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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO ÓRGÃO FISCALIZADOR DETRAN -

XX

PROCESSO ADMINISTRATIVO/ AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO AIT


N.° XXXX

CONDUTOR: D E R
NOME COMPLETO , brasileiro, casado, motorista, portador do RG N.° xxx,
inscrito no CPF N.° xxxxxx, residente e domiciliado na Rua xx, n. x, Bairro xxxx,
na cidade de xxxx (Cópias de CNH e comprovantes de residência inclusos –
doc.02), vem, respeitosamente, a nobre e culta presença de Vossa Senhoria,
através de seu representante legal que ao final assina (Procuração Ad-Judicia
inclusa – doc.01) apresentar DEFESA DE AUTUAÇÃO, amparada na
legislação vigente, especialmente nos termos do art. 2º, da Resolução nº299/08
do CONTRAN, e com fundamento nas razões de fato e de direito a seguir
expostas:

DAS RAZÕES FÁTICAS E JURÍDICAS QUE FUNDAMENTAM A PRESENTE


DEFESA

1 – O presente processo administrativo pretende ATRIBUIR AO CONDUTOR


DEFENDENTE MULTA POR DIRIGIR VEÍCULO SEM USAR LENTES
CORRETORAS DE VISÃO, APARELHO AUXILIAR DE AUDIÇÃO, DE
PRÓTESE FÍSICA OU AS ADAPTAÇÕES DO VEÍCULO IMPOSTAS POR
OCASIÃO DA CONCESSÃO OU DA RENOVAÇÃO DA LICENÇA PARA
CONDUZIR , por supostamente ter praticado a infração de trânsito constante
na NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INFRAÇÃO DE
TRÂNSITO - NAI, cuja cópia segue inclusa – doc.03, considerando-o incurso
no art. 162, VI, do Código de Trânsito Brasileiro.

Todavia, O AUTO DE INFRAÇÃO DEVE SER JULGADO INSUBSISTENTE,


UMA VEZ QUE O DEFENDENTE NÃO REALIZOU A REFERIDA INFRAÇÃO,
nos termos em que estabelece a lei, tendo havido ERRO DE
INTERPRETAÇÃO DO AGENTE AUTUADOR, pois que O CONDUTOR
ESTAVA UTILIZANDO ÓCULOS DE GRAU PARA MIOPIA, APENAS
FALTANDO O GRAU PERTINENTE A ASTIGMATISMO, QUE EM NADA
PREJUDICAVA A DIREÇÃO DO VEÍCULO DO CONDUTOR DEFENDENTE.

Destaque-se, ainda, que o Condutor Defendente é motorista profissional, e


toma todas as medidas necessárias de segurança na condução dos veículos
sob sua responsabilidade, principalmente quando está acompanhado de sua
família, como foi o caso na data da respectiva autuação da suposta infração.

Tanto é verdade que, apesar de ser multado, o agente autuador de matrícula


xxx, não só não realizou a retenção do veículo, como determina a lei, mas
permitiu que o condutor continuasse, ele mesmo, a conduzir o veículo até seu
destino final.

A conduta do Autuado não causou danos/prejuízos a quem quer que seja,


muito menos ocasionou risco aos outros motoristas, ou ao trânsito em geral,
haja vista que com seus óculos enxergava perfeitamente a longa distância e o
astigmatismo do mesmo é de poucos graus, conforme comprova CÓPIA DA
RECEITA MÉDICA INCLUSA (DOC.04) em nada influenciando sua direção,
sendo necessário apenas para leitura de textos, em nada influenciando o
desempenho na direção/condução do veículo.

Desta forma, resta evidente que o Condutor Defendente não realizou a infração
que lhe está sendo atribuída, devendo o presente PROCESSO
ADMINISTRATIVO SER ARQUIVADO, de direito e de fato, pela sua
INSUBSISTÊNCIA.

2 – Estabelece o artigo 162, inciso VI, do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 162. Dirigir veículo:

(...)

VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de


prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão
ou da renovação da licença para conduzir:
Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregularidade


ou apresentação de condutor habilitado.

(...)

