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Filosofia Exame

10º
 Oque é a filosofia?
Podemos caracterizar a filosofia como uma atividade conceptual crítica. É conceptual pois faz
se com conceitos, mas também porque é uma reflexão de conceitos. Os filósofos interrogam
se sobre os conceitos, procurando analisa-los e clarifica-los , tais como conhecimento,
verdade, bem, causa, liberdade…
É crítica, não e dogmática , ou seja não é tomada como garantida. A religião por exemplo é
dogmática. Em filosofia pelo contrário somos livres de colocar em questão toda e qualquer
doutrina ou perspetiva. Essa liberdade é importante porque o objetivo é descobrir a verdade.
A busca da verdade tem que ser feita com responsabilidade, pois quando se critica uma
perspetiva tem que se apresentar boas razões para a rejeitar.

 Problemas filosóficos

 Oque é agir livremente bem?


 Será que o bem e o mal dependem da sociedade?
 Oque é conhecimento?
 Será que Deus existe?
 Qual é o valor da arte ?....

Tese:

a) Deus existe.
b) Deus não existe
c) Não sabemos se Deus existe.

 Proposições
Uma proposição é aquilo que é expresso por uma frase que tem valor de verdade. De um
modo geral as frases que exprimem proposições são declarativas Uma frase exprime uma
proposição se fizer sentido classifica-la como verdadeira ou falsa.

Não exprimem proposições:


 Abre a porta!
 A porta está aberta?
 Não abras a porta.

Exprimem proposições:
 A porta está aberta.
 A porta não está aberta.
 Se a porta está aberta, então alguém abriu.

1. Se duas frases significam o mesmo, então exprimem a mesma proposição.


2. Se uma frase pode significar coisas diferentes (ambíguas) então pode exprimir proposições
diferentes.

Exemplo 1: Lisboa fica a sul do Porto = Porto fica a norte de Lisboa.


Exemplo 2: O Miguel viu a Joana com os binóculos pode exprimir proposições diferentes, pois
tanto pode querer dizer que o Miguel viu a Joana através dos binóculos como que o Miguel viu
a Joana a usar binóculos.

Proposições Condicionais:

 Se está a chover, então o chão está molhado.


 Se os animais não têm deveres, então não temos direitos.

Se P então Q

Numa frase com a forma “Se P então Q”, P é a antecedente (hipótese) , e a segunda
proposição, Q é a consequente (consequência que deriva da hipótese).

- Numa propisção condicional a antecedente é uma condição suficiente para a consequente.


- Numa proposição condicional a consequente é uma condição necessária para a antecedente.

 Se o João vai à praia, então vê o mar.


 Se o João vê o mar, então vai à praia.
Estas proposições são diferentes. A 1ª diz-nos que o João ir à praia é uma condição suficiente
para ele ver o mar. E a segunda significa antes que o João ir á praia é uma condição necessária
para ele ver o mar. Se ambas forem verdadeiras, João ir à praia é, então, uma condição
necessária e suficiente para o João ver o mar.

João vai à praia se, e apenas se, ele vê o mar.

Bicondincional ( P se, e apenas se, Q) : Estabelece-se uma relação de equivalência entre


2 proposições que a constituem: cada uma delas é condição necessária e suficiente para a
outra.

Proposições Universais:

Proposições universais afirmativas

Todos A são B Todos os mamíferos são animais


Proposições universais negativas:

Nenhum mamífero tem penas.


Nenhum A é B

Proposições que não são universais


 Algumas aves não voam.
 Algumas ideias são inatas
 Sócrates era filósofo.
 A capital portuguesa é uma cidade antiga.

As duas 1ªs proposições são particulares, pois dizem respeito a apenas algumas coisas, e as
duas últimas são singulares, já que dizem respeito a um único indivíduo ou objeto.

Contraexemplos:

Um contraexemplo é um caso particular que contraria uma proposição universal.

Consistência:

 Um conjunto de proposições é consistente se, e apenas se , é possível que todas elas


sejam verdadeiras.

 Se um conjunto de proposições é inconsistente, então pelo menos uma delas é falsa.

 Se um conjunto de proposições é consistente, isso não garante que algumas das


proposições sejam verdadeiras.

 Argumentos

Oque é?

1. A mistura entre géneros estimula as práticas sexuais entre homens e mulheres antes
de estas casarem.
2. Conduzir promove a convivência entre géneros, entre homens e mulheres.
3. Logo, conduzir estimula as relações sexuais entre homens e mulheres antes de estas
casarem.
Um argumento é um conjunto de proposições em que uma delas é defendida pelas outras. No
exemplo acima dado, a proposição defendida (3)- a tese, tem o nome de conclusão. Esta é a
tese ou ideia que as premissas pretendem provar. A proposição ou as proposições que a
defendem (1 e 2) são as premissas.

Indicadores de conclusão: então, assim, portanto, por isso, consequentemente, daí que,
infere-se que, como tal, por conseguinte…

Indicadores de premissa: Porque, uma vez que ,pois, visto que, como, devido a, a razão é que,
admitindo que, supondo que, já que…

Entimema: Um entimema é um argumento que tem pelo menos uma premissa oculta.
Exemplo: “O Carlos não está Em Paris porque está em Portugal” premissa em falta: “Quem
está em Paris não está em Portugal”.l

 Avaliar argumentos

Quando avaliamos um argumento, temos de colocar duas questões muito diferentes:


1. Será que todas as premissas são verdadeiras?
2. Será que as premissas apoiam suficientemente a conclusão?

Se respondermos NÃO a pelo menos uma destas questões, teremos de concluir que o
argumento avaliado não é bom.

 Validez, força e solidez

Dedução e Indução
 Num argumento dedutivamente válido, é impossível que as premissas sejam
verdadeiras e a conclusão falsa.
 Num argumento indutivamente forte (válido), é muito improvável, mas não
impossível, que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa.

Argumento dedutivamente inválido: Se temos livre arbítrio, somos responsáveis pelo que
fazemos, temos livre arbítrio, logo somos responsáveis pelo o que fazemos.
Argumento indutivamente válido: Os cães tem corações e rins, os leões tem corações e rins,
os cangurus tem corações e rins, logo todos os animais que tem coração também têm rins.

 Argumento válido
Um argumento válido é se, apenas se, as premissas apoiarem logicamente a conclusão. Todas
as suas premissas têm de ser verdadeiras e a conclusão verdadeira.

 Argumento sólido
Um argumento é sólido se, e apenas se, tiver premissas verdadeiras e for válido.
Exemplo:
-Todos os animais que ladram são cães.
-Os São Bernardo são animais que ladram.
-Logo, os São Bernardo são cães.

Vejamos agora outro exemplo:


-Todos os animais ladram
-Os São Bernardo são animais
-Logo, os São Bernardo Ladram.
Não é sólido apesar de ser válido, pois a 1ª premissa é falsa, nem todos os animais ladram,
aliás só os cães ladram.

 Forma e contéudo
A lógica formal visa determinar a validade dos argumentos unicamente a partir do estudo da
sua forma, ignorando o seu conteúdo.

 Ação Humana

Oque é uma ação?


Uma ação é um acontecimento cujo autor é um agente que o causa voluntária e
intencionalmente. Uma ação é um acontecimento desencadeado pela vontade e intenção de
um agente. Não é um simples acontecimento, não é simplesmente algo que um agente faz, é
algo que um agente faz acontecer intencionalmente ou propositadamente.

Os tiques por exemplo não são ações, pois apesar de ser uma coisa que fazemos
conscientemente não é algo que façamos intencionalmente.

Nem todos os acontecimentos são ações:


Exemplo: Furacões

Um acontecimento para ser uma ação tem de envolver um agente. Esta é a condição
necessária para haver ação mas não é condição suficiente. Imaginemos que alguém rouba um
relógio valioso numa ourivesaria, essa pessoa fez algo, fez com que algo acontecesse. Mais
tarde até pode arrepender-se do que fez, mas na altura não resistiu a uma compulsão
patológica pra o roubo a que se da o nome de cleptomania. Fez algo, roubou. É a causa do que
aconteceu mas não se trata de uma ação porque o que o agente fez não derivou da sua
vontade mas de uma força interna que o compeliu a fazer oque fez. Para que aquilo que o
agente faz seja uma ação, tem de ter origem na sua vontade e intenção consciente.

 A rede concetual da ação (Que conceitos são necessários para caraterizar uma
ação?)

Deliberação: Antecede habitualmente a decisão e consiste em ponderar diferentes


possibilidades da ação.
Exemplo: Devo ir à farmácia ou não? Será que não há alguém que possa ir por mim? A aspirina
não irá fazer-me mal ao estômago? Se calhar isto passa sem tomar medicamentos, dormindo
um pouco.

Decisão: Momento em que se escolhe uma das alternativas ou possibilidades de ação,


preferindo uma delas.
Exemplo: Vou à farmácia. Esta dor de cabeça tem de ser tratada com medicamentos e não vou
poder dormir.

Intenção, crenças e desejos: Trata se do que pretendo com a ação. Neste caso a intenção é
tratar uma dor de cabeça. Quando perguntamos “Oque quer fazer aquele que age?”,
referimo-nos à intenção, ao que o agente pretende ser ou fazer. Deseja pôr fim à dor e
acreditar na eficácia da Aspirina acompanham a intenção.

Motivo: O porquê ou a razão de ser da ação. “Por que razão quero ir à farmácia comprar um
medicamento para tratar uma dor de cabeça?”. A resposta apresentar-nos-á o motivo dessa
decisão, tomando-a compreensível. O motivo pode ser acabar com o desconforto físico e
poder trabalhar em melhores condições.

Consequências: O que resulta da ação para quem a realiza e para quem esteja direta ou
indiretamente envolvido. Fico em boas condições para trabalhar. Fico aliviado porque a dor
passa e também de melhor forma.

 Condicionantes da ação humana


Oque se entende por condicionantes da ação:

a) Os limites internos e externos impõem à nossa ação;


b) As possibilidades que fatores externos e internos conferem às nossas ações. Exemplo:
A nossa constituição genética impõe-nos limites: não podemos voar como algumas
aves, não podemos viver dentro de água como os peixes…. Mas somos dotados de
inteligência e criatividade que nos permitem voar de avião e passar bastante tempo
debaixo de água.
 Condicionantes biológicas da ação
As condicionantes biológicas da ação são as possibilidades e limites que estão ligadas ao nosso
património genético.

 Condicionantes socioculturais da ação


As condicionantes socioculturais da ação são as possibilidades e limites que estão ligados ao
modo como dependemos do meio social e cultural em que a nossa vida se desenrola.

