um certo retardo em relação a alunos considerados
normais (p.43).
Celeste (2002), colaborando com o autor acima identificou algumas estratégias que
naturalmente ajudam o aluno com gagueira na aprendizagem da leitura como evitar agir de
forma negativa quando o aluno repete palavras, subsidiar a leitura do aluno através da
disponibilização de textos particulares e por último apoiar a segurança do aluno durante a
leitura através da redução da velocidade da mesma (p.65).
Por outro lado, Martins (2008), explica que “a adopção de estratégias específicas na sala
inclusiva que possam apoiar e ajudar a aprendizagem da leitura de alunos portadores da
4
Como se pode ver, Carla António (Cp, 5/05/2021), Directora Adjunta Escolar daquela escola
revelou que nos últimos dois anos (2019-2020), a escola diagnosticou um total de 42 alunos
com gagueira e que avaliando seu nível de aprendizagem da leitura nas classes iniciais é
muito baixa. Assim este distúrbio compromete o pleno desenvolvimento da leitura destas
crianças e consequente redução do seu aproveitamento pedagógico principalmente na
disciplina de língua portuguesa.
Diante desse cenário é imprescindível que se estude as estratégias usadas pelos professores no
PEA da leitura para crianças com gagueira nesta escola. Entretanto coloca-se a seguinte
questão: Que estratégias são usadas pelos professores no PEA da leitura de alunos com
gagueira na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane?
1.4.Hipóteses
H1: As estratégias usadas pelos professores da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane
no processo de ensino-aprendizagem da leitura de crianças com gagueira são: apoio e
segurança para a criança ler com mais calma, disponibilização de um ambiente harmonioso no
qual a criança possa se manifestar e ler com mais fluência e evitar agir de forma negativa,
5
quando a criança gagueja permitindo melhor aprendizagem da leitura das crianças com
gagueira.
2.1.Surgimento da gagueira
De acordo com Yairi&Ambrose (2013), o século XX assistiu à realização de vários estudos,
em diferentes países, relativos a estas questões. Estes estudos conseguiram estabelecer
claramente que a grande maioria dos casos de gaguez surge na infância, especialmente no seu
período inicial, às vezes até mesmo antes dos 18 meses de idade, podendo-se estender até à
puberdade (p.32).
Apesar de haver um consenso de que a maioria dos inícios ocorrem na infância, havia
diferenças substanciais nos dados publicados sobre a média de idade para o surgimento, a
faixa-etária em que se verificava a maior concentração do aparecimento da gaguez, e o
período de duração da janela de risco.
Alguns destes estudos apontavam para uma forte probabilidade de o aparecimento da gaguez
ocorrer entre os dois e os cinco anos e de poder começar gradualmente, nuns casos, e
repentinamente, noutros. (Andrews, G. etal., 1983, p.56). Em 1997, Yaruss (1997) calculou
que a idade média para o aparecimento da gaguez seria de 42 meses (três anos e meio).
Contudo estas informações variavam muito de acordo com as idades das amostras
investigadas. Por exemplo, se as amostras incluíssem crianças desde o seu nascimento até aos
seis anos de idade, perdiam os aparecimentos posteriores.
No entanto, se se optasse por amostras de crianças de quatro a dez anos, perder-se-ia muitos
dos casos de inícios precoces que tivessem recuperado naturalmente antes dos quatro anos de
idade (Yairi & Ambrose, 2005, p.46).
De igual modo, a subjectividade das respostas pode ter comprometido os resultados, uma vez
que o aparecimento é muito frequentemente relatado pelos pais. Ou seja, a informação
veiculada pelos pais das crianças mais velhas podia ser imprecisa em relação a eventos tão
fundamentais como o início da gaguez.
Considerando que de Celeste (2010), explica que a gagueira é um distúrbio da comunicação
humana que afecta directamente a fluência da fala, causando interrupções na cadeia segmentar
devido a falhas na programação motora temporal, com sucessivas tentativas de retomada da
fluência existem diversas causas que podem estar por de traz do seu surgimento (p.32).
