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AZARIAS SOBREIRA
II. " j
1 9 6 1
Censor Diocesano
IMPRIMATUR:
MONS. MATTA
Vigário Geral
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Prefácio
O Autor.
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Advertência prévia
"Grande é a responsabilidade de qu� es
creve".
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No Brasil , Pastor Pro testante não recu
ou diante da grav íssim a resp onsabilidade de
publi car um estud o de controvérsia reli gi osa.
Para êle , em tôda a Amér ica Latina não está
ressol vida a mais trans cende ntal das questões
que pod em preo cupa r um povo : a ques tão re
ligiosa. Para êle o d i a em que esta parte do
Nov o Mund o se prote stant izasse marc aria o
início de u ma idade de ouro! Aqu i, cultura,
comérci o , indústria, liberdade, ciência, mora
lidade, tudo havia de florescer nos es pl endo
pe rc eb er á pr on
nte fl ca �endo
_
qu al Pa st or Pr ot es ta _
gu nd o o
ini str o da sei ta em sua ativid ade
q ualqu er m
an ti- cató lic a.
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A verdadeira Igreja
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portanto, não poderão prevalecer
as portas do
inferno; com ela ficará o Redentor
até o fim
do mundo.
� qui, _?
pais, é qu� se eve achar o âmago
da d1scussao. O mais nao vale mais do que
escaramuças sem importância. Eis
por que
convergirã o todos os nossos esforços no
senti
do de esclarecer êste ponto capital.
rganiz�ç 6 d
mar o lu ga r da �
oses a pse� �
ra to e
i ani smo, onde b 1 s o v
sti is pos os fiéis
os pad�
cr s
tes ao Papa,
ntro u e� cena
a seus respectivo s
ga te p����idu�dedadeensar e nin
religi�sa
uma e xtrava p
em que t odos te
m seu d p
mo o
guém ob edece.
10
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Bastaria levarmos em conta esta dissonân
cia i11 t r od uzid a pelo protestantismo no con
cê r to universal das criações divinas para os
espíritos sinceros e observadores descobrirem
11êle p, marca própria das falsificações huma
nas.
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Nos três reinos da natureza, a planta
serve para o sustento do animal, os minérios
serven1 para o sustento da planta, ao passo
que mi nerais, plantas e anim ais servem para
o sust2nto e confôrto do homem.
çao.
-
12
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Na Igreja e son1ente nela. Entretanto, é
de, Fé qu�
-
na Igreja triunfante, isto é ' no céu
,
so serao acolhidos os que houverem perten-
cido à Igreja militante, na terra, ou desejado
sil1ceramente pertencer a ela. Isto se conclui
das se g uintes palavras do Salvador : - " Quem
cr2r e fôr batizado será salvo, mas quem não
c re r s erá c o 11denad o .
"
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O Papado,_ obra divina
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Dir-se-ia que os evangelistas, sempre só
brios em dar informações acêrca dêstes últi mos ,
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Não nos venham dizer que a razão disto
é ser Pedro o mais velho de todos, fato intei
ramente duvidoso. Aliás, se fôsse adotado
êste critério, S. João, que devia ser o mais jo
vem dos apóstolos, havia de aparecer sempre
no fim da lista, o que não se verifica. Não
nos digam também que a razão está em Pe
dro ter sido o primeiro discípulo a acompa
nhar a Jesu s, pois S . João afirma que os pri
n1eiros discípulos foram André e outro. (Jo.,
I, 33-42> Há, porém, conforme leio em Mons.
A. Feitosa, razão mais convincente do pouco
caso que faziam os evangelistas da idade dos
apóstolos, quando organizavam a lista dos
mesmos. Se o critério adotado por êles fôs
se a idade, no Ev:angelho de S. Mateus seria
André mais velho do que Tiago; ao passo que,
no Evangelho de S. Marcos, Tiago seria mais
velho do que André. Etc.
Nas circunstâncias mais solenes, como a
ressurreição da filha de Jairo, a Transfigura
ção no Tabor e a agonia no Jardim das Oli-
veiras, Jesus
"tu et;
Sim ao B ar J ºn a s:
finalm en te , o de . .
� ��� \� inha
-
r ô br e e sta p ed r a e i t.
Ped o e s
M ,
Igreja". (Vide Gen., XV
II, 5 , '
XVI, 18)
16.
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escolh�, para suas testemunhas, apenas três
apóstolos; e o nome que se lê, em primeiro lu
gar, é o 'Cle S. Pedro .
As vêzes, tc1do o Colégio Apostólico é de ..
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inegável que ainda não podia existir
E'
em Pedro uma supremacia de jurisdição is
to é , o direito atualizado de governar seu � ir
i;n�os na Fé , vivendo .º Mestre divino. O seu
un1co e natural superior era Jesus, vivo e pre
sente no grên1io apostólico.
qu � nos interessa 1desvendar agora é
O
se :Êle havia prometido . a um dos doze um ver
dadeiro primado de jurisdição, uma verdadei
ra chefia legal; e se a sua maneira de falar
sôbre tal assunto vale por um indício natural
desta futura primazia.
Contra o ponto de vista católico insur
gem-se os nossos adversários, alegania·o o se
guinte argumento: - Se Cristo houvesse da
do a entender, com absoluta clareza, que ia
en trega r a S. Pedro o govêrno da sua futura
Igreja, não encontraríamos nos Evangelhos,
tantas vêzes, os apóstolos discutindo sôbre qual
dêles havia de ser o maior. Como podia ter
lugar semelhante dúvida �11tre êles, �e � ques
tão já tivesse sido esclarecida pelo propr10 Sal-
va dor ?
· · .
anto, JX'ucorns
.
dês te mu nd o! En tret
não era
te s de se u re gre sso ao ceu, u
momentos an a seguin·
cíp ul os l he en der eç ou
de seus fiéis dis
18
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te extravaga �te pergunta: "E' agora, se-
-
19
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Aind a o papad
o
Para m ui ta g ente
. c arrega da d e
ceita s, Exi. s te u ma p
S . Luc as, XXII, 25_ � p
assagem d1 Evan recon..
g l
26. n a qu a esus � ho d e
deixa
haver qu alquer j edn-
te n d er q u e r.ão d ev e
-
ça � , q u a lq u er au torida ur1s ·
·
de suprema en tre I-
ap os to lo s. os
E is o tó pi co em questa.... o·
t·ios , os rei s ex er ce m domíni ''Ent1·e os gen -
· -
o sôbre se us
sa los . No r:ie io de ós n ão
-y
Ant es , aqu� le qu e e m aior en
há de ser ass�
tre vós faça-se
�
com o o m ai s pequ eno e o que m
an da (faca-
,,,
se ) co mo o qu e serve".
Co� esta l inguagem , terá Cristo deseja
do exc lui r qua lqu er autoridade entre seus após
tolo s? De form a alguma. A prova se encon
tra na sua expr essã o - aquêle que é maior -
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ceita que o Filho de Deus procura meter na
cabeça dos cristãos, a respeito de autoridade:
acabou-se o tempo em que governar era opri
mir o povo .
Dora por diante governar é padecer, é
viver para o bem da coletividade, esquecendo
nos de n ó s mesmos para que a nação prospe
re e realize o seu ideal.
Nem de leve as palavras de Jesus signifi
cam extinção de poder nos grupos sociais.
Querem a prova disto? Leiam para a frente
e verão que êle promete aos Doze uma situa
ção privilegiada entre os fiéis: um dia os Do
ze se assentarão em doze tronos especiais pa
ra j ulgar as doze tribos de Israel. E ainda
mais isto: a um só dêles dá o Salvador a mis-
são de confirmar na Fé os seus irmãos. (Luc.
XXII,. 30-32). E o discípulo assim distingui
do é Pedro.
Depois de tudo isto, quem teria coragem
de dizer que no Filho de Deus não existia ver
dadeira autoridade?
Que tal? Quem ousa pôr em dúvida esta
demonstração? No mesmo capítulo d'e S. Lu
cas veremos Jesus aplicando a si mesmo a re
gra de humildade que acabara de propor aos
seus : - "Qual é o maior? o que está assenta
do à m esa ou aquêle que o está servindo? Não
é (maic r) o que está sentado à mesa? Eu , en
tretanto, estou no meio de vós como quem pres
ta serv ico. " (Lu c. XXII, 27) .
�
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João Batista. Para outros era Elias, Jeremias
ou algum outro dos antigos profetas faleci
dos.
- "E v-ó s, disse-lhes Jesus, que idéia fa
zeis de mim?"
- "Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo",
respondeu Simão-Pedro.
E Jesus, para lhe recompensar a magní
fica profissão de fé, pronuncia, com grande
solenidade, estas palavras: - 'Tu és bem-ave11-
turado, Simão , filho de Jonas, porque não foi
a carne nem o sangue que te revelou isto, po
rém meu Pai que está nos céus. E eu te di
go que tu és Pedra e sôbre esta Pedra edifica
rei a minha Igrej a, e as portas do inferno não
terão fôrcas contra ela . E eu te darei as cha-
ves do Reino dos Céus; e tudo o que atares na
J
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êste deve ser o seu sentido:
em conseqüência desta decl
"S pe . .
araçã �
_
?ro fica,
f�nd��icado
.
para oc�par a posição de ped
ra
da IgreJa a s r funda.'da para
�
rem os escolhidos da redenção.
nela se ab��igataJ-
.