 Condicionantes psicológicas da ação


As condicionantes psicológicas da ação são as possibilidades e limites que estão ligados á nossa
personalidade ou maneira de ser, ao modo como interpretamos as situações e lhes
respondemos.

 Condicionantes e determinantes da ação


Condicionantes: Entendem se os fatores (personalidade, crenças, desejos, educação…) que
influenciam a ação, que têm peso nas nossas decisões, mas que não as determinam
causalmente.

Determinantes: Entendem se os fatores que, atuando sobre nós, determinam as nossas ações,
isto é, impedem que a nossa vontade encontre cursos alternativos de ação.

 Liberdade e determinismo na ação

 Liberdade ou livre-arbítrio: Entende se habitualmente por a capacidade de fazer algo


podendo contudo não o ter feito.
Exemplo: Bernardo entra numa ourivesaria e após algum tempo sai com um objeto que aí
roubou.
A ação foi livre se o Bernardo tinha a opção de não roubar, eventualmente comprar o objeto
ou informar-se somente do preço, também ninguém o ameaçou de morte nem a si nem à sua
família, e também não foi vitima de cleptomania.

 Determinismo: É a teoria filosófica segundo qual todos os acontecimentos do mundo-


incluindo as nossas ações- fazem parte de uma cadeia causal, sendo cada um o
desfecho necessário de acontecimentos anteriores e das leis da natureza.

Oque é uma ação determinada?


1. Uma ação que não pudemos evitar
2. Uma ação que não depende da opção do agente. Não havia alternativa, depnde de
fatores que o agente não controla.

Bernardo entra numa ourivesaria e após algum tempo sai com um objeto que aí roubou.

A ação é determinada se:


1. Não foi possível o Bernardo não a ter feito.
2. Oque fez resultou de causas que escaparam ao seu controlo. Não estava disponível a
opção “não roubar” ou “esperar por melhor ocasião financeira”.

 Problema do livre-arbítrio
O problema do livre-arbítrio é assim, “Será que escolhemos realmente oque fazemos ou as
nossas ações são causadas por fatores que não controlamos?”. O problema do livre-arbítrio
deve se ao facto de apesar de acreditarmos que escolhemos realmente oque fazemos,
também somos profundamente influenciados pela explicação científica da natureza ou do
mundo fisíco.

 Três tentativas de resposta ao problema do livre-arbítrio


 Determinismo radical:
-Nenhuma das nossas ações é livre
-Para o determinista radical, a crença no determinismo significa acreditar que todo e qualquer
acontecimento é o desfecho necessário de acontecimentos anteriores.
-Todas as nossas ações são o resultado necessário de acontecimentos anteriores. Fazemos
oque o nosso passado determina que façamos e não aquilo que queremos. Assim como as
nossas ações não dependem de nós, mas de fatores que não conseguimos controlar, não
somos livres.

Crítica ao indeterminismo: Não é possível construir a vida social sem a ideia de


responsabilidade moral

 Indeterminismo:
-As ações humanas não são determinadas por leis causais e acontecimentos anteriores mas
sim pelo acaso.
-Não há ações livres
1. Ações imprevisíveis são ações que escapam ao nosso controlo, o que não parece
coadunar-se com a ideia de livre-arbítrio (há ações que dependem da nossa vontade).
2. Se uma ação deve a sua ocorrência à intervenção do acaso e não à minha intervenção,
então, propriamente falando, não é da minha autoria, não é controlada por mim e por
ela não posso ser responsabilizado.
 Determinismo Moderado
-As nossas ações são ao esmo tempo livres e determinadas
-Para o determinismo moderado, não há incompatibilidade entre o livre-arbítrio e o
determinismo. Por isso pode se chamar também compatibilismo.
- Defende que são compatíveis as proposições “um agente praticou livremente a ação A” e “A
ação praticada por esse agente tem uma causa e deriva necessariamente dessa causa”.

Ações livres Ações não livres


1.Ghandi deixando de comer como forma 1. Um homem sem poder comer poque no
de protesto contra a ocupação britânica. deserto onde se perdeu não há comida.
2.Roubar comida porque se está 2.Roubar porque nos ameaçavam de morte
esfomeado. se não o fizéssemos.
3.Sair de casa porque queremos ir almoçar 3.Sermos forçados a sair de casa por causa
fora. de um incêndio.

Atos livres são aqueles cuja causa imediata são estados psicológicos do agente (estados
internos). Atos não livres são atos cuja causa imediata são estados de coisas ou situações
exteriores do agente.

Principais críticas:
-Apesar das aparências, não distingue claramente ações livres de ações não livres.
-Não salvaguarda a nossa ideia comum de liberdade.

 Libertismo
-Segundo o libertismo, as ações do ser humano decorrem das suas delibersações e não são
necessariamente causadas por acontecimentos anteriores.
-O libertsimo defende que as nossas escolhas e ações são livres se não forem mais um elo
numa longa cadeia de causas e efeitos, ou seja, defende que as nossas ações só são livres se
desencadearem uma nova cadeia causal de acontecimentos. Somos nós que controlamos essa
cadeia de causas e efeitos.
-Para os libertistas o determinismo e o indeterminismo são falsos.

Principal Crítica: Se a mente é que causa as nossas ações, será que é possível que ela exista
independente do cérebro que é obviamente uma realidade física?

 Os valores

 Valores:
-Os valores são padrões ou referências em função das quais julgamos objetos, pessoas e atos.
Os valores exprimem aquilo que julgamos que é importante e significativo na nossa vida
(amizade, amor…), não damos o mesmo valor a todas as coisas.
Os valores podem ser agrupados em vários tipos: religiosos, estéticos e éticos (enquadram os
valores + importantes), políticos e teóricos (ordem do conhecimento) , sensíveis (ordem do
prazer e satisfação) e económicos.

Relação entre valores e ações: Os valores são ideias que influenciam as nossas decisões e
ações, as nossas escolhas e preferências. À razão que justifica a decisão de agirmos de um
modo e não de outro, damos o nome de motivo. Quando justificamos as nossas ações e
decisões –quando indicamos o porquê ou a razão de ser-, estamos sempre a referir-nos a
valores.

 Juízos de facto e juízos de valor

Juízos de facto: São juízos sobre o modo como as coisas são. Descrevem um estado de coisas
ou uma situação podendo essa descrição corresponder ou não à realidade. Tem valor de
verdade.
-A sua verdade ou falsidade depende de como a realidade é e não da opinião ou ponto de vista
de cada pessoa.

Exemplo: O gato é um mamífero que mia.

Juízos de valor: São juízos sobras que coisas são boas ou más, agradáveis ou desagradáveis. Os
juízos de valor atribuem um valor a um certo estado de coisas –valor que pode ser negativo ou
positivo.

Exemplo: Este quadro é belo- valor positivo


Este quadro é horrível- valor negativo

Absolutismo moral: Afirma que há valores morais que nunca podem ser violados, não
admitindo exceções, sejam quais forem as consequências.

 Critérios valorativos
Oque são: São as justificações em que nos apoiamos para determinar que coisas- ações,
pessoas, locais, objetos- têm valor ou importância. Assim, valorizamos uma ação honesta
porque damos importância à honestidade.

 Subjetivismo moral
-O subjetivismo moral é a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízos de valor
depende das crenças, sentimentos e opiniões dos sujeitos que os emitem.
Não há verdades morais, objetivas e universais
-No que respeita aos valores e práticas, ninguém está objetivamente certo ou errado.
-O subjetivismo moral nega que haja juízos de valor objetivos e não admite que haja valores
absolutos.

Exemplo: Suponhamos que o João diz que é correto matar animais para comermos a sua carne
e o Miguel diz que esse ato é moralmente reprovável. Se adotarmos o subjetivismo, como
avaliamos estas duas teses? Segundo o subjetivismo, ambos os juízos morais são verdadeiros
porque cada um está em conformidade com os princípios em que cada um acredita.

 Objetivismo moral
-Os objetivistas acreditam que os juízos de valor podem ser verdadeiros ou falsos – têm valor
de verdade- e que essa verdade ou falsidade não depende de pontos de vista, de sentimentos
ou de gostos, sejam estes individuais ou coletivos.
-Defende que os valores são propriedades, qualidades das próprias casas, pessoas, objetos..
Há coisas objetivamente erradas

Exemplo: Se considerarmos os juízos “A eutanásia é moralmente errada” e “A eutanásia é


moralmente correta, temos, segundo os objetivistas, de reconhecer que um dos juízos é falsos.
Há coisas objetivamente erradas. Suponhamos que um objetivista defende que a eutanásia é
objetivamente errada. Oque está ele a dizer? Que essa prática é em si mesma errada. Não é
apenas para mim Se assim alguém disser “A eutanásia é moralmente correta” está a fazer um
juízo que é objetivamente falso.

 Relativismo Cultural
“Matar é errado”; “Mentir é imoral”

-O relativismo cultural afirma que estes juízos morais são verdadeiros, mas não em todo o lado
nem para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais depende do que cada sociedade
acredita ser moralmente correto, depende do que esta aprova ou desaprova. Moralmente
verdadeiro é oque cada sociedade- ou maioria dos seus membros- acredita ser verdadeiro, e
vice versa. Assim afirmar que “Matar é errado” significa dizer que a sociedade X considera que
matar é moralmente incorreto.
- As convicções da maioria dos membros de uma sociedade são a autoridade suprema em
questões morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o código moral
de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado.
Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que
a sociedade, ou a maioria da sociedade considera ser verdadeiro.

Objeções ao relativismo cultural:


1. Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser moralmente
correto e algo ser moralmente correto.
2. O relativismo cultural reduz a verdade ao que a maioria julga ser verdadeiro
3. O relativismo cultural parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir, em nome
da coesão social, as crenças dominantes.
4. O relativismo cultural torna incompreensível o progresso moral.

 Valores e cultura

Oque são direitos? Um direito é uma reivindicação legítima ou justificada que deve ser
reconhecida e aceite pelos outros. Ter um direito é ter legitimidade para reivindicar alguma
coisa de alguma pessoa ou instituição. Ter direito à liberdade de expressão significa que eu
posso exigir dos outros que não me impeçam de falar ou de expressar as minhas ideias ou
crenças.
- Os direitos implicam deveres.

Direitos morais e direitos legais: os direitos humanos são exigências morais


São reconhecidos como direitos morais o direito à integridade física, à vida, à liberdade de
expressão…

Direitos legais: Direitos instituídos pelo poder político. Congresso ou Parlamento. Estão
escritos no Código Penal, Código da Estrada…
Direitos Morais: São direitos que as pessoas possuem só por serem pessoas e não por serem
cidadãos deste ou daquele Estado.