7
Assim, Andrade (2000), aponta algumas causas que originam o surgimento da gagueira que
são:
Gaguez tónica: Caracterizada por bloqueios no discurso provocados por espasmos de vários
músculos envolvidos na fonação que impedem a articulação da palavra;
Gaguez clónica: Caracterizada pela repetição compulsiva de uma sílaba no início da frase ou
quando se está a pronunciá-la;
Gaguez mista: Este é o tipo de gaguez mais comum com características da gaguez tónica e da
gaguez clónica
1
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro
enteropem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação
sanguínea.
2
Traumatismo cranioencefálico (TCE), ocorre quando uma força externa causa um ferimento
traumático no cérebro.
8
Apesar desta aparente simplicidade na definição, é difícil conseguir descrever algo tão
complexo, uma vez que nem todas as pessoas gaguejam da mesma maneira. Não obstante,
encontram-se relatadas na literatura algumas características que se podem considerar típicas
da gaguez.
Dadas as suas concisão e precisão, decidiu-se privilegiar os estudos realizados por Rustin, L.,
Cook, F., Botterill, W., Hughes, C. &Kelman, E. (2001) e Gaiolas (2010) para elencar as
seguintes características:
Todavia, a gaguez é muito mais do que qualquer característica típica ou alteração no fluxo
normal da fala. Ela afecta todo o processo comunicativo, que envolve uma interacção
dinâmica entre dois ou mais interlocutores, e que implica sempre a transmissão de uma
9
Na nossa experiência como professores temos como sinais de alerta de alunos com gagueira
na sala de aulas a incapacidade de fazer novas amizades com facilidade, o aluno sente
vergonha de falar onde tem muitas outras crianças e normalmente repete palavras e
nervosismo ao falar.
Segundo Andrade (2006), para que os professores consigam conduzir melhor o PEA de
crianças com gagueira numa primeira fase devem criar um ambiente de diálogo com os pais
destas crianças no sentido de sensibiliza-los a proporcionarem os seguintes cuidados:
Dedicar tempo para conversar com a criança, ter paciência para ouvi-la, quando ela
tiver necessidade de falar;
Não agir de forma negativa, quando a criança gaguejar, corrigindo-a ou
interrompendo-a quando ela falar;
Conversar, com calma, com a criança, isso reduz a pressão interna na criança que tem
dificuldade de falar;
Escutar atentamente a criança falar e, pacientemente, esperar ela dizer a palavra
inteira;
Conversar, naturalmente, com a criança sobre a gagueira, se ela manifestar dúvidas,
sobre o problema dela (p.65).
É tarefa dos professores na escola regular procederem da seguinte forma no ensino e
aprendizagem das crianças com gagueira:
Apresentar para a turma a questão da gagueira explicando que a criança gaga não é
diferente de ninguém;
O professor deve cobrar da criança que gagueja o mesmo que cobra das outras
crianças, com excepção da fala, é claro;
Segundo Pereira (2002), não se deve partir do princípio que o aluno não quer participar nas
aulas porque gagueja, uma vez que há muitos alunos que anseiam mesmo por ter a mesmas
oportunidades que os outros para participar e exprimir as suas opiniões (p.54). Ao evitar
solicitar a participação de um aluno que gagueja, o professor pode estar a transmitir a ideia de
que as opiniões do aluno que gagueja não são importantes.
É aconselhável que os professores adequam ambientes e estratégias comunicativas de
facilitação da oralidade dos alunos que gaguejam, uma vez que influi de forma tão negativa e
redutora, não só nas relações entre pares, mas também no desempenho académico.
11
É por isso imperioso e extremamente benéfico, antes de mais, perceber se o aluno tem
acompanhamento dentro ou fora do contexto escolar nomeadamente apoio terapêutico a nível
de terapia da fala, uma vez que conduz a um maior conhecimento sobre a relação a
estabelecer com o aluno e garante o fornecimento de feedback sobre a sua disfluência em
contexto de sala de aula.
12
3.1.Tipo de Pesquisa
A presente pesquisa enquadra-se em vários tipos quando classificada com base nos diferentes
critérios de classificação como se pode ver seguidamente.
3.1.1.Quanto a abordagem
De acordo com Gil (2008), as pesquisas quanto a abordagem podem ser qualitativas e
quantitativas. Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito
que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de
significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e o
pesquisador é o instrumento. Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer
o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio
padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...).
