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Faculdade de Economia, Universidade Federal Fluminense

Microeconomia III – 2° semestre de 2013


Prof. Fábio D. Waltenberg (waltenberg@economia.uff.br)
Tutor: Manoel Tabet Soriano (manoelt@msn.com)
Monitora: Kamilla Correa (kamilarmcorrea@gmail.com)

Lista de exercícios sobre “externalidades” (cap. 34) - Respostas


0. Ler resumo e fazer os exercícios de revisão do capítulo 34 do Varian, pp. 693-694.

Quando há externalidades, o resultado das ações tomadas de forma independente pelos agentes econômicos não é
eficiente no sentido de Pareto. Nos exercícios desta lista, você explorará diferentes mecanismos e arranjos institucionais
que poderiam ser usados para lidar com o problema das externalidades.

1. Considere-se duas empresas que laboram no mesmo local. A empresa F é uma fábrica de transformação de dejeto
industriais, com elevado ruído e maus cheiros. A empresa P é uma escola. A escola forma os operários da fábrica,
possuindo através desta ação um efeito positivo sobre fábrica. As funções custo são seguintes: Cf  10 f 2  50 p e
Cp  25 p 2  10 f ,com f- “produção” de dejetos industriais e p- produção alunos pela escola. O preço Pf=20
euros/ton e Pp=700€/aluno.

a) Admitindo que 2 empresas são independentes, determine os níveis de poluição.


b) Admita que governo pretende garantir ótimo social através de impostos. Qual a taxa de imposto e o subsídio que
são necessários.

Solução

a) Condição de equilíbrio no mercado de concorrência: P=Cmg


dCp
Cmg p   50 p  50 p  700  p  14
dp
dCf
Cmg f   20 f  20 f  20  f  1
df

Conclui-se que a produção sem atender a externalidade é p=14, f=1.

b)  T   P   F  ( RTp  CTp)  ( RTf  CTf )  (700 p  25 p 2  10 f )  (20 f  10 f 2  50 p)


dt
 700  50 p  50  0  p  15
dp
dt 1
 10  20  20 f  0  f 
df 2

A empresa f como gera elevado ruído e maus cheiros deverá ser penalizada diminuindo a produção enquanto empresa p
deverá ser beneficiada. Então:

2
Empresa A: MAX f  p f f  (cf  tf )  20 f  10 f  50 p  tf
t= imposto
df
 20  20 f  t  0  20  20(0.5)  t  0  t  10 ; dado f = 0.5
dp

2
Empresa B: MAXp  ( p p  z ) p  cp  (700  z ) p  25 p  10 f
z= subsídio
df
 700  Z  50 p  0  Z  50(15)  700  Z  50 ; dado p=15
dp