�
Com o fim e se porem a sa
lvo das mo
men tosas e dec 1s1vas obrigações
que uma t 1
ve�dad� im põe , milhares de prote stant
hoJe estabelecem absurda distinção ent
e s aind �
re Pe
d r o e pedra. Par a êle s o Ped ro do primeir
f
membro da r ase é , real men te, o após tolo que
o
tu
cha ves... Tu•do o que tu atar es.-. tudo o que
desa tares. . . ''
ar
Como está clar o, não há j eito de isol
str e
ao men os uma fras e na qua l o divino Me
ocu
deix asse de diri gir-se a Pedro e passasse a
en
pa r-se de su a pró pri a pessoa . Tão es treit am
mbros
te ligados ent re si estão os vários me
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dêste período que não existe nêles a mais pe
quena margem para cortá-l o e meter dentro
dêle outro qualquer objetivo.
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Não, irmãos nossos separados!. Contra
un1a tal interpretação revolta-se a consciên
cia da cristandade pensante, num brado de jus
tificada indignação.
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neira do sol ; .I�z s �o também seus apóstolos,
mas por part1c1paçao, por reflexo, à maneira
"
dos planetas.
Da n1esma forma, pedra é Cristo. Pedra
fundamental que garante a perpetuidade e so
lidez da Igrej a, o novo e providencial edifício
construído por êle em pessoa. Mas também
pedra é Simão-Pedro, porque Cristo assim o
desejou (tu es Petrus), pedra igualmente in
quebrantável por fiança divina : - "e as por
tas do inf1erno não terão fôrças contra ela. "
Cristo, portanto, é pedra ·invisível , en
quanto Simão-Pedro é pedra visível, pois tô
da a Igrej a militante tem que apoiar-se nêle,
como a sua suprema autoridade na t�rra.
A tudo isto acresce adiantar que, em to
do o Novo Testamento, uma só passagem nã<'
se encontra em que se atribua o no1n� de pe
dra a qualquer outro apóstolo .
Ouçamos ainda esta reflexão . S� Simão
Ped'ro não era mesmo a pedra funda1nental da
Igrej a, para que foi que Cristo mudou o no
me dêle em pedra?
- Tu serás chamado Pedra, - disse-lhe
Jesus ao avistá-lo pela primeira vez. E agora,
confirmando aquela promessa, assim lhe fala :
- Tu és Pedra e sôbre esta pedra edifica1·ei a
minha Igreja.
Para entender tudo isto de outro tnodo
seria preciso supor que os nomes impostos por
Deus fôssem palavras sem sentido ou sombr�s
sem reali�lade. Aceitar a interpretação pro
testante equivale a cair no ridículo da seguiu-
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te linguagem: - Simão Bar Jona, tu és ben1.
a �enturado e � s pedra, mas... vou edificar a
. e não sôbre ti, por
m1nh� Ig reJ. a e sobre mim
que nao es, pedra! .
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Dev a ga r, m�u amigo. Não é fáci l
trilhar
essa vered a. Ci te- me , po r obséquio um ,
texto cnde Cris to haj a dito a qualqu'er out �
apóst?lo q1!- � h �via de ser "a pedra
�
sôbre a
q� al ele ed1f 1car1a a sua Igreja". o que se vê
sao out ros lugare s da Esc ritu ra em que a pa-
la vra fun dam ento é, às vêzes, atribuída so
men te a Cristo e outras vêzes apli cada a todos
os apóstolos j unto s; poré m num sentido bem
diferente .
Assim escreve S . Paulo aos coríntios (1
Cor III, 10-11) : -"Segundo a graça que Deus
me deu , tenho, como sábio arquiteto, lança
do o fundame nto : e outro edifica sôbre êle. Ve
j a, entretanto, cada qual como edifica. Por
que ninguém pode pôr outro fundamento se-
11ão o que foi pôsto, que é Jesus Cristo."
O que aí S. Paulo quer dizer nada tem a
ver contra o primado de Simão-Pedro. O sen
tido destas palavras suas é que ninguém po
de ensinar o Evangelho a não ser da forma
como Cristo o ensinou , pois fora de Cristo não
há nem pode haver outro caminho para o céu.
Êste únic o fundamento S. Paulo joá ti
nha lanç ado , com o bom pedreiro, por onde
passara pre gan do a Boa Nova .
Em fac e do qu e deixamos demonstrado, as
m,
pa lav ras de Je su s a Sim ão-Pedr? signific�
Sim ,
efeti vamer:,te, a promessa do primado.
ocupar
um dia o Pesc a•dor da Galiléia devia
ga r de im po rt â nc ia �� tr e os se us com
um lu
pa nh eiros de m issão apostol1ca.
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Ei�,
porém, que Pastor Protestante
apa
rece com ar triunfante, afirmando que n
esta
passagem evangélica o Salvador usou um
a
linguagem metafórica; � tanto a boa exeges
e
como o bom senso exigem que não se empre
guem termos figurados para exprimir títulos
válidos de nomeação para qualquer cargo. Diz
isto à página 214.
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r a o edifí cio. Com êle, a solidez e garantia do
p rédi o. Sem êle , o desmoronamento, a incer
teza , a instabil idade .
Logo, Pedro é a autoridade suprema da
Igrej a fundada pelo Salvador. Logo, quem
está com Pedro está com a Igreja de Deus; e
quem se aparta de Pedro aparta-se da verda
deira Igrej a.
Já no quarto século dizia o grande Santo
Ambró�io : - "Onde está Pedro está a Igreja".
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A Chave do Reino dos Céus
P rosseguindo no seu inútil esfôrço para
escurecer os grandes privilégios concedidos a
S. Pedro, Pasto r P rotestante passa as suas ba
terias para out ra expressão figurada que se
acha imediatamente depois, no mesmo texto
evangélico. Ei-la: -"E eu te darei as chaves
do Reino dos Céus.»•
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Fica, pois, bem patente que não existe
dúvi da apreciável acêrca da intenção que te
ve o Salv ador de dar a S . Pedro plenos poderes
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( 14ensa.gem aos protestantes 3)
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O poder de ata r e de s atar
De todos os dizeres de Cristo, quando
80
..
E'
próprio das autoridatd'es ligar e desli ..
gar, isto é, ata r e desatar. Cada vez que pro
mulga111 uma lei ou lavram um novo decreto,
elas criam para seus súditos uma nova obri
gação, atando-lhes a natu ral liberdade de agir.
Cada vez que declaram sem vigor uma lei ou
dispensam dela um indiví•duo, o desatam no
sentido daquela obrigação.
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l't!ªs su c ede q u e Pasto r Prote
stante ,
d a n ao c on ve n ci· ao, al eg a que, do is ca ain
pítulos
para di. ante , n o m es m o Evangelho de
s. Ma
teus, � es'! s, fa lando aos apóstolos reun
. ido s
co m S1m a? -P ed ro , diz -lhes no plural : "Tu
_
pa
ho uv es se sido fe ito p or mun p
o
m se tu do
prio " .
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Dias depois , falando a todos os generais,
no meio dos quais se encontra o generalíssimo,
diz-lhe o rei : - "Confio-vos as minhas tro ...
pas. Tendes plenos poderes para dirigir as
operações militares, etc". Quem será bastan..
te idiota para concluir daqui que j'á não exis
te generalíssimo nas fôrças armadas e que os
poderes dados, r..a véspera, ao general coman
dan t�·. lhe f ol'am tomados? Quem sustenta
. .
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A Invest idu ra d o Prim a d
o
D ep oi s d � ri go ro sa an álise qu
e fizemos
m os tr �n1d o a im en sa significação da
s prom es :
sa s !e 1ta s a S . Pe dro , vamos agora provar
. que
o D1v 1no Me str e, perto de voltar ao céu cum
pri u a ref eri da palavra. Encon tramos e�sa ce
na no cap ítul o 2 1 de S. João.
Perante · os apóstolos reunidos, o Salva
dor se dirige a Simão-Pedro e lhe pergunta
três vêzes : - "Simão, filho de Jonas, tu me
amas?" E três vézes o apóstolo interrogado
responde : - "Eu vos amo". Pois bem. Após
cada resposta dada por Pedro, o Salvatlor lhe
diz : - "Apascenta os meus cordeiros; apas
centa as minhas ovelhas". (XXI, 15-17) .
Por esta maneira de falar, tôda a cristan-
dade entendeu, desde logo, qu·e foram conf ir·
inadas por Jesus as promessas anteriormente
feitas ao pescador da Galiléia, quando lhe dis
se que sôbre êle ia edificar a sua Igr�j� e nas
mãos dêle ia colocar as chaves do reino dos
Céus .
Nada mais justo, p ois os. que lêen1 com
atençã o o Novo Testamento descobrem depres..
s a a insistência com que o Redentor compa
ra seus fiéis a um rebanho de ovelhas, dizen
do : - "Eu sou o Bom Pastor: as minhas ove
lha s me con hec em e eu conheço as minhas
ovelhas . . . " (João, X, 14) .
Or a, o que é que existe. num rebanho se
não car ne iro s e ove lha s? Pois, nesta passagem
sem
do Ev angelho Nosso Senhor confia todos ,,
exceçã o de uin só , ao govêrno de um
so, ao
37
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govêr110 de Pedro, já que a palavra apascen
t a r , i10 idioma h·�braico, significa alimentar,
reger, dirigir; e j á vimos como tle disse ao
futuro chefe de sua Igrej a : - "Apascenta os
ineus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas'' .
