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DISCIPLINA 1
Gestão da
Inovação
GESTÃO DA INOVAÇÃO
sumário
Ambiente Virtual de Aprendizagem Ricardo Sagaz
Aloizio Mercadante Jogos Educativos Produção Audiovisual
Ministro da Ciência e Tecnologia
Roberto Santana
Coordenador do Projeto
Assistente de Produção Audiovisual
Ronaldo Mota Neri dos Santos
Secretário de Inovação André Ricardo Righetto
Modelo Educacional Administrador de Sistemas
CNPq – CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
Fernando José Spanhol
Alexandre Peres de Pinho Fernanda Pires Teixeira
PALAVRAS DO PROFESSOR 04
Greicy K. S. Lenzi Desenvolvimento do Ambiente Virtual
de Aprendizagem
Glaucius Oliva
Presidente Coordenação Geral de Conteúdo Sergio Genilson Pfleger
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E GESTÃO DA MUDANÇA 06
Neri dos Santos Eduardo Martins Polmann
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Cristiana Pinho Tavares de Abreu
Greicy K. S. Lenzi
Gerente de Processos
Execução
Associação Cultural Cabeça ao Vento
Produção de Videoaulas
Realização:
Execução: Colaboração:
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
PALAVRAS DO PROFESSOR A unidade 4, por sua vez, trata dos elementos necessários para
colocar em prática as estratégicas definidas.
Na disciplina Introdução à Gestão da Inovação vimos concei-
tos básicos sobre inovação. Agora, vamos nos aprofundar no as-
E a disciplina finaliza com um conjunto de ferramentas de su-
sunto para que você possa iniciar a estruturação do processo de
porte ao processo de inovação, apresentado na unidade 5. Espero que
inovação em sua empresa. A disciplina é dividida em cinco unida-
você aproveite o conteúdo e aplique o conhecimento em sua empresa,
des, conforme o quadro A.
contribuindo para fortalecer o processo de inovação.
Unidade de conteúdo Descrição resumida do conteúdo
Bons Estudos
UNIDADE 1: Inovação e ge- Revisão do conceito de inovação, tipos de inova-
renciamento de mudança ção e gestão da inovação em uma PME.
Professores Gregório e Paulo
UNIDADE 2: O processo de O ciclo da inteligência tecnológica, a perspectiva
inteligência tecnológica tecnológica e o ciclo da inovação tecnológica.
UNIDADE 3: Estratégia da Desafio estratégico e adaptação estratégica da
inovação empresa. Definição da estratégia de inovação.
UNIDADE 4: Gestão integra- Cadeia de valor nas organizações; gestão de pro-
da da inovação cessos; gestão por processos; e indicadores de
desempenho.
UNIDADE 5: Metodologias Metodologias para gestão da inovação. Ferra-
e ferramentas de gestão da mentas para gestão da inovação.
inovação
Quadro A: Organização do conteúdo da disciplina Gestão da Inovação
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO
E PARA COMEÇAR O ESTUDO
GESTÃO DA MUDANÇA
Durante o módulo introdutório, você acompanhou acerca da im-
portância da inovação para as organizações modernas. Mais do que
um diferencial competitivo, ela pode ser responsável, até, por contri-
buir na permanência ou não de uma empresa no mercado.
OBJETIVOS
SEÇÕES DE ESTUDO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
O quadro 1.1 apresenta um modelo para gestão da mudança. 1- De acordo com a profundidade e complexidade da mudança, po-
dem ser suprimidas etapas do modelo apresentado no quadro 1.1.
ETAPA FASE ATIVIDADES 2- Pense no modelo como uma proposta de modelo mental e
Concepção da mudança Definição de objetivos. use-o como uma lista de verificação das etapas e atividades que
Definição de limites e abrangência. são importantes para que uma mudança na empresa ocorra sem
Avaliação da mudança maiores sobressaltos.
Previsão de prazo do processo de mudança.
PLANEJAMENTO Simulação de impactos.
DA MUDANÇA Avaliação do ambiente (como a empresa receberá a
>> PARA REFLETIR
mudança).
Riscos.
Pense em uma mudança recente que ocorreu em sua empresa.
Projeto de mudança Definição de projeto, conforme metodologia de
Quais das fases acima você consegue identificar, mesmo que tenha
gerenciamento de projetos adotada: custo, crono-
sido realizada informalmente?
grama, riscos, estimativas.
Comunicação dos objetivos Definição de formas de comunicação.
Agora, pense em uma mudança que está ocorrendo em sua em-
da mudança Comunicação pela direção (essencial).
presa ou que está prestes a ocorrer – pode ser a própria introdução da
COMUNICAÇÃO Divulgação contínua do Comunicação de etapas finalizadas. gestão da inovação. Como fazer para introduzir os passos apresenta-
DA MUDANÇA estado da mudança Divulgação dos objetivos intermediários conquis- dos no quadro 1.1?
tados.
Seleção dos líderes Escolha dos líderes do processo de mudança.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
INOVA-
ÇÃO IM- QUE E PODE OCORRE NA FORMA DE
PLICA EM SIGNIFICA
Novidade Ser diferente do pa- Criação inédita: primeiro computador de mão (PDA) com escri-
drão praticado an- ta na tela (Newton da Apple, criado em 1993).
teriormente, pelo Aprimoramento: primeiro PDA com acesso à internet via mo-
menos no ambiente dem (Visor, Handspring, em 1999).
no qual foi inserido Reformulação: surgimento do smartphone, considerado substi-
tuto do PDA (BlackBerry, da RIM, em 2003).
Valor Agregar valor para Incremento na qualidade: invenção do pneu radial com grande
o cliente (experi- aumento na durabilidade (pelo fabricante Michelin em 1946). Figura 1.2: Os drivers da inovação
ência positiva) ou Redução de custo: redução de custo da fabricação de automóveis Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
Vale reforçar que a empresa raramente tem sucesso no proces- Na parte de baixo do modelo aparecem os fatores externos, que
so de inovação trabalhando isoladamente, olhando para si mesma. As podem demandar respostas baseadas na inovação. Restrições de maté-
fontes internas são apenas um dos tipos de drivers* da inovação, con- ria-prima são fontes de inovação. A previsão de exaustão da reserva de
forme ilustrado na figura 1.2. combustíveis fósseis foi o indutor de inovações em fontes alternativas,
Motivador, direcionador.
Característica interna ou nos processos produtivos, e em meios de obter maior rendimento de
externa da empresa que motores à combustão.
facilita a ocorrência de Há uma série de outros motivadores, facilitadores e atores nesse
um fenômeno em estudo. processo. A empresa que trabalha de acordo com o modelo da figura
Por exemplo: a aquisição Na parte central do modelo são representados os drivers do pro-
de empresas com perfil 1.2 adota a chamada “inovação aberta”.
inovador é um driver para cesso de inovação alinhados com a cadeia de valor. Além das fontes
a inovação em empresas internas da organização, fornecedores e clientes podem ser parceiros
mais consolidadas.
no processo de inovação. Há também a possibilidade de capturar opor-
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
tunidades de inovação baseadas na experiência do cliente. Outra pos- Processos Objetivo O que é preciso no ambiente de inovação
sibilidade, para as organizações que têm como clientes empresas de Captação Inclusão de pessoas na em- Rever o perfil de profissional necessário para a em-
grande porte, é integrar programas de capacitação de fornecedores. presa presa.
Estes também são fontes de oportunidades de melhoria, pela troca de Contempla recrutamento e Mesclar capacitações e formações.
experiências e uso de alternativas tecnológicas por eles desenvolvidas. seleção de pessoas
AMBIENTE DE INOVAÇÃO Qualidade Criação de condições de tra- Eliminar barreiras físicas no layout.
de vida balho adequadas, incluindo Criar espaços para exercício da criatividade.
ética, disciplina, higiene, Inovar no mobiliário com uso de soluções ergonô-
Vamos agora nos aprofundar em alguns conceitos fundamentais
ergonomia, segurança, cui- micas e com design inovador.
para os gestores que têm a missão de difundir a inovação para todas as
dado com o meio ambiente, Manter uma política de gestão ambiental, mesmo
pessoas na empresa. integração em atividades de baixo impacto.
O quadro 1.3 apresenta os processos de gestão de pessoas, com a Monitoramento Gestão das informações so- Manter atualizadas as competências e habilidades
descrição de cada um deles e os diferencias encontrados nas empresas bre pessoas dos funcionários.
focadas na inovação. Inclui administração de Manter registro histórico da participação em pro-
bancos de dados, sistemas jetos de inovação.
e arquivos físicos sobre pes- Disponibilizar informações aos gestores sobre “es-
soal tilos de criar e liderar”.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Dos processos de gestão de pessoas acima apresentados me- Lógico-objetivo Conseguir tornar suas ideias mais
rece destaque a formação de equipes. O líder encarregado de in- práticas.
troduzir o processo de inovação deve reconhecer os diferentes es- Emocional-intuitivo Lógico-objetivo Obter mais objetividade nas ideias.
tilos de criar e liderar. Cauteloso-reflexivo Avaliar com mais prudência suas ações.
Relacional-divergente Emocional-intuitivo Compreender melhor as emoções.