2. Um aeroporto localiza-se nas proximidades de um novo loteamento. Sendo X o número de aviões que aterrissam por
dia, e Y o número de casas no loteamento, enquanto o lucro do aeroporto é dado pela expressão 48X – X², o lucro da
construtora do loteamento é dado por 60Y – Y² – XY.
1
a. Quantas casas seriam construídas e quantos aviões pousariam por dia, se o aeroporto e a construtora fossem
operados independentemente? Quais seriam os lucros de cada uma das firmas? Qual seria o lucro total das
duas firmas?
∂π/∂X = 0  48 – 2X = 0  X = 24.
∂π/∂Y = 0  60 – 2Y – X = 0  Sendo X = 24, teremos: 60 – 2Y – 24 = 0  Y = 18.
πA = 48X – X² = 48*24 – 24² = 576
πC = 60Y – Y² – XY = 60*18 – 18² – 24*18 = 324.
Lucro total: πA + πC = 900.
b. Se uma lei probisse o pouso de aviões neste aeroporto, para evitar as externalidades sofridas pela construtora,
quantas casas seriam construídas e qual seria o lucro da construtora?
∂π/∂Y = 0  60 – 2Y – X = 0  Sendo X = 0, teremos: 60 – 2Y = 0  Y = 30.
πC = 60Y – Y² – XY = 60*30 – 30² – 0*30 = 900.
c. Quantas casas seriam construídas e quantos aviões pousariam por dia, se o aeroporto e a construtora fossem
operados independentemente, e o aeroporto tivesse que pagar à construtora um valor equivalente aos danos
(XY) causados pelos aviões aos lucros da construtora? Quais seriam os lucros de cada uma das firmas? Qual
seria o lucro total das duas firmas?
Agora, πA = 48X – X² – XY, e πC = 60Y – Y² – XY + XY.
∂π/∂Y = 0  60 – 2Y = 0  Y = 30
∂π/∂X = 0  48 – 2X – Y = 0  Sendo Y = 30, teremos: 48 – 2X – 30 = 0  X = 9.
πC = 60Y – Y² – XY + XY = 60*30 – 30² – 9*30 + 9*30 = 900.
πA = 48X – X² – XY = 48*9 – 9² – 9*30 = 81.
Lucro total: πA + πC = 981.
d. Quantas casas seriam construídas se, tanto o aeroporto, quanto a construtora pertencessem ao mesmo grupo
empresarial? Qual seria o lucro total do conglomerado empresarial?
πm = 48X – X² + 60Y – Y² – XY
∂πm/∂Y = 0  60 – 2Y – X = 0
∂πm/∂X = 0  48 – 2X – Y = 0
Resolvendo-se o sistema de equações acima, chega-se a X = 12 aviões e Y = 24 casas.
πm = 48*12 – 12² + 60*24 – 24² – 12*24 = 1008.
e. Por que as alternativas institucionais dos itens (a) a (c) não conduzem à eficiência encontrada no item (d)?
No item (a), o aeroporto não leva em conta os danos causados pelos aviões que aterrissam.
No item (b), os aviões são proibidos de pousar, eliminando simultaneamente a externalidade e os benefícios.
No item (c), o aeroporto arca com a totalidade dos custos causados pelos danos provocados pelas aterrisagens, mas a
construtora não arca com nada. Sendo assim, a construtora constrói demais.
f. Suponha que o aeroporto e a construtora fossem independentes, como no item (a). A construtora poderia
aumentar seus lucros líquidos pagando ao aeroporto, a fim de que este reduzisse um voo por dia, uma quantia
igual ao valor da perda de lucro do aeroporto pela eliminação de um voo?
O aeroporto maximizava seus lucros ($576), fixando em X = 24 o número de voos.
Se X fosse igual a 23, quais seriam os lucros?
πA = 48X – X² = 48*23 - 23² = 575
Ao pagar $1 ao aeroporto, a construtora compensaria o aeroporto pelas perdas com cancelamento de um voo.
O lucro da construtura no item (a) era $324. Quando apenas 23 aviões aterrissam, seu lucro será:
πC = 60Y – Y² – XY – 1= 60*18 – 18² – 23*18 – 1 = 341. (O valor 1 corresponde à compensação paga ao aeroporto).
g. Se, nas condições do item (f), a construtora pudesse pagar ao aeroporto uma quantia maior, para eliminar mais
voos, quantos voos ela desejaria que o aeroporto cancelasse?
πC = 60Y – Y² – XY – [576 – (48X – X²)]  πC = 60Y – Y² – XY – 576 + 48X – X²
∂πC/∂Y = 0  60 – 2Y – X = 0
∂πC/∂X = 0  – Y + 48 – 2X = 0
Resolvendo-se o sistema de equações acima, chega-se a X = 12 aviões e Y = 24 casas. (Trata-se da mesma solução do item
(d).)
Portanto, a construtora gostaria que o aeroporto cancelasse 12 voos.

3. Num município costeiro, a prefeitura deseja emitir permissões de pesca de lagostas, e está tentando determinar quantas
permissões deveria emitir. Os aspectos econômicos relevantes são os seguintes:
- O custo de operar um barco de pesca de lagosta é de R$2 mil mensais.
- Se houver x barcos operando na costa do município, a receita total da pesca de lagosta será: f(x) = 1.000(10x – x²).
a. No gráfico abaixo, trace as curvas do produto médio, PMe(x) = f(x)/x, e do produto marginal, PMg = 10.000 – 2.000x.
No mesmo gráfico, trace uma linha que indique o custo de operar um barco.