O relativismo cultural é incompatível com a ideia de direitos humanos universais, pois para
um relativista não há princípios éticos universais.

Os direitos humanos não são a negação da diversidade cultural. São:


a) Uma forma de negar que os valores e normas de uma determinada cultura sejam
absolutos e intocáveis.
b) Uma forma de salientar que não temos somente os direitos que as nossas sociedades
e culturas nos concedem.
c) Uma forma de salientar que a cultura no sentido próprio da palavra é um fator
harmonizador.
 As dimensões da ação humana e os Valores

 Normas morais
-São regras de comportamento que determina oque devemos fazer (ou não fazer) para que a
nossa ação seja moralmente boa ou valiosa. Não matar, não roubar são exemplos conhecidos.
Cumprir estas regras é geralmente considerado valioso.
-Todas as sociedades possuem um código moral, isto é, um conjunto organizado de normas
que prescrevem oque é moralmente valioso.

Além de um código moral, encontramos também na maioria das sociedades humanas um


código jurídico.

 Normas Jurídicas são coativas…


-isto é, são acompanhados pela imposição de penas e punições de filo físico e financeiro
(provação de liberdade ou multas). As normas morais são impostas pela vontade de si própria.

1. As normas morais propriamente ditas não são impostas por uma força ou
autoridade externa como as jurídicas.
-Sabemos que roubar é errado. A norma moral que condena o roubo exige uma adesão íntima
e pessoal, a vontade própria de fazer oque é correto. Se evito roubar somente porque tenho
medo de ser punido pelas autoridades, a minha ação cumpre oque a lei exige, mas falta algo
para que tenha valor moral. As normas morais pretendem ser aceites unicamente pelos
valores que exprimem, são obrigações da consciência moral.

2. As regras morais são mais abrangentes do que as normas jurídicas.


-Imagine que pede dinheiro emprestado a um amigo prometendo devolvê-lo. Só vocês sabem
que um emprestou algo ao outro. Imagine que namora, com uma pessoa que gosta muito de si
e com a qual se sente bem. Cumprir uma promessa feita a um amigo ou ser fiel à namorada
não são comportamentos regulados por normas jurídicas mas deve-se respeitar pois é algo
valioso.

3. Nem tudo o que é legal é moral.


-O reconhecimento de que há normas jurídicas injustas- caso de leis de segregação racial, de
leis que discriminam conforme o sexo, etnia…- e aplicações injustas da lei mostra que uma
ação não é moralmente correta só porque é legalmente admitida ou moralmente incorreta só
porque é ilegal.
- Quando uma lei fere valores e direitos considerados fundamentais perde a sua legitimidade.

 Para agir bem basta cumprir o que uma norma moral prescreve? Violar uma norma
moral significa sempre que estamos a agir mal?
-Existem normas morais estabelecidas que nos dizem o que é correto e o que é errado fazer.
Não devemos matar inocentes, devemos respeitar a propriedade dos outros (não devemos
roubar), não devemos mentir ( devemos dizer a verdade) são alguns exemplo. A sociedade
com o seu código moral dá-nos uma receita para aplicarmos a diversas situações… mas as
coisas não são assim tão fáceis.
A seguir mostro uma situação moral problemática… na análise da resposta tenha em conta as
seguintes perguntas:
1. Cumprir a norma moral estabelecida torna a minha ação correta?
2. Violar essa norma torna a minha ação moralmente errada?

Alberto sabe que Vicente é infiel à mulher. Mulherengo aparentemente incorrigível, Vicente gaba-se
junto dos amigos das suas várias incursões extramatrimoniais. Esta ausência de escrúpulos é para
Alberto extremamente indecente. A mulher de Vicente é uma amiga de longa data que Alberto julga
estar a ser humilhada sem se aperceber disso. Debate-se então com um problema: se conta a verdade à
amiga, poderá causar-lhe um enorme desgosto; se decide não intervir, torna se conveniente com as
mentiras de Vicente.

 O valor da intenção e o valor das consequências


-A intenção é importante. Imagine que a sua tia conduz um automóvel. Subitamente, um pneu rebenta
e, descontrolado, atravessa uma faixa para peões atropelando e ferindo gravemente duas pessoas.
Suponha agora que um bandido, fugindo da polícia, atravessa a faixa a alta velocidade, vê dois peões,
atropela-os e fere-os gravemente. As duas ações tiveram o mesmo resultado, mas diremos que são
iguais? É claro que não. A sua tia não atropelou e feriu intencionalmente os peões, não diremos que agiu
mal, não cometeu nenhum crime pois não teve culta da sua avaria. Diferente é o caso do bandido, Viu
os peões, mas, querendo fugir da polícia não hesitou em atropela-los. A sua ação foi intencional, a sua
ação foi má, cometendo um crime.
-Um capitão da marinha é convidado pelo seu comandante para ir a uma festa. Acabou por beber uns
copos e ficar animado e esqueceu-se de uma regra de etiqueta, convidar a filha do comandante para
dançar, para reparar isso dirige-se à moça e convida-a a dançar, para sua enorme surpresa esta começa
a chorar pois e paraplégica. Festa estragada… ele desculpa-se dizendo que não sabia oque é verdade.
Apesar da sua boa intenção, dificilmente alguém dirá que ele agiu bem, na sua mente ecoa a norma
moral “Não deves causar sofrimento desnecessário”. Parece que afinal as consequências também
contam.

 Kant e Mill

-A teoria ética de Kant é denominada deontológica, ou seja, defende que há valores absolutos
que não podem em circunstância alguma ser violados. Chama-se a isto cumprir o dever pelo
dever. As consequências de uma ação não são um critério adequado para avaliar se é boa ou
má. Há ações que são erradas em si mesmas por melhores que sejam as suas consequências.
Há ações que são boas em si mesmas, apesar de as consequências não serem boas.
-A teoria ética de Mill é conhecida por utilitarismo, é uma teoria ética consequencialista
porque defende que o valor moral de umação depende das suas consequências ou resultados.
Se as consequências são boas, a ação é boa; se as consequências são más, a ação é
moralmente errada.
-Se dizemos que o que conta é cumprir o dever pelo dever, então a decisão de Truman será
avaliada de modo muito diferente do que se dissermos que o que conta são as consequências.

 Ética deontológica (do dever) de Kant

Kant distingue 2 tipos de ações:


-ações em conformidade com o dever
-ações feitas por dever

Kant quer mostrar que as duas ações podem ter consequências igualmente boas e uma delas
não ter valor moral.

Tipos de ações segundo Kant


Ações contrárias ao dever Ações em conformidade com o Ações feitas por dever
dever
Ações que violam o dever Ações que cumprem o dever, não Ações que cumprem o dever
porque é correto fazê-lo, mas porque é correto fazê-lo. O
Exemplo: Matar, roubar, mentir. porque daí resulta um benefício ou cumprimento do dever é o único
a satisfação de um interesse. motivo em que a ação se baseia. A
intenção de cumprir o dever pelo
Exemplo: Não roubar por receio de dever não está associada a outras
ser castigado. intenções, é a única intenção.

Exemplo: Não roubar porque esse


ato é errado.

Para Kant as únicas ações moralmente boas são as feitas por dever

 Oque é a lei moral?


É uma lei ou regra que nos diz de forma muito geral o seguinte: “Deves em qualquer
circunstância cumprir o dever pelo dever”. Pense em normas morais como “Não deves
mentir”, “Não deves matar”, “Não deves roubar”. A lei moral segundo Kant, diz nos como
cumprir esses deveres, qual a forma correta de os cumprir. O cumprimento do dever é uma
ordem incondicional, não depende de condições ou de interesses. Devemos ser honestos
porque esse é o nosso dever e não porque é do nosso interesse.

A lei moral é um imperativo categórico

Imperativo Categórico Imperativo Hipotético

Um imperativo categórico é um princípio que: Um imperativo hipotético é um princípio que:


 Obrigação absoluta ou incondicional;  Obrigação condicional ou relativa;
 Obrigação que existe sempre, sejam quais forem os  Obrigação que só existe se houver interesse de um
interesses e objetivos dos indivíduos; indivíduo no que com o seu cumprimento pode obter ou
 Obrigação universal porque vale para todos os evitar;
indivíduos, mesmo que o seu cumprimento não seja  Obrigação particular porque dependente dos gostos,
do interesse destes. sentimentos e desejos de cada indivíduo.

Exemplo: Deves ser honesto porque esse é o teu dever! Exemplo: Deves ser honesto se queres ficar bem visto perante os
vizinhos do teu bairro.

As duas mais importantes formulações do imperativo categórico são:

1. Fórmula da Lei Universal


“Age apenas segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei
universal”

2. Fórmula da Humanidade
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem,
sempre e simultaneamente como fim e nunca apenas como meio.”

Oque é uma boa vontade?


 É uma vontade que age de forma moralmente correta.
 É uma vontade que cumpre o dever respeitando absolutamente a lei moral, ou seja,
cuja única intenção é cumprir o dever.
 É uma vontade que age segundo regras ou máximas que podem ser seguidas por todos
porque não violam os interesses de ninguém.
 É uma vontade que respeita todo e qualquer ser humano, considerando-o uma pessoa
e não uma coisa ou um meio ao serviço deste ou daquele interesse.
 É uma vontade autónoma porque decide cumprir o dever por sua iniciativa e não por
receio de autoridades externas ou da opinião dos outros.

Autonomia: Característica de uma vontade que cumpre o dever pelo dever.


Heteronomia: Característica de uma vontade que não cumpre o dever pelo dever.

 Principal crítica à ética kantiana:


A ética kantiana é incapaz de resolver situações de confusão moral.

Exemplo: Uns pescadores holandeses encontravam-se na seguinte situação: Ou mentimos ou


permitimos o homicídio de pessoas inocentes. Os pescadores teriam de escolher uma dessas
opções. De acordo com Kant qualquer uma é errada porque não se deve matar nem se deve
mentir. A teoria ética de Kant não saberia responder a esta situação de caso-conflito porque
proíbe ambas as possibilidades de ação (mentir/deixar matar).

 Ética Utilitarista de John Stuart-Mill

Considera-se que a ética de Mill é consequencialista porque defende que o valor de uma ação
depende das suas consequências. A ação é boa se tiver consequências boas e vice-versa. Ao
contrário de Kant não testamos a correção de uma ação baseando-nos no motivo ou intenção
do agente, mas sim nos resultados da ação.
Segundo Mill devemos agir de modo a que da nossa ação resulte a maior felicidade ou bem-
estar possível para as pessoas por elas afetadas. Uma ação boa é a que é mais útil, ou seja, a
que produz mais felicidade global ou, dadas as circunstâncias, menos infelicidade. Quando não
é possível produzir felicidade ou prazer, devemos tentar reduzir a infelicidade. Segundo Mill, a
utilidade é oque torna uma ação moralmente valiosa.