Aqui é Pedro constituído, de modo posi
.
tivo, Pa stor universal de todos os discípulos
de Cristo, sem qualquer exceção. O mesmo
apóstolo que, no capítulo 20 do citado Evan
gelho de S. João, havia recebido, em compa
nhia dos outros, uma missão comum a todos,
é neste momento distinguido com missão es-
pecalíssima, que dêle exigirá uma afeição
mais generosa. E esta missão é o supremo go
vêrno da cristandade .
O pastor tem por ofício alimentar, dirigir,
defender e castigar suas ovelhas. Comparai
agora a sociedade cristã a um imenso rebanho
e nela encontrareis o governador geral desem-
penhando o papel de pastor de todos as ovelhas
da nação.
Qu em leu a Ilíada, de Homero, deve estar
lembrado de que os r1eis são ali, várias vêzes,
chamados pas tores dos povos". E, no livro
"
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O Pri m a d o d e S . P e dro
So m os fo rç ad os a pr os se gu ir
no m esn 10
assunto.
3�
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II - Logo que ressuscitou, três dias de...
pois, Jesus apareceu às santas mulheres e
um anj o encarregou-as de levar a f·e liz notí ...
ciia a seus discípulos, 1especialmente a Pedro :
- " Ide e diz.ei a seus discípulos e a Pedro
qu e êle irá adiante de vós p ara a Galilé ia ; lá
o vereis , conf orm1e vos disse ( Marc . , XVI, 7 ) .
III - Não satisfeito de havê-lo distin gui do
com tão grande prova de especial estima , sem
perda de tempo se deixou ver por êle (Lucas,
XXIV, 2 3 ) ; e dali por diante nem uma vez
apareceu aos apóstolos sem que Pedro se achas
se presente na ocasião ! Leia, para se pesua -
dir melhor, o que diz o capítulo vinte e quatro
do Evangelho de S. Lucas .
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Co n � ra um a ta l lóg ica se ins urge 0 bom
senso cr1 sta _ o , qu e
nela só exe rga teim osi a e
talv ez m á fé.
Passemos agora em rev i sta os textos evan
gélicos por nós examinados.
O plano do Salvador acêrca de sua Igrej a
vai se desenvolvendo de maneira maj estosa,
desde os seus primeiros traços até o seu defi
nitivo acabamento .
Ao convidar os seus apóstolos para o acom
panharem, distingue logo a S. Pedro dando
lhe um nome especial, Kef a, que significa Pe
dra ou Pedro. Nessa desusada mudança de
nome achava-se simbolicamente manifesta a
divina intenção de fazer dêle a pedra funda
mental da sua Igrej a, como o seu legítimo con
tinua•dor neste mundo.
Enxergando claramente o futuro, o Fi
lho de Deus prevê tôdas as heresias, os cismas
e apostasias, tôdas as fôrças do ma l conjuga
das contra a sua obra. Com uma tal visão do
futuro dirige, desde logo, estas palavras profé-
ticas àquele humilde pescador da Galiléia : -
"Tu és Pedra e sôbre essa pedra edificare i a
minha Igrej a, e as portas d o inferno nada po
derão contra ela".
Comentando essa cena de tão grande re
percussão nos destinos tla civilização cristã,
d isse com razão Daguesseau : - "Para pro
duzir tal cousa, precisava ser profeta; para
torná-la realidade, precisava ser Deus".
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E Deus t � m mantido a sua palavra� poi.3
.
hoJ e, como ha dezenove séculos, a rocha de
Pedro continua firme e inabalável.
Aproximava - se , entretanto , o fim da exis..
tê·n cia terrena de Jesus . Devendo fazer-se de
volta ao céu, era natural que deixasse neste
n:undo um seu representante com plenos po
deres para sàbiamente governar a sua Igrej a ,
preservando-a do êrro e da decadência. E '
então que o primeiro Papa j á designado rece
be a solene investidura de supremo Pastor : -
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de Lutero , Calvino e Henrique VIII? Quando
foi que Cristo retirou da Igrej a e colocou, nas
1nãos dêsses inovadores, a missão confiada a
Simão-Pedro e seus l egítimos sucessores? E,
se Cristo não os encarregou de dirigir a Igre
ja, como foi que êles se atreveram a l ançar
n1ão violenta contra os seus legítimos repre
sentan t es?
Escute, para terminar, estas palavras de
Cobbet, ilustre protestar:.te convertido à fé
católica :- "A Igrej a tira de Jesus a sua ori
gem. Pedro foi mesmo pôs to por êle à frente
·
da sua Igrej a. E', pois, inelutável êste dile
ma : ou as Sagradas Escrituras mentem ou Je
sus Cristo em pessoa prometeu à sua Igrej a um
chefe que deve durar através dos séculos" .
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A Voz d a s C a ta c u m b a s
A té ª 9-� i ap re se ntam os grandes
prov as
�e or? em 10 1p� a e e� cr itu rís tic a, em favo r da
aou tr1G a cat ol1c a, ace rca do reinado de
s p _
dro . Hoj e , porém , vam os ofe rec er a P� e
to r
Pro testante um a dess as provas palp ávei s a ue
p ara hom ens séri os e j usti ceir os, tapam si :
m
plesmen te a bôca .
J·á q ue o século atual fala tanto em ci-
ência arqueológica, pediremos à própria ar
queologia que nos diga se, nos quatro primei
ros séculos da era cristã, S. Pedro Já era con
siderado chefe da Igreja .
Se Simão .. Pedro gozou , realmente, da ele-
vada posição que o catolicismo lhe atribui,
nenhuma outra personagem tleve ter preocu
pado mais os primeiros cristãos do que êle,
como continuador im edi ato da missão de Cris-
to. Pois é isto, exatamente, o que foi de
monstrad o, há poucas ·d écadas , em célebres
e sc ava çõ es , efetuadas em Roma , Pa rma, Mi
l ão , Gênova , V�e rona, M ad ri, Sar ago ça, Mar
selha , 1.Ji ão , Reims , etc.
Revolvendo o subsolo , sábios i nsu speit os
trouxeram à luz o segrêdo 1claquela civilizaç ão ,
soterrado du rante o domín io dos bárbaros e
e m tempos posteriores. E essas obras d'art� ,
com a eloquência dos argumentos irrespo �d �
veis vieram atesta r que, excetuado o D1v1-
no M estre, era S. Ped ro a figura m ais d e st a
cad a dos p rimeiros s éculos cristãos.
44
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Como se sabe disto? Sabe-se através de
livros dignos de todo respeito, como sej am as
obras d e Garrucci e Sisto Scaglia, sôbre a his
tória da arte e da arqueologia cristãs.
Ga rrucci, por exemplo, dá-nos conta de
445 imag'ens do Salvador encontradas n es
sas pasmosas escavações. Pois bem. Logo
abaixo aparece S. Pedro com 212 imagens e
S. Paulo com 47, tão s o mente . .. .
Quase sempre u m emblema designativo de
autoridade marca o príncipe dos apóstolos.
Aqui é uma cadeira, ali são as chaves, acolá é
um livro da lei divina que Cristo lhe põe nas
inãos. Há ainda a observar que nessa�:; ilna
gens apenas Moisés e S . Pedro trazem na n1ão
um caj ado, símbolo de poder. Por aí Ee torna
evidente a semelhança dos dois grandes chefes,
um na lei antiga e o outro na lei nova , a lei
do evangelho.
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O s D oze Tronos
�epois da argumentaç ão que produzi
mos a �erc a do primado de S. Pedro, parece
.
que a u n1ca atit � �e dos nossos 'irmãos sepaia·
dosdev i. a ser o silencio, como prelúdio a urn a
conversão definitiva. Mas , o que os vemos fa
zer é s a l tar e m noutro galho dia Escritura atrás
de alguma passagem um pouco obscur� . para
com ela investirem de novo contra a rocha do
Papado.
Comecemos pela obj e ç ão dos Doze Tronos
aduzid a contra a Igrej a .
Falando aos apóstolos, diz Nosso Senhor :
' ' Em v erdade vos digo que, depois da regene-
ração, vós que me acompanhastes ficareis as
sentados sôbre doze tronos, julgando as d.ozr.:
tribos de Israel, quando o Filho do Ho mem se
houver assentado na sede de sua maj estede".
( Mat. XIX, 28) .
Querendo tirar daí argumento contra o
primado a postólico, assim rac i ocina Pastor
Protestante : "Ora, não há na promessa u n1
trono mais elevado para Pedro". (Pág. 236."t .
Por que será? Por uma raz ão muito sir;i
ples, meu c aro senhor : no céu não há nem
pode haver exerc ício de j urisdiç ão papal. Nes
s a passagem do Evangelho, C ';' i� t.o prome t e
.
um prémio especial aos doze pr1v1leg1arlos que
46
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�} l<�· es colh12u aq ui na terra . Ora, o
pr êm i o a
n s
o res er va do na be m- av entu ran ça é maior o u
"
m eno.r, de aco:d � com a graça recebi da. Lá ,
u m sim ples cr1 sta o podera, fic ar mais alto do
que bispo s e até pap as que a êle tiverem fica
do infe riore s na prát ica da virtu de. E' ver
dade que os após tolos , em vista de sua gran
diosa tB.ref a na preg ação da Boa Nova, rece
beram de Deus graça s mais abundantes .
Assim distin guido s com t e s o u r o s so
brenaturais, grande será no céu o galardão de
cada um , por terem sido fiéis ao cham ado d o
Divino Mestre. Eis o que significa esta pas
sagem evangélica.
Mas, que tem ela a ver com a suprema
cia de Simão-Pedro na Igrej a aqui da terra?