2
PMe(x) = f(x)/x = [1.000(10x – x²)]/x
 PMe(x) = 1.000(10 – x)
Quando x = 0, PMe(x) = 1.000(10) = 10mil.
Quando x = 10, PMe(x) = 1.000(0) = 0.
Com estas duas coordenadas, já podemos traçar a curva
de produto médio (average product (AP) em inglês).

PMg = 10.000 – 2.000x = 1.000(10 – 2x)


Quando x = 0, PMg =1.000(10) = 10mil.
Quando x = 5, PMg =1.000(0) = 0.
Com estas duas coordenadas, traçamos a curva de
produto marginal (marginal product (MP) em inglês).

Sendo o custo constante, a curva de custo é uma reta ao


longo de R$2mil.

b. Se for gratuita a aquisição de uma permissão, quantos barqueiros comprarão tais permissões. (Dica: quantos barcos
adentrarão o mercado antes de os lucros se tornarem zero?). Haverá lucros positivos até o ponto em que PMe(x) =
custo, isto é, 1.000(10 – x) = 2.000  x = 8. Trata-se do ponto em que a curva “AP” encontra a reta “Cost” no gráfico
acima.
c. Que número de barcos maximiza os lucros totais? Lucros serão maximizados no ponto em que PMg(x) = custo, isto
é, 10.000 – 2.000x = 2.000  x = 4. Trata-se do ponto em que a curva “MP” encontra a reta “Cost” no gráfico acima.
d. Se a prefeitura quisesse restringir a quantidade barcos àquela que maximizasse os lucros totais, quanto deveria
cobrar pela aquisição de uma permissão para pesca de lagostas? (Dica: em sendo cobrada uma taxa de F milhares de
reais mensais, o custo marginal mensal de se operar um barco será (2+F) milhares de reais mensais.) Queremos elevar
os custos de forma tal que o ponto ótimo para os barqueiros coincida com o ponto eficiente (queremos impôr x = 4).
Para isto, deveremos ter PMe(x) = 2.000 + F  1.000(10 – x) = 2.000 + F  1.000(10 – 4) = 2.000 + F  F = R$4.000
mensais. (No gráfico, isto significaria elevar a reta que representa os custos até R$6.000.).

4. Uma grande fábrica despeja seus dejetos industriais numa lagoa, que também é usada para recreação por mil pessoas.
Sejam:
- X: o total de unidades de dejetos despejadas na lagoa;
- Yi: o número de horas diárias que o indivíduo i passa nadando e remando na lagoa;
- Ci: a quantidade de unidades monetárias que o indivíduo i gasta com bens de consumo.
Ao despejar X unidades de dejetos na lagoa, os lucros da firma serão 1.200X – 100X². Todos os consumidores têm a mesma
renda e idênticas funções de utilidade: U(X, Yi, Ci) = Ci + 9Yi - Yi²- XYi. Suponha não haver, nem restrições quanto à quantidade
de dejetos despejada na lagoa, nem uma taxa sobre o uso da lagoa para as pessoas. Por fim, considere que a firma e os
consumidores tomam suas decisões de forma independente.
a. Que nível de poluição será escolhido pela firma para maximizar seus lucros? ∂π/∂X = 0  1200 – 200X = 0  X = 6.
b. Quando X = 6, quantas horas passará cada indivíduo nadando e remando na lagoa? ∂U/∂Y = 0  9 - 2Yi – 6 = 0  Y
= 1,5.
c. Quando uma pessoa estiver passando 1,5 hora diária na lagoa, quanto dinheiro (Ci) ela estará disposta a gastar para
reduzir a poluição (X) em uma unidade? Qual é a TMS entre dinheiro (Ci) e poluição (X) quando Y = 1,5. Nesta
situação, sabemos que U(X, Yi, Ci) = Ci + 9*1,5 - (1,5)² - 1,5X? Portanto, temos que TMS = - (∂U/∂X)/(∂U/∂Ci) = 1,5.
Portanto, uma pessoa qualquer estaria disposta a abrir mão de $1,5 em troca de uma unidade a menos de poluição.