Princípio da utilidade: Afirma que uma ação deve ser realizada somente se dela resultar a
máxima felicidade possível para as pessoas ou partes que por ela são afetadas, é também
conhecido como princípio da maior felicidade.

Não há deveres morais absolutos

O utilitarismo é uma teoria hedonista (=prazer): Todas as atividades têm um objetivo último,
isto é, são meios para uma finalidade que é o ponto de convergência de todas. Esse fim é a
felicidade ou bem-estar.

Felicidade individual e felicidade geral:


-A felicidade de que fala o utilitarismo não é simplesmente a felicidade individual. Mas
também não é a felicidade geral à custa da felicidade do agente. A minha felicidade é tão
importante como a dos outros envolvidos, nem mais nem menos. A minha felicidade não
conta mais do que a felicidade dos outros.
Tipo de felicidade: Para Mill nenhuma felicidade humana é verdadeiramente possível sem um
“sentido de dignidade”. Nem todos os prazeres se equivalem. Há prazeres superiores e
prezares inferiores. Não podemos reduzir a felicidade à satisfação dos prazeres físicos. Sem
negar estes, Mill afirma convictamente que os prazeres do espírito ou prazeres intelectuais são
superiores e qualitativamente distintos.

Prazer espiritual: Ligados a necessidades intelectuais, sociais, morais…estéticas


Ex: apreciar um pôr-do-sol, um quadro, partilhar afetos ou conhecimentos, ajudar os outros

Prazer sentimental: prazer ligado aos sentimentos

O princípio da utilidade e as normas morais comuns:


-Dizer a verdade é um ato moralmente mais útil do que prejudicial e por isso a norma “Não
deves mentir” passa no teste. Segui-la é respeitar a experiência de séculos da humanidade
mas há situações como em que não respeitar absolutamente uma norma moral e seguir o
princípio da maior felicidade terá melhores consequências globais do que respeitá-la.

 Críticas ao utilitarismo
 O utilitarismo justifica a prática de ações imorais
 O utilitarismo é excessivamente imparcial
 O utilitarismo exige demasiado do agente moral
 A dimensão pessoal e social da ética

A moralidade é um fenómeno social. Na verdade, boa parte dos nossos problemas morais envolvem a
relação com os outros. Basta pensar em regras como não matar, não roubar, não mentir… É também um
fenómeno pessoal porque é normal que, dadas as normas morais que supostamente devemos seguir,
nos interroguemos sobre a sua razão de ser, se há boas razões para as seguir ou se são necessárias.

Por que razão devemos agir moralmente?

O cenário da questão é aproximadamente este:


 De um lado, está o nosso interesse pessoal
 Do outro lado, estão as exigências da moralidade

1. A moralidade como contrato social: a moralidade é um acordo convencional que


serve os meus interesses e os dos outros

Este acordo exige como seu garante um governo que assegure a ordem de modo que sejam
respeitados os interesses de cada pessoa. O estado, com a concordância das pessoas, torna-se
deste modo o garante da vida em sociedade. O Estado existe para sustentar e fazer cumprir as
regras necessárias à vida em sociedade, e a moralidade é o conjunto de regras que facilitam a
vida em sociedade. A este acordo de cada cidadão é parte dá Hobbes o nome de contrato
social.

2. O apelo às sanções divinas: Devemos agir moralmente para não desagradar a Deus

Este apelo às sanções divinas, a um Deus que tudo vê, que pune e recompensa de acordo com
o mérito moral dos indivíduos baseia-se na ideia de que Deus é o criador das leis morais que
devem governar-nos. Deus dá-nos mediante os seus mandamentos- a que devemos obedecer-
um guia para distinguir ações morais de ações imorais. Esta perspetiva que faz com que a
moral dependa da religião deu-se o nome de Teoria dos Mandamentos Divinos. Segundo esta
perspetiva, uma ação é moralmente incorreta porque Deus a definiu como errada.

3. A moralidade é uma condição necessária da felicidade

Platão responde que a injustiça ou imoralidade destrói a nossa harmonia interior e corrompe a
alma. A virtude, pelo contrário, purifica a alma. A felicidade depende da nossa integridade
moral e só o desenvolvimento da virtude permite viver a melhor vida possível. Somos mais
felizes quando não há conflito entre os nossos desejos e a nossa razão, melhor dizendo,
quando a razão governa a nossa vida. Os nossos desejos são a causa de perturbação. É mais
feliz quem controla os seus desejos do que quem constantemente sente a necessidade de os
satisfazer. A vida hedonista- centrada no prazer- é uma vida descontrolada porque cada desejo
satisfeito é seguido por um novo desejo que exige satisfação.

4. O egoísmo é uma posição insustentável


Há quem pense que o interesse pessoal pode ser a fonte da moralidade e transforme o
egoísmo em princípio ou regra fundamental do nosso comportamento. A esta teoria deu-se o
nome de egoísmo normativo ou ético. O egoísta, nesta perspetiva, defende a tese de que
todos nós em todas as nossas ações devemos fazer oque serve os nossos interesses.

-O egoísmo ético parece incapaz de resolver conflitos de interesse

-O egoísmo ético é incompatível com o ponto de vista moral:

O ponto de vista moral exige que superemos o nosso ponto de vista pessoal transformando-
nos em observadores ideais. As condições para atingir este ponto de vista universal são:
1. Que não nos consideremos casos especiais como se houvesse uma diferença relevante entre
nós e os outros seres humanos;
2. Que consigamos através da imaginação identificar-nos com qualquer pessoa envolvida
numa dada situação

 Ética, Direito e Poítica

 O problema da justificação do Estado: por que razão devemos obedecer à sua


autoridade?

Se tenho carro sei que há limites de velocidade estabelecidos que nem eu nem os outros
devem ultrapassar, as regras de trânsito que me dizem por onde posso passar ou que proíbem
de circular em certas zonas, que há inspeção anual obrigatória, imposto único de circulação a
pagar….

Essas regras são o meio através do qual o Estado me governa e nos governa a todos nós.

Para que exista Estado e para que este subsista, quem obedece deve aceitar a autoridade dos
que mandam. Mas porque devemos obedecer ao Estado? Há justificação para isso?

 Aristóteles: a justificação naturalista do Estado


-Para Aristóteles, o Estado é uma forma natural de os indivíduos organizarem a sua vida em
sociedade.
-Segundo Aristóteles, todos os seres agem segundo um fim, que é realizarem a sua própria
natureza. Que um ser humano cumpra a sua natureza é um bem. Por isso, diz Aristóteles,
todas as coisas procuram o seu bem próprio.
-Aristóteles argumenta que os seres humanos são, por natureza, animais sociais, só se realizam
vivendo em comunidade.
-Opõem-se ao argumento sofista de que os seres humanos são indivíduos unicamente movidos
por interesses e de que o Estado com as suas regras seria uma simples convenção destinada a
controlar os desejos e as ambições dos mais fortes. Para Aristóteles, o Estado é uma
instituição natural. Justifica-se por si.
 As justificações contratualistas da autoridade do Estado: as teorias de Hobbes e de
Locke
Questões Hobbes Locke
O estado é uma instituição Não. Apesar de se poder reconhecer nos Não. Apesar de se poder reconhecer nos
natural? seres humanos a aptidão para viverem em seres humanos a aptidão para viverem em
sociedade, o Estado é uma construção sociedade, o Estado é uma construção
humana, algo que impomos à nossa humana, algo que impomos à nossa
natureza. natureza.
O que é o Estado de É uma condição de vida humana marcada É uma condição de vida humana marcada
Natureza? pela possibilidade que cada um tem de pela possibilidade que cada um tem de
fazer justiça por suas mãos. fazer justiça por suas mãos.
O Estado de Natureza é uma Não, porque é a guerra de todos contra Não, porque tende a ser a guerra de
condição satisfatória? todos. É um estado de calamitoso, alguns contra alguns. No Estado de
Porquê? anárquico em que, ameaçada pela Natureza não há leis escritas nem órgãos-
possibilidade que cada um tem de fazer tribunais, forças de ordem- que controlem
justiça por suas mãos, a vida humana é a e resolvam os conflitos entre os seres
raiz de todos os males e tem de ser humanos. Há direitos individuais, mas
controlado. cada qual interpreta-os e defende-os à sua
maneira. Assim, a justiça privada- cada
qual fazer justiça por suas mãos ou fazer o
que bem entende- conduz à insegurança e
à injustiça.
Como se dá a passagem do Os indivíduos transferem para o poder Os indivíduos não abdicam de nenhum
Estado de Natureza à político todos os seus direitos de forma dos seus direitos naturais, mas transferem
sociedade política? ilimitada e renunciam à liberdade em para o Estado e seus órgãos o poder de
nome da segurança e proteção das suas legislar, de executar leis, de julgar os
vidas e dos seus bens. Isto porque litígios civis e de punir criminosos e
nenhum mal é comparável a viver no infratores. Em vez de cada individuo
estado de natureza. defender perante os outros os seus
direitos naturais, delega no Estado esse
poder atribuindo-lhe a responsabilidade
de os proteger.
A autoridade do Estado tem Em princípio não. Os cidadãos renunciam Sim. Há, para Locke, valores mais
limites? ao seu direito a todas as coisas, à sua importantes do que a segurança e a
liberdade natural, e deixam de poder ordem. O direito à liberdade é um deles.
contestar as decisões de quem governa Os cidadãos não renunciam os direitos
desde que o poder absoluto assim criado individuais naturais como a liberdade. Só
garanta a paz e a segurança. Este é o renunciam ao direito de aplicarem por si
único dever escrito do Estado. mesmos o direito natural de punirem
quem desrespeita e viola esses direitos
básicos.

 O problema da relação entre liberdade e justiça social

 John Rawls: liberdade, justiça e equidade


Para Rawls, a liberdade ´um valor fundamental. Mas a igualdade também. Por isso, o
problema de Rawls é este: como conciliar liberdade e igualdade para que desse consigamos
promover e construir uma sociedade justa?

