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No Monte da Transfiguração

Por Ruy Porto Fernandes

Será que ninguém compreendeu, conforme as passagens em Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36


do Novo Testamento, que o aparecimento de Moisés e Elias no monte Tabor [1] implica na existência
de um corpo humano físico? Que esses dois personagens não poderiam aparecer aos discípulos, e a
Jesus, se a luz que incidisse sobre eles não fosse refletida e imprimisse a retina dos olhos de todos. Que
o efeito físico implica na existência atômica de pele e vestes e, consequentemente, de músculos, ossos
e órgãos fisiológicos?

Contudo, não podemos esquecer que esses corpos não são de mesma propriedade que os corpos
dos anjos que se materializam (Mt 28.2,5; Mc 16.5; Lc 24.4). A diferença é que o corpo físico dos
anjos é temporário, pois eles não nasceram de mulher como todos os seres humanos.

Assim, aqueles dois personagens, Moisés e Elias, com cerca de aproximadamente 1500 e 800
anos, respectivamente, na época da transfiguração, já teriam que existir em corpos eternos de mesma
propriedade que os corpos ressuscitados de Jesus e dos santos judeus (Mt 27.52-53), como os possuem
hoje em dia.

E essa aparição implica em outro fato muito importante. Se Jesus já os conhecia, como os
discípulos observaram, então, com toda a certeza, Ele já tinha estado no próprio lugar onde eles dois
viviam. E esse lugar não pode ser fisicamente diferente que os seus corpos. Portanto, considerando o
caráter atômico dessa existência, Moisés e Elias viviam em um sistema solar semelhante ao nosso, e
neste mesmo universo. Eles foram transportados para cá sem sofrer perda alguma, e sem a necessidade
de nenhum mecanismo de transporte. Eles foram transportados tal como Filipe em Atos 8.39-40.

Assim, o simbolismo da subida ao monte Tabor, confirma o fato de que Jesus, em sua vida aqui
na terra, esteve naquele lugar onde Moisés e Elias viviam, e não apenas uma vez só como no símbolo,
mas por várias ocasiões para ali aprender sobre tudo relacionado ao conhecimento, à natureza e à vida.

Com toda a certeza o Senhor Jesus ali aprendeu sobre a existência física do “paraíso celestial”,
sobre a propriedade eterna dos corpos ressuscitados, sobre os sistemas solares que ainda seriam criados
neste universo eterno (Jo 14.1-4) para habitação dos ressuscitados (Ap 20) e das futuras gerações que
nascerão durante o Reino Milenar nesses lugares, a partir da última geração purificada e livre do Mal.

Tanto assim foi que no milagre da primeira multiplicação dos pães e peixes o Senhor utiliza os
números: 5, 2 e 12, simbolizando os 5 planetas (Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno, que à
época eram tomados por estrelas, e seres divinos, daí possuírem tais nomes até hoje), os 2 luminares
(Sol e Lua) e as 12 constelações zodíaco, que à época era entendido ser o cosmo inteiro.

Isto, para confirmar que a sua promessa de criar lugares nesse universo suplantará o numero de
habitantes desse mesmo universo, pois a multidão faminta foi saciada e a necessidade foi suplantada.
Pois sobejou em muito ao número da multidão reunida, e dos elementos multiplicados. Este milagre
foi cuidadosamente preparado pelo Espírito Santo nos seus elementos, como: a multidão, os discípulos,
a necessidade, etc.; demonstrando o seu poder criador e transformador.

Ainda, na segunda multiplicação, Deus também confirma a criação dos sistemas solares
utilizando o simbolismo da multiplicação de 7 pães para alimentar a multidão. O elemento 7
representando os luminares tomados em conjunto (5 planetas, sol e lua) e os 7 cestos que sobejaram
representando os 7 domicílios zodiacais positivos, em contraposição aos outros 5 domicílios negativos.
Portanto, Deus confirma que esses sistemas solares ocuparão os lugares neste universo já livres do Mal
(Ap 12.7-8).
Esta última interpretação somente a compreendi após ler o excelente livro The Star of
Bethlehem. The Lagacy of the Magi do Dr. Michael Molnar, onde no Apêndice C, às páginas 132-34, é
explicado o sistema de interpretação do Sistema de Domicílios (The System of Mundane Houses) na
Tabela A-4.[2]

Poderiam achar estranho que Deus utilizasse o sistema astrológico para indicar tal fato, mas
não podemos esquecer que Deus mostrou aos magos do oriente, à época do nascimento de Jesus, que
um rei havia nascido na Judéia, e por meio de uma carta astrológica, conforme brilhantemente exposto
por Michael Molnar.

Portanto, tudo isto confirma o poder de Deus em prosseguir com seu objetivo de criar a vida
física eterna neste, e para este, universo, conforme a Si Mesmo se propôs, no primeiro dia da criação,
quando formou a Luz e a Dualidade Criadora (Gn 1.3-5), e o Mal não existia.[3]

Assim, Jesus Cristo, durante a sua infância, adolescência, e vida adulta, quando iniciou o seu
ministério, sempre foi assistido por Deus, e levado a conhecer os recônditos desta terra e do universo.
Ele, diferentemente de todos os seres humanos à época, já conhecia a essência da verdade física e
material de nossa existência. Conhecimento este acessível a nós somente no fim dos tempos, quando o
conhecimento se multiplicaria (Dn 12.4), ou mesmo quando for revelado em sua totalidade (Ap 10.4;
11.19).

Mas tal conhecimento lhe foi dado em vida, e in loco, quando levado a visitar Enoque, Moisés
e Elias, que já viviam fisicamente transformados em seus corpos humanos eternos e habitando o
“paraíso celestial”, pois o Espírito Santo lhes havia disponibilizado tal graça.

Portanto, a nossa esperança é mais que palpável. É a certeza de continuidade física desta vida,
livre de todo o Mal, em um lugar preparado por Deus, e o Espírito Santo, onde o Senhor Jesus Cristo
reina fisicamente, e paralelamente ao nosso sistema solar, neste mesmo universo.

Nada de outra dimensão, ou ficção fantasiosa de uma vida espiritual sem forma e sem extensão,
que os descrentes e aproveitadores tentam impingir como paliativo para superar a dor da morte, devido
à ausência física em corpos, daqueles que nos são queridos.

Niterói, 09 de maio de 2011.


ruyportofernandes@gmail.com
ruyporto@hotmail.com

http://ruyporto.blogspot.com/
http://ruyporto.wordpress.com/

[1] Monte Tabor é uma alta colina da Galiléia, na secção leste do vale Jezreel, 17 km a oeste do Mar da Galileia, como o topo à cota de 575 metros acima
do nível do mar. Muitos acreditam que foi no topo deste monte que, segundo os Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia, terá ocorrido a transfiguração
de Jesus Cristo, sendo por isso considerado como um dos lugares místicos da Terra Santa, ligado ao culto da Transfiguração, particularmente reverenciado
pelas igrejas orientais, nomeadamente pela Igreja Ortodoxa Grega. Por Babylon/Wikipédia

[2] The star of Bethlehem: the legacy of the Magi By Michael R. Molnar
http://books.google.com/books?
id=GXUTibYxdDcC&pg=PA132&lpg=PA132&dq=system+of+mundane+houses&source=bl&ots=WqPqbP8b45&sig=PLvTKFEEUE9q5OIdZ5Q-
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tem%20of%20mundane%20houses&f=false

[3] A origem do Mal no artigo em http://ruyporto.blogspot.com/2009/09/apocalipse-origem-do-mal.html

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