Assim no presente trabalho usamos a abordagem qualitativa com suporte quantitativo para
facilitar a significação das opiniões e informações obtidas por questionário e entrevista no
campo de estudo traduzindo em números para melhor análise das mesmas.
A presente pesquisa, quanto aos objectivos é descritiva envolvendo desta forma o uso do
questionário e entrevista para melhor abordagem do fenómeno em análise na escola em
estudo.
A escola foi fundada em 2002 por Moisés Ngulele então director da escola. Na altura a escola
tinha 12 professores e situava-se no bairro 21 de Abril com a elevação da vila a categoria de
Município aliada ao elevado número de aprovações da 7ª classe houve a necessidade de
aumentar as escolas secundárias para responder a demanda dai que no ano 2010 a escola foi
transferida para o bairro Matingane onde se encontra inserida actualmente. Em 2011 a escola
passou a leccionar o 3º ciclo do ensino primário.
Gil (2008) define população da pesquisa “ao conjunto de todas as coisas que se pretende
estudar e amostra como sendo a parte representativa da população; aquela que realmente é
estudada” (p.32).
Neste sentido, a população da pesquisa foi constituída por 35 indivíduos de ambos os sexos
sendo 34 professores um (1) Director Adjunto Escolar.
14
População Sexo
H M HM
Professores 7 27 34
DAE 0 1 1
Totais 7 28 35
3.4.Amostra da pesquisa
Na afirmação do Vieira (2010), amostra é uma parcela de uma população, isto é, constitui um
subconjunto do universo e devido a características específicas, retrata com grande fidelidade a
realidade dessa população (p.104).
Amostra Sexo
H M HM %
Professores 7 27 34 97,1
DAE 0 1 1 2,9
Total 7 28 35 100
3.5.1.Questionário
O questionário, segundo Gil (2008), pode ser definido “como a técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas etc.” (p.128).
Assim no presente estudo usamos o questionário que foi respondido por escrito e sem a
presença do pesquisador de modo a deixá-lo mais à vontade para exprimir as suas ideias. Foi
aplicado aos professores da escola em estudo.
3.5.2.Entrevista
Como já referenciamos, usamos também a entrevista, que segundo Ruiz (2009), é uma das
técnicas de colecta de dados considerada como sendo uma forma racional de conduta do
pesquisador, previamente estabelecida, para dirigir com eficácia um conteúdo sistemático de
conhecimentos, de maneira mais completa possível, com o mínimo de esforço de tempo
(p.17).
Esta técnica foi dirigida ao DAE com o objectivo de compreender as estratégias usadas pelos
professores no PEA de alunos com da gagueira.
3.5.3.Procedimentos metodológicos
A nossa pesquisa envolve três momentos, nomeadamente: Pré-pesquisa, pesquisa e pós-
pesquisa.
O primeiro momento, pré-pesquisa tem a ver com todo o trabalho feito antes de ir ao
campo de pesquisa, desde a elaboração do projecto até a dos instrumentos de recolha
de dados, como o roteiro do questionário e guião de entrevista.
O segundo, refere-se a própria pesquisa no terreno em que com base nos instrumentos
antes referidos procuramos descobrir se as hipóteses levantadas em resposta ao
problema que nos leva a proceder com esta pesquisa conferem com a realidade ou não,
se não, o que estará por de trás da mesma problemática.
Por fim, o terceiro momento, pós-pesquisa, onde analisamos e discutimos os dados
recolhidos na fase anterior e a redacção da própria monografia.
16
Em relação a questão 1 que dizia “Alguma vez ouviu falar de atendimento educacional de
alunos com gagueira?” 26 professores correspondentes a 76,4% responderam que sim já
ouviram falar do atendimento educacional de alunos com gagueira e 8 professores
correspondentes a 23,5% responderam negativamente.