Uma sociedade justa, em geral, é a que assegura aos seus membros um certo conjunto de
direitos fundamentais.
 Princípio da liberdade igual
-Rawls começa por rejeitar que em nome ao objetivo da construção de uma sociedade justa se
sacrifiquem as liberdades individuais.
-Não há sociedade justa se não respeitarmos as liberdades.
-O estado deve garantir a todos os indivíduos igual liberdade, ou seja, deve garantir a todas as
liberdades básicas de forma igual. Mais precisamente, o princípio da liberdade igual significa
que nenhum indivíduo deve ter mais liberdade do que os outros para conduzir a sua vida e
realizar os seus projetos e ambições pessoais.

 Princípio da igualdade de oportunidades


-Segundo Rawls para ultrapassar as desigualdades é através de políticas sociais que assegurem
que todos temos a possibilidade de realizar os nossos objetivos profissionais, apesar de
condições econômicas desfavoráveis. Quem não tem recursos económicos suficientes deve ser
devidamente apoiado pelo estado de modo que o seu sucesso ou insucesso dependa apenas
do empenho pessoal e não de outros fatores, ou seja, o princípio da igualdade de
oportunidades significa que cada um deve ter as mesmas oportunidades de acesso às várias
funções e posições sociais.

 Princípio da diferença
-O propósito do princípio da diferença é o de regular e corrigir as desigualdades ao defender
que a riqueza deve ser distribuída de forma desigual desde que essa desigualdade permita que
os menos favorecidos fiquem o melhor possível.
-O princípio da diferença corresponde ao modo como Rawls entende a equidade. A equidade
equivale a uma distribuição desigual dos bens básicos que deve favorecer quem se encontra
em pior situação por razões económicas, físicas ou intelectuais.
- Por outras palavras, justifica-se que algumas pessoas ganhem acima da média desde que essa
desigualdade beneficie os membros menos favorecidos da sociedade.

 Véu da ignorância
-o véu da ignorância é o desconhecimento por parte de cada indivíduo da sua condição social e
económica no momento do estabelecimento do contrato social. As vantagens do véu de
ignorância é que este estado de ignorância torna as decisões racionais porque garante a
imparcialidade das opções e escolhas de cada um.

-Vai possibilitar que devido ao desconhecimento da sua situação social e económica, os


indivíduos exijam uma organização da sociedade que seja dentro do possível a mais vantajosa
e melhor para todos, não inferiorizando qualquer grupo de indivíduos. Neste sentido, vão
exigir que a sociedade promova os valores básicos que permitam a todos ter uma vida
aceitável, designadamente a mesma liberdade para todos e o mínimo de desigualdades sociais
e económicas.

 Robert Nozick: É injusto impor limites à desigualdade económica


-Segundo Nozick uma sociedade justa é a que respeita de forma absoluta os direitos
individuais e que permite que os bens que somos proprietários legítimos permaneçam em
nosso poder, dispondo deles conforme entendo.

-O princípio da diferença viola o imperativo categórico.


Para Nozick a redistribuição da riqueza é uma violação da liberdade individual. Não é correto
que sejamos obrigados pelo Estado a contribuir para ajudar as pessoas menos desfavorecidas.

-Para Nozick o estado promove a justiça se não interferir na vida económica respeitando o
direito absoluto de cada qual dispor do que recebeu ou adquiriu. O estado mínimo é o único
poder político legítimo porque respeita cada indivíduo como titular absoluto do que é seu. A
justiça social é, por isso, incompatível com a redistribuição da riqueza, seja qual for o critério
adotado pelo estado.

Opções(matéria menos importante)

 A dimensão religiosa da ação humana

 Formulação do sentido da vida


É constituído por 3 questões:
-Será que há algum objetivo ou propósito que justifiquem a nossa existência?
-Se tal objetivo existir, em que consiste, será alcançável e como podemos alcança-lo?
-A nossa vida tem valor? E, se tiver, em que consiste?

 O que é uma existência absurda?

Condições sem as quais a vida não tem sentido:


1. A vida é absurda ou não tem sentido quando não tem qualquer objetivo.
2. A vida é absurda quando, apesar de ter um objetivo, esse objetivo não puder ser
alcançado.
3. A vida é absurda quando o seu objetivo não tiver qualquer valor, mesmo que seja
alcançado ou que possa ser alcançado.

 A morte, Deus e o sentido da vida


-A finitude é uma característica essencial da condição humana. Somos frágeis e vulneráveis,
impotentes perante a morte, e alguns dos objetivos que pretendemos realizar, não só
ultrapassam a nossa capacidade de realização, como também dependem da duração, sempre
incerta, da nossa vida.

-Tolstoi defende a ideia de que sem Deus a vida humana não tem sentido porque só ele
garante a vida eterna. Na base desta ideia está a crença de que, se a morte for o fim definitivo
de todas as realizações humanas, tudo oque fazemos perde sentido e valor. Sem Deus, a vida
dos seres humanos esvair-se-ia na imensidão do universo e nada restaria da nossa
passagem.
-Outra forma de associar Deus ao problema do sentido da vida humana é o de afirmar que
Deus nos criou segundo um plano ou propósito que seria nosso dever cumprir.

 O problema da existência de Deus

Argumentos a favor da existência de Deus:

 Argumento cosmológico de São Tomás de Aquino


-É um argumento à posteriori, isto significa que procura provar a existência de Deus partindo
dos dados da observação empírica.
Apresentamos o argumento do seguinte modo:
1. Todas as coisas neste mundo são causadas.
2. Nenhuma coisa é causada de si mesma.
3. Tudo oque é causado é causado por outra coisa, por algo diferente de si.
4. Não pode haver uma regressão infinita nas cadeias de causas.
5. Se não pode haver uma regressão infinita nas cadeias de causas, então tem de existir
uma causa primeira que tudo causa e por nada é causada.
6. A essa causa primeira dá-se o nome de Deus.
7. Logo, Deus existe.

Críticas ao argumento cosmológico:


-Qual foi a causa de Deus?
-O universo pode ser inscrito e eterno

 O argumento teleológico ou do desígnio de William Paley


Podemos resumir o argumento de Paley da seguinte forma:

Primeira Premissa: Se abrirmos um relógio e inspecionarmos o modo como todas as peças do


mecanismo trabalham conjunta e harmoniosamente, compreendemos que o relógio teve de
ser criado por alguém inteligente, o relojoeiro que o fabricou.

Segunda Premissa: O universo e os organismos vivos são muito semelhantes aos relógios, isto
é, também revelam complexidade, organização e harmonia (desígnio).

Conclusão: Portanto, também é o universo e os organismos vivos tem um criador inteligente,


que é Deus.

Críticas ao argumento teleológico (desígnio):


-Uma explicação natural para a organicidade
-limitações da prova

 Argumento ontológico (Anselmo de Cantuária)


-É um argumento à priori, ou seja, sem apelar à experiência, vem da nossa mente.
-A estrutura do argumento é:
1. Deus (o ser maior do que o qual nenhum outro é possível) existe no pensamento (isto
é, poder ser concebido como ideia, quer exista ou não na realidade).
2. Deus é um ser possível.
3. Se algo existe só no pensamento, mas não existe na realidade, então podia ser maior
do que é (se existisse também na realidade).
4. Deus não existe na realidade- hipótese da redução ao abusrdo.
5. Se Deus não existe na realidade ( se a 4 é verdadeira), então pode haver um ser maior
do que ele (premissa 3)
6. Há um ser (o maior possível existente no pensamento e na realidade) que é maior do
que o ser maior do que o qual nenhum outro é possível (o maior possível que existe
“só” no pensamento, mas a quem falta a existência na realidade”).
7. Deus existe na realidade.

Crítica ao argumento ontológico:


-A existência não é uma propriedade.

 A existência de Deus e o problema do mal


- O problema do mal consiste em que a existência do mal parece inconciliável com a existência
de um Deus que:
a) É o criador do universo e de tudo o que nele existe;
b) É absolutamente bom e só faz o que é bom;
c) É omnisciente e por isso sabia o que o universo por si criado iria ser;
d) É omnipotente e por isso pode fazer ou impedir que aconteça o que bem entender.

Os ateus consideram que, perante e intolerável e sufocante realidade do mal, a única desculpa
de Deus é não existir.
Raciocinam do seguinte modo:
a) Se Deus é omnisciente, não pode ignorar a existência do mal
b) Se é absolutamente bom, deve querer impedi-lo
c) Se é omnipotente, pode impedi-lo
d) Se Deus existisse, então não haveria mal
e) Mas o mal existe
f) Logo, Deus não Existe

Dois tipos de mal

Mal moral Mal natural

O mal moral é o sofrimento e a dor que os seres O mal natural é o sofrimento que é causado pela
humanos infligem uns os outros (guerras, natureza-catástrofes, como tsunamis e
assassínios, violência gratuita, discriminação…) terramotos, doenças, epidemias…

Embora seja difícil negar que o mal existe, já não é tão óbvio que algum mal não seja
necessário. Um mal necessário é algo exigido para evitar ou lutar contra um mal maior ou para
produzir um bem maior ( ex: tratamentos médicos…).

Resposta 1:
A defesa mediante o livre-arbítrio: Um mundo sem mal e sem livre-arbítrio seria pior do que o
mundo em que vivemos.
Um mundo com livre-arbítrio é melhor do que um mundo em que este não exista. Porque a
liberdade é um dos elementos mais nobres do mundo criado por Deus.
Criando agentes livres, Deus correu um risco.
Assim sendo, o mal é inevitável, e Deus não quer nem causa e o mal.

Resposta 2:
O mal é necessário porque é a condição do nosso aperfeiçoamento moral e espiritual.
O mal, o sofrimento ,é uma espécie de teste que devemos superar para aperfeiçoar o nosso
caráter moral, a nossa capacidade de enfrentar as adversidades.
Se o mal pode ser encarado como condição para a grandeza de caráter aqui e agora, também
pode ser visto como um meio para um bem maior. Qual? A Salvação eterna.

Swinburne
Se Deus nos tivesse criado de modo a fazermos sempre o bem, se as nossas decisões nunca
pudessem produzir ações com más consequências, a nossa vida moral não faria qualquer
sentido.
A existência de sofrimento poderia ter sido impedida por Deus, mas o preço a pagar seria
sacrificar os atos virtuosos dos seres humanos que são a nobre e valiosa resposta que estes
dão à presença do mal.
O mal natural é também necessário.

 A dimensão pessoal da religião

Freud: A crença religiosa nasce da fraqueza e da necessidade de proteção


-A religião é uma ilusão que tem as suas raízes profundas na mente humana.A religião surge
como mecanismo de defesa perante as ameaças da natureza e a dureza das relações sociais.
Deus será assim concebido como o Protetor supremo, o ser todo-poderoso que alivia a
angústia e o medo do homem perante a realidade, que consola e ampara.
-A religião corresponde, assim, a um estádio infantil da humanidade, à constante necessidade
de ter um pai na relação com o qual se vive um sentimento ambivalente: amor e medo. A
religião é um remédio ilusório para as dores e a frustração do ser humano.
-Só uma educação fundada na verdade pode encaminhar o ser humano para a maturidade e
superar a necessidade da religião.