Quando U(X, Yi, Ci) = Ci + 9*1,5 - (1,5)² - 1,5X, Ci X U


temos U(X, Yi, Ci) = Ci + 11,25 - 1,5X. 25.0 10.0 21.25
Na tabela ao lado, primeiramente fixamos a 23.5 9.0 21.25
utilidade em 21,25 e o nível de poluição em 10, e 22.0 8.0 21.25
observamos que Ci deveria ser 25 (=21,25-11,25 + 20.5 7.0 21.25
1,5*10). 19.0 6.0 21.25
Depois, fomos reduzindo o valor da poluição 17.5 5.0 21.25
sempre em uma unidade, e observando qual 16.0 4.0 21.25
deveria ser Ci para manter a utilidade constante. 14.5 3.0 21.25
Nota-se que um decréscimo de uma unidade de 13.0 2.0 21.25
poluição, acompanhado de uma redução de 1,5
11.5 1.0 21.25
unidades de consumo (isto é, $1,5) mantém a
10.0 0.0 21.25
utilidade constante. (Gráfico na próxima página.)
3
U3

Consumo U2
Exercício 4
(um bem)
bem) U1

25

10

Poluiç
Poluição
10 (um mal)

d. Lembrando-se que há mil pessoas, qual é o valor total que esta comunidade estaria disposta a pagar para que se
reduzisse a quantidade de poluição? 1.000*1,5 = 1.500.
e. De quanto cairiam os lucros da firma se ela reduzisse sua produção de 6 para 5 unidades?
π = 1.200X – 100X². Quando X = 6, temos π = $3.600. Quando X = 5, temos π = $3.500.
f. Os cidadãos teriam condições de arcar com esta redução em uma unidade de poluição? Sim, pois a comunidade
estaria disposta a pagar $1.500 pela redução, e a redução de lucro da empresa é de apenas $100. (Portanto,
relacionando com o tópico seguinte do nosso curso, cada cidadão de tal comunidade estaria disposta a contribuir
para a provisão de um bem público denominado “redução da poluição”!)

5. Suponha que o um apicultor viva nas proximidades de um produtor de maçãs, e que cada empresa atue em mercados
competitivos. Seja A o total de caixas de maçãs produzidas, e H o total de litros de mel produzidos. As funções de custo
das duas firmas são: c H = H²/100 e cA = A²/100 – H. O preço do litro do mel é R$2, enquanto o de uma caixa de maçã é
R$3.
a. Se as firmas operarem de forma autônoma, em equilíbrio, quantos litros de mel serão produzidos? ∂cH/∂H = p 
2H/100 = 2  H=100.
b. Se as firmas operarem de forma autônoma, em equilíbrio, quantas caixas de maçãs serão produzidas? ∂cA/∂A = p 
2A/100 = 3  A=150.
c. Admita agora que os dois produtores se fundam numa só empresa. Quantos litros de mel deveriam ser produzidos
para maximizar o lucro da nova firma?
Custo = cH + cA = H²/100 + A²/100 – H.
∂cH/∂H = p  2H/100 – 1 = 2  H=150.
d. E quantas caixas de maçãs deveriam ser produzidas? ∂cA/∂A = p  2A/100 = 3  A=150.
e. Qual é a quantidade de mel “socialmente eficiente”? H=150, conforme resposta do item (c).
f. Se as firmas se mantiverem separadas, em quanto a produção de mel deveria ser subsidiada para conduzir a uma
oferta socialmente eficiente?
cH = H²/100 – Hs, onde s é o subsídio.
A maximização via escolha de H requer: 2H/100 – s = 2.
Queremos que H seja fixado em 150 (conforme itens c, d, e).
A maximização via escolha de H requer: 2*150/100 – s = 2  s = 1. O subsídio deve ser de $1 por unidade produzida.