Gráfico 1: Percepção dos professores sobre atendimento educacional de alunos com gagueira
30
26
25
20
15
10 8
0
Sim Não
Como se pode ver, os resultados desta questão mostram que a maioria dos professores tem
conhecimento sobre o atendimento educacional dos alunos com gagueira sendo que estes
estão convictos de que para trabalhar com os alunos com gagueira há necessidade de usar
estratégias suplementares como forma de garantir que estes tenham acesso a uma
aprendizagem que adeqúe-se as suas particularidades educacionais.
Na questão 2 que dizia “Tem alunos com gagueira na sua turma?” 25 professores
correspondentes a 73,5% responderam que sim existem alunos com gagueira nas suas turmas
e 9 professores correspondentes a 26,4% responderam negativamente.
17
30
25
25
20
15
9
10
5
0
Sim Não
Os dados desta questão fundamentam a pesquisa empírica realizadas por Guitar (2018), onde
constatou que há maior prevalência de alunos com gagueira nas escolas moçambicanas, pois
num universo de 40 alunos 1 de certa forma tem problemas ou distúrbios de linguagem onde a
gagueira faz parte.
Na questão 3 que dizia “Alguma vez trabalhou com turmas que têm alunos com gagueira?” 20
professores correspondentes a 58,8% responderam que sim já trabalharam coma alunos com
gagueira e 14 professores correspondentes a 41,1% responderam negativamente.
Como se pode ver de certa forma a maioria dos professores já trabalhou com alunos com
gagueira sendo que estes pelo menos já tem noção de como incluir e orientar o PEA destes
alunos na sala de aulas.
Gráfico 3: Experiência dos professores no trabalho com turmas que têm alunos com gagueira
25
20
20
15 14
10
0
Sim Não
No que tange a questão 4 que dizia “Se sim, quantas vezes?” 12 professores correspondentes
a 35,2% responderam que trabalharam 1 vez, 5 professores correspondentes a 14,7%
18
Gráfico 4: Número de vezes que os professores trabalharam com turmas que têm alunos com
gagueira
14 12
12
10
8
6 5
4 3
2
0
1 vez 3 vezes 4 vezes
De acordo com Gaiolas (2010), quanto mais tempo o professor trabalha com alunos com NEE
em particular os com alunos com gagueira mais experiência tem no desenvolvimento de
estratégias de inclusão escolar destes alunos. Assim os gestores escolares deviam apostar em
professores mais experientes nesta matéria para leccionarem turmas com alunos com gagueira
de modo a proporcionarem melhor ambiente de aprendizagem aos alunos com gagueira.
No que diz respeito a questão 5 que dizia “Você acha que o facto de o aluno ter gagueira
interfere no seu aprendizado da leitura?” 17 professores correspondentes a 50% responderam
que sim o facto de o aluno ter gagueira interfere no seu aprendizado da leitura e 17
professores correspondentes a 50% responderam que não interfere no seu aprendizado.
20
17 17
15
10
0
Sim Não
19
Davis, Howell & Cooke (2002) acreditam que as crianças que gaguejam podem sentir
problemas de aprendizagem da leitura uma vez que são, muitas vezes, incapazes de participar
verbalmente nas atividades escolares e isso pode levá-los a serem visto como tímidos ou
reservados.
No que tange a questão 6 que dizia “como é que a gagueira interfere na aprendizagem do
aluno 10 professores correspondentes a 29,4% responderam que os alunos dificilmente
aprendem a ler, 5 professores correspondentes a 14,7% responderam que os alunos aprendem
a ler de forma lenta, 8 professores correspondentes a 23,5% responderam que sofrem, bullyng
por parte de seus colegas e 10 professores correspondentes a 32,3,4% responderam que os
alunos têm dificuldades sérias para pronunciar palavras de um texto.
12 11
10
10
8
8
6 5
4
2
0
Dificilmente Sofrem bullyng Lêm lentamente Dificuldades na
aprendem a ler pronúncia de
palavras do texto
No PEA muitos alunos com gagueira podem ser vítimas de bullying fora da sala de aula, pois
é algo que compromete a predisposição para o processo de ensino - aprendizagem (Gaiolas,
2010). Por outro lado a má pronunciação de palavras, leitura mais lenta são outros aspectos
que interferem na aprendizagem da leitura do aluno com gagueira. Assim ao estar envolvido,
o professor funciona como um elemento essencial e facilitador na resolução das dificuldades
apresentadas pelos alunos que gaguejam.