A nossa discussão se ocupa da Igrej a visível
e militante, onde o apóstolo Pedro faz as vê
zes de Jesus Cristo depois de sua subi•d a ao
céu ; e Pastor Protestante nos vem falar do
que há-de acontecer no dia de j uízo, depois da
ressur1·eição dos mortos ! Discute-se aqui sô ..
bre a Igrej a na terra, onde precisamos de
uma autorida1de suprema que nos fale em no
me do Salvador, e êle se põe a argumentar com
o que l1á-de ser no céu daqui a séculos. O as
sunto da discussão é o tempo e o nosso homem
nos conduz para a eternidade !
Decididamente, quem procede assim erra·
o alvo de sua pontaria.
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M is s ão à Sa m aria
mi ssã o fei ta pe los ap óst olo s à Samaria
A
,
e o u tro pas so •da Esc ritu ra do qual se preva
lece Pas tor Pro testant e par a arranj ar um ar
gum ento cont ra o prim ad o de Pedro e, portan
to, contr a o ponti ficado romano .
Eis o texto escriturístico, tirado do oita
vo capítulo dos Atos : "Quan1d'o os apóstolos
q11e se achavam em Jerusalém souberam que
a Samaria havia recebido a palavra de Deus,
enviaram (Pastor Protestante traduz por man
tlaram ) até lá Pedro e João". ( vers. 14) .
A vista dessas ·palavras , conclui que os
apóstolos não viam em S. Ped"ro qualquer su
perioridade diante dêles, j á que "os subalter
n os não mandam a seu superior" (P·á g. 238)
Estamos nisto de pleno acôrdo, caro se-
nhor, porque é absolutamente certo que os
súditos n ão dão nem podem dar ordem a seu
c h e fe . Mas a verda•de é que o texto acima não
per1nite que, honestamen te, troquemos enviar
por mandar, no sentido de dar ordem. Basta
cons ultar o original grego e a sua re s p ectiv a
tradução na Vulgata : mittere e não jubere.
E n t r e ordenar e enviar existe grande diferan-
ça lógica. Ondenar é manda r como senhor ou
chefe; ao passo que enviar significa apenas
co nseg u i r, por meio de sugestões, que outra
p essoa vá. Assim , pois , podemos enviar man
dando, aconselhando, supli can•do .
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Fi ca be m c l a r o qu e , pe
go dê s� e ve rb o, nã o c ab e a
lo si ��es e 1!1 p e-
�
...
ni n g o d1r e1to
l:e conc luir que t
_
. .
.
ex 1s am re la ço es de pura
igu �lda de ou de su perioridade entre o q
env i a e �qu e é en viado. Qu er provas dis �;
Ab ra o livr o de Jos ué no cap ítul .
. o 22 , e ve 1 a
� . '
os 1sr e1 i. tas en vian da Fin éias e os prín cipe
s
das tribos a Jala ad (vers . 13- 14) Abra o capí
49
(Me nsag em aos protestantes 4)
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S. Paulo, Ca1n p e ão Antip ap al
Outro argumento de que s e val em os p ro -
50
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pr ivi leg! ad o� qu e C ri sto havi a es co lh id o
a de do
e co m ele �1n ha m tr ab alh ad o ie so fri do ? Nã
. o
viam po r a1 qu e Pa ulo era um int ru so?
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i n i m i go s
ranc orosos que lançavam 1não d e
to d o s os meios para desac rcd i lá-lo pcran te
aquel as popul aç ões.
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deriam conseguir, se não as pusessem em prá
tica. Desconfiassem, portanto, da pregação
de Paulo, que era um perigoso inovador. tle
que t ã o recentemente perseguira os cristãos.
não podia agora merecer tão grande confian
ça ; e o seu Evangelho só podia ser incomple
to e defeituoso... Quem quisesse ser perfeito,
diziam os tais, escutasse antes o que diziam
as colunas da Igrejas, recebessem a circuncis
são e observassem o ritual àa l ei de Moisés.
54
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Parece, mais não e
,
nao o eram .
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Se Pastor Prot1estant:: quiser ler outra s
passagens do Novo Tes tamento nas qu ais pa-
:
rl ce sr:>; apresenta no sentido de ter as apa
�.
rcnc1 s de uma cousa ou pessoa que é realmen
t�, leia o e,van gel h o d.é S . Mar cos , capítulo dé
ci m o , vcrs1culo 42 ; ou o evange'lho de s. Lu-
c � , _ c a p ít u l o vinte e dois, versículo 24, para
nao 1rn1os m a � s longe.
Pastor P rotes t an te , como j á vimos , da . . .
,
epistola de S . Piaulo aos gálatas ( cap. se g u n do)
quer concluir que o apóstolo das gentes fala de
Pedro como de um simples colega, e não de um
chefe.
Aqui, como em outros casos da vida, va i
grande distância entre o ser e o parecer. Pa
rece, r e al m e n t e- , 1exprimir isto m:e smo, mas
·
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Po r ou tro lado, é abs olu tamente inexato
qu e �aula ho uv esse lim itado su a pr egaç ão aos
gen t io s E � pr ov a dis to é qu
.
e, em tôdas as
s uas e x c u rso es ap ost óli c as , su a primeira tar efa
er � pr eg ar a Bo a Nova aos israel itas. Só de
po is de rep eli do po r ês tes é que se vol tava pa
ra os pag aos , qua se sempre mais bem dis pos
tos e gen erosos . Para se convencer dis to quei
ra ler os capí tu los 13 , 14 17 ' 18 19 2 0 21 dos
' ' ' '
" A t os " .
tam en to , ac ha va m - se
� �
os . apos ol s Pedro e
ul o na qu el a ci da de , CU J OS cr 1s taos, na su a
Pa
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n1a iori� , t i n h am vindo 1do j adaísmo. Procuran
do acon1 odar-se às exigências do meio, viviam
ali e�dois cit ados apóstolos com os novos
.
c ris taos sem se preocuparem com leis mosai-
cas, j á então suprimida s pelo Evangelho .
A êsse tempo, chegam de Jerusalém al
g u n s cristãos co11vertidos d o j udaísmo, a r de n
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Com efei to, muitos ju1deus e até Barnabé ,
fiel com panl1eiro de Paul o, j á estavam vol-
tando às práticas rituais do judaísmo; tam
bém êles j á tillham deixado de comer com os
ge11tios convertidos.
Em tão sombrias circunstâncias, perce
b e u Paulo que o caminho a seguir 'era mos
t rar , pública'I11e n te, que a atitude de Pedro,
j ustificável c1n J·2Tusalém, não iera b1em con
f orm1e ao espírito do Evangelho, desd·e que
o Divino Mestre nos havia libertado das peias
inortificantes do mosaísmo .
Um dia, portanto, num dos ágapes dos
cristão� ao qual Pedro comparecera, Paulo o
adverte publicamente, como se vê de sua epís
tola aos g�álatas (cap. II, v. 13) : "Se tu, sen
do judeu, vives como os gentios (batizados)
e não como judeu, por que obrigas (com teu
exemplo) os outros a judaizarem?'
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Eis a única significação dessa passagem
da epístola aos gálatas. Ouça lá como o ge
nial Sto. Agostinho commta êste episódio,
transformando-o em novo argumento a favor
da suprema autoridade rle Pedro : "Com san-
ta e pie.dosa hu mil d ad e , Pedro aceita a obser
vação a êle feita por Paulo (que assim agiu)
inspirado na liberdade do amor. Deixou as
s i m aos seu sucessores um raro ex e mplo de con
sentirem em ser corrigidos pelos súditos, quan
do se de s v iassem do reto caminho . . . "
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S. Pedro e os Papas
Como cha ve de our o desta série de argu ...
n1entos, examinaremos o t estemu nho do pró-
prio S . Pedro·.
A sua atitude humilde em face das obser
va ções de S. Pau lo, afirma Pastor Protestante,
bem no s mostra qu e " êle (Pedr o ) inteiramen
te ign�_,rava possuir a posição e os títulos pom
posos que, em nome dêle , os Papas assumem.
Nas suas epistolas, - a crer em nosso arden ...
te con tra ditor, - nada existe "que se pareça
com um decreto do Vaticano". Em palpável
contraste com o autoritarismo vanglorioso das
bulas papais, escreve S. Pedro : "Simão Pedro,
servo e apóstolo de Jesus Cristo, esta é a ro-
gativa que faço aos presbíteros, eu, presbí
tero como êles". (Páginas 242-243) .
Parece-lhe então, meu amigo, que esta
l1 um i ld e lin gua gem de S. Pedro afaste a hi
pótese de ser êle o chefe visível e universal
da Igrej a ? Pois, a mim não acontec e a mes
ma cousa . Para lho demo nstra r, lemb ro que
S. Pedr o não escre via para protestan tes, pre
o cup ados em neg ar-lhe a autoridade, porém
a cris tãos que de boa fé haviam abraçado �
Eva ngelho, cris tão s que em Pedro reconheci
am o con tin uador de Jesus Cri sto e nem por
sonho pen sav am em pô-lo em dúvida.
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- Mas , que contraste entre os apósto
los e as bulas papais ! - dirá Pastor Protes
tante.
Está-se vendo que o sr. nunca leu uma
?ula p �� al. Como S. Pedro, o Papa ainda ho
J e se d1r1ge aos bispos, saudando-os com 0 do
ce nome de i rm ãos ; e assim é que se ass ina :
servo dos servos de Deus. Estas expressões na
d a encerram de autoritarismo vanglorioso.