Wechler (2009) apresenta uma classificação de cinco estilos pes- Cauteloso-reflexivo Elaborar ações com mais prudência.
soais de liderar e criar: Cauteloso-Reflexivo; Inconformista-Transfor-
Lógico-objetivo Inconformista-transfor- Conseguir quebrar regras e alterar
mador; Emocional-Intuitivo; Relacional-Divergente; Lógico-Objetivo.
mador procedimentos.
Para cada um destes estilos, a autora apresenta sua descrição, suas fa-
Emocional-intuitivo Auxiliar na compreensão de sentimen-
cilidades e dificuldades.
tos.
Quadro 1.4: Composição de equipes baseados em estilos pessoais
Inclua a equipe da área de gestão de pessoas em todas as fases Fonte: Wechler (2009)
da implantação da gestão da inovação. Depois, vá mais além e
provoque-os para que também inovem o próprio processo de Leia “Estilos de pensar e criar em gerentes e subgerentes de
gestão de pessoas. micro e pequenas empresas”, Martins (2009) aplica os concei-
tos acima no ambiente das PME – Pequenas e Médias Empresas.
Uma equipe, para ter sucesso, precisa ser composta por pessoas Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.puccampinas.edu.br>.
com os diferentes estilos. A multiplicidade de pontos de vista e a diver-
sidade de formas de ver o mundo são benéficas para o processo de ino- E quanto ao organograma, como fica a estrutura da gestão da
vação. No quadro 1.4 é apresentada uma proposta para montar equi- inovação?
pes de acordo com os estilos individuais, conforme Wechler (2009).
Para muitas das PME talvez não seja viável criar uma unidade
organizacional voltada exclusivamente para a inovação. Diante desta
situação, como coordenar o processo de inovação?
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A seguir, no quadro 1.5 é apresentado um exemplo de matriz para O quadro 1.6 mostra fatores que motivam a aversão a riscos e
priorização de projetos. No caso de surgir uma nova oportunidade de dicas para contorná-las.
inovação, o gestor, analisando a matriz, pode definir pelo cancelamen-
to, suspensão ou adiamento de etapas de um dos cinco projetos em FATOR DICAS PARA MINIMIZAR O IMPACTO
andamento.
Perfil pessoal Pessoas chave no processo de inovação com forte aversão a riscos
podem ser uma pedra no caminho da inovação. Esta característica
Duração % Realiza- Valor Grupo de pessoal pode ser passada com atuação dos gestores e com auxílio de
Projeto Custo Anual (Meses) do Agregado Prioridade profissionais da área de gestão de pessoas e psicologia. Não deixe de
Campanha de investir nas pessoas e dar a oportunidade de mudarem.
marketing para Mensagem Mesmo os mais audazes podem se inibir se a empresa não comunicar
lançamento do produto A R$ 45.000,00 4 20% Alto A da empresa
que riscos calculados são aceitos. Comunique até que ponto os riscos
Novo design para o são aceitos e que o insucesso pode servir como forma de aprendizado.
produto B R$ 75.000,00 5 65% Médio B
Composição Procure incluir no grupo pessoas com mais disposição para correr ris-
Automatização da linha dos times
cos calculados. Use como auxílio a tabela do quadro 1.4. Use também
de produção do produto C R$ 110.000,00 12 10% Baixo C pessoas com exemplos de projetos que envolviam riscos consideráveis
Consultoria de análise de e que tiveram sucesso.
mercado R$ 25.000,00 6 50% Alto A
Falta de O desconhecido amedronta as pessoas. Se a possibilidade de algo dar
Quadro 1.5: Matriz para priorização de projetos noção dos
riscos errado já causa receio, o fato de não se saber qual a probabilidade e o
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
impacto só piora a situação. Nos projetos, use técnicas para estimar a
probabilidade e o impacto de cada risco identificado.
Você terá a oportunidade de se aprofundar em estratégias para
eliminar a barreira do financiamento inadequado cursando as Quadro 1.6: Fatores que motivam a aversão a riscos e formas de contorná-los
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
disciplinas da Capacitação em Financiamento de Inovação des-
te Programa.
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Para noções de gerenciamento de riscos uma dica é o site britâ- de planejamento como forma de minimizar o risco de atrasos. Esta
nico: <www.ruleworks.co.uk/riskguide/>. Ele traz desde o con- pressão excessiva pode engessar a inovação.
ceito de risco até ferramentas para gestão de riscos.
Medição incorreta: a lucratividade de um produto consolidado
Silos organizacionais: ainda encontramos empresas nas quais no mercado não pode ser comparada com a de um produto em seus
o organograma é quase um mapa medieval, e cada unidade organiza- primeiros meses de comercialização. As medidas tradicionais como lu-
cional parece um feudo com imponentes muralhas. cratividade, rentabilidade e participação de mercado podem não ser
suficientes para medir os resultados do processo de inovação.
Cada departamento foca na própria eficiência, sem que os “óti- Para exemplificar a barreira da medição incorreta, criamos um
mos locais” resultem em um bom resultado global. O processo de ino- caso de uma empresa fictícia, a XTECHY.
vação não acontece isoladamente em um determinado departamento, Ela adiantou o lançamento de um software, sem um dos módu-
é preciso envolvimento das diversas áreas de empresa. los originalmente previstos, que não era essencial para o produto, mas
trazia um diferencial em relação aos clientes. A decisão foi tomada em
E o desafio é ainda maior, pois a empresa também não pode atuar função da ameaça de um produto concorrente recém-lançado.
sozinha, dependendo de parceiros para inovar. Nos seis primeiros meses, a comercialização do produto foi irri-
sória, o que poderia ter gerado a descontinuidade do produto se so-
Para demolir os silos organizacionais é preciso adoção da visão por mente fossem medidos os resultados imediatos.
processos, tema que será estudado mais adiante nesta disciplina. A empresa manteve o desenvolvimento do módulo faltante, o
que no final foi considerado um sucesso, pois as revistas especializadas
Pressão por prazos: outra característica marcante da era do co- divulgaram que em breve seria lançada a versão atualizada do produto
nhecimento é a compressão extrema do ciclo de vida dos produtos. da XTECHY, com o módulo não contemplado na primeira versão, com
Produtos têm ciclos de vida medidos em meses, em oposição a perío- atualização gratuita.
dos de vários anos como ocorria no passado. A estratégia fez com que os clientes aguardassem pela nova ver-
são e não comprassem o produto do concorrente.
Um produto pode ter uma nova versão que torne a anterior obso-
leta em menos de um ano. Em um ambiente como este, cada “minuto” Faça uma reflexão e tente se recordar de situações nas quais as
de tempo é valioso. barreiras da inovação se manifestaram em sua empresa. Tente
se recordar de cada uma dos tipos de barreiras: financiamen-
Para contornar esta barreira seguem algumas sugestões: to inadequado; aversão à riscos; silos organizacionais; pressão
l Defina o grau de importância dos projetos de inovação em re- por prazos.
lação aos demais projetos da empresa, para facilitar a realocação de
recursos.
l Com base na lista de atividades de um projeto, repasse ativi-
dades de menor complexidade para pessoas como menos experiência,
desafogando recursos críticos.
l Verifique se os prazos definidos não estão desnecessariamente
apertados. Muitas vezes, o prazo final de um projeto é reduzido na fase
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UNIDADE 2 | O
PROCESSO PARA COMEÇAR O ESTUDO
DE INTELIGÊNCIA
Vamos iniciar a discussão sobre o conceito de Inteligência Tecno-
lógica fazendo uma pergunta: sua empresa possui algum documento
no qual constem quais as fontes de informação sobre tecnologia de
OBJETIVOS
SEÇÕES DE ESTUDO
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SEÇÃO 1: O CONCEITO DE
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
Antes de falar especificamente em inteligência tecnológica, é pre-
ciso conhecer o conceito de inteligência competitiva: “a coleta ética e
legal, análise e distribuição da informação sobre o ambiente competi-
tivo, incluindo os pontos fortes, fracos e intenção dos concorrentes.”
(VASCONCELOS E DINIZ, apud COIMBRA et alli, 2008, p. 4).
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Força competitiva Descrição Que informações coletar (exemplos) SEÇÃO 2: A TECNOLOGIA COMO
Poder de barganha
dos fornecedores
Pode de se recusar a for-
necer dentro de condições
Grau de diferenciação dos insumos;
custo dos insumos em relação ao preço
PROTEÇÃO DO NEGÓCIO
favoráveis, estabelecendo de venda; disponibilidade de fornecedo-
A tecnologia agregada ao processo e ao produto pode servir como
preço ou condições que afe- res alternativos; barreiras à importação;
vantagem competitiva, dificultando a entrada de novos competidores
tem a competitividade porte do fornecedor
no mercado. Mesmo atividades que não são consideradas high-tech,
Ameaça dos produ- Possibilidade de que os bens Estágio do ciclo de vida dos produtos;
como a agricultura, podem incrementar a produtividade e a qualidade
tos substitutos produzidos pela empresa qualidade dos produtos; grau de diferen-
dos produtos com base no aporte de tecnologia. Neste ponto, cabe des-
e/ou os serviços prestados ciação; desempenho recente de vendas
tacar a experiência brasileira, capitaneada pela EMBRAPA.
