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ISSN: 1984-6290

B3 em ensino - Qualis, Capes


DOI: 10.18264/REP

Conexão exultante, efêmera


e pictórica essência

Marcelo Calderari Miguel


Especialista em estatística (UFES), pesquisador
isador do PIICT (UFES)

Meu pedaço de queijo

Meu Camembert chegou...


Lembrei o samba que ilustra bem essa
peculiar cena: “Festa de rato não sobra queijo”!
Mesmo longe de festas, festivais, festins e festejos.

Queijo comigo não sobra mesmo!


Seja do Serro ou da Canastra...

E quanto mais forte cheiro exala!


Portentoso eis! Roquefort, Gruyère e Grana Padano!

Vindo em massas e salada, agradabilíssimas as tor


torna.
Com excelente vinho é degustado e apreciado.
Ímpar, diriam as pessoas de bom gosto.
Queijo é requintal iguaria.
A mecânica da vida no manejo do Ser

A porta da loja anunciava quarenta por cento de desconto.


Lá dizia: blusa hoje, “só dez real”.
Passei em frente e não comprei; que santo sacrilégio, pensei.
Contudo, na ínfima agonia de quem peca, revivi tamanho erro.
No dia seguinte lá retorno, mal sabia que a placa mesma perpetuaria.
Duplo erro. Porque o ‘só hoje’ também não existia.
Era-se outro dia e preço “pechincha” se mantinha.
De novo não entrei, mas agora só por pirraça.
Saber que placa era um engano ledo.
Vida vai e vem, e subitamente...
Um mês depois passo de novo em frente ao estabelecimento falado.
Lá a bem-dita, a maldita, a certeira, a errante, a bestial placa permanecia.
Eu só a olhava. O anúncio também o fazia, encarava certeiro e acenava um feixe pupilar
Será que vale a pena, apesar da farsa?, pensava...
No fim das contas três meses despois a promoção continuara...
Mas agora o cartaz, mais atento aos apelos, trocou a palavra pelo numeral.
Melhor ainda: duplicou produtos: shorts e blusas – hoje, amanhã, depois e todo dia é 10.
Mas que real, imaginei, bem legal a modificação persuasiva e consagra-se.
Entretanto surreal é a minha persistência...
Toda vez que via a tal loja, dessa via me desviara.
“Só hoje” não colou legal. Esse é meu ideal, amanha espero que outro dia seja.
Contudo, passado um quadrimestre nem haviam alterado, nem uns dez centavos!
Por que a blusinha não custou dez reais e dez centavos?!
Efêmera e pictórica da essência no Sertão da vida

Quanta secura e não é de água...


Quanta rigidez e não é o solo...
Quanto espinho e não é do cacto...
Como pode a bondade humana secar?
Como pode a ternura humana enrijecer?
Como pode uma amizade espinhar e farpas soltar?
Tá tudo errado! Brava gente, mudança já... Transforma:
O Ser seco em mais vivido; o coração rijo em mais terno.
As espinheiras em mais flores – quero é mais Ser fraterno.
A soma de não muito congruente de meios papéis

A antipatia capota na mítica muralha,


um entulho dramático e insubordinável.
Artimanha coopta no murcho barulho,
duas polêmicas diabólicas e escorregáveis.
Acrobacia coleta no retalho músico,
três prepúcios desarmônicos ou orquestráveis.
Advocacia compra no empilho mímico,
quatro proclamas demagógicos e pontificáveis.
Anestesia comuta no espelho médico,
cinco políticas diplomáticas e testificáveis.
Auditoria cobiça no entulho módulo,
seis primícias dogmáticas e referendáveis.
Aceitação começa no mesclo espelho,
sete dialéticos processos e conjeturáveis.
Careta minha – tente descrever essa sonora, retumbante e cândida afeição.

O espelho mágico é fato – não se vulgariza com a decoração.


Fato é – de estímulos... A percepção se faz num piquenique de seleções!
Métrica desconcertásseis
Maestro ou regente.
Exteriorizaria que é.
Alguém que rege.
Marca – o – tempo.
Isso soa partitura.
Batida – a – batida.
Alguma orquestra.
Acoitado “Bastão”.
Vareta, Batuta a nomeia.
A regência musical é coordenada.
Maestro institui grande e nobre empreitada.
Comunica os referenciais para a integrante garotada.
Dirige e lidera um fortuito grupo, ornamental juntada.
Reza a cena com coesão e coerência em sua abrilhantada.
Realiza a execução musical numa unidade fundamentada.
A regência é uma atividade que envolve múltipla cartada.

Musical, gestual, vocal alada.


Uma psicologia reconfortada.
Uma coopedagogia centrada.
Atividade da regência permite um tipo específico de comunicação ajustada.
Aprecia, diferencia e saca dos estilos, gêneros, autores e das épocas requintadas.
Gestos pessoais balizam o estilo de cada regente ou marca uma adotada convenção.
Sopesa para as questões de contraponto, harmonia e sobre musical análise reputada.
Baixos, tenores, contraltos e sopranos, nos quatro naipes a voz e a paz são exaltadas.
Cria comunicação de forma homogênea até mesmo numa assembleia apartada.
Detém bom domínio da partitura, aptidão artística heterogênea manifestada.
Distingue-se aquilo que conduz, numa percepção sonora e apurada.
Concebe e promove a unidade artístico-musical representada.
Memorável concerto vibra fundo, a plateia excitada.
Publicado em 03 de novembro de 2020
Como citar este artigo (ABNT)
MIGUEL, Marcelo Calderari. Conexão exultante, efêmera e pictórica essência. Revista Educação Pública
Pública, v.
20, nº 42, 3 de novembro de 2020. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/42/conexao-exultante-efemera-e-pictorica
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/42/conexao pictorica-essencia

ISSN: 1984-6290
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Educação Pública

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essencia

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