- Mas o s Papas - atalhará o Pastor -
dão ordens terminantes, ameaçam cas ti gos ,
lançam excomunh'Ões.
Pois não é assim que procedem as auto
ridades cônscias de seu dever? Foi assim
mesmo que, na hora p·recisa, procedeu o hu
milde S. Pedro. Quando o Sinédrio pretendia
algemar a Igrej a nascente, impondo silêncio
ao s seus apóstolos, eis como, em nome de to
d os, S. Pedro rebate as pretensões do poder
civil : "Não podemos ! Antes de obedecer aos
homenr., é n ecessário (obedecer) a Deus."
(Le ia "Atos", IV 20 ; V, 29.
,
62
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os ví cios , condenaram os malfeitores , defend e
ram a liberoade da I grej a contra os caprichos
dos poderosos do mundo.
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A superioridade de S. Ped ro
na Voz dos Evangelhos
C ontràriamente ao parecer d e Pastor Pro
testante , mostraremos agora como os Evan
gelhos nos revelam a verdadeira superioridade
de S . Pedro sôbre os outros apóstolos.
Como viran1 os nossos benévolos leitores ,
passa1nos em revista, uma por uma, tôdas as
metralhadoras do protestantismo , quando con
testa o primado de S . Pedro ; e não nos fvi di
fícil desmantelar a sua m·á quina de guerra.
Muito mais indestrutível do que êles supõem ,
é a rocha em que repousa êste edifício vinte
vêzes secular .
Ernbora j á tenhamos salientado os passos
dos Evangelhos em que se acha irrefutàvel
mente estabelecida a supremacia de São Pe
dro sôbre tôda a sociedade cristã, parece de
gran de importância recapitular agora os prin
cipais.
Sobej amente demonstramos que Pedro
é, de fa to , a pedra fundamental sôbre que o
Divino Mestre edificou a sua Igrej a. E' ou
não é verdade que os outros apóstolos perten
cem a esta mesma Igrej a ? Se a ela perten
cem, devem apoiar-se em Pedro, como num
alicerce indispensável à sua missão evangeliza
dora.
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Vimos também que a Simão-Pedro cabe
o pcder divino de atar e desatar na terra com
sol e11e garantia de serem suas sentenças con
fir1nadas i10 céu. Daqui se conclui ique, no
exercício d e sua j urisdição, os apóstolos são
obrigados , em consciência, a submeter se à ....
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Sim, meu amigo. Se se tratava de e stabe
lecer uma autoridade igual para todos êles,
por que o Filho de Deus não se conten tou con1
as palavras ditas a todos os apóstolo s? �or
que tantas vêzes se dirigiu somente a Ped r o ?
Escute lá destas palavras : "Tu és bem-aventu
rado, Simão Bar Jonas ; tu és Pedra e sôbre
essa pedra edificarei a minha Igrej a : Sim ão,
eu rogu ei por ti para que a tua fé não esmo
reça ; confirma os teus irmãos ; apasceu.ta os
meus cordeiros, apascenta as minhas ovclh�s".
(Mat. XVI, 17 18; Lucas. XXII, 31-32; João
XXI, 1 5-17 ) .
Que lhe parece de tudo isto? A luz de
tão sérios argumentos, deixe que lhe pergun
temos : Qual dos dois é o que violenta o texto
sagrado? Qual das duas interpretações é a
mais fiel ao Evangelho : a católica ou a pro··
testante ? Meta a mão na consciência e fal e.
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O pr i mado exercido na
antiguidade
Não querendo dar-se por venci1d o, Pastor
Protestante volta à fala, dizendo que a me
lhor prova de que Pedro não recebeu especial
autorj zação para dirigir a Igrej a é que nunca
f êz uso dessa investidura.
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R epe tim os o qu e ac im a de ix
- amos dito ·
o na o-u so d e um di re ito
_ co nc ed ido po r Deu �
na o serve de prov a de su a nã o-e
xis tên cia .
Ma s será me sm o exato qu e os outro
_o s aoós
to lo s i1a de ra m sin ais de rec on he c er e ..;sa pr i
maz1. � ? � erá ainda exato que a história da
Igr eJ a nao con ten ha cer tos vestíg ios
de ha
v e r ela s i d o pos ta em
açã o? Pa.:; t � .H· Protes-
tan te a.� ha isto tão indubitável que escreveu
o segu i nte : "a ausência do sol ao mei o dia
não é mais notável do que a ausência da su
prem acia oficial de S. Pedro nas págin as do
Nov o Testame nto" . ( Pág. 243 ) .
Vamos aos fatos. Não terão os apóstolo s
dado mostras de reconhecer a primazia de S .
Pedro? Por que então todos os evangelistas,
sem exceção de um só, tôdas as vêzes que fa
lam nos Doze ou os mencionam pelos respec-
tivos nomes , dão a Pedro o lugar de honra e
pri m az i a ? Não lhe parece que tal prioridade
sej a al tamente significativa, especialmente
d epois das antigas contendas para saberem
qual dêles era o maior? . Outrora queriam sa-
,.. . , ,
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admitiu na Igrej a os primeiros gentios (X g
e seg � intes � . Que foi Pedro quem opero 0 �
_
pr1m �1ro milagre en1 confirmação da fé em
J. Cristo ( III, 1 e seguintes ) .
n1aco.
Se Pedro é preso por ordem de Herodes,
tôda a Igrej a se põ e em oração até vê-lo mila
grosamente salvo. ( Atos, XII, 3 . ) Parece pou
co tudo isto ? Pois escute : quando, em Je
rusalém, se reú ne o primeiro concílio para d e-
cidir ac ê rca de uma questão importantíssima,
é Pedro o pri meiro que toma a palavra e põ e
termo à controvésia. (Atos, XV, 7 e seguin-
tes ) .
Semp re Ped ro é vi sto com o chefe supre
n10 na def esa da fé e dos bon s cos tumes, na
pro pagaç ão da Igr ej a, na pro mu lga çã� d �s
l eis, no do m do s mi lag res , no papel de imedi-
ato repre sentante de J. Cristo.
69
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S. Pe dro em Roma
Depois de haver fundado as i grejas (i°e
Jerusalém e Antioqu i a, as mais célebres da
Ásia, partiu S. Pedro, para o Ocidente com
o propósito de fixa r s e em Rom a , até ·então
�
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S. Ci prian o 9u � vi ve u no século terceiro
da no ssa � ra e f01 bis po pr im az da Afric a, nu
ma sua epi sto la a Anton iar o, diz : - ''Tendo fi
..
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Acha-se i sto no III livro, e . I, n . I. d a c i tad a
obra. Eis . o trecho decisivo : " Encontran
-
c ap . 4 (MG XX , 22 ) .
Dia nte do exp ost o, como perseverar ne
gando verd ad es tão me ridianas? Negar a
ver dad e con he cid a po r tal é pec ado
coi:itr�
o Espírito Santo , ati tude ind ign a de um d1sc1-
p ul o do Salva dor .
72
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Santo Inácio , martirizado no ano 107 , de
viagem para Roma , escreveu várias epístolas a
diferentes igrej as, confortando-as na Fé e obe
diência aos superiores eclesiásticos. Num a
dessas cartas, dirigida aos romanos, diz tex
tualmente : - "Tudo isto não vos ordeno co
mo Ped ro e Paulo : êles eram a póstolos, en-
quanto eu sou um condenado à morte. "
73
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S . Pedro, Bispo de Roma
Depois de demonstrado que S. Pedro pre
�
�ou esmo em Roma, cabe-nos provar te!!"
s11do ele o primeiro bispo daquela cidade sem
par na Igre j a .
74:
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O bj eç ões de Pa sto r
Pro tes tante
Se os norteasse um profundo amor à ver
dade, h·á mu i to que devia ter cessado o cla
mor d e certa c la s se d·e protestantes contra
.
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são ao bispo daquela terra . Por igual envio u
epístolas aos coríntios, aos gálatas, aos tessa .
lonicenses, aos colossenses, aos hebreus . .. e em
nenhuma delas faz menção dos pastores colo
cados à frente daquelas comunidades.
Como explicar tudo isto? Primei ramente '
, ,
e bem poss1vel que os portador es dessas men -
sagens, que eram pessoas de sua inteira con
fiança , levassem especiais recomendações, orais
ou escritas, para os bispos das referidas para
gens. Depois, convém ter presente que eram
maus os tempos, constantes as perseguições
religiosas, e tudo aconselhava a não pôr em
evidência o nome do bispo local num documen
to público. Etc.
Podemos acrescentar a tudo isto que é
sempre desaconselhável englobar o nome do
chefe de uma diocese na enumeração de sim
ples fiéis.
Quem leu o que aí fica devia naturaln1en
te esperar que Pastor Protestante pusesse pon
to final nas suas contestações à estada d e S.
Pedro em Roma e à sua consequente inve.3ti�
dura episcopal naquela cidade .
Mas o que sucede é que o homem continua
no mesmo pensamento : passa de un1 galho pa
ra outro e , sem se dar por achado, lança o se
guinte argumento : - ''Se Pedro �lí �ivess� . ª
sede do seu episcopado, S . Paulo nao invad1r1a
anàrquicamente diocese alheia" , pois êle ti
nha por princ ípio "não edificar sôbre funda
mento alheio".