sejam substituídos por por produto; informações sobre patentes;
alternativas que desempe- novas tecnologias desenvolvidas e em
Mas não basta a simples “compra” de tecnologia para gerar van-
nhem a mesma função desenvolvimento
tagem competitiva. É preciso que a empresa detenha o conhecimento
Poder de barganha Atuação dos clientes na Preço da compra total; participação
necessário para fazer o melhor uso da tecnologia, adaptá-la para suas
dos clientes exigência de maior qualida- nas vendas por cliente, conhecimento
necessidades específicas e traduzi-la de acordo com a realidade local.
de por um menor preço de do cliente do produto e do processo de
bens e serviços, bem como o produção; existência de produtos subs-
ato de jogar um concorrente titutos; existência de cooperação entre
>> PARA REFLETIR
contra o outro clientes; dados da força de vendas sobre
comportamento do cliente
Até que ponto os produtos de sua empresa estão “protegidos”
Ameaça de novos Grau de facilidade de en- Barreiras de entrada (normas, patentes,
pela dificuldade de concorrentes desenvolverem ou adquirirem a tec-
entrantes trada de novos players no direitos, investimento); acesso aos canais
nologia necessária para produzi-los?
negócio de distribuição; diferenciação dos produ-
tos; força da marca; economia de escala;
custo de transição para o cliente
Tão importante quanto ter a propriedade sobre a tecnologia é
Rivalidade entre os Principal determinante da Número de concorrentes; participação no
possuir uma rede de parceiros que possam alimentar a empresa com a
concorrentes competitividade. Grau de mercado; crescimento da indústria; di-
tecnologia necessária para manter o ritmo da inovação, o que é ainda
agressividade com o qual os versidade de concorrentes; grau de dife-
mais importante nas pequenas e médias empresas, que têm restrições
rivais competem por preço renciação dos produtos; barreiras à saída
financeiras para manter o processo de pesquisa e desenvolvimento.
do produto, inovação, ma- do mercado; investimentos dos concor-
rketing, canais de distribui- rentes; localização os concorrentes.
ção etc.
Quadro 2.1: Informações para dar suporte à análise competitiva com base no modelo de Porter.
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
SEÇÃO 3: INTELIGÊNCIA De acordo com Šmihula, a humanidade passou por cinco ondas
de inovação tecnológica na era moderna:
TECNOLÓGICA
Onda Revolução tecno- Período Duração Setores líderes
O que faz o homem (homo sapiens) diferente dos demais animais lógica (anos)
é o uso de meios auxiliares, na forma de ferramentas e métodos, para 1ª Agricultura-finan- 1600-1740 180 Financeiro, agricultura,
contornar suas limitações naturais. ceira comércio.
2ª Industrial 1780-1840 100 Têxtil, metalúrgico, carvão,
O uso de pedras para esmagar alimentos e do fogo para aquecer
ferrovias.
são exemplos das primeiras tecnologias desenvolvidas. Posteriormen-
3ª Técnica 1880-1920 60 Química, indústria eletro-
te, o homem passou a usar símbolos para registrar o conhecimento
técnica, maquinaria.
obtido e desenvolveu meios de propagar este conhecimento.
4ª Técnica-científica 1940-1970 45 Indústria aérea, indústria
Embora uma definição simples e sucinta seja difícil (VERASZTO nuclear, materiais sintéti-
et al, 2006), podemos dizer que tecnologia é a aplicação do conheci- cos, indústria do petróleo,
mento científico e saber humano para prover uma solução para cibernética.
uma demanda específica. 5ª Informação e tele- 1985-2000 30 Telecomunicações, ciberné-
comunicações tica, informática, internet.
Veraszto (2006) afirma que a tecnologia não se limita ao produ- Quadro 2.2: As cinco ondas da inovação na era moderna
Fonte: Adaptado de Šmihula (2010)
to criado, mas também inclui todo o conhecimento envolvido em sua
concepção e ainda seus efeitos sobre a sociedade.
Conforme se observa no quadro, cada onda tem duração menor,
em consequência da evolução da base de conhecimento e das tecnolo-
Conforme vimos acima, quando falamos em tecnologia não es-
gias utilizadas na pesquisa científica.
tamos nos limitando à eletrônica, informática, e biotecnologia,
mas sim todo conjunto de conhecimento técnico e científico.
Vivemos hoje na quinta onda da inovação tecnológica, que já vai
perdendo força. Há quem diga que já estamos iniciando uma sexta
A tecnologia pode mudar a cultura e a forma de organização da
onda, conforme o quadro 2.3.
sociedade. Quando a tecnologia agrícola permitiu que alimentos fos-
sem cultivados, o homem deixou de ser nômade, dando origem às pri-
Onda Revolução tecno- Período Duração Setores líderes
meiras povoações, com grande impacto na forma de se relacionar.
lógica (anos)
Mais recentemente, o advento da internet criou novas formas de 6ª Mundo sub-micros- 2000-Até ou- Até outra Biotecnologia, nanotecno-
relacionamento entre seres humanos. Um aspecto importante da tec- cópico tra onda. onda logia, genética.
Quadro 2.3: Sugestão para a sexta onda
nologia é que ela evolui em ciclos ou “ondas” (FADEL, 2005; ŠMIHULA,
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
2010). Cada onda inicia como uma ruptura, gerada por um conjunto
de novos conhecimentos científicos e inovações tecnológicas.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
A sexta onda será marcada por avanços e novas aplicações na bio- Reforçando a característica disciplinar do processo de gestão da
tecnologia, nanotecnologia e genética. As aplicações da ciência para inovação, a inteligência tecnológica faz uso de outras áreas do conhe-
manipulação da molécula, do átomo e do DNA são promissoras. cimento recentemente desenvolvidas, como a cienciometria e a bi-
bliometria, ambas ramos da Ciência da Informação.
Tendo sido esclarecido o conceito de tecnologia, passemos a dis-
cutir a inteligência tecnológica (IT). Ela pode ser vista como o uso da A bibliometria utiliza a estatística para analisar as tendências de
inteligência competitiva para se obter inovação. Consiste em obter in- crescimento em determinadas áreas de conhecimento. Estudos têm
formações sobre oportunidades e ameaças relacionadas com tecnolo- sido realizados para romper os limites da bibliometria como instru-
gias existentes e em desenvolvimento, comportamento do mercado e mento meramente quantitativo (ALVARENGA, 1998), incluindo o su-
tendências nas atividades científicas. porte à inovação.
A IT é um conceito mais amplo do que antes era denominado A cienciometria é uma derivação da bibliometria, mas não se res-
vigilância tecnológica, o que deixa claro a importância de a empresa tringe à produção bibliográfica, incluindo também a pesquisa de pa-
estar alerta às informações do meio externo, mantendo um radar per- tentes, as informações da web e outras fontes.
manentemente ligado.
As redes de informação, fontes para a inteligência tecnológi-
Quanto maior o alcance e a precisão do “radar tecnológico” me- ca, são diversificadas e formadas a partir de diferentes elementos
lhor a possibilidade de responder aos ataques, usando como arma a (MENDES, 2005):
inovação.
l contatos com autores de artigos;
l contatos pessoais (networking);
l eventos em geral (feiras, seminários, congressos, exposições etc.);
l listas de especialistas;
l membros de associações;
l participação em associações representativas de classe;
l participação em listas de discussão;
l pessoas-chave na própria empresa.
Mas o processo de inteligência tecnológica não consiste apenas Além das fontes externas, não se esqueça das redes internas
em capturar informações. Compreende a seleção das informações váli- de inovação. Crie um sistema para divulgação de currículos, inte-
das e o uso para tomada de decisão. resses pessoais, projetos pessoais, e incentive o relacionamento
entre o pessoal. Dê oportunidade para todos participarem de al-
Denomina-se um “produto inteligente” aquele de alto valor guma fase do processo de gestão da inovação a fim de identificar
agregado, diferenciado dos demais com base no processo de in- pessoas de destaque.
teligência tecnológica.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
SEÇÃO 4: O CICLO DA nidades mais promissoras. São escolhidas as alternativas que se trans-
formarão em projetos, com base em expectativa de retorno, valor agre-
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA gado, grau de inovação, dentre outros critérios.
O ciclo de inovações tecnológicas é composto por diferentes as- O fato de uma ideia não ser selecionada para desenvolvimento
pectos, a figura 2.2 traz o ciclo de inovação tecnológica, em uma visão não significa que será descartada. Pode ser mantida na “geladeira” até
mais detalhada do que a apresentada na disciplina Introdução à Ges- que o mercado esteja pronto para ela.
tão da Inovação.
Para reduzir riscos, as ideias selecionadas são testadas. Os tes-
tes podem ser feitos pelo pessoal da empresa (alguns funcionários re-
cebem um protótipo), em laboratório, por entidades externas (tercei-
rização dos testes) ou por clientes.
As oportunidades de inovação prospectadas (ideias, conceitos, tec- É importante frisar que nem sempre o ciclo se completa. Um
nologias, tendências) passam por um filtro. Cada empresa deve definir projeto de inovação pode ser interrompido nos testes, abandona-
os critérios de filtragem, eliminando as possibilidades que não estejam de do por não ter a aceitação esperada ou cancelado por apresentar
acordo com as suas políticas e estratégias. Um tipo de filtro, por exemplo, falhas críticas.
é o tempo de desenvolvimento (da concepção à possibilidade de produzir).
