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A Itália e A Campanha Da Xenofobia
A Itália e A Campanha Da Xenofobia
xenofobia
por The Observer — publicado 02/03/2018 14h53
A ultradireita italiana, as vésperas das eleições políticas,
enxerga na imigração o mal do país
Fabio Falcioni/Ropi/ZUMA Press/fotoarena
pessoas
“Na escola, eu era a única pessoa negra na classe, mas não sentia racismo dos
colegas”, afirmou ela. “No entanto, lembro que vi o noticiário na tevê e houve
uma manifestação organizada pela Liga. Quando um jornalista perguntou às
pessoas por que estavam ali, elas disseram que queriam preservar a identidade
italiana. Foi um momento que me fez pensar que talvez as coisas fossem um
pouco diferentes para mim.”
Affricot é fundadora da Griot, uma revista online em italiano que celebra a cultura
africana e a diversidade criativa. Ela disse que o ataque em Macerata a fez sentir
medo não só pelos imigrantes, mas pela sociedade italiana como um todo.
“Essa campanha ajudou a promover os partidos de extrema-direita e abriu um
precedente que será muito difícil de consertar”, disse ela. “Tenho medo da
retaliação contra os imigrantes recentes e também contra os que nasceram ou
vivem aqui há anos.”
As redes sociais estão ajudando a ampliar a toxicidade da campanha. Em
janeiro, Attilio Fontana, um candidato da Liga a governador da Lombardia,
afirmou que o influxo de imigrantes ameaça eliminar “a nossa raça branca”.
Mas ele se sente animado pelo modo como 30 mil pessoas foram às ruas de
Macerata, no último fim de semana, para marchar contra o fascismo.
“Foi lindo... especialmente ver tantos jovens italianos lá. Só podemos esperar
que essas eleições tomem um rumo diferente daquele que nós tememos.”