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06/02/2015

JURISPRUDÊNCIA PENAL

STF E STJ

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DESARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POR NOVAS


PROVAS APÓS DECISÃO DE ARQUIVAMENTO
FUNDADA NA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. INQUÉRITO POLICIAL


ARQUIVADO POR RECONHECIMENTO DA LEGÍTIMA DEFESA.
DESARQUIVAMENTO POR PROVAS NOVAS. IMPOSSIBILIDADE. COISA
JULGADA MATERIAL. PRECEDENTES. 1. A permissão legal contida no
art. 18 do CPP, e pertinente Súmula 524/STF, de desarquivamento do
inquérito pelo surgimento de provas novas, somente tem incidência
quando o fundamento daquele arquivamento foi a insuficiência
probatória - indícios de autoria e prova do crime.

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2. A decisão que faz juízo de mérito do caso penal, reconhecendo


atipia, extinção da punibilidade (por morte do agente, prescrição...),
ou excludentes da ilicitude, exige certeza jurídica - sem esta, a prova
de crime com autor indicado geraria a continuidade da persecução
criminal - que, por tal, possui efeitos de coisa julgada material, ainda
que contida em acolhimento a pleito ministerial de arquivamento das
peças investigatórias.

3. Promovido o arquivamento do inquérito policial pelo


reconhecimento de legítima defesa, a coisa julgada material impede
rediscussão do caso penal em qualquer novo feito criminal,
descabendo perquirir a existência de novas provas. Precedentes. 4.
Recurso especial improvido. (RECURSO ESPECIAL Nº 791.471/RJ,
MINISTRO NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, DJe: 16/12/2014)

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CRIMES PREVIDENCIÁRIOS: PARCELAMENTO


DO DÉBITO E EXECUÇÃO DA PENA APÓS O
TRÂNSITO EM JULGADO

PENAL E PROCESSO. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. PRETENSÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM
JULGADO. MATÉRIA SUJEITA À APURAÇÃO PROBATÓRIA. VIA DE
COGNIÇÃO PLENA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

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1. A questão relativa ao reconhecimento de eventual parcelamento


do débito previdenciário, para o fim de suspender a execução da
pena, reclama o apuro probatório típico da via de cognição plena.

2. Inviável o manejo indevido do recurso ordinário em habeas corpus


como sucedâneo recursal ou mesmo revisão criminal, como se fosse
esta Corte terceira instância revisora. 3. Recurso ordinário a que se
nega provimento. (RHC 34279 / SP, Ministra MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 21/05/2014)

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[...] I. O parcelamento dos débitos relativos às contribuições


previdenciárias descontadas dos empregados, deferido pela
autoridade administrativa, permite a suspensão da pretensão
punitiva, nos termos do art. 9º, caput e § 1º, da Lei 10.684/03, mesmo
que realizado após o recebimento da denúncia.

II. Uma vez concedido o parcelamento dos débitos previdenciários –


não obstante a vedação contida no art. 7º da Lei 10.666/03 –, deve ser
reconhecido o direito à suspensão da pretensão punitiva estatal e da
execução penal. III. Recurso provido. (REsp 884057 / RS, Ministro
GILSON DIPP, QUINTA TURMA, DJ 29/06/2007 p. 708)

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DROGAS: CRIMES DE PERIGO ABSTRATO. BEM


JURÍDICO TRANSINDIVIDUAL.
INSIGNIFICÂNCIA.

PENAL. POSSE DE ENTORPECENTE. USO PRÓPRIO. PRINCÍPIO DA


INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Segundo
entendimento desta Corte e do STF, não incide o princípio da
insignificância ao delito de posse de entorpecente para uso próprio,
pois é de perigo abstrato, contra a saúde pública, sendo, pois,
irrelevante, para esse fim, a pequena quantidade de substância
apreendida.

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2. Recurso ordinário não provido. (RHC 35072 / DF, Ministra MARIA


THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 03/12/2014)

[...] 1. Independentemente da quantidade de drogas apreendidas,


não se aplica o princípio da insignificância aos delitos de porte de
substância entorpecente para consumo próprio e de tráfico de
drogas, sob pena de se ter a própria revogação, contra legem, da
norma penal incriminadora. Precedentes. 2. O objeto jurídico
tutelado pela norma do artigo 28 da Lei n. 11.343/2006 é a saúde
pública, e não apenas a do usuário, visto que sua conduta atinge
não somente a sua esfera pessoal, mas toda a coletividade, diante
da potencialidade ofensiva do delito de porte de entorpecentes.

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3. Para a caracterização do delito descrito no artigo 28 da Lei n.


11.343/2006, não se faz necessária a ocorrência de efetiva lesão ao
bem jurídico protegido, bastando a realização da conduta proibida
para que se presuma o perigo ao bem tutelado. Isso porque, ao
adquirir droga para seu consumo, o usuário realimenta o comércio
nefasto, pondo em risco a saúde pública e sendo fator decisivo na
difusão dos tóxicos. 4. A reduzida quantidade de drogas integra a
própria essência do crime de porte de substância entorpecente para
consumo próprio, visto que, do contrário, poder-se-ia estar diante da
hipótese do delito de tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei n.
11.343/2006. 5. Recurso em habeas corpus não provido. (RHC 37094
/ MG, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, DJe
17/11/2014)

CRIMES SEXUAIS

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[...] O recorrente, na qualidade de profissional da saúde, abusando de


tal condição, infligiu às suas pacientes a acre experiência da violação
sexual mediante fraude. Após a condenação, com emprego da arma de
fogo que portava em razão de sua profissão de médico perito da Polícia
Científica, o recorrente, descumprindo anterior medida cautelar pessoal
decretada, aproximou-se das testemunhas, causando-lhes temor. A
necessidade da prisão preventiva [...] (RHC 39858 / TO, Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 04/11/2014)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA A


DIGNIDADE SEXUAL. ESTUPRO APÓS A EDIÇÃO DA LEI N.
12.015/2009. TIPO MISTO ALTERNATIVO. CONDUTA PRATICADA
CONTRA A MESMA VÍTIMA E NO MESMO CONTEXTO FÁTICO.
RECONHECIMENTO DE CRIME ÚNICO. POSSIBILIDADE. I - A Lei n.
12.015/2009 promoveu a fusão, em um único delito, dos crimes de
estupro e atentado violento ao pudor, outrora tipificados nos arts.
213 e 214 do Código Penal, respectivamente.

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II - Pela nova disciplina normativa, os crimes de estupro e atentado


violento ao pudor são, agora, do mesmo gênero e da mesma
espécie, razão pela qual, quando praticados no mesmo contexto e
contra a mesma vítima, devem ser reconhecidos como crime único.
III - A Referida alteração aplica-se, inclusive, a fatos praticados
anteriormente à sua vigência, em atenção ao princípio da
retroatividade da lei mais benéfica ao réu. IV - Agravo Regimental
improvido. (AgRg no REsp 1262650 / RS, Ministra REGINA HELENA
COSTA, QUINTA TURMA, DJe 14/08/2014)

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