O lançamento ou aplicação da inovação pode ser suspenso ou
As ideias que passam pelo filtro seguem para a seleção, que é cancelado por diversas razões. Mesmo nestes casos é possível apren-
necessária para que a empresa direcione seus esforços para as oportu-
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
A inteligência tecnológica é base para o planejamento tecnoló- A primeira delas é a metodologia puxada pelo mercado (market
gico, que trata da organização da atividade de pesquisa e desenvolvi- pull). Inicia-se representando no mapa os mercados potenciais ou as
mento na empresa, seja ela realizada com recursos próprios ou com demandas do mercado, e a partir daí definem-se os produtos, as tec-
parceiros externos. Tal planejamento consiste em considerar as vari- nologias necessárias e os recursos. Esta forma top-down (de cima para
áveis internas e as competências e diretrizes internas para definir o baixo) permite definir quais as linhas de ação do P&D e a organização
futuro tecnológico da empresa. necessária dos processos de apoio.
Um das ferramentas do planejamento tecnológico é o Mapa Tec- Outra forma é partir de tecnologias em desenvolvimento, inter-
nológico (Technology Roadmap – TRM). O mapa tecnológico mostra de na ou externamente, e definir possíveis cenários para produtos e mer-
forma visual a evolução e a relação entre mercado, produto, tecnologia cados potenciais, conhecido como método empurrado pela tecnologia
e os recursos necessários. A rede de relações mostra como a tecnologia (technology push). Esta forma down-top (de baixo para cima) é usada
pode ser usada para suportar a oferta de produtos atuais e futuros (PE- como apoio para previsão tecnológicae permite responder a questões
TRICK E ECHOLS, 2004). como: onde queremos estar nos próximos dez anos?
Há modelos de TRM que mostram mais dois níveis: os elemen- Um cuidado com o TRM é não vê-lo como algo fixo, mas sujeito a
tos da pesquisa aplicada que suportam as tecnologias e os itens de mudanças repentinas e alterações em função de inovações tecnológi-
pesquisa básica que dão suporte à pesquisa aplicada. Em uma PME, cas. No caso do TRM do tipo technology push é comum utilizar a ferra-
o modelo apresentado na figura 2.3 é suficiente. menta em conjunto com o planejamento por cenários.
O mapa tecnológico pode ainda conter elementos gráficos que in- O Mapa Tecnológico (TRM) pode ser usado para mostrar à di-
diquem quais as tecnologias mais recentes e quais as que estão no final reção da empresa o porquê do investimento em pesquisa ou na
do ciclo de vida, característica representada pela altura em relação ao aquisição de tecnologia. Nota-se, neste caso, alguma semelhan-
plano horizontal ou por símbolos ou cores. ça entre o BSC (Balanced Scorecard) que de forma semelhante
alinha os indicadores operacionais e táticos com os objetivos
estratégicos da organização.
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NA PRÓXIMA UNIDADE
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DA INOVAÇÃO
Já imaginou como tudo seria fácil (e tedioso) para os profissio-
nais da gestão se empresas tivessem apenas um caminho a trilhar?
Se não houvesse a necessidade de decidir sobre o futuro da empre-
sa, não haveria necessidade de estratégia. Mas na vida real, o sucesso
empresarial depende em grande parte da estratégia empresarial adota-
da, e hoje é imprescindível a formulação da estratégia de inovação.
OBJETIVOS
SEÇÕES DE ESTUDO
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Além disso, há diferentes estratégias que podem ser adotadas aceitação de menores margens).
com vistas à inovação, que detalharemos a partir de agora.
Como vantagem, o baixo custo de desenvolvimento. Como des-
2.1 Tipos de Estratégias de Inovação vantagem, não há geração de valor e não gera vantagem competitiva
sustentável.
Uma empresa pode optar por tipos diferentes de estratégias, de
acordo com a que mais se adapta ao seu perfil ou momento.
>> PARA REFLETIR
Os tipos de estratégias podem ser assim definidos: estratégia
de liderança, estratégia de adaptação e estratégia de imitação. Quais das três estratégias sua empresa vem utilizando?
Há possibilidade migrar para outra estratégia?
Estratégia de liderança: a empresa é a primeira a introduzir
produto ou processo totalmente original, criando uma tendência de
mercado. Também aplicável para inovações de marketing, com a intro- Em uma proposta mais abrangente, Sund (1998) apresenta uma
dução de novas tendências em relacionamento com o consumidor ou matriz tridimensional para avaliar a estratégia da inovação, exibida na
canais de distribuição. figura 3.3.
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Objetivo da análise SWOT: criação de processo próprio de distribuição em uma empresa Faça a matriz SWOT de sua empresa.
de manufatura de médio porte para acessar novos usuários finais (empresas) em setores 1. Registre os pontos fortes no quadro FORÇAS.
ainda não desenvolvidos. 2. Registre as fragilidades no quadro FRAQUEZAS.
FORÇAS FRAQUEZAS 3. Agora olhe para o ambiente no qual sua empresa está inserida.
l Controle sobre as vendas para o cliente l Listas de clientes não testadas. 4. Registre as OPORTUNIDADES, que podem ser novas tendências de merca-
final. l Podemos ser muito pequenos no negócio. do, quebra de monopólio, novas tecnologias e benefícios fiscais.
l Produtos com qualidade e confiabilida- l Falta de experiência do mercado. 5. Por fim, registre as AMEAÇAS provenientes do ambiente externo.
de. l Pessoal de vendas insuficiente. 6. Lembre-se, se você achar que há uma oportunidade “interna”, é na verdade
l Desempenho superior do produto em l Orçamento limitado. uma força.
relação aos competidores. l Ainda não há um plano definido.
l Alguns profissionais com experiência l Falta de treinamento para o pessoal da dis-
nos setores dos usuários finais. tribuição.
>> PARA REFLETIR
l Disponibilidade de listas de clientes
l Apoio da diretoria.
Agora que você preencheu os quatro quadrantes da SWOT, faça a
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
seguinte análise.
l Potencial de desenvolvimento de novos l Sazonalidade da demanda do mercado.
1. Impacto das fraquezas nas oportunidades: quais as fra-
produtos. l Possível perda de foco do negócio principal.
quezas que prejudicam a transformação de oportunidades em ganhos
l Margem de lucro atrativa. l Risco de ataque dos competidores de maior
para a empresa? Quais as mais impactantes?
l Maior oportunidade de parcerias de porte.
2. Impacto das forças nas oportunidades: quais as forças que
inovação com clientes finais. l Possível impacto negativo na imagem da
auxiliam na captura das oportunidades? Quais as mais impactantes?
l Economia no negócio principal (custos empresa por problemas na distribuição.
3. Relação das fraquezas com as ameaças: quais as fraquezas
logísticos). l Problemas com legislação.
da empresa que fragilizam a empresa e que podem fazer com que as
l Competidores locais têm produtos fra-
ameaças se concretizem?
cos.
4. Relação das forças com as ameaças: quais forças podem im-
Quadro 3.2: Exemplo de Análise SWOT
pedir que as ameaças se concretizem?
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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Alguns autores afirmam que este pensamento é válido para o No decorrer da unidade, foi apresentada uma noção das etapas
mundo empresarial. Entretanto, na era atual do conhecimento e da do planejamento estratégico, além de duas visões para possibilidades
inovação, o próprio conceito de “inimigo” é obsoleto. de estratégia da inovação.
Se Sun Tzu fosse hoje um líder de uma empresa, com o mesmo A análise SWOT foi abordada como uma das ferramentas para
perfil de estrategista, provavelmente diria: “conhece a ti mesmo, compa- definição da estratégia da inovação que tem como objetivo tornar vi-
ra-te com teus rivais, identifique bons parceiros, surpreenda teus clientes e síveis os principais fatores internos e externos que podem influenciar
terás boas chances de sucesso, até a próxima ruptura tecnológica”. no processo de inovação.
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INTEGRADA DA
Dando sequência aos seus estudos da disciplina de Gestão da
Inovação, nesta unidade você vai estudar acerca da gestão integrada
da inovação.
OBJETIVOS
SEÇÕES DE ESTUDO
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Conforme Gonçalves (2000), a introdução do conceito de proces- competitiva, e que a inovação pode ser considerada como uma das fa-
sos em uma organização obriga as pessoas a trabalharem de uma for- ses do gerenciamento de processos, sequência do mapeamento e da
ma diferente, deixando de pensar apenas no resultado de suas áreas e análise dos processos.
contribuindo de forma sistêmica.
Em um ciclo de melhoria do processo, uma alteração ainda não
Sendo o processo um fluxo gerador de valor, a empresa deve bus- praticada é uma inovação incremental. Quando a empresa cria um
car a eliminação das atividades que não contribuem para gerar resulta- novo processo, ou redesenha um existente, temos uma inovação ra-
dos esperados pelos clientes. dical no processo.
A inovação tem dois tipos de relacionamento com os proces- O gerenciamento de processos não implica em organizar as em-
sos organizacionais: tanto pode ser uma ferramenta para a presas por processos.
melhoria dos processos como pode se beneficiar do geren-
ciamento de processos. Os dois tipos de relacionamento são É possível mapear e gerenciar os processos sem alterar a estrutu-
descritos a seguir. ra organizacional. Mas há empresas que vão além da adoção da visão
horizontal, e efetivamente se organizam “por” processos, rompendo
A inovação é ferramenta para melhoria dos processos: ob- as paredes dos silos organizacionais.
servando o modelo de processo da figura 4.3 é possível notar que cada
elemento do processo pode ser alvo de inovações. A gestão por processos é o que discutiremos na próxima seção.