6. A população de um vilarejo fluminense é de apenas 1.001 habitantes. Não há muito a fazer na cidade, além de passear
de charrete. Todos gostam de passear, mas ninguém gosta dos engarrafamentos, do barulho e da poluição causada
pelas charretes. Todas as pessoas da cidade têm a mesma função de utilidade: U(m,d,h) = m + 16d – d ² - 6h/1.000,
onde:
m é o consumo diário de bens em geral;
d é o número de horas que o indivíduo usa passeando de charrete;
h é o número total de horas de passeio de charrete de todos os outros indivíduos.
O preço dos bens de consumo é $1; cada pessoa tem renda de $40. Por simplicidade, vamos ignorar custos de se passear de
charrete.
a. Se um indivíduo acredita que o total de horas de passeio de charrete dele não afeta o total de horas de passeio de
charrete dos outros indivíduos, quantas horas ele escolherá passear por dia? (Dica: qual é o valor de d que maximiza
U(m,d,h)?) ∂U/∂d = 0  16 – 2d = 0  d = 8.
b. Se todos escolherem seu nível ótimo de d, qual é a quantidade total, h, de horas de passeio de charrete por outras
pessoas? h = 1.000*8 = 8.000.
c. Qual será a utilidade de cada habitante? U(m,d,h) = 40 + 16*8 – 8 ² - 6*8.000/1.000 = 56.
d. Se todos passearem de charrete durante 6 horas por dia, qual será o nível de utilidade de um morador típico do
vilarejo? U(m,d,h) = 40 + 16*6 – 6 ² - 6*6.000/1.000 = 64.
4
e. Suponha agora que a prefeitura decide aprovar lei que retringe o total de horas de passeio de charrete permitidas a
cada pessoa. Quantas horas de passeios de charrete diários se deveria permitir a cada morador? ( Dica: reescreva a
função de utilidade, substituindo h por 1.000d, e maximize com relação a d.)
U(m,d,h) = m + 16d – d ² - 6*(1.000d)/1.000
∂U/∂d = 16 – 2d – 6  d = 5.

7. (ANPEC 2008). A respeito de externalidades, julgue se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas:
a. (_V_) Se as preferências dos agentes forem quase-lineares, o teorema de Coase afirma que toda solução eficiente
deve ter a mesma quantidade de externalidade, independente da distribuição dos direitos de propriedade.
b. (_F_) O resultado do teorema de Coase não é influenciado pela existência de custos de transação.
c. (_V_) Os recursos de propriedade comum são utilizados até o ponto em que o custo privado é igual ao retorno
adicional gerado, o que implica sobre-utilização do recurso.
d. (_V_) Se, ao produzir, uma firma gera externalidade negativa na forma de poluição, para cobrar dessa firma um
imposto de Pigou (que a faça considerar o custo social de produção, e não apenas o custo privado), deve-se conhecer a
externalidade marginal no nível de produto socialmente eficiente.
e. (_F_) Se houver um mercado para poluição, se os direitos de propriedade forem bem definidos e se as pessoas
estiverem dispostas a pagar pela redução da poluição, o preço da poluição será positivo.

8. (ANPEC 2009). Considere uma lagoa em que é possível pescar. Suponha que o preço do peixe é 1 e que f(n) é a
quantidade total de peixes pescados, em que n é o número de barcos de pesca na lagoa. Suponha que a função f(n) está
sujeita a rendimentos decrescentes. Suponha também que, para pescar, é necessário apenas adquirir um barco e
equipamento que possuem custo constante igual a c > 0. Com base nessas informações, julgue se as afirmativas abaixo
são verdadeiras ou falsas:
(Ver resolução do exercício 3.)
a. (_V_) Se a lagoa for um recurso comum, ou seja, se qualquer um puder entrar e pescar, então haverá n* barcos, de
tal sorte que f(n*)/n* = c, ou seja, cada pescador obterá uma receita de pesca igual ao custo.
b. (_V_) Se a lagoa for propriedade privada, seu proprietário utilizará n** barcos de pesca, de tal modo que f´(n**) = c,
em que f´ é a derivada de f.
c. (_V_) Trata-se de uma situação em que cada barco gera externalidades negativas para os demais.
d. (_V_) Se a lagoa for um recurso comum, a criação de um direito de propriedade privada sobre ela levará a uma
produção eficiente de peixes.
e. (_V_) O caráter de recurso comum gera uma pesca excessiva de peixes do ponto de vista social.

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