Na questão 7 que dizia “Como tem sido a relação do aluno com gagueira com os colegas e
consigo professor?” 7 professores correspondentes a 20,5% responderam que a relação é boa,
14 professores correspondentes 41,4% responderam que a relação é má e 13 professores
correspondentes a 38,2% responderam que a relação é esforçada.
20
15 14 13
10
7
0
Boa Má Esforçada
Yairi & Ambrose (2013) encontraram uma relação entre as características positivas e o
envolvimento dos alunos com gagueira na sala de aulas. Este autor examinou dois tipos de
influência das relações no desempenho escolar, uma refere-se ao comportamento dos colegas,
e a outra às características das suas amizades. Assim o professor deve criar um ambiente
onde as relações com os colegas e com o professor seja promissor, de certa forma deve se
cultivar bom ambiente de relações para que o aluno com gagueira leia com calma e aproveite
todo o seu potencial para aprendizagem desta competência linguistica.
Quanto a questão 8 que procurava saber “Que dificuldades são encaradas durante o PEA da
leitura em turmas com alunos com gagueira?” 9 professores correspondentes a 26,4%
responderam que é difícil definir estratégias de inclusão na sala de aulas, 12 professores
correspondentes a 35,2% responderam que é difícil trabalhar com alunos com gagueira sem
uma capacitação prévia, 13 professores correspondentes a 26,4% responderam que os alunos
apresentam baixo rendimento escolar.
Gráfico 8:Dificuldades encaradas durante o PEA da leitura com alunos com gagueira
14 12 13
12
10 9
8
6
4
2
0
Dificuldade Difícil Dificuldade
de definir trabalhar sem de cooperar
estratégias prévia com a família
inclusivas na capacitação
sala de aula
21
Como se pode ver os professores encaram muitas dificuldades no PEA da leitura com crianças
com gagueira sendo que torna-se imprescindível capacitar professores em matérias de
inclusão escolar para melhor responderem as particularidades de atendimento educacional de
alunos com NEE onde a gagueira faz parte.
No que concerne a questão 9 que dizia “O professor tem utilizado algumas estratégias
inclusivas para melhor trabalhar com alunos com gagueira na sala de aulas? 1 professor
correspondente 2,9% respondeu que sim a tem utilizado algumas estratégias inclusivas para
melhor trabalhar com alunos com gagueira e 33 professores correspondentes a 97%
responderam que não usam estratégias inclusivas para melhor trabalhar com alunos com
gagueira.
Gráfico 9: Percepção dos professores sobre a utilização de estratégias inclusivas para melhor
trabalhar com alunos com gagueira na sala de aulas
35 33
30
25
20
15
10
5 1
0
Sim Não
Assim os resultados mostram que é um desafio para a escola em estudo levar em conta a
verdadeira inclusão escolar de alunos com gagueira.
Segundo Gaiolas (2010), não se deve partir do princípio que o aluno não quer participar nas
aulas porque gagueja, uma vez que há muitos alunos que anseiam mesmo por ter a mesmas
oportunidades que os outros para participar e exprimir as suas opiniões. Ao evitar solicitar a
participação de um aluno que gagueja, o professor pode estar a transmitir a ideia de que as
opiniões do aluno que gagueja não são importantes ou que estão a avaliar o seu desempenho
de forma diferente.
O professor pode muitas vezes interrogar-se como é que pode ajudar: se deve falar sobre a
gaguez com o aluno; se deve discuti-la com toda a turma; se deve ignorar a gaguez do aluno;
se deve pedir ao aluno que leia em voz alta; se deve olhar diretamente para o aluno quando ele
gagueja ou se é melhor desviar o olhar. Estas são perguntas legítimas; todavia, encontrar as
22
respostas, apesar de essencial, poderá não ser um trilho fácil nem sequer linear, uma vez que
podem ser, invariavelmente, diferentes de aluno para aluno. Guitar (2006) afirma que é muito
importante envolver os professores no programa de tratamento de um aluno que gagueja, uma
vez que é com eles que a criança ou adolescente passa a maior parte do seu tempo, tornando-
se evidente que o professor desempenha um papel essencial em todo este processo.