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Uma PME, por ter uma menor estrutura e por ser normalmente
um ambiente mais empreendedor, tem mais facilidade na implantação
da gestão por processos.
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dos dos diferentes processos da organização. estruturado de medidas de desempenho, usam-se os números para
mostrar como a situação atual deve ser alterada para garantir a sobre-
As medidas de desempenho devem estar alinhadas com a estra- vivência da empresa.
tégia da empresa. Se ela pretende aumentar em 20% a participação no
mercado em dois anos por meio da introdução de novos produtos, esta es- Se as medidas de desempenho forem comparadas com referên-
tratégia deve ser desmembrada em um conjunto de objetivos associa- cias externas (concorrentes, empresas de outros setores de desempe-
dos a medidas de desempenho que permitam avaliar “quando” e “de nho destacado) a mensagem da necessidade da mudança fica ainda
que forma” serão alcançados. mais clara.
Hronec (1994) descreve quatro benefícios das medidas de de- O quadro 4.1 mostra as dimensões do desempenho conforme
sempenho: proposto por Sink e Tuttle (1993). Adicionamos uma coluna com
l satisfação dos clientes; exemplos de medidas de desempenho para cada dimensão.
l monitoramento do progresso;
l benchmarking de processos e atividades e Dimensão do O que é? Exemplos de medidas de desempe-
gerenciar a mudança. desempenho nho
1. Eficácia Fazer a coisa certa, sem falhas Percentual de erros, reclamações de
Satisfação do cliente - se a empresa existe para gerar valor para clientes.
o cliente, é preciso medir se e em que grau os requisitos do cliente são 2. Eficiência Fazer de forma correta, com custos Perdas de material, tempo de execução.
atendidos. Medidas de desempenho associadas à satisfação dos clien- adequados, sem desperdício
tes são essenciais para a gestão. 3. Qualidade Adequação ao uso, fazer o que o Índice de satisfação do cliente, índice de
cliente quer atendimento aos requisitos.
Monitoramento do progresso - é comum, nas empresas, as
4. Inovação Capacidade de criar valor Número de patentes, quantidade de
pessoas sentirem que seus esforços não estão conduzindo a empresa
inovações, número de lançamentos de
para um padrão de desempenho superior. Isto ocorre porque não há
produtos, ideias por empregado.
referenciais para avaliar se o desempenho hoje é superior ao do passa-
5. Produtividade Grau de aproveitamento dos recur- Produção por empregado, faturamento
do. Medidas de desempenho mostram claramente o progresso ao lon-
sos disponíveis por empregado.
go do tempo, o que por si só já motiva as pessoas envolvidas.
6. Qualidade de Ambiente, tipo de trabalho e clima Satisfação com o clima organizacional,
vida no trabalho organizacional quantidade de níveis hierárquicos.
Benchmarking de processos e atividades - mais à frente nesta
7. Lucratividade Ou budgetabilidade (para centros Lucratividade, rentabilidade, receita
disciplina trataremos detalhadamente acerca do benchmarking na dis-
de custos e organizações sem fins sobre despesa, lucratividade de novos
cussão sobre ferramentas de suporte à inovação. Por hora, basta saber
lucrativos) produtos.
que não há como fazer a análise comparativa entre empresas sem pos-
Quadro 4.1: As dimensões do desempenho
suir uma medida de desempenho associada a cada item que se deseja Fonte: Adaptado de Sink & Tuttle (1993)
comparar.
E quais os cuidados ao se definir uma medida de desempenho? A
Gerenciamento da mudança - ao serem chamadas a participar figura 4.6 mostra as características desejáveis de uma medida de de-
de uma mudança organizacional, as pessoas se perguntam o porquê sempenho.
desse esforço adicional. Em uma empresa que possui um conjunto bem
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>> PARA REFLETIR O quadro 4.2 traz exemplos de medidas de desempenho da ino-
vação separadas em três grupos: resultados do negócio, saídas dos pro-
Quais as medidas de desempenho em uso em sua empresa? cessos e medidas associadas aos projetos de inovação.
Há medidas de desempenho relacionadas com a inovação?
São conhecidas por todos na empresa? Tipo de medida de desempenho da inovação Exemplos
Medidas baseadas em resultados da empresa Participação nas vendas dos novos produtos (últimos cin-
co anos); participação nas vendas dos produtos inovado-
E como seria a medição de desempenho do processo de inova- res; valor de mercado da empresa; lucratividade de produ-
ção? Certamente deve estar relacionada com as atividades que vimos tos inovadores; prêmios e citações da empresa associados
na unidade 2 desta disciplina. com inovação.
Medidas do processo de inovação Número de projetos de inovação em andamento; prazo de
Na figura 4.7 é apresentada uma proposta de sistema de medição. lançamento no mercado (time to market); número de ideias
O sistema de Brown & Stevenson (1998) considera Pesquisa e Desen- registradas; número de autores de ideias; horas de treina-
volvimento como um sistema que alimenta o processo de inovação. mentos voltados para inovação; quantidade de grupos de
trabalho voltados para inovação; quantidade de parceiros
Cabe ressaltar que em uma empresa não é preciso existir a área de de inovação (redes de inovação); redução de custo com
P&D, para existir o processo de P&D. Este pode, inclusive, ser realizado inovação de processos; número de patentes; produtividade
externamente por meio de parcerias com outras organizações. da inovação aberta (quantidade de inovações).
Medidas associadas aos projetos de inovação Quantidade de projetos de inovação; retorno do investi-
mento de projetos de inovação; % da receita investido em
projetos de inovação.
Quadro 4.2: Tipos de medidas de desempenho da inovação
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
E FERRAMENTAS DE
Nesta quinta unidade da disciplina, você vai acompanhar
quais são as ferramentas de suporte ao processo de inovação. Dado
o contexto do curso, foram escolhidas as ferramentas mais ade-
GESTÃO DA INOVAÇÃO quadas à realidade de uma PME, com base na proposta do TEMA-
GUIDE (COTEC, 1998).
Bons estudos!
OBJETIVOS
SEÇÃO DE ESTUDO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
nas pequenas e médias empresas brasileiras (SOUZA, 2003; LIMA, Gestão da mudança X
O quadro 5.1 mostra a relação entre as ferramentas que serão A análise de mercado tem como objetivo identificar potenciais
apresentadas e as fases do Modelo 1 do TEMAGUIDE, havendo ferra- inovações e avaliar a aceitação de novos atributos do produto. São fer-
mentas que se aplicam a mais de uma fase. ramentas específicas: análise conjunta, técnica do usuário líder e QFD.
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Análise conjunta (conjoint analysis): mede o grau de aceita- A aplicação da análise conjunta envolve:
ção de uma determinada configuração de produto ou a preferên-
cia do cliente entre diferentes configurações. l identificação e seleção dos atributos relevantes;
l definição de níveis ou opções para cada atributo;
O quadro 5.2 mostra um exemplo de cada possibilidade. l definição de atributos e níveis para o potencial produto;
l levantamento de dados;
Exemplo A: Avaliação de Exemplo B: Escolha entre alternativas de produto com
l seleção do método para obter os valores de utilidade.
aceitação de uma configu- configurações semelhante
ração de produto
Os dados levantados passaram por tratamento estatístico para
Classifique o interesse em Se você fosse comprar um telefone celular hoje, qual das configurações escolha da melhor combinação de atributos (configuração mais viável).
comprar o televisor abaixo, escolheria (todos do mesmo fornecedor).
utilizando escala de 1 (mínimo Configuração A Simule a participação como cliente em uma pesquisa de Análise
interesse) a 4 (máximo) l TV digital Conjunta em:
l Tela LED 27 polegadas l Câmera 5 Mpixel com flash led <www.sawtoothsoftware.com/products/cva/creditcard/cvafinancial-
l Garantia de 2 anos l Caixas de som externas survey.shtml>.
l HD interno de 360 GB l Saída para TV
l Preço: R$ 1.800,00 l PREÇO: R$ 450,00
Seu grau de interesse no Usuário líder (lead user): o usuário líder é uma das técnicas de
produto: Configuração B marketing não tradicionais, que utilizam um pequeno número de res-
1 ( ) l Câmera 3.2 Mpixel, flash led pondentes ou indivíduos selecionados não por representarem o perfil
l GPS integrado médio da população em estudo (mercado-alvo, segmento), mas pelo
2 ( ) l Suporta 2 chips conhecimento e experiência que detêm (LEONARD, 2007).
l PREÇO: R$ 390,00
3 ( ) Usuários líderes são clientes cujas necessidades se tornarão pa-
Configuração C drão geral nos próximos meses ou anos, de acordo com Von Hippel,
4 ( ) l Câmera 3.2 M Mpixel sem flash que criou o termo em 1996. Utiliza usuários selecionados para testes
l Lê e edita arquivos formatos xls, doc e ppt. na fase pré-comercial. Os usuários líderes, além de avaliar os conceitos,
l Teclado qwerty participam ativamente do processo de desenvolvimento do produto.
l PREÇO: R$ 510,00
Gonzáles (2008) cita o exemplo de um fornecedor de software
Considere todos os equipamentos com os seguintes recursos: tela CAD, que tem como usuário líder uma empresa cliente que usa o pro-
LED resolução 320 x 240, suporte a 3G, tocador de MP3 Player, duto em um processo no qual o desenvolvedor quer se especializar.
com saída para fone de ouvido. Conexão e carregamento via USB.