Pascal: A crença religiosa é uma aposta na vida e felicidade eternas


-Não temos evidências para acreditar que é verdade que Deus exista, ou seja, não podemos
justificar racionalmente essa crença. Mas há razões do coração para acreditar que Deus exista.
Quais? O desejo de vida eterna e o desejo de felicidade eterna.

Se aposto que Deus existe, o que posso perder e ganhar?


Se eu apostar na existência de Deus e ele existir, ganharei a vida e a felicidade eternas. Feitas
as contas, o ganho é infinito e a perda mínima.

Se aposto que Deus não existe, o que posso perder e ganhar?


Pascal não quer dizer que nos tornamos religiosos em virtude da aposta que fazemos. Quer-
nos dizer que a relação religiosa- relação com um Ser no qual se acredita- é uma relação de
certo modo arriscada, que algo de muito importante está em jogo e que não há verdades
objetivas.

 A dimensão social da religião

Karl Marx: A religião é o ópio do povo


A religião, segundo Marx, ensina aos explorados que o mundo real e miserável em que vivem não tem
valor e que o importante é o “outro mundo”, o “reino de Deus”, lugar onde os sofredores e humilhados
encontrarão justiça e felicidade. Desta forma a religião é uma alienação, uma vez que provoca uma
divisão: a divisão entre o mundo concreto em que o homem vive e o mundo ideal que ela promete.
Marx evidencia que a religião é um protesto contra a miséria terrestre, mas esse protesto é ineficaz
porque, em vez de dar ao homem os meios de transformação da sua situação degradante, aqui e agora,
inventa um mundo fictício que está para lá deste mundo e desta vida.
A religião é também antirrevolucionária porque convida o homem a esperar a chegada de um mundo
justo. A religião justifica, apesar de parecer o contrário, a opressão dos explorados pelos exploradores.

 Deus é caridade
Os cristãos admitem, assim, que a Igreja nem sempre teve, ao longo dos séculos, o comportamento
moral mais adequado. Mas, em geral, tendem a acentuar que esses erros pertencem ao passado e que,
atualmente, de forma direta e indireta, por intermédio das mais diversas organizações a ela ligadas, a
Igreja pratica obras de inegável mérito moral, ajudando das mais diversas formas as pessoas carenciadas
de apoio material ou espiritual. (ex: Cáritas). Este trabalho da Igreja é amplamente reconhecido, mesmo
por aqueles que não partilham das suas convicções religiosas, que tendem, por esse motivo, a
desvalorizar os eventuais malefícios que possam resultar de algumas posições morais mais
conservadoras da igreja.
Os críticos não se deixam impressionar por este trabalho moral. Chegamos então a um impasse, tanto os
crentes como os seus opositores estão convencidos de que têm razão. A solução tem de passar por :
1. Determinar se os valores morais que as igrejas enaltecem são bons ou se, pelo contrário, os
críticos têm razão, e, depois, por…
2. Determinar se as ações indiscutivelmente boas que as religiões fizeram ao longo dos séculos
compensam as ações indiscutivelmente más que também realizaram.

 A dimensão estética da Ação Humana

 A experiência estética como experiência desinteressada


Para Kant os objetos capazes de suscitar experiências estéticas e que por isso recebem o nome de
objetos estéticos são de 2 tipos:

 Objetos artísticos: Criações humanas, objetos artificiais que produzidos pela atividade do
artista, são capazes de despertar emoções e sentimentos que os avaliem como belos, horríveis
ou sublimes. Ex: pintura, sinfonia, peça teatral.
 Objetos naturais: São produtos da natureza e não criações humanas, descobrimo-los e são
capazes de despertar emoções e sentimentos que os avaliem como belos, horríveis ou
sublimes.
Para Kant, só há prazer ou satisfação estética se nos relacionarmos com os objetos naturais ou artísticos
de uma determinada forma, e se os observarmos e apreciarmos de um certo modo.

Atitude estética é uma atitude que não depende de interesses ou de necessidades

Não é uma atitude prática ou Não é um atitude cognitiva (de Não é uma atitude subordinada , em si
utilitária conhecimento) mesma, a princípios e objetivos morais
A atitude estética é alheia a qualquer A relação com os objetos naturais e Nossa atitude só terá forma estética se dermos
consideração sobre a utilidade do artísticos na experiência estética não é atenção ao objeto contemplado por si mesmo e
objeto, não é determinada pelo desejo motivada pela vontade de adquirir não à relação do objeto com os nossos conceitos e
de posse, ou pelo eventual valor conhecimento… princípios morais…
monetário… Negação desta característica Negação desta característica
Negacão desta característica O biólogo que estuda um bosque para Se uma pessoa sente prazer na contemplação de
Ex: Agente imobiliário que quando conhecer novos tipos de plantas. um dado objeto estético somente por lhe
observa as paisagens do Gerês, não reconhecer valor moral.
consegue evitar no seu valor monetário
e no excelente negocio que seria
construir um aldeamento ali.

 Problema da justificação dos juízos estéticos


Um ato mediante formulamos uma proposição que atribui determinada qualidade estética “Este palácio
é belo”.

Subjetivismo estético: Apenas conta oque o sujeito sente. O juízo estético é uma questão de gosto, e o
belo depende de gostos pessoais.
Objetivismo estético: Tudo oque conta são as características dos próprios objetos. É devido a
determinadas propriedades intrínsecas que um objeto é considerado belo ou feio.

Kant: Kant afirma que se digo que certo objeto é belo, implicitamente afirmo que é, de direito, belo para
todos. Como o meu juízo não se baseia em inclinações ou interesses (por mais elevados que sejam) que
me são peculiares, posso julgar-me no direito de que os outros reconheçam também a beleza do objeto.

 Problema da definição de arte

Teorias Essencialistas
-As obras partilham alguma característica ou conjunto de características que são condições necessárias e
suficientes para que algo tenha o estatuto de arte. Defendem a arte em termos de propriedades
intrínsecas comuns aos objetos.

 Teoria da arte como imitação (Platão e Aristóteles):


A arte consiste na imitação da natureza bela ou na reprodução de comportamentos humanos, conceitos
ou ideias belos, bons e justos.

Objeções: Artes não imitativas, o reduzido valor da melhor imitação, problemas com a noção de
representação.

 Teoria Expressivista da arte


Uma obra de arte é uma emoção transformada em ideia na mente do artista e que ele projeta num
objeto.
Tolstoi: Algo é arte se e só se é a expressão contagiante de emoções pessoais.
Collingwood: Algo é arte se e só se é a expressão clarificadora de emoções pessoais

Objeções: Propriedades não intencionadas, Inacessibilidade dos estados mentais do artista, O artista
tem que sentir sempre oque a obra exprime?, Arte inexpressiva

 Teoria Formalista da Arte (Clive Bell, Eduard Hanslick)


Um objeto é uma obra de arte se possui uma forma que possa ser apreciada esteticamente (forma
significante).

Objeções: Vagueza no conceito de forma(significante), Forma e Conteúdo são inseparáveis.

Teorias Não Essencialistas


-Não é possível captar o conceito de arte numa lista de condições necessárias e suficientes, mas sim
arranjar propriedades extrínsecas a todas as obras.

 Teoria Institucional da Arte (George Dickie)


Uma obra de arte é um artefacto com um conjunto de aspetos ao qual foi conferido o estatuto de
candidato para apreciação por uma pessoa atuando em nome de uma instituição social, o mundo da
arte.

Objeções: Arte adventícia, circularidade e falta de informatividade sobre o mundo da arte,


arbitrariedade ou critérios ocultos?

 Teoria histórico-intencional (Levinson)


Uma obra de arte é um objeto acerca do qual o seu proprietário tem a intrenção duradoura de que ele
seja visto como é tipicamente vista a arte.
Objeções: O direito à propriedade, ausência de intencionalidade, o problema da “primeira arte”,
excesso de inclusividade.

11º
 Linguagem silogística

 Conceito de lógica formal


Uma lógica formal começa pela tomada de consciência de que a validade de alguns
argumentos depende de certos aspetos da sua estrutura. Isso é visível nestes 2 exemplos:

Algumas sociedades injustas são democráticas.


Logo, algumas sociedades democráticas são injustas.

Algumas flores são belas.


Logo, algumas coisas belas são flores.
Estes dois argumentos tem a mesma estrutura: Alguns P são S. Logo, alguns S são P. É esta
estrutura partilhada por diferentes argumentos que se chama forma lógica. Uma lógica é
formal quando estuda os argumentos indiretamente, estudando as suas estruturas. É o caso da
lógica silogística.

 Quatro formas lógicas


Exemplo Forma lógica Tipo Designação

Todos os holandeses são bondosos. Todo o S é P A Universal Afirmativa

Nenhum filósofo é pobre. Nenhum S é P E Universal Negativa

Alguns homens são carecas. Algum S é P I Particular Afirmativa

Alguns gatos não são egípcios. Algum S não é P O Particular Negativa

Proposição Expressão Canónica Tipo


Se um ser é humano, é mortal. Todo o ser humano é mortal A
Todas as zebras são não quadrúpedes. Nenhuma zebra é quadrúpede E
Pelo menos um ser humano é simpático. Alguns seres humanos são simpáticos I
Existem zebras que não são brancas. Algumas zebras não são brancas O
 O quadrado da oposição

Todo o S é P A Contrárias E Nenhum S é P


Subalternas
Subalternas Contraditórias

Contraditórias

I Subcontrárias O
Algum S não é P
Algum S é P

Contraditórias (A/O, E/I): Negam se mutuamente: não podem ser ambas verdadeiras nem
ambas falsas.

Contrárias (A/E): Não podem ser ambas verdadeiras, mas podem ser ambas falsas: exemplo-
tanto é falso que todas as mulheres são altas como é falso que nenhuma mulher é alta.
Subcontrárias (I/O): Não podem ser ambas falsas, mas podem ser ambas verdadeiras.
Exemplo- Tanto é verdadeiro que alguns gregos são filósofos como é verdadeiro que alguns
gregos não são filósofos.

Subalternas (I/A, O/E): As proposições de tipo A implicam as proposições de tipo I, e as de tipo


E implicam as de tipo O. Exemplo: Todos os seres humanos são mamíferos implica que alguns
seres humanos são mamíferos.

 Oque é um silogismo?

