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Aos domingos, vários blocos de morenos têm saído à rua com suas
indumentárias e flâmulas2 , tendo á frente seus "Remeleixos"3 fazendo
um requebra de deixar o negro com água na boca.4
Aliás, a primazia do carnaval de rua sempre cabe aos morenos que têm dado a
nota alacre à cidade e enchem de uma satisfação contagiante toda sua
população, ao roncar das suas cuícas e a cantarem as letras dos últimos sambas e
marchas do carnaval do corrente ano5
notes
1
Aqui o redator tenta claramente, e é claro, sem sucesso, imitar o estilo do grande poeta Manoel
Bandeira.
2
Era comum aos Bantus portarem estandartes cotendo uma figura que distinguia o grupo. E isso,
foi parte da cultura que em sincretismo com o os costumes Yorubas foi assimilado aos Bantus. A
Porta Estandarte ainda figura de modo destacado no carnaval riograndense. O estandarte também
podeser uma sobrevivência totêmica do Quicumbi. Pois a boneca Ka Nina Nuê - fetiche do
Quicumbi, era um elemento de distinção, um totém conduzido pela "Dama do Passo".
3
A figura do Remeleixo, sujeito desengonçado, saltimbanco "clown", que realizava toda sorte de
piruetas, cambalhotas e arrelias frente aos blocos e escolas de samba, é ímpar no carnaval
brasileiro. Sua origem é obscura... O mais provável é que os remeleixos tenham surgido dentre os
estilistas dos passos do Quicumbi. Que executavam passos largos e rápidos com saltos e
cambalhotas individualmente ou em grupo, às vezes de maneira sincrônica. Similar ao estilo das
dnaças guerreiras de tribos como os Massai e Zulu.Os blocos poderiam trazer à frente mais de um
Remeleixo.
4
A referência ao negro aqui não é alusiva ao substantivo, mas a um pronome de tratamento
genérico equivalente a dizer: o sujeito, o indivíduo, o camarada. Trata-se de uma força de
expressão corrente no Rio Grande do Sul e em muitas regiões do país.
5
Esses sambas e marchas eram os das escolas cariocas.