Sua escolha: Reis (2007) relata a aplicação da técnica por um desenvolvedor
( )A ( )B ( )C de sistemas de gestão de manutenção industrial.
Quadro 5.2: Exemplos de questionário para Análise Conjunta
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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De acordo com Von Hippel (1996), a incorporação dos usuários Em linhas gerais, a aplicação do QFD consiste em:
líderes na análise de mercado consiste em quatro passos:
l identificar uma tendência ou mercado potencial; l identificar os requisitos do cliente;
l identificar usuários líderes que criam tendências pela experi- l definir a importância relativa dos requisitos do cliente;
ência ou grau de necessidade; l comparar com concorrentes o atendimento dos requisitos do
l analisar os dados das necessidades dos usuários líderes; cliente;
l projetar os dados dos usuários líderes no mercado de interesse. l definir os requisitos técnicos do produto, necessários para
atender os requisitos do cliente;
Você encontra conceitos, vídeos explicativos e links para insti- l avaliar a correlação entre os requisitos do cliente e os do pro-
tuições com pesquisa sobre a técnica do usuário líder neste en- duto (positiva, negativa);
dereço: <www.leaduser.com/>. l quantificar requisitos do produto (valores-alvo ou metas);
l correlação entre os requisitos do produto.
QFD - Desdobramento da Função Qualidade: é uma ferra-
menta para converter as necessidades do cliente em parâmetros téc- Conforme figura 5.3, o QFD pode ser aplicado sucessivamente.
nicos do produto. Aplicável no desenvolvimento de produtos (bens e
serviços e processos). Baixe o QFD Excel em: <http://ferramentasparainovar.blogspot.com/>
Figura 5.3: Aplicações sucessivas do QFD - a saída de uma matriz é entrada da seguinte
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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1.2 Previsão Tecnológica (Technology Forecast) l Parâmetros técnicos: quantidade de transistores em um circui-
to integrado, % de nacionalização de veículos.
Consiste na investigação de tendências, descobertas científicas, l Participação de determinado combustível na produção de energia.
novos ramos da ciência e outros fatores com impacto na tecnologia.
De acordo com o TEMAGUIDE (COTEC, 1998), a previsão tecnológica As técnicas exploratórias se baseiam na premissa de que as vari-
é uma combinação de pensamento criativo, análise de especialistas e áveis identificadas como causas de um determinado comportamento
uso de cenários como suporte ao planejamento estratégico. A figura continuarão a ter influência no futuro. Exemplos de técnicas explora-
5.4 ilustra o processo. tórias encontradas no (TEMAGUIDE, COTEC, 1998): curvas-S, ciclos,
extrapolação de tendências e substituição de tecnologia.
Figura 5.4: O processo de previsão tecnológica São vários os modelos e técnicas de previsão, não sendo aqui o
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
objetivo estudá-las. Como já orientamos em outros momentos
nesta disciplina, não deixe de buscar parceiros para auxiliá-lo
Técnicas de previsão: são vários os modelos de previsão, sendo
caso necessite da aplicação dessas técnicas.
classificados em dois tipos: exploratório e normativo.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
O quadro 5.3 traz um modelo para aplicação do benchmarking, A figura 5.5 apresenta o posicionamento de uma empresa com
proposto por Harrington (1996). Apesar de ter sido desenvolvido para base no índice de performance da inovação e índice de prática da inovação.
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Nos endereços listados a seguir você encontra algumas fontes Análise quantitativa de patentes: analisa a evolução do nú-
para consultas sobre patentes. mero de patentes em um determinado período do tempo; quantidade
de patentes por inventor, empresa e país. Por exemplo, o declínio na
Instituto Nacional de Propriedade Industrial: <www.inpi.gov.br> quantidade de patentes relacionadas com um determinado item em
estudo pode indicar que a tecnologia ou mercado se encontra no fim
Patentes on-line, site gratuito sobre patentes, é opção de envio do ciclo de vida.
de alertas para novas patentes de interesse do usuário: www.
patentesonline.com.br/ Análise qualitativa de patentes: analisa o tipo de patente, cor-
relação entre tecnologias (por exemplo, telefonia celular x display de
Escritório Intergovernamental de Patentes Europeu, com 38 LED); impacto da patente (aprimoramento, inovação incremental ou
países membros: www.epo.org/ radical); tipo de inovação gerada pela patente (produto, processo, or-
ganizacional, marketing); posição na hierarquia do produto (material,
Agência canadense de patentes: www.cipo.ic.gc.ca/ componente, conjunto, sistema).
Agência indiana de patentes: www.patentoffice.nic.in A aplicação da análise de patentes exige abordagem pelas duas
dimensões, quantitativa e qualitativa, e demanda aplicação da tecno-
Escritório de propriedade intelectual chinês: www.sipo.gov.cn/ logia de informação. Existem no mercado diversas opções de software
sipo_English/ para análise de patentes, parte deles avaliados no trabalho de Dou et al
(2005). O autor descreve os diferentes tipos de softwares, fabricantes
Patent alert, envia e-mail sobre novas patentes norte-america- e mostra exemplos de funcionalidades. Há opções de pagamento por
nas www.patentalert.com/ licença, anual ou por tempo de utilização (R$/hora) e algumas versões
gratuitas.
Cabe ressaltar que a análise de patentes não é a simples coleta de
dados usando palavras-chave. Há uma fase anterior de planejamento, Dentre as funcionalidades dos softwares comerciais de análise de
na qual são definidos os seguintes critérios para pesquisa: patentes apresentadas no trabalho referenciado, destacam-se as se-
guintes:
l horizonte de pesquisa (de ano x até ano y);
l tipo de patente (usando os códigos do sistema de patentes); l análise de todos os tipos de propriedade intelectual: patentes,
l tecnologia afetada; marcas registradas, nomes de domínio e direitos autorais;
l abrangência geográfica (mundial, continental, nacional ou gru- l algoritmos de busca em sistemas de patentes;
po de países). l análise bibliométrica;
l geração de matrizes com cruzamento de informações;
Os resultados da análise de patentes devem permitir a tomada de l histogramas e outros tipos de gráficos com base no banco de
decisão e suportar a definição da estratégia da inovação. A análise de dados criado;
patentes trata de duas dimensões: quantitativa e qualitativa. l gestão do portfólio de patentes da empresa;
l mapas de inventores x tecnologia/tipo de inovação.
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Sobre os recursos organizacionais para implantar a Análise de Mentz (1999) esclarece que a auditoria de inovação busca rela-
Patentes, são duas as opções: interna e externa. cionar o processo de inovação da empresa com as melhores práticas de
gestão da inovação, a fim de identificar pontos fortes e oportunidades
Interna: no caso de a ferramenta ser utilizada internamente é de melhoria. Em linhas gerais, a auditoria tecnológica analisa os cinco
necessário prover a estrutura de processo, pessoas e sistemas. A ativi- aspectos listados a seguir.
dade pode estar vinculada à área de desenvolvimento de produtos ou
à unidade organizacional responsável pelo planejamento estratégico. l Disponibilidade e alocação de recursos: investimento em
P&D (absoluto, comparado com benchmarks); sistemas disponíveis; grau
A adoção da análise de patentes pelo pessoal interno traz van- de conhecimento; formação do pessoal; disponibilidade de ferramentas
tagens em termos de aprendizado organizacional. De acordo com o de gerenciamento de projetos; grau de maturidade da gestão de proces-
TEMAGUIDE, a prática interna reduz os problemas de interface entre sos.
marketing e P&D. l Conhecimento das estratégias de inovação dos concor-
rentes: bases de dados de concorrentes; capacidade de identificação,
Externa: de acordo com o TEMAGUIDE, em uma PME é reco- análise e previsão das estratégias dos competidores; capacidade de
mendável que a prática seja realizada por parceiros externos, sendo análise da indústria; sistemas de inteligência tecnológica.
crescente o número de agências especializadas em prover serviço de l Conhecimento do ambiente de negócios: habilidade de
inteligência sobre patentes. Mesmo no caso da atividade ser externa à identificar oportunidades tecnológicas, capacidade de previsão sobre
organização, é preciso que a empresa esteja capacitada para interpre- novas tecnologias; aderência às redes de inovação e desenvolvimento
tar e decidir sobre as informações obtidas. tecnológico.
l Cultura da inovação: política de inovação; importância
A publicação do INPI “A Caminho da Inovação: Proteção e Negó- dada pela direção da empresa à inovação; efetivo uso de ferramentas
cios com Bens de Propriedade Intelectual – Guia para o Empre- de suporte à gestão da inovação; grau de maturidade do sistema de
sário” traz um conjunto de informações para as empresas que gestão da inovação; sistema de reconhecimento ao comportamento
desejam iniciar a patentear suas invenções e orientações sobre inovador dos funcionários.
negócios envolvendo patentes. l Capacidade estratégica: existência de estratégia da inova-
ção; alinhamento da estratégia de inovação com o planejamento estra-
Disponível para download gratuito em: tégico do negócio.
<www.incit.com.br/incit/public/files/ACaminhodaInovacao.pdf>.