Deste modo, deverá ser uma preocupação da escola prever meios de formação e
desenvolvimento profissional que ajudem os professores a implementar práticas de
intervenção psicopedagogica de alunos com gagueira em actividades de leitura.
No a) o professor que respondeu positivamente afirmou que a estratégia inclusiva que usa
para melhor trabalhar com alunos com gagueira permite que criança leia com calma dando
apoio sempre que necessário.
No que concerne a questão 10 que dizia “Quando aplica essas estratégias consegue melhorar a
aprendizagem da leitura do aluno com gagueira?” 11 professores correspondentes a 32,3%
responderam que sim, 16 professores correspondentes a 47% responderam que não e 7
professores correspondentes a 20,5% responderam que nem sempre conseguem melhorar a
aprendizagem da leitura do aluno com gagueira.
Gráfico 10:Percepção dos professores sobre o rendimento pedagógico dos alunos quando
aplicam estratégias de intervenção psicopedagógica na aprendizagem do aluno com gagueira
20
16
15
11
10
7
5
0
Sim Não Nem sempre
2 Existem alunos com Existem alunos com gagueira nesta É sempre notável
gagueira nesta escola? escola sendo uma preocupação pois a presença de
temos pouca experiência na inclusão alunos com
escolar destes alunos. gagueira na
maioria das
escolas.
24
3
Bullying é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão”, e o sufixo
“ing” representa uma acção contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas,
repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar
uma agressão isolada, resultante de uma briga.
25
8 Os professores tomam Sim o professor que toma em conta a Não foi possível
em consideração essas inclusão escolar de alunos com gagueira verificar por
estratégias durante a tem previsto essas estratégias durante a questões
planificação de aulas? planificação de aulas. metodológicas.
9 Em termos de Sim temos observado melhorias no
resultados, o uso destas rendimento pedagógico dos alunos com
__________
estratégias traz bom gagueira quando o professor usa
rendimento pedagógico estratégias específicas no trabalho com
aos alunos com esses alunos durante o PEA.
gagueira?
Fonte: Adaptado pelo autor (2021).
Tal como nos indicam os resultados há paralelismo entre os resultados obtidos por meio do
questionário dirigido aos professores e os da DAE sendo que esta também reconhece que os
professores não usam estratégias específicas no processo de ensino - aprendizagem de alunos
com gagueira necessitando de capacitação urgente em matérias de inclusão escolar destes
alunos.
Assim percebeu-se no entanto que os resultados da entrevista feita a DAE voltam a refutar a
primeira hipótese da pesquisa que dizia “As estratégias usadas pelos professores da Escola
Primária do 1º e 2º Graus de Matingane no processo de ensino - aprendizagem da leitura de
crianças com gagueira são: apoio e segurança para a criança ler com mais calma,
disponibilização de um ambiente harmonioso no qual a criança possa se manifestar e ler com
mais fluência e evitar agir de forma negativa, quando a criança gagueja permitindo melhor
aprendizagem da leitura das crianças com gagueira” e confirmam a segunda hipótese que
dizia “Os professores da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Matingane não usam estratégias
de ensino - aprendizagem de alunos com gagueira pois não apoiam na segurança para que a
criança possa ler com mais calma, não disponibilizam um ambiente harmonioso no qual a
criança possa se manifestar e ler com mais fluência e evitar agir de forma negativa quando a
criança gagueja devido o desconhecimento das mesmas “.
Ainda de acordo com a hipótese confirmada os dados da entrevista dos professores na questão
9 e na entrevista a DAE na questão 6 mostram com maior nitidez que há necessidade de os
professores adoptarem estratégias específicas no processo de ensino - aprendizagem da leitura
de alunos com gagueira pois, a inexistência destas pode levar ao fraco desenvolvimento ou
baixo rendimento dos alunos com gagueira em actividades de leitura.
26
CAPITULO V
5.1.Conclusão
Diante dos resultados apresentados acima, conclui-se com a pesquisa que o uso de estratégias
de ensino - aprendizagem da leitura para alunos com gagueira é fundamental pois só assim o
professor poderá efectuar uma adaptação metodológica adequada para melhor
acompanhamento e ensino de alunos com gagueira considerando que estes possuem
particularidades que exigem inclusão escolar para o pleno desenvolvimento das suas
capacidades e potencialidades.