76
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A11tes de tud o, meu am igo, êste sistema de
co111d uta n ã o foi semp re adot ado por s. Pa.Ú .
lo ; e a prov a é que êle preg ou o Evan gelh o nas
igrej as de Dam asco , Antio quia e Jerusalér1
- '
.
que nao havia m sido funda das por êle . Além
disto, o argum ento apresen tado contra nós,
s e provas �Je a lgum•a causa , provar ia exata-
112ente o contr á rio de seus desej os .
Leia com atenç ã o todo o c apítulo XV da
citada epístola aos romanos. Nela, efetiva-
111ente , declara São Paulo que não costumava
pregar a Boa Nova onde Cristo j á havia sido
anunciado, a fim Ide n ã o edificar em cima de
alicerce de outra pessoa. ( vers. 20) .
"Por isso mesmo, continua êle, me via
embaraçado, muitas vêzes, para ir ver-vos e
não te11ho podido fazê-lo até agora. Entretan
to, j á não tenho motivo para me demorar, por
mais tempo, nestas terras ; e desej ando ir
ver-vo� h á muitos anos, logo que me ponha
ele viagem para a Espanha, espero ver-vos de
passagem " . (vers . 22-24) .
Conforme se vê, as palavras do apóstolo
das gentes nos levam a uma conclusão bem
diferente das que Pastor Prot�tante dese
j ava. E qual será esta conclusão? Paulo
comunica que, tencionando ir à Espanha, ve-
rá , de passagem , os romanos , com os quais,
àe há muito , desej ava entrar em relaçõ es.
Não demorará entre ê les porqu e não gosta
de edificar em cima de alicer ce de outre m.
Quer ist o dizer impllcita ment e, que ali ou
tro j á hav ia edl ficado antes dêle . Aliá s, � le
j á o tinha feito senti r no comê ço da sua epis--
77
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tol a : "vos sa fé é conh ec ida
em tod o
mu nd o. " ( I, 8 ) . Já havia afi rm a do
qu e " 0�
ro mano s est av am ch eio s de carida de
. ,, 'eh
. e1 0 .l
de tôda a c1e" nc 1a
�..
.
14 ) . E po uc o de po is
·
. ( X V,
� . ,
ira qu e � r �m tão submisso s a seu s sup eri
o.
I es � les 1as t1c os que " a obe diê
.
, nci a dêl cs e ra
not aria ,..
e m tôda parte." (XVI , 19 ) .
De tudo isto se conc lui que, antes de
Paulo apare cer em Roma , j á existia por lá
uma cristan dade tão floresce nte que a sua
boa fama corria em todo o muntlo cristão.
Mas quem teria fundado tamanho bloco de
discípulos do Salv,ador ,;na capital do maior
império do mundo?
- S. Pedro, respondem-nos todos os do
cumentos dignos �le respeito.
Pois bem, negando a viagem de Pedro
a Roma,os nossos irmãos separados saíram
atrás de u m possível fundador, lançando mão
de todos os recursos da imaginação, já que a
História não os favorecia ; e ainda hoj e es
tão , embaraçados nessa busca eternamente
f r u s trada .
Em lugar �:le assim proced erem, o que
lhes c o mp e ti a era pensa r como todos os es
píritos t azo áv ei s, admitind o que, sendo . R?
ma a c apit al do I mpé rio e a cidade mai
s
corrompida da Europa , onde enxameavam
as religiões mai s extravagantes, fôsse ev an ,
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S. Pe dro , Pa pa Im orta l
Pros seguindo em suas conh ec idas nega,..
ções , Pastor Prot esta nte sust enta qu e o papa
não pode ser o sucessor de S. Pedro , alegando
que, ainda na hipót ese de Simão -Pedro haver
sido constit uído chefe dos apóstol os, essa che
fia j amais poderia ser herdad a p elos papas.
E por que ? Porque, diz êle , privilégi os pessoais
não passam a outras mãos por mei o de heran
ca. . .
.,
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Q u e pena não h av e r ocorr ido, ao ousad o
con t ra\i i tor d a Igrej a , uma distinção zinha b as
t a n t e e v i d e n te e capaz de deitar por terra to
do ês se aparato de argumer..it ação ! E' que ,
i1a n1 1 ssao c o nf ia d a aos apóstol os, existia um a
. - .
80
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Ab r a m os o Evang e l h o e ou cam o s as
pa lavras d i v i n a s com qu e ess a i nves tidu ra é
co nfe �·id a ao s apó stolos : " I'Cle , diz-lhes J es u s ;
p re g a : a to do s o s pov os . . . ens ina nd o-o s a ob
serva r tu d o o que vos man dei ; e eu estarei con
vosco toclo s os dias , até a cons uma cão dos sé-
.,
c ulos" ( Mat, XXVII I , 1 9-20 ) .
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Q u � nt5> ao Evangelho, o que êsse nos diz
,e que S1mao-Pedro foi o fundamento sôbr e 0
q?�l Jesus edificou a sua Igrej a, socie dad e
v1s1vel que, por sua própria natureza, devia
durar até o fim dos tempos e contra a qual
nenhuma fôrça deviam ter as portas 'Clo in
ferno .
A citada passagem ·da Bíblia assume
aqui u ma importância impress�onante. E'
que, de um lado, Jesus afirma que sua Igre ..
j a há de durar enquanto durar o mundo ; e,
de outro lado, afirma ser Pedro a pedra fun
damental dessa mesma Igrej a. Ora, a per
petuida,d � de um 1edifício depende , n-ecess à
riamen te, d a solidez de seus alicerces.
Desde, portanto, que se retirasse êsse fun-
damento , que é a autoridade suprema no go
v ê rn o do povo cristão, a Igrej a se afastaria
do plano de seu divino Fundador; e assim
fic aria destruída a organização sem a qual
não p od e subsistir sem milagre.
Se u m dia , por ab s u rdo , viesse a faltar
a autoridade de Simão Pedro na pessoa de
..
e a ru1na .
82
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de Pedro, per du ra, como um ver da•d eiro mi
lag r e, vivo e pal pitante , da História Uni ver
sal. E ' que lá se acha o ded o div ino .
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possível que a divina Sabedoria abandonasse
a sua Igrej a e espôsa mística ao c ap ri cho das
paixões, s em um chefe supremo que mantives
se a ordem , re s olve ss e s
as dúvidas e co n er v a s
se o bom e spí i t o? r
Ora , o govêrno deve s e r p e rm an e n e à t
te.�ta id a sociedade , tanto quanto a necessida
de social que o exige. t
D e tudo is_ o , a conclu
são é que não passa de puro absurdo a hipó
tese protestante de que a autoridade conferi
d a a Simão-Pedro fôsse um simples privilégio
a
pessoal , in c p a z d e ser transmitido a seus su-
ces sores .
84
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O Legitirn o Suces sor de
S . Pedro n a vo z da História
Falaremos agora sôbre o legítimo suc es
sor de São Pedro n a voz da hi stória.
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olh are s � e vol tam , espontâneamente, par a Ro
n1a , a cid ade ete rna , cuj o bispo é, ao mesmo
ten1 po, o so bera no pontífic e da cristandati'e.
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a tiara e a coroa devem cingir a mesma fron
te . Mas haj a bispos". E houve bispos, como
os há ainda hoj e , porém suj eitos ao rei e sem
qualquer autoridade fora da Inglaterra.
Que fêz Lutero? Amputou, mais profun
damente, o organismo da Igrej a, dizendo : "Não
necessito de bispos , e sim de sacerdotes" .
Calvino , porém , foi mais longe ainda,
proclamando : "Nem bispos nem padres : ape
nas ministros que tomem a si o trabalho 1ja
pregação" . Logo em seguida, entre os protes
tantes, pulularam outras seitas mais desabu
sadas, que desceram até o fundo do abismo
revolucionário, pois cada cristã o quer ser o
seu próprio doutor e profeta.
Eis o panorama geral das tais igrej as
separadas : cada uma delas renuncia à posse
do govêrno supremo das almas, não obstante
aquêle ideal traçado por J. Cristo : que haj a
um só 1·ebanho e um só pastor.
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�
p á in a 295 do seu j á citado livro : "O papado
esta longe de ser uma instituição existente no
cristianismo primitivo, pois é "o elo de uma
evolução secular , a expressão suprema de uma
c oncentração sucessiva do poder" . Diz ma is
o seg ui nte : " Institu ição e ssen c ial m e nt e hu
m ana, o papado é a suprema mistificação do
cristian ismo legada aos tempos modernos pe
l a superstição caliginosa dos tempos medie
vais" .
Francamente : nunca lábios de hiamem
prof er�ram ma io r inj úria contra a veridade his
tóri a ! Meu Deus, o papado nascido na Idade
Médi a ! M a s , como é que Pastor Protestante,
certarr.ente sem haver lido a história da Igre
j :t . a s At2 s d os Conc íli03', ·a: farta documen t 1 -
ç ã o dos p r i m e i ros séculos cristãos , se atreve a
escrever absurdos de tal quilate ? . . . E, se leu
tudo i s s o como o a.firma e a i nd a quer p 1 � �a r
,
por homem d e r e sp e it o?
Caro a,n1igo s e p ar a do : qu·em quer que leia ,
sem n1á fé , a h is tó ri a da Igrej a, bem cedo sen
tirá um duplo fato, constante e universal , a
cl1a1nar-lhe a a t e ncão : de um lado, em todos
i:
..
