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ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL E A REALIDADE NO

COLÉGIO ESTADUAL MARIANO BARBOSA JÚNIOR

Beatriz Pereira Santos


domabia@hotmail.com

INTRODUÇÃO
É compreensível para a sociedade, que o ensino de língua estrangeira
nas repartições públicas brasileiras de ensino, não é suficiente o bastante para
que o aluno conclua o ensino básico em condições de ingressar no mercado de
trabalho, onde a cada ano que passa, é exigido a habilidade de fluência na
língua inglesa como requisito primordial para ser contratado, e principalmente
para concorrer a um concurso público. E consequentemente há um grande
crescimento em relação as instituições particulares de ensino de língua
estrangeira.

Contudo é de se questionar o porque as escolas públicas tem um ensino


de línguas estrangeiras tão fraco, fazendo assim surgir inúmera escolas
particulares que cobram muitas das vezes preços absurdos, para ensinar o
mesmo conteúdo que seria ensinado nas escolas pública. Aparecendo
questionamentos sobre o porque de não ter resultados positivos já que é uma
disciplina tão requisitada e necessária para se desenvolver socialmente e
profissionalmente. Seria por falta de recurso ou por causa de docentes
despreparados, já que existe um grande déficit de professores formado e
capacitados em línguas estrangeiras.

Essas inquietações são comuns no cotidiano da sociedade, mas será que


em algum momento foi indagado que talvez o problema dos alunos não se
desenvolverem bem nessa área seja, por causa da cultura de aprender língua
estrangeira no Brasil? Será que ao elaborar um plano de ensino para essa
disciplina, é discutido e considerado a cultura local, crenças, mitos e outro, de
uma forma geral, o conhecimento empírico daqueles estudantes?

Segundo Almeida Filho, essa cultura refere-se a maneira que o aluno


estuda para usar uma língua, e essas maneiras são os conhecimento intuitivo,
implícito ou explícito dos aprendizados adquiridos pelas crenças e tradições e
deve ser considerada como um principal fator para o ensino de línguas.

Com isso, esse trabalho propõe uma investigação inicial da cultura de


aprender línguas estrangeiras com base na etnografia da cidade de Campos
Belos, no Colégio Estadual Mariano Barbosa Júnior.

ENSINO DA LÍNGUA INGLESA: UM BREVE HISTÓRICO

As línguas estrangeiras começaram a ser inserida na educação brasileira


após a decisão nº 29 de 14 de julho de 1809. Com a intenção de
desenvolvimento econômico e politico, houve a criação das cadeira de inglês,
francês e matemática, e isso causou grandes transformações na história do país
e talvez muitas da vezes esse fato gera uma questão, “Porque a língua inglesa
e francesa?”.

E para responder essa questão é necessários viajarmos para o ano


anterior, quando Portugal estava em conflito com a França, e a família real foi
trazida para o Brasil escoltada pela marinha inglesa, e como nada é por acaso,
essa escolta resultou em construções de portos de navios ingleses em território
brasileiro, também resultou em mudanças na educação, e aquisição de novos
cursos superiores para a grade educacional brasileira. Porem esse não foi o
único motivo, antes mesmo da vinda da família real, houve um ocorrido que
causou uma grande reforma na educação. Que foi a expulsão dos jesuítas de
Portugal e suas colônias, e logo após a nomeação de Marquês de Pombal como
primeiro-ministro.

A reforma pombalina teve duas fases, a primeira fase era o uso da língua
portuguesa no território brasileiro, com o intuito de integra o índio na sociedade
portuguesa, essa proposta foi realizada através do documento “Diretório dos
índios”. E na segunda fase, a reforma ocorreu nos curso superiores, em que as
línguas estrangeiras não eram obrigatórias, mas eram recomendadas(VIDOTTI,
2013,p21), pois muitas informações eram publicadas em inglês, francês e
alemão, então só tinham acesso os que sabia essa línguas, pois não eram
encontrados esse documentos traduzidos na língua portuguesa.
Com a construção dos portos, os ingleses ganharam muito espaço no
território brasileiro, e acabaram afetando muito nas decisões políticas, e isso
continuou acontecendo mesmo após o pedido de independência do Brasil.
Porem após o Brasil se tornar um pais, a França foi interferindo logicamente com
o objetivo de garantir território, entretanto não foi com portos de navios, mas sim
com perfumes , moda feminina e ideias políticas, até que aconteceu uma aliança
em 1816 com a missão da cultura inglesa.

Mas isso não impediu o crescimento da França no Brasil, porque a língua


francesa estava crescendo e se tornando universal e se tornou de extrema
importância a continuação da cadeira, para a evolução do pais, já o inglês não
tinha sua importância no meio de comunicação social, mas sim para aquisição
de importantes informações, tanto que muitos professores davam aulas
particulares de inglês, pois a escola visava o francês como prioridade.

Até o reinado de D.Pedro I, as aulas era em casa alugada pelo Estado,


entretanto sem fiscalização e sem limitação e com professores despreparados.
Com isso em 1834 aconteceu a construção um edifício para que fosse reunido
todos os alunos, e isso facilitaria o controle do ensino e fazendo assim a criação
do colégio Pedro II, sempre com o intuito de evolução do pais para alcança
países de primeiro mundo.

Com o decorre dos anos, o colégio sofreu por algumas reformas, mas
poucas afetaram o ensino da língua inglesa, devido as línguas estrangeiras não
terem muita importância no período do monárquico. Então só foi a partir no
momento em que o Brasil se tornou uma república que as línguas estrangeiras
começaram de a sofrer algumas alterações no ensino público.

Em 30 de junho de 1931, a língua inglesa começou a ser introduzida para


os alunos do colégio Pedro II com uma metodologia diferente da que já era
acostumada ser usada em todos os anos de ensino publico. Um das reformas
de pombal, fez com que o ensino da língua inglesa fosse direta, ou seja, ensinar
inglês com inglês. Os alunos já não somente traduziriam os textos e decorariam
a gramatica, esse foi o momento em que o inglês ganhou espaço para ser uma
língua usada no meio social
POLITICAS DE ENSINO DE LINGUAS

Somente o Estado pode interferir nas decisões relacionadas as línguas,


com isso ocorre um criação de um politica linguística, onde o Estado intervém
sobre o uso de línguas estrangeiras no pais (VIDOTTI, 2013, pag.3). Diante
dessas situações, haviam dois requisitos para a ingressão de uma língua
estrangeira, que era a gestão in vivo, que se tratava da língua se inclusa de forma
social, e a gestão in vitro, que já era o uso em necessidade de tradução de
documentos jurídicos, políticos e outros tipos de documentos que traziam
informações importantes.

Com isso, todas as línguas estrangeiras que são inclusas no sistema


educacional, é uma questão estritamente politica. E as politicas linguísticas
sempre visavam o desenvolvimento do Estado. E ao afirmar que o inglês e o
francês eram línguas uteis para o desenvolvimento do pais, foi necessário o
silenciamento das outras que eram usadas com frequência pela sociedade,
como por exemplo o italiano e o alemão.

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