A partir do estudo, foi também verificado que o baixo desempenho pedagógico dos alunos
com gagueira são resultado da fraca estimulação pelos professores, daí que, concluímos que
estes, no âmbito de sala de aulas, podem facilmente melhorar o desempenho dos alunos nas
actividades de leitura se usarem estratégias de intervenção psicopedagógicas que se adequam
a estes alunos bastando a eles serem capacitados nesta área para melhor resposta educacional
a alunos com gagueira.
27
5.2.Sugestões
São muitos os elementos que devem merecer atenção, porém, apresentamos para esta
pesquisa, algumas que julgamos serem pontuais e com significado para a inversão do cenário
apresentado na apresentação bem como na análise dos dados. Assim, pensamos que:
4.Referências bibliográficas
Andrade, C (2006).Gagueira Infantil: Risco, Diagnostico e Programas Terapeuticos. Barueri:
Pro-Fono;
Andrews, G. (1983). Stuttering: A review of research findings and theories circa 1982.Journal
of Speech and Hearing Disorders;
Guitar, Barry. (2006). Stuttering: An Integrated Approch to Its Nature and Treatment.(3rd
Edition). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.
Heite, L. B. (2000). Icelandic teacher’s attitudes towards stuttering and classroom decision
making. Paper presented at the International Stuttering Awareness Day (ISAD) online
conference. Acedido em 01 de Agosto de 2021 em
http://www.mnsu.edu/comdis/ISAD3/papers/heite/heite3.html.
Martins, V.O: Andrade CRF (2008). Perfil evolutivo da fluência da fala de falantes do
Português brasileiro. Pro-Fono.
Pereira, M (2002).A gagueira infantil como resultado da interacção dos factores sociais e
emocionais, São Paulo: Cortez;
Ruiz, João Álvaro (2009). Metodologia Científica, Guia para eficiência nos estudos, 6ª ed,
São Paulo: Editora Atlas;
Rustin, Cook, Boteterill, Hughes &Kelman. (2001). Stammering: A Pratical Guide for
Teachers and Other Professionals.London: David FultonPublishers.
Santos, G.O (2008).Os sete Saberes Necessários a Educação do Futuro, 11ª Ed, São Paulo:
Cortez.
Apêndices
30
EXTENSÃO DE MASSINGA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA
___________________________________________________________________________
6. Se sim, quais?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
7. Que estratégias de ensino a escola tem desenvolvido de modo a superar as dificuldades dos
alunos com gagueira durante o PEA da leitura?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
8. Como é que a escola tem feito para que estas estratégias estejam ao alcance de todos os
professores?
32
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
10. Em termos de resultados, o uso destas estratégias traz bom rendimento pedagógico aos
alunos com gagueira?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
EXTENSÃO DE MASSINGA
Dados Gerais
Sexo F( ) M( )
Idade 20-30 ( ) 30-40 ( ) Acima de 40 ( )
Tempo de serviço Menos de 1ano ( ) 1-5 anos ( ) Mais de 5anos ( )
Tipo de formação:______
Questões
Responde as questoes colocando um X nos rectangulos ou prenchendo os espaços em branco
1. Alguma vez ouviu falar de atendimento educacional de alunos com gagueira?
Sim Não
3. Alguma vez trabalhou com turmas que têm alunos com gagueira? Sim Não
Nunca
5. Você acha que o facto de o aluno ter gagueira interfere no seu aprendizado da leitura?
Sim Não
6. Se sim como?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7. Como tem sido a relação do aluno com gagueira com os colegas e consigo professor?
Boa Má Esforçada
8. Que dificuldades são encaradas durante o PEA da leitura em turmas com alunos com
gagueira?
34
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
9. O professor tem utilizado algumas estratégias inclusivas para melhor trabalhar com alunos
com gagueira na sala de aulas? Sim Não
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
10. Quando aplica essas estratégias consegue melhorar a aprendizagem da leitura do aluno
com gagueira? Sim Não Nem sempre
Comentário: -
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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