Uma forma silogística é algo como o seguinte:

Todo o M é P.
Todo o S é M.
Logo, todo o S é P.

O termo sujeito é sempre o primeiro termo que ocorre na proposição, sendo o segundo o
termo predicado. Ao termo sujeito da conclusão (S) chama-se termo menor, sendo o termo
predicado o termo maior. A premissa menor é a que tem o termo menor, sendo a premissa
maior a que tem o termo maior. No nosso caso, a segunda premissa é a menor porque tem o
termo menor, S, sendo a primeira premissa a maior porque tem o termo maior , P. O termo
que não ocorre na conclusão mas ocorre nas duas premissas é o termo médio, M.

Definição de silogismo:
-Tem apenas duas premissas e uma conclusão;
-Todas as suas proposições são de tipo A, I, E ,O;
-Tem apenas 3 termos;
-O termo menor é o termo sujeito da conclusão;
-Nas premissas, o termo menor só ocorre uma vez;
-O termo maior é o predicado da conclusão;
-Nas premissas o termo maior só ocorre uma vez;
-O termo médio ocorre apenas uma vez em cada uma das duas premissas;
- O termo médio não ocorre na conclusão.

 Termos gerais
-Um termo geral é uma palavra ou um conjunto de palavras que podem referir mais de uma
coisa. Isto contrasta com os termos singulares, que não podem referir mais de uma coisa.
Assim as palavras “Sócrates” e “Marte” são termos singulares.

 Figuras e modos de silogismo


Oque define as figuras do silogismo é a posição do termo médio nas premissas:

Figura I Figura II Figura III Figura IV


Premissa Maior MéP PéM MéP PéM
Premissa Menor SéM SéM MéS MéS
Conclusão SéP SéP SéP SéP

Das 256 formas silogísticas, só as seguintes 24 são válidas:


Figura I Figura II Figura III Figura IV
AAA EAE AII AEE
EAE AEE IAI IAI
AII AOO OAO EIO
EIO EIO EIO AAI
AAI EAO AAI EAO
EAO AEO EAO AEO

 Regras de validade

Regras do Silogismo
Regra Viola a regra Não viola a regra
1 O termo médio tem de estar distribuído pelo menos Algum P é M. Algum P não é M.
uma vez. Todo o S é M. Todo o S é M.
Logo, algum P não é S. Logo, algum P não é S.
2 Qualquer termo distribuído na conclusão tem de Todo o M é P. Todo o P é M.
estar distribuído numa premissa. Todo o M é S. Nenhum M é S
Logo, nenhum S é P. Logo, nenhum S é P.
3 Pelo menos uma premissa tem de ser afirmativa Nenhum P é M. Todo o P é M.
Nenhum S é M. Nenhum S é M.
Logo, nenhum S é P. Logo, nenhum S é P.
4 Se uma premissa for negativa, a conclusão tem de Algum P não é . Nenhum P é M.
ser negativa. Algum S é M. Algum S é M.
Logo, algum S é P. Logo, algum S não é P.

Falácias Formais
Um silogismo é uma falácia formal quando parece válido mas não é. Algumas falácias são tão
formais que têm nome:
Designação Regra Violada Exemplo

Falácia do médio não distribuído. Regra 1: O termo médio tem de Algum M é P.


estar distribuído. Todo S é M.
Logo, algum S é P.
Ilícita maior: o termo maior está Regra 2: Qualquer termo Algum M é P.
distribuído na conclusão, mas não na distribuído na conclusão tem de Algum S não é M.
premissa em que ocorre. estar distribuído numa premissa. Logo, algum S não é P.
Ilícita menor: termo menor está Todo P é M.
distribuído na conclusão, mas não na Todo M é S.
premissa em que ocorre. Logo, todo S é P.

 Argumentação e lógica formal

 Cinco conetivas
Exemplo Forma lógica Designação Formalização
Sócrates não era holandês. Não P. Negação P
Temos livre-arbítrio e P e Q. Conjunção P Q
responsabilidade moral.
A ética é imperativa ou meramente P ou Q. Disjunção PVQ
sugestiva.
Se arte é emoção, então os Se P então Q. Condicional P Q
formalistas estão equivocados.
Deus existe se e só se a vida é P e só se Q. Bicondicional P Q
sagrada.

 Tabelas de verdade
Negação:
P P
V F
F V
Conjunção: Só é verdadeira quando ambos os conjuntos são verdadeiros.
P/Q P Q
VV V
VF F
FV F
FF F

Disjunção:
Inclusiva: Só é falsa quando ambas as disjuntas são falsas.
P/Q P VQ
VV V
VF V
FV V
FF F

Exclusiva: É falsa quando as disjuntas tem o mesmo valor de verdade.


P/Q P VQ
VV F
VF V
FV V
FF F

Condicional: Só é falsa quando P é verdadeiro e Q falsa. Numa condicional P Q, P é


a antecedente e Q a consequente.
P/Q P Q
VV V
VF F
FV V
FF V
Bicondicional: Só é verdadeira quando P e Q tem o mesmo valor de verdade.
P/Q P Q
VV V
VF F
FV F
FF V

 Âmbito das conetivas


Quando preenchemos tabelas de verdade, temos de ter atenção ao âmbito das
conetivas ; a última conetiva a preencher é sempre a principal.

 Formas argumentativas comuns


Nome Forma lógica
Modus Ponens P Q
P
:. Q
Modus Tollens P Q
Q
:. P
Contraposição P Q
:. Q P
Silogismo disjuntivo PVQ
P
:.Q
Silogismo hipotético P Q
Q R
:.P R
Leis de Morgan (P V Q)
:. P Q
Ou
(P Q)
:. P V Q

Precisamente porque estas formas argumentativas válidas são muito comuns, há


formas argumentativas inválidas que são particularmente perigosas porque são
parecidas com essas.

Nome Formalização
Uma falácia formal é uma forma
Falácia da afirmação da P Q argumentativa inválida que
consequente Q parece válida.
:. P
Falácia da negação da P Q
antecedente P
:. Q
 Falácias Informais
 Falso dilema P ou Q
Mas não P
Exemplo: Ou acreditas em Deus ou és ateu. Logo, Q
Não acreditas em Deus.
Logo, és ateu.

Comete se a falácia do falso dilema caso se apresentem duas hipóteses alternativas como se
estas esgotassem todas as possibilidades, quando, na verdade, existem mais do que duas
hipóteses. No exemplo apresentado, a falácia surge na 1ª premissa. Esta premissa sugere que
existem apenas duas hipóteses: acreditar em Deus ou ser ateu, isto é um falso dilema, já que
existe mais uma possibilidade, ser agnóstico.

 Falácia da Derrapagem
Exemplo: Se permitirmos o casamento homossexual, um dia as crianças poderão ser adotadas
por casais homossexuais.
Se as crianças puderem ser adoptadas por casais homossexuais, a família tradicional
desaparecerá.
Se a família tradicional desaparecer, assistiremos ao fim da sociedade civilizada.
Ora, devemos impedir o fim da sociedade civilizada.
Logo, não devemos permitir o casamento homossexual.

Comete-se a falácia da derrapagem quando invocando uma cadeia causal Se P, então Q


implausível, se defende que não devemos aceitar algo porque se o Se Q, então R
fizermos esse será o primeiro passo em direção a algo terrível. Se R, então S
Logo, se P, então S.

 Falácia do Boneco de Palha


Exemplo: Os ateus defendem que o universo surgiu do nada.
Mas é inconcebível que o universo tenha surgido do nada.
Logo, os ateus estão enganados. Deus existe.

A falácia do boneco de palha consiste em distorcer a posição do oponente de modo a ataca-la


mais facilmente. Assim em vez de se refutar a verdadeira perspetiva que o oponente defende,
derruba-se uma mera caricatura dessa perspetiva- metamorficamente um mero boneco de
palha e não um homem autêntico.

 Apelo á ignorância
Exemplo: Nenhum filósofo até hoje conseguiu provar que Não se sabe que P,
Deus existe, Logo, é verdadeiro que P.
Logo, Deus não existe.
Não se sabe que P,
Nenhum cientista conseguiu até hoje provar que não Logo, é falso que P.
existem extraterrestres,
Logo, existem extraterrestres.

Numa falácia de apelo á ignorância afirma-se nas premissas que não se sabe que uma certa
proposição é verdadeira, concluindo-se dar que ela é falsa, concluindo-se daí que ela é
verdadeira, ora estas inferências são inválidas, pois do simples facto de não se conhecer o
valor de verdade de uma proposição não se segue que essa proposição seja falsa nem
verdadeira.

 Petição de Princípio
Exemplo: A Bíblia é a palavra de Deus
Se a Bíblia é a palavra de Deus, então é verdadeira
Na Bíblia está escrito que Deus existe
Logo, Deus existe.

A petição de princípio ocorre num argumento quando nas premissas pressupomos que a
conclusão é verdadeira, sem parecer que o fazemos comete-se está falácia quando se
pressupõe nas premissas aquilo que se quer provar com o argumento.

 Ad Hominem
Exemplo: Defendes que as touradas devem acabar porque não passas de um intelectual
suburbano desligado da vida rural.
Logo, as touradas não devem de acabar.

As falácias ad hominem consistem em ataques pessoais. Para mostrar que uma


certa proposição é falsa ataca-se quem defende que ela é verdadeira. Em vez A pessoa B afirmou que
de se apresentarem verdadeiras razões para aceitar a conclusão, tenta-se P
desacreditar a pessoa que rejeita essa conclusão, descrevendo-a em termos Mas B não é credível
desfavoráveis. Resumindo, ataca-se a pessoa, quando se devia refutar aquilo Logo, P é falso.
que ela defende.

 Dedução e Indução
Validade dedutiva Validade indutiva
Alguns corvos são animais bonitos. Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, alguns animais bonitos são corvos. Logo, todos os corvos são pretos.