De acordo com Mentz (1999), há três tipos de auditoria de ino-
1.5 Auditoria de Inovação vação: auditoria de competências para inovação; auditoria do proces-
so de inovação; e auditoria de desempenho em inovação. Vejamos um
De acordo com o TEMAGUIDE (COTEC, 1998), a auditoria de pouco sobre cada uma delas.
inovação avalia o potencial de inovação de uma empresa, que inclui: a
necessidade de inovação, a capacidade de gerenciar a mudança e os fa- Auditoria de competências para inovação: tem foco na re-
tores que representam resistência à mudança. Contempla três dimen- lação entre a inovação e os recursos, liderança, gestão e pessoas.
sões: tecnológica, mercadológica e organizacional. É um inventário de De acordo com Souza (2003), a auditoria de competências procura
recursos, ativos, requisitos, sistemas e procedimentos. identificar qual o conhecimento que a empresa detém e como este
conhecimento é aplicado.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
cas associadas ao processo de inovação. De acordo com o TEMAGUI- A empresa usa técni- Sim, monitora- Em implantação Já foi utilizado Pouco ou
cas para identificar e mento e planeja- com algumas me- mapeamento de nenhum
DE, as métricas são relacionadas com tempo e dinheiro. A dificuldade
prever futuras tecno- mento por cená- lhorias obtidas tecnologia sem mapeamento
neste caso é justamente a identificação das medidas mais adequadas logias para suporte à rios resultado tecnológico é
ao processo de inovação. gestão da inovação? realizado
Todas as pessoas en- Sim, através de Forte conheci- Difícil relacio- Mercado mal
No quadro 5.5 são exibidos alguns exemplos de questões em uma volvidas com inovação contato pessoal e mento do mer- nar necessidade definido e in-
auditoria de inovação, conforme proposto por Mentz (1999). possuem conhecimen- observação do uso cado, mas existe do cliente com certeza sobre
to sobre o mercado e do produto desalinhamento o que é feito na necessidade do
os clientes, suas neces- empresa cliente
sidades, demandas e
preferências?
O potencial dos clien- Sim, CL identifi- Algumas experi- Identificados CL não identi-
tes líderes (clientes cados e utilizados ências com testes grupos de clien- ficados
que geralmente com- extensivamente com grupos de tes para testes,
pram pela primeira clientes feitos raramente
vez e influenciam o
mercado) é explorado?
CL = Clientes Líderes.
Sua empresa utili- Sim, uso regular. Uso regular de BM Algum uso de Relação fraca
za regularmente o BM nacional e BM com competi-
benchmarking em internacional dores e não há
abrangência nacional BM
ou internacional? BM
= Benchmarking.
As vantagens das Sim, plenamente Muitas aprovei- Algumas van- Não conhece-
políticas nacionais de tadas tagens aprovei- mos nenhuma
incentivo à inovação tadas
são aproveitadas?
As pessoas-chave na Sim, temos uma Na maior parte Em um certo Não que eu
empresa são identifi- rede de pessoas- grau saiba
cadas e devidamente chave ativa.
aproveitadas no pro-
cesso de inovação?
Quadro 5.5: Itens de um questionário de auditoria de inovação
Fonte: Adaptado de Mentz (1999)
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Apesar de a auditoria de inovação ser um tema recente e pouco Dias e Varvakis (2000) exploram as barreiras da criatividade, das
explorado, há empresas especializadas em consultoria e forne- quais destacamos as barreiras de percepção, emocionais, culturais,
cimento de sistemas. ambientais e intelectuais
Tão importante quanto conhecer ferramentas para uso da cria- 1.7 Gestão de Interfaces
tividade no processo de inovação é conhecer as barreiras que
impedem o livre fluir do pensamento criativo. O trabalho especializado realizado em grupos, departamentos e
mesmo em empresas cria fronteiras que restringem a cooperação e li-
mitam o fluxo de informações no processo de inovação.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
pras mal sucedidas (aquisições) e a precária identificação de possíveis Complemente seus conhecimentos sobre o tema da seção nos
causas de falhas (riscos), juntamente com os problemas de gestão de seguintes endereços:
pessoas (recursos humanos) impedem a plena satisfação dos clientes
(qualidade). <www.pmi.org.br/> - site do Project Management Institute no
Brasil, contém informação e divulgação de eventos. Procure
Em negrito no parágrafo anterior são destacadas as nove áreas também os sites regionais do PMI Brasil.
de conhecimento do gerenciamento de projetos, segundo o PMBOK
(HELDMAN, 2006, p.29). Para cada área, o PMBOK define um con- <www.scrumalliance.org/resources> - site com artigos para down-
junto de processos, cada um deles com entradas, saídas, atividades e load sobre o SCRUM
ferramentas.
<www.etecnologia.com.br/scrum/Scrum%20Experience%20
O PMI (Project Management Institute) por meio do PMBOK in- %5BO%20Tutorial%20SCRUM%5D%20v16.pdf> - apresentação de
dica as melhores práticas de gerenciamento de projetos universalmen- Rildo Santos sobre o SCRUM.
te aceitas. Entretanto, existem outras opções, entre elas cita-se o mé-
todo SCRUM. Este é conhecido como método ágil de gerenciamento de 1.9 Rede de Relacionamentos
projetos, sendo uma opção para projetos de tiro curto, com utilização
predominante na indústria de software. De acordo com o TEMAGUIDE (COTEC, 1998) o objetivo da rede de
relacionamentos (networking) no processo de inovação é organizar e man-
No método SCRUM, o projeto é dividido em iterações que são ter colaboração entre empresas, profissionais e organizações de pesquisa e
intervalos (sprints*) de no máximo 30 dias. Os requisitos do projeto desenvolvimento tecnológico, incluindo instituições de ensino.
obtidos por meio de reuniões com as partes interessadas (stakehol-
Significado dos termos, ders*) são condensados no product backlog*. A rede de relacionamentos permite a troca de experiências, tec-
de acordo com a meto-
dologia Scrum: nologia, recursos, informação e habilidades específicas. De acordo com
Sprint: Período de no A cada sprint são executadas atividades previstas no product ba- o TEMAGUIDE, as redes permitem:
máximo 30 dias, no qual
o projeto (ou subprojeto,
cklog, e o projeto tem uma entrega (incremento no produto, resultado
ou funcionalidade) é parcial). Cada sprint contém um ciclo completo de desenvolvimento l melhorar e ampliar a capacidade de atender as demandas;
desenvolvido.
Stakeholder: parte
de produto: requisitos, análise, projeto e entrega. O SCRUM é mais l adquirir conhecimento de necessidades futuras;
interessada no projeto adequado para projetos de inovações incrementais, de curta duração. l implantar proativamente a estratégia de tecnologia do negócio.
(pessoa ou área), que ne-
cessita ser comunicada
ou forneça insumos para Cabe ressaltar que o PMBOK e SCRUM podem ser utilizados de Dentre os tipos de redes de relacionamento organizacional, po-
o projeto.
Product backlog: Lista de
forma complementar, de acordo com o tipo de projeto. Por outro lado, demos citar as seguintes.
todas as funcionalidades não é verdadeira a comparação de que a gerência de projetos de acordo
a serem desenvolvidas
durante o projeto, orde-
com o PMBOK é lenta e a com base no SCRUM mais rápida e menos Aliança estratégica de longo prazo: formada para melhorar
nado por prioridade de burocrática, há apenas situações em que a opção por uma ou por outra a posição competitiva ou combater monopólios. Comum no ramo de
execução;
é mais adequada. aviação, logística, indústria automobilística.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Casos de alianças empresariais de sucesso em pequenas e mé- Figura 5.7: Etapas da formação de equipes de trabalho
dias empresas apresentados no I Congresso de Alianças Empre- Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
sariais, realizado em maio de 2010: <www.softex.br/_publicacoes/
publicacao.asp?id=3033> Definição de tarefas: as tarefas devem ser desenhadas para po-
derem ser realizadas por uma pessoa. Divisões excessivas de tarefas,
IdeaConection: Rede de relacionamentos sobre inovação: <www. apesar de possível ganho em produtividade, costumam trazer desmo-
ideaconnection.com/> tivação e maior risco de falha.
1.10 Teambuilding – Formação de Equipes Inovadoras Autonomia: a equipe deve ter autonomia para tomar decisões
importantes sem ter que recorrer a gestores funcionais. Mesmo que
Na unidade 1 desta disciplina discutimos a gestão de equipes no não seja possível tomar a decisão final, em questões com maior im-
ambiente da inovação. Vamos agora nos aprofundar com base em con- pacto financeiro, ou em temas críticos, é fundamental ter autonomia
ceitos do TEMAGUIDE (COTEC, 1998). sobre decisões importantes. É importante que a equipe possa decidir
pela melhor forma de conduzir o próprio trabalho.
A figura 5.7 mostra as atividades da formação e gestão de equipes
de trabalho e alguns princípios básicos que devem ser observados na
gestão de equipes.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Rotação de pessoas: os componentes da equipe devem ser trei- l Não use equipes como forma de mascarar a deficiência de al-
nados para executar as atividades de seus pares, para atuar como subs- gum processo. Dizer para as pessoas que farão parte da equipe de im-
titutos e para valorizar o trabalho dos demais. O rodízio deve ser um portante projeto quando, na verdade, estão “tapando buraco” de algu-
princípio do trabalho em equipe e não somente um recurso de contin- ma área com fraco desempenho é uma das formas de desmotivação.
gência.