83
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ine11te ameaçada se vê a paz dos fiéis . Quem
é que a rest 3:beleceT O bispo de Roma, s. Cle
mente, terceiro sucessor 'Cle S. Pedro. E' êle
quem escreve aos coríntios palavras afetuosas
sim , porém cheias de autoridade, próprias d�
um superior . Com essa carta, o papa envia
lhes igualm �nte legados de sua confiança, pa
ra porem termo à desavença, objetivo pron
tamente alcançado. E o melhor é que o povo
de Co1 into ficou lendo, dali por diante, duran
te os ofícios divinos, a referida epístola do s �
cessor do príncipe dos apóstolos.
Êste fato histórico , em que Roma �n ê E r-
vé111 na vida de uma cristandade muito dj s
tante, é tão significativo que diversos prote �
tantes reconhecem nêle uma revelação in1-
pressionante .
Leia, meu amigo, um trechozinho dessa
carta : "Os que não reconhecem o que Êle
(Cristo) diz pelo nosso intermédio, saibam que
hão de cair em falta e envolver-se em não pe
queno perigo ; nós ficaremos inocentes nesse
pecado". (Epístola ad Corinthios, c . 59) .
No século segundo, é o papa S . Víctor que
ordena, para todo o orbe cristão, que se orga
nize1n sínodos, a fim de uniformizarem o rito
para a celebração da Páscoa ; chega até a amea
ê; ar b isp os da Ásia de separá-los da comunh � o
católica se recusarem adotar o costume ae
'
Rom a .
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Lego depo is, entre 254 e 257 da nossa
era , o papa Santo Est ê vã o põe têrmo , com o
pêso de sua autoridade , à celebre contend a '
-
entao acesa na Ásia e na Africa , sôbre a re-
petiç ã o do batism o admin istrado por hereges .
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Mais eloq uente que as pala vras são os fa
tos . Ha vemos ag·or a de prov ar, com fatos his
tóri cos e inconte stáveis , que o Papa foi reco
nhec iào , desde os primeiros séculos tio cris
tiani smo , como o Chefe supremo da Igrej a
un i ver sal .
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co mo também S . João Crisóstomo. S. Gre gór; 0
de Nazianzo , Flav iano , todos três patriarc as
de Cons tanti no pla.
95
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O Iv1agistério Infalível
Mostraremos agora que a Igrej a , sendo
o prolongamento de J. Cr i sto na Hist ó ria, pre
cisava pos s u ir o dom da infalibilidade no en
sil10 da doutr ina e da moral.
E' porque ela é , com efeito, o Salvador
perpe tuad o entre os homens, falando e evan
gelizando , corrig·indo, soerguendo e perdoan
do .
_,
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do mu !1do . Pas sarã o o céu e a terra, mas um
jota de minhas pala vras não há de passar" .
(João, XIV, 6 , VIll, 12) .
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céu e na tierra. Com o meu Pai me env io
. . u
assi m eu vos env io. Ide e ens ina i a todos os'
pov os ! " (Ma t, XXVII I, 1 9-20 ; Joã o, XX, 2 1 ) .
Por tais expr essõ es , via-s e fundaãa a Igre
. .
J a , uma soc1 ed.ad e hum ana , espiritual e visí
vel , cuj a miss ão era acolh er, em seu seio, os
filho s da Rede nção , à man eira de uma segun
da arca de Noé.
Tud o isto já é muito , porém ainda n ã o
é tudo para garan tir, contra o êrro e a corrup
ção , a Igrej a assim fundada. E' que a divina
institu ição, destinad a a difundir e p e r pe tuar
os ens; na1nentos do Hom em -D eu s , exigia da
Providência outros caracteres para o feliz de-
sempenho da investidura a ela confiaija.
Entre tais caracteres, o mais importante
era o dom da infalibilidade doutrinária na
ensino do Evangelho. Porque, se a Igrej a fi
c asse suj ei ta ao êrro , poderia, no decorrer dos
século.:;, adulterar o patrimônio sagrado e as
sim desviar do sol divino as consciências se
dentas de verdade.
Com efeito, 'Cie que nos serviria uma Igreja
sujeita ao êrro em matéria de fé e costum es?
De que serviria o fato de ser pura a f ante do
ensino religioso , se o canal incumbido de no �
lo transmi tir pudesse ser contam inado com a
pestilê ncia do êrro e da morte eterna?
Conclu são : um dogm a imut ável estava
exigin do um tribu nal infalí vel para salva guar -
dá-lo.
Diss emo s que um dogm a imutável e xige
u m tribun al infalív el para salvag ua rdá-l o.
98
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-rv�as por que ? Porque so m e n te com a
gara:it1a d a divina assistência um homem po
de dizer a o �tro homem : tu hás de crer e pen
sar da maneira como eu penso e c reio.
- Mas n ó s também, - exclamam os
protestantes , - também nós possuímos meir.:;
de conhecer a verdadeira doutrina do Divino
Mestre, mesmo fora da Igrteja. Possuímo3 es
ta garantia na pal avra divinamente escrita do
Evangelho.
- E quem vos assegura, ó caros irmãos
separados, que os Evangelhos ensinam tôda a
verdade, sem perigo de êrro? Fora da autori
dade c1 a Igrej a, como podeis estar certos de
que os Evangelhos que ledes e que enconstras
tes no século XVI contêm a verdade integral
e não mutilada? Acaso podereis neg ar que,
antes de existirem os Evangelhos, já existia a
Igrej a? Bem sabeis que as primeiras cristan
dades receberam a Boa Nova por meio da pre
gação o ral e não por meio de livros que ainda
não haviam sido escritos. E' u m a verdade in
discutível que a Igrej a não foi funda j a sôbre
•
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?� fer:nteda que � esu s lhe deu , vos sa crença
J a naa esta ra, apo iada na dou trin a de Cristo
. ,
e sim na voss a inte rpre taçã o pessoal.
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. �ó lou co s :p en sa m as si m . E ta
l é a di vi na
m1ssao da IgreJ a.
D es de º. m ol'? � �t o em qu e os pr ot es
tan tes
n � ga r am a 1n fa hb 1hd ade da Ig rej a de Cr ü
�tJ ,
viram-s e for çad os a mu ltip lica r as inf alib ili
d ade s em fav or de cad a um de seu s seguido
res qu� lêem e inte rpre tam a Bíbl ia.
Foi exat ame nte isto o que pare ce ter que
ri•d'o fazer Luter o quand o disse : - "A todos
os cristã os e a cada um em partic ular compe
te c onhecer e j ulgar a doutrina ".
Como, porém, será possível sustentar tal
programa e m face das funestas conseqüência s
que o mesmo acarreta? Querem a prova?
Em presença de um mesmo texto da Escri
tura Sagrada, Lutero dá uma opinião , C alv i
no dá outra , Melanchton outra, Zwínglio ou
tra, Búcero outra. Uma é a interpretação da
da pel0s anglicanos , outra é a dada pelos qua
cres, outras mais são dadas pelas trezentas
seitas da Reforma . Ninguém se enten•d e, pois
cada nôvo grupo pensa de modo diferente e
não entra mais em .acôrdo.
101
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exis ta um a autorid ade iner rável e divinam e
n
te institu ída par a pres erva r da corrupcão ê s-
te preci oso cabed al doutr inário .
j
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êles até � fim •dos tempos. E quem se atre
vera, a dizer que uma tal falange de doutri
nadores instituída e assistida pela própria ver
ciade , possa e nsinar o êrro?
Eis como J . C risto lhes fala : "Da mesma
forma que meu Pai me enviou, eu vos envio".
(Jooão, XX, 2 1 ) .
A Igrej a é , portanto, a continuacão de
Cristo na História Universal , o prolongamen
to de sua divina inissão e do magistério que
lhe confiou o seu eterno Pai. E J. Cristo ain
da lhes diz : - "Eu roguei ao Pai e êle vos
enviará o Espírito Consolador que ficará con
vosco eternamente. E' êle o Espírito da verda
de que vos ensir:ará tôda a Verdade". (João,
XIV, 1 6-1 7 ; XV, 1 3 ; Marcos, XXI, 15-16) .
E poderia o Salvador deixar de conceder
esta inerrabilidade à sua Igrej a, quando im
pôs ao mu11do a fé nas verdades ensinadas
pelos seus discípulos, sob pena de eterH a
condenação? Acha-se isto no Evangelho de
S . Marcos, capítulo XVI : - "Ide por todo o
mundo e pregai a Boa Nova a tôda criatu
ra. Quem crer e fôr batizado será salvo ; quem
n ão crer será condenado' ' .
Quer isto dize r que pela fé devemos estar
dispostos a derramar nosso sangue até a der . .
raideira gota. Ora, como seríamos capazes de
tão gen eroso devotamento, se pudéssemos en
contrar motivo de pôr em dúvida a inerrabili
àade da Igreja? A razão disto é que , se Cr� s
to nos impôs a obrigação de crer em seus apos-
103
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tolos . pena ?e perdermos o céu , só pro
s ob ª
cedeu ass ! m depois de os haver imunizad o
contra o erro doutrinário.
Basta abrir os Atos dos Apóstolos (capítu
lo XV, v . 2 8 ) para verificarmos que, desde 0
seu be rço , a Igrej a teve plena consciência dês
te seu privilégio. Eis como falam os apósto
los pela boca de Simão - Pedro, ao promulga
rem a3 primeiras leis eclesiásticas : - "Pare
ceu ao Espírito Santo e a nós . . . " (Atos, XV, 28 )
Para S . Paulo a Igrej a é a " coluna e o fir
mamento da verdade". (I Tim., III, 1 5 ) E
acrescenta : - " Se um anj o vos pregar um
Evangelho diferente do que vos ensinamos,
sej a êle anátema" . (Gal , I , 18) .