Ora, Nobre Julgador, O FUNDAMENTO LEGAL DA REFERIDA INFRAÇÃO


ACIMA TRANSCRITA É QUE NINGUÉM PODE DIRIGIR SEM ESTAR COM A
VISÃO EM PERFEITO ESTADO, E, NO CASO EM ANÁLISE, O CONDUTOR
DEFENDENTE ESTAVA, POIS O SEU ASTIGMATISMO EM NADA
INTERFERE EM SUA DIREÇÃO, E NO DIA SEGUINTE JÁ ESTARIA
UTILIZANDO OS ÓCULOS NOVOS COM O GRAU DE ASTIGMATISMO
NECESSÁRIO APENAS PARA LEITURA, TANTO É QUE FOI LIBERADO
PARA CONTINUAR CONDUZINDO O VEÍCULO PELO AGENTE AUTUADOR,
APESAR DE MULTADO.

3 - Desta forma, Nobre Julgador, não só o Condutor Defendente não realizou a


infração de trânsito na qual foi indevidamente autuado, pois em momento
algum causou risco/dano/prejuízo ao trânsito em geral ou aos outros
motoristas, bem como estava com sua visão em perfeito estado para conduzir
seu veículo, apesar do seu óculos não estar ainda com o grau do seu
astigmatismo.

O Defendente Condutor agiu dentro dos exatos limites da lei, ficando patente
que, conforme já anteriormente destacado, o Auto de Infração foi preenchido
por erro de interpretação do agente autuador.
4 – Destaque-se, ainda, em defesa do Condutor Defendente, que o artigo 162,
inciso VI, do Código de Trânsito Brasileiro, estabelece como MEDIDA
ADMINISTRATIVA PARA A PRÁTICA DA REFERIDA INFRAÇÃO A
RETENÇÃO DO VEÍCULO ATÉ O SANEAMENTO DA IRREGULARIDADE OU
APRESENTAÇÃO DE CONDUTOR HABILITADO, o que não ocorreu no caso
em tela.

E por quê nenhuma dessas hipóteses ocorreu no caso em análise?

Justamente porque o agente autuador, apesar de multar o Condutor


Defendente, entendeu que ele tinha condições técnicas de continuar a
conduzir/dirigir o seu veículo até o seu destino final.

5 - De outra forma, Nobre Julgador, teria o agente autuador, de matrícula XXX,


PREVARICADO, por não ter realizado a remoção do veículo, tendo incidido
com sua conduta na tipificação do artigo 319 do Código Penal:

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou


praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Desta forma, Nobre Julgador, caso entenda NÃO SER INSUBSISTENTE O


PRESENTE AUTO DE INFRAÇÃO, estaria o agente autuador, de matrícula
XXX, incurso no CRIME DE PREVARICAÇÃO, previsto no artigo 319 do
Código Penal, devendo cópias do presente auto, desta defesa e da decisão
proferida, serem encaminhados ao Ministério Público Estadual, para que adote
as providências legais cabíveis ao caso em análise em relação ao agente
autuador.

Até porque, se houvesse realmente o Condutor Defendente realizado a


infração de trânsito em análise, certamente não haveria dificuldade nenhuma
em implementar as medidas administrativas previstas em lei para o caso em
julgamento.

6 - DO EXPOSTO, SÓ SE PODE CONCLUIR QUE A RETENÇÃO DO


VEÍCULO OU SUBSTITUIÇÃO DO CONDUTOR NÃO OCORRERAM
JUSTAMENTE PORQUE O CONDUTOR DEFENDENTE ESTAVA NO
PERFEITO USO DE SUA VISÃO PARA CONDUZIR O SEU VEÍCULO, NÃO
HAVENDO INFRAÇÃO DE TRÂNSITO CARACTERIZADA, NOS TERMOS DA
LEI.

E, desta forma, Nobre Julgador, a multa deve ser cancelada.

DO PEDIDO

7 – Mediante as razões de fato e de direito expostas, com amparo nos


elementos de prova constantes no presente Auto de Infração e na
documentação ora apresentada, vem o Condutor Defendente, à ilustre
presença de Vossa Senhoria, através de seu representante legal que ao final
assina, REQUERER:

a) Que a presente DEFESA DA AUTUAÇÃO, seja devidamente recebida,


processada e julgada;
b) O DEFERIMENTO DA PRESENTE DEFESA, com o consequente
CANCELAMENTO DA MULTA IMPOSTA e a extinção da pontuação que a
infração gerou no Prontuário Geral Único do Condutor Defendente.

c) O BENEFÍCIO DO EFEITO SUSPENSIVO, no caso do presente


procedimento não ter sido julgado em até 30 dias da data de seu protocolo, na
conformidade do artigo 285, § 3º, do Código de Trânsito Brasileiro.

Nestes termos, pede deferimento.

[LOCAL], [DIA] de [MÊS] de [ANO].

NOME COMPLETO

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