Vick, Nagano e Santos (2009) propõem um modelo que relaciona
Atribuir responsabilidade: cada membro da equipe deve estar a gestão de conhecimento com as necessidades e atividades das equi-
ciente de suas responsabilidades. O ideal é definir formalmente o que é pes, conforme figura 5.8.
e deixar claro o que não é responsabilidade da equipe e de cada um dos
membros. É comum a direção da empresa deixar subtendido que ... os
membros do grupos acharem que ... No final, é o cliente que não entende
como uma empresa pode ter uma qualidade tão ruim.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
De acordo com o pensamento enxuto, os tipos de perda são: per- Há farto material na internet sobre o pensamento enxuto. Acesse:
das por superprodução, por transporte, no processamento, por defeito <http://takt-time-conceito-lean.net/> - Blog com conceitos, sof-
de fabricação, no movimento, por espera e perdas com estoques. Cada twares, notícias e simuladores.
um deles segue descrito na sequência. <www.lean.org.br/> - Lean Institute Brasil: traz artigos, comuni-
dades e divulgação de cursos.
l Perdas por superprodução: produzir além da demanda cria
estoques que mascaram problemas no processo produtivo. São elimi-
>> PARA REFLETIR
nadas com o uso do fluxo contínuo de produção e lotes mínimos.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
l função principal: é aquela que justifica a existência do produto; Embora a melhoria contínua seja mais adequadamente classifi-
l função básica: faz o produto funcionar, sendo fundamental cada como uma filosofia de gestão, o TEMAGUIDE a coloca no rol de
para o desempenho do produto; ferramentas de suporte à inovação. Na verdade, a melhoria contínua
l função secundária: ajuda, facilita ou melhora a função básica. pode ser vista como uma fonte propulsora da inovação, principalmen-
te do tipo incremental.
Quanto à finalidade, as funções podem ser:
Se a empresa direcionar seus esforços somente para inovações
l de uso: relacionadas com o funcionamento do produto. Aten- radicais, a ruptura gerada pelas mudanças é mais difícil de assimilar.
dem à necessidade do consumidor; Outra questão importante é que a melhoria contínua permite o envol-
l de estima: relacionadas com a satisfação ou prazer em usar o vimento de todos na busca de melhorias (principalmente nos produtos
produto. Satisfazem o desejo do consumidor. e nos processos), não restringindo a inovação aos especialistas.
O quadro 5.7 apresenta o exemplo do desmembramento das fun- Pode-se dizer que a melhoria contínua “democratiza” a inovação. O
ções de um apontador de lápis. Apesar de o exemplo ser de um produto quadro 5.8 indica as principais atividades da prática de melhoria contínua.
pouco inovador, é bastante didático.
Passo Consiste em
Componente Função Básica Secundária Uso Estima Identificar problemas Utilizar ferramentas e técnicas estruturadas em vez do simples “achis-
mo”, evitando que problemas que já fazem parte da rotina deixem de
Lâmina Cortar madeira X X
ser tratados como oportunidades de melhoria. Ferramentas específicas:
Parafuso Fixar lâmina X X brainstorming, entrevistas.
Direcionar X X Selecionar os problemas Definir o que será tratado em primeiro plano, ou seja, aquilo que se
Corpo lápis mais críticos aprimorado permitirá maiores ganhos à organização. A priorização é feita
com base em matrizes multicritério, definidas de acordo com a situa-
Permitir X X
ção da empresa e tipo de problema em análise. Ferramentas específicas:
manuseio brainstorming, análise de Pareto, matrizes de priorização, matriz de risco.
Criar beleza X X Determinar as causas Utilizando dados e fatos identificar as principais causas dos problemas,
Quadro 5.7: Classificação das funções de apontador de lápis dos problemas para atuar na eliminação. Ferramentas específicas: cinco porquês, diagra-
Fonte: Baxter (1998) ma de causa-efeito (Ishikawa).
Definir e implantar Planejar ações para eliminar as causas identificadas dos problemas,
Com base no detalhamento das funções, a importância relativa ações com base em projetos de melhoria. A complexidade da ação de melhoria
definirá o grau de estruturação em termos de gerenciamento de projetos.
entre elas é definida, permitindo focar na melhoria do desempenho
Ferramentas específicas: 5W2H, métodos de gerenciamento de projetos,
daquelas mais valorizadas pelo cliente. Outra possibilidade é encon- gestão da mudança, indicadores de desempenho.
trar componentes diferentes que desempenhem a mesma função com Acompanhar a eficácia Monitorar o andamento e os resultados das ações de melhoria,
menor custo ou que utilizem materiais mais baratos. das ações
Repetir o ciclo Reiniciar o ciclo de melhoria contínua, atuando em outros problemas, se-
O desafio da análise de valor é traduzir a opinião do cliente para guindo a ordem de criticidade do passo “selecionar os problemas críticos”
ou com base em nova identificação de problemas.
a identificação e valoração das funções. A análise do valor com
Quadro 5.8: Passos da melhoria contínua
base no que “o pessoal da área de P&D acha que o cliente acha” Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
não costuma trazer bons resultados.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
ção da melhoria. Quanto mais cedo a aplicação das medidas de desem- Projetos um projeto para definir pela l Análise de fluxo de caixa do
continuidade ou não. projeto.
penho melhor a comparação do “antes e depois”.
(Será tratado na disciplina l Árvore de decisão.
l Promova a noção de que a melhoria contínua é um ciclo sem
Gerenciamento de Projetos
fim de aprimoramentos. Alcançar um padrão de desempenho superior
de Inovação)
deve ser visto como abrir portas para novos desafios.
Gestão de Proteção e gestão dos direitos l Acordos de consórcio.
Se bem observadas, todos os métodos e dicas têm passos seme- propriedade dos produtos provenientes da l Sistema de patentes.
lhantes aos apresentados no quadro 5.8, diferenciando no conjunto de intelectual inovação. l Comercialização de tecnologia
ferramentas e na forma de aplicação. (licenciamento, transferência).
Avaliação ambiental Ferramentas para avalia- l Projeto de produtos sustentáveis
1.15 Outras Técnicas ção do impacto ambiental e (design for environment, design for
desenvolvimento de projetos recycling).
O TEMAGUIDE apresenta outras ferramentas que citamos no relacionados com o meio l Marketing ambiental.
quadro 5.9. ambiente. Como os clientes l Análise do ciclo de vida do pro-
exigem cada vez mais uma duto.
postura ética das empresas, l Redução de insumos e perdas no
é um vasto campo para a processo produtivo.
inovação. l Ecossistema industrial.
l Sistema de Gestão Ambiental
(SGA).
l Auditoria ambiental.
Quadro 5.9: Outras ferramentas de suporte à inovação
Fonte: Elaborado pelo autor (2010)
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
Existem outras ferramentas de suporte à inovação que não abor- pendendo do caso, tente aplicar novamente. Se o resultado foi satisfa-
damos nesta disciplina, não por serem pouco importantes, mas pela tório, transmita para as partes interessadas.
necessidade de adequação da carga horária do curso às ferramentas
mais aplicáveis às PMEs. Sempre estão surgindo novas ferramentas aplicáveis ao pro-
cesso de gestão da inovação. Há ferramentas conceituais,
que podem ser introduzidas no modelo de gestão da empre-
sa. Lembre-se que inovar o próprio processo de gestão da
inovação é preciso!
RESUMO
ATIVIDADES DE aprendizagem
Encerrando a disciplina, apresentamos um conjunto de ferra-
mentas de suporte à gestão da inovação. Elas são originadas das áreas Ao final de cada unidade de estudo, serão apresentadas breves
de marketing, finanças, gestão de projetos, desenvolvimento de pro- atividades para que você possa recordar o que aprendeu. Primeiro, ten-
duto, administração de recursos humanos, dentre outros ramos da te realizá-las sem recorrer ao texto e depois compare suas respostas
gestão empresarial. para verificar a fixação dos conteúdos.
Você tem alguns desafios. O primeiro é selecionar as ferramentas 1. Relacione a coluna “ferramenta” com a coluna “conceito, utili-
mais adequadas à cultura de sua empresa. dade ou característica”.
O segundo, que exige uma ação empreendedora, é aplicá-las Ferramenta Conceito, utilidade ou característica
efetivamente. Use a empresa como um laboratório para testar no- 1 Usuário líder A Converte as necessidades do cliente em parâmetros
técnicos do produto.
vos conceitos e métodos para melhorar a produtividade e qualida-
de da inovação. 2 QFD B Está relacionada com a existência de barreiras entre
as áreas da empresa que impedem que as informações
necessárias para a inovação sejam compartilhadas.
O terceiro desafio é incorporar as ferramentas nos ativos de pro- 3 Benchmarking C Ferramenta que tem os seguintes tipos: competitivo,
interno e funcional.
cessos organizacionais da empresa, fazendo que não sejam utilizadas
4 Análise de patentes D Inicia com a identificação de problemas, seguida pela
de forma sistêmica e não apenas eventualmente. seleção dos problemas mais críticos.
5 Auditoria de inovação E Inventário de recursos, ativos, requisitos, sistemas e
Sendo assim, o conteúdo estudado permite a você as seguin- procedimentos do processo de inovação.
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
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DISCIPLINA 1 GESTÃO DA INOVAÇÃO
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