Morreram, como era 'Cle esperar, os após
tolos; mas a consciência de sua divina missão
continuou com a Igrej a, cada dia mais certa
de sua infalibilidade. Logo no terceiro século
cristão, eis como falava Orígenes : - "Nós pos
suímos dois luzeiros : - Cristo e a sua Igrej a".
E noutra passagem : - "Por isto não devemos
p restar atenção aos que nos dizem : aqui está o
Cristo, e não nos mostram sua Igrej a".
104
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fato de ela vir assim falando e agindo, segura
e tranquila de si mesma, pelo espaço de vin
te sécu los?
Reparem nesta impressionante particula
rida de : n enhuma seita , por ma'.i s arrogante e
au1claciosa, teve j amais a coragem de procla
mar-se inerrável.
Lutero e Calvino se rebelam contra a Igre
j a, perseguem seus opositores, mas não se
atrevem a dizer-se infalíveis. Aristóteles, Pla
tão e Cícero não tomam sequer conhecimen
to desta palavra divina. E ' que a infalibilida-
de é um fardo assaz pesado para ombros hu
manos.
As incoerências dos gênios , as contínuas
mudanças de opinião entre os filósofo s , , as
variações dos credos de tôdas as seitas , tudo
isto está a certificar-nos da fragilidade sem
remédio do espírito humano .
O insensato que , um dia , se levantasse
para impingir-se infalível havia de ser acolhi
do com riso geral. Entretanto , faz vinte sécu
los que a Igrej a afirma a própria infalibilidade
. . ,
e n1ngue m ri.
S ó a Igrej a não variou nunca, nunca se
corrigiu , nunca se c on tra d i sse . Não riscou
•
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De tudo isto se con clu i que , obj etivamen
te falando, é impo ssív el have r evolu c ão nos
dogmas do cristiani smo, o que não nos i mpe
de de rnelho r conhec ê-los e melho r exolicá-los
.....
aos fié is .
�e homens de grande talento lançam,
em seu s e scritos, germes de verdade qu e só as
futurac; gerações de intelectuais são capazes
de descobrir e aproveitar pràticamente , p or
que se há de negar à palavra divina, seme
lhante pode r e fecun1didade?
Sim. De acôrdo com as necessidades de
cada século, a Igrej a, pela voz de seus douto
res e místicos, m edit a e repensa, mais deva
gar, certÇts verdades que lhe foram confiadas ;
e de seu •d ivino cofre retira novas luzes, novas
soluçõ e s para alumiar o caminho do atordoa
do gênero humano.
Quase sempre são as novas heresias que
lhe oferecem oportunidade para n1editar e de
finir um novo dogma .
Cada vez que um homem temerário se
ergue negando uma verdade geralmente ad
miti•da por todos, desaba sôbre os espíritos
uma avalancha de inqu i e tação E ' então que
.
108
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Corolário Fatal
Depo is de havermos demonstrado a in f·:t-
l ibilid& de doutri � á �"ia da Igrej a , resta-nos t'i
, ,
ra r dai um corolar10 horrivelmente fatal a tô
das as heresias, mas especialmente ao protes
tantismo.
E ' que todo e qualquer grupo de pessoas
batizadas que se aparta da Igrej a e rompe suas
relações com os ensinamentos tradicionais
da antiguidade cristã , já se acha condenado pe
la sua própria atitude de rebelião.
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gelho. O signific�do de tôdas essas afirmações
é que Cristo haViia errado o alvo. E' certo
que êle fundara uma sociedade visível a que
promet era grandes e imortais destinos. Mas . . .
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Onde estava a Igrej a ante s
de I.Jutero '?
Como deixamos . perfeitamente 1clemons-
trado, nada pode haver mais oposto à doutri
na do Evangelho do que a idéia de uma Igre
j a capaz de peroer de vista o progra1na do seu
divino Funda•dor , ensinando o êrro e a cor-
-
rucao .
.,
11 1
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Quan·d �, por cons eguinte , as igrej as Iu
_ _
t � rana , calvinista, angllcana , etc. nasceram no
seculo XVI da �ra cristã, a Igrej a católica já
co11tava mil _ quinhentos anos de ostensiva e
benemérita atividade.
ve rda•de e de luz ?
1 12
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� �
C on id er e be . ca ro ir m ã
o se pa ra do , qu e
.
q u1nz e se cu lo s nao sã o po uc os an
os . Só ês
r �
se, a gume to , pa a um ho � mem sé ri o e lógico .
da para ca ir em s1 e exclam ar :
. se a !are · a
ca t.º, i1· c a f01 a_ ve rd ad e i ra I grej a fundad º 1
_
a por
Cr is t o , ela na o po dia corromper-se
nen1 de..
sap arecer do ma pa do mu nd o du ran
te um
séc ulo ao me nos . Log o, com ela dev e es a t
r
o verd adei ro cris tianismo .
t
Eis como Pastor Pro est an e se atreve a t
o
responder a tão desnortean te c n sul a : "Cap t
ciosa pergunta. Estava onde outrora estava
o povo de Deus ; estava cativa em Babilônia .
o
Gemia n s ergástulos da Cúria ' ' . A Reforma
não trouxe "dos sepulcros da História, mas
a
dos cárc eres de Roma". (Pág. 13 1 ) .
Quem po r tal esperava ? Pastor Protes
tan te, inimigo odiento de tôda linguagem fi
gurada, numa questão de importâ ncia trans
cendental , esquece su a velha oj eriza às me
táforas e sai-se com uma respost a assim enig -
ç
mát ic a , para disfar a r a pobreza de uma ar
g umen ta ão ç insus tentável ! . . .
Pe 1 gunt a-se pela exis tênc ia da Igrej a, de
uma socie da•de visív el, organ izada, po sui d_ s � o
u m tesouro de dou trin a perfeitamen te de f1 ru
da , e êle nos respo nde com êste irr�t�te
l a
co nis mo : - A Igre j a estava em Bab1lon1a, ca
tiva nos ergás tulos da Cúria ! .
113
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Com:o é então, meu caro irmão ? Nosso
S �nhor tinha fundado um reino que , pelo bri
lho de suas características sobrenaturais dé.
via atrair de longe tôdas as almas fam intas
de luz e amor, e o que sucede, afinal é essa
instituição divina desaparecer durant vários�
séculos, metida em calabouços de Roma ?
Engraçado ! E como o sr. sabe disto, se
a História Universal o i gnora completamen
te? Mas , que calabouços serão êsses que
puderam esconder os verdadeiros cristãos du
ran �� mais de mil anos, sem que a História
tenha tomado conhecimento 1lle sua existência?
. Er11 outro lugar, à pág. 17, · tentou Pastor
Protestante organizar uma espécie de catála
go · do que êle denomina "pias t este mu nhas da
verdadP", querendo apontar nelas os precur
sores da heresia luterana.
Ei-lo então a folhear, afanosamente, as
fastiosr.-s crônicas das heresias, para no fim
de tanto esfôrço, reunir, de longe em longe ,
alguns farrapos de erros condenados . pe� a Igre ..
o seu culto .
1 14
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E só. Até o final do décimo século de . cris
t.i anismo, por m ais que mergulhou nas biblio
tecas atrás de outros precursores de sua se i ta
'
não sonseguiu e11contrar mais ninguém.
1 15
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Po r co ns eg uin te , qu an do Pa sto r
Protesta n.
te � usa : scr eve r que a Re for ma
é apen as " a
d es1 �naç ao de u �� � ova fase da Igreja ", e qu e,
por isto me sm o, nao hou ve solu ção de c
onti
nuid ade na vida secu lar da Espôsa de Cris to"
( p ág . 1 3 1 ) , está fals ificando escandalosamen te
a Histó ria e abus ando da boa fé de seu s le i to
re s .
Que foi que disse? Não houve solução de
continuidade na vida da Igrej a? Pois faça o
favor de nos mostrar uma comunidade, urna
a ss oci ação de fiéis, mesmo pequenina que,
do s tempos apostólicos até o século dezesseis ,
tenha professado o extravagante credo do
protestantismo.
Vou mais além . Veja se nos mostra, cüm
a História na mão, onde foi que ao menos um ,
um só dos artigos fundamentais de sua sei
1 16
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p o : - Quem sois vós? donde viestes? por que
nascestes tão taroe? onde é que se achava a
Igreja de Cristo antes de vós? E não me venha
dizer que a pergunta é capciosa. Ela não é cap
ciosa porém é irrespondíve l e, por isto mesmo,
desagradável.
1 17
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iN D I C E
Prefácio . .. .
. . .
. . .
.
.. .. .. .. .. . . . . . . .
5
Ad ver tên cia prévia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
A verdade i ra Igrej a . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
O pap ado , obra divina . . . . . . . . . . . . . . 1·1
A i nda o papa do . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
A grande prom essa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
A cha ve do reino dos céus . . . . . . . . . . 32
O poder de atar e desatar . . . . . . . . . . . . 34
A investidura do primado . . . . . . . . . . . . 37
O primado do S. Pedro . . . . . . . . . . . . . . 39
A voz das catacumbas . . . . . . . . . . . . . . 44
Os doze tronos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Missão à Samaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
S. Paulo, campeão antipapal . . . . . . . . . . 50
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Ou a l d ê ste s l i vro s
V o cê a i nda não le u ?
SANTO AGOSTIN HO MESTRE DE NOS
SO TEM ?O - Gabri el Riesco, O. S. A
Pedidos à
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