 Generalizações e previsões
Critérios Exemplos

1 O número de coisas observadas tem de ser representativo Uma pessoa que depois de ver 5 indianos com barbra conclui
na totalidade. que todos os indianos usam barba viola este critério.
2 Não pode haver informação que ponha em causa a validade Uma pessoa que conclui que o seu cão irá viver para sempre
do argumento. porque até agora sempre viveu está a desconsiderar o
conhecimento de que os organismos biológicos morrem.
3 Não pode haver contraexemplos, depois de os termos Uma pessoa que conclui que só em Portugal se fala português
procurado ativamente. depois de ter visitado todos os países da Europa viola este
critério: se procurar países fora da Europa, irá encontrar vários
onde se fala português.
 Autoridade e Analogia

 Argumentos de autoridade
Forma Lógica: Uma autoridade especialista afirmou que P.
Logo, P.
Critérios Exemplos

1 É preciso que a autoridade invocada seja realmente uma Invocar Einstein para defender ideias políticas viola esse
autoridade na área. critério porque ele era uma autoridade em física, mas não
em filosofia política.
2 É preciso especificar em que livro ou outro texto tal Uma pessoa que atribui a Einstein a ideia de que tudo é
autoridade disse tal coisa. relativo, mas depois é incapaz de dizer onde ele o escreveu,
viola este critério.
3 É preciso que a afirmação seja consensual entre as Uma pessoa que defende não haver livre-arbítrio porque
autoridades da área. Espinosa o sustentou, não obedece a este critério porque
outros filósofos discordam de espinosa.
4 É preciso que as autoridades invocadas não tenham fortes Um argumento baseado na opinião dos mecânicos de
interesses pessoais ou de classe no tema em causa. automóveis e cuja conclusão seja que nenhum carro é
seguro se não for obrigatoriamente à oficina uma vez por
trimestre viola este criério

Depois de garantir que a autoridade realmente afirmou o que está causa e que é realmente
uma autoridade na área é preciso garantir que o facto de ela afirmar tal coisa torna mais
provável que isso seja verdadeiro. Quando uma testemunha afirma algo, mas outra
testemunha igualmente bem colocada o nega , a afirmação da 1ª não torna mais provável que
isso seja verdadeiro e quando todas as autoridades concordam, mas têm todas muito a ganhar
com a afirmação que defendem o consenso entre elas não torna mais provável que isso seja
verdadeiro.

Qualquer pessoa pode cometer falácias sem se dar conta, porque todos somos falíveis.
Infelizmente, há quem usa falácias propositadamente, para enganar os outros. Quando isso
acontece tratam-se de sofismos.

Os sofismos são as falácias usadas conscientemente para enganar os outros.

 Argumento por analogia


Os argumentos por analogia são aqueles que se baseiam na semelhança entre coisas
diferentes.

Forma lógica: Tanto A como B são F,G,H…


Ora B é K.
Logo, A é K.

Critérios Exemplos
1 É preciso que as semelhanças sejam relevantes Uma pessoa que conclui que um livro é excelente porque tem uma capa da
com respeito à conclusão. mesma cor de outro que era excelente, que tem o mesmo nº de páginas e que é
também feito de papel viola o critério.
2 É preciso que o número de semelhanças relevantes Uma pessoa que conclui que um livro é excelente porque é do mesmo autor
com respeito à conclusão seja adequado. viola este critério. Esta semelhança é revelante, mas é preciso mais de uma.
3 É preciso que não existam diferenças relevantes Uma pessoa que conclui que os homens tem útero porque são como as
com respeito à conclusão. mulheres e estas têm útero viola este critério.

 Aristóteles

O objetivo da oratória é persuadir o auditório;


O objetivo da retórica é estabelecer o que torna a oratória eficaz.

 A teoria retórica de Aristóteles

Três modos de persuasão:


 Ethos: A persuasão baseia-se no carácter do orador.
 Pathos: A persuasão baseia-se nas emoções do público.
 Logos: A persuasão baseia-se na própria argumentação.

Três tipos de oratória:


 Deliberativa: Discurso político, delibera sobre o futuro.
 Judicial: Discurso dos tribunais, decide sobre o passado
 Epidictica : Discurso de louvor ou condenação presente.

Retórica: Discurso sobre pessoas, sobretudo: decisões políticas ou jurídicas concretas, atitudes
sobre feitos do passado.
Discurso monológico, sem intervenção dos interlocutores.

Dialética: Argumentação filosófica, sobre problemas teóricos, argumentos, teorias e conceitos


abstratos. Diálogo, com perguntas e respostas do interlocutor.

 Platão

 Argumento do dinheiro:
Se os sofistas realmente ensinassem a justiça, e se fossem capazes de ensinar qualquer pessoa,
não seria necessário exigir pagamento antecipado. Mas eles exigem pagamento antecipado.
Logo, ou não ensinam realmente a justiça ou são incapazes de ensinar qualquer pessoa.

 Argumento do objeto de estudo


Se os sofistas não sabem o que é justo, o que ensinam é uma mera simulação do
conhecimento da justiça. Ora, eles não sabem oque é justo. Logo, o que ensinam é uma mera
simulação do conhecimento da justiça.

 Retórica e filosofia

Platão pensa que não é possível ser genuinamente competente em retórica sem ao mesmo
tempo saber filosofia. E isto por 2 razões:
1º porque se o objeto da oratória é o justo e o injusto, só o filósofo pode adequadamente
discursar sobre tais temas porque só ele os estudou seriamente.
O sofista pode apenas simular que os conhece, enganando a multidão e enganando-se a si
próprio.
2º, porque se o objetivo da oratória é persuadir o auditório, o orador tem de ter um
conhecimento profundo dos diferentes perfis psicológicos das pessoas que ele quer persuadir.
Isto porque diferentes pessoas deixam-se persuadir por diferentes tipos de discurso. Ora, só o
filósofo tem esse género de conhecimento profundo sobre os diferentes tipos de pessoas. Este
é um aspeto central a critica de Platão aos sofistas. A
Critica é a de que os sofistas se limitam a simular um conhecimento do bem e da justiça que
não têm. Esse conhecimento só uma pessoa que se dedica seriamente ao estudo pode ter: um
filósofo. Assim, o principal defeito da sofistica é tratar-se de uma mera simulação da filosofia.

Platão considera que o mau uso da retórica ocorre quando o sofista simula uma vida filosófica
que não tem.

Platão considera que no bom uso da retórica chamamos para a filosofia pessoas que não têm
uma paixão natural pela filosofia.

 Descrição e interpretação da atividade cognitiva

 Sentidos de conhecer

Conhecimento por contacto: Conhecer alguém ou algo.


Exemplo: Conhecer veneza.

Conhecimento proposicional: Saber que- Uma proposição verdadeira.


Exemplo: Saber que Veneza tem 118 ilhas.

Conhecimento prático: Saber como- ação ou atividade


Exemplo: Saber pintar

Conhecimento proposicional: 2+2=4; Fumar faz mal à saúde

 A definição tradicional de conhecimento

 Conhecimento e crença verdadeira justificada


Há pelo menos 3 condi\1ções que têm de ser satisfeitas para alguém conhecer algo:
a) Esse alguém acreditar nisso;
b) Isso em que se acredita ser verdadeiro;
c) Esse alguém ter boas razões (justificações) para acreditar nisso
Isto quer dizer que a crença, a verdade e a justificação são ingredientes ou condições
necessárias de conhecimento.

 A crença é condição necessária do conhecimento


Não há conhecimento sem crença: não podemos saber uma coisa sem acreditar nessa coisa,
oque equivale dizer que a crença é uma condição necessária para o conhecimento. Mas há
crença sem conhecimento, pois acreditamos por vezes em coisas que não sabemos nem
sequer podemos saber. Por exemplo, muitas pessoas acreditaram que a Terra era plana, visto
que a Terra nem é nem nunca foi plana. Isto significa que apesar da crença ser necessária para
o conhecimento, não é suficiente: não basta acreditarmos para sabermos, caso contrário tudo
em que as pessoas acreditam seria conhecimento.

 A verdade é condição necessária do conhecimento


Diz- se que o conhecimento é factivo, isto é, que o conhecimento implica a verdade daquilo
que se conhece. Mas oque faz as nossas crenças serem verdadeiras? A verdade de como as
coisas são realmente e não do que nos pensamos. O que torna, pois, uma crença verdadeira é
o mundo e não a nossa mente.
Podemos concluir, pois, que todo o conhecimento é crença verdadeira. Mas será que todas as
crenças verdadeiras são conhecimento?

 Saber não é uma questão de sorte


Acreditar na verdade por mero acaso não é conhecimento. Ninguém diria que o aluno que, por
mera sorte, opta pela resposta certa numa pergunta de escolha múltipla sabe a resposta. Oque
falta ao aluno é apresentar alguma boa razão ou justificação a favor da verdade da sua crença.
Ter bons palpites ou acertar por acaso não é a maneira apropriada de ligar a crença ao que, de
facto, se passa no mundo.
Resumindo, a justificação é a condição que, ao ser satisfeita, exclui a ideia de que o
conhecimento pode ser uma questão de sorte: não se atinge o conhecimento por sorte, mas
sim por mérito.

 Serão a crença,a verdade e a justificação suficientes?


Contraexemplo de Gettier
Os alunos do 11º C organizaram um jantar de Natal e convidam a diretora de turma,k a professora de
Filosofia. A professora tinha de sair mais cedo ,e por isso, foi a 1ª a chegar. Enquanto não chegavam os
outros a professora foi pondo conversa com o Rodrigo sobre as relações entre os colegas de turma.
Umas das novidades que ele contou à professora foi que o Paulo namorava com a Beatriz. Entretanto
chegaram mais 3 colegas, que confirmaram oque ele disse. A professor teve então de sair do jantar. Ela
saiu convencida que o namorado da Beatriz estava no jantar. A verdade porém, é que a Beatriz tinha
acabado o namoro com o Paulo no dia anterior, e tinha começado a namorar secretamente com o Alexi.

1. Há a crença de que o namorado da Beatriz foi ao jantar;


2. A crença de que o namorado da Beatriz foi ao jantar é verdadeira;
3. A crença de que o namorado da Beatriz foi ao jantar é justificada.

Assim parece correto afirmar que a professora não sabia que o namorado da Beatriz foi ao
jantar. Temos portanto uma crença verdadeira e justificada que não é conhecimento.
A definição de conhecimento continua um problema em aberto.

 Fontes de Conhecimento

Queremos estar seguros de que sabemos mesmo estas coisas e de que não estamos a ser
enganados. Por isso precisamos de investigar como foi tal acontecimento obtido e oque nos
garante que o modo como foi obtido é fiável.
A razão e a experiência são, assim as duas fontes principais de justificação das nossas crenças,
sendo a base dos dois principais modos de conhecimento, a priori e a posteriori.
Razão (pensamento): a priori
Experiência (sentidos): a posteriori

Os racionalistas atribuem ao conhecimento a priori um papel fundamental. O melhor exemplo


disso é, de acordo com muitos racionalistas, o conhecimento matemático, que consideram
basear-se apenas na razão.

Os empiristas, por sua vez, argumentam que o conhecimento a priori é pouco interessante,
uma vez que pouco ou nada de substancial nos diz sobre o que se passa no mundo. Isso é algo
que podemos saber a posteriori, que é oque as ciências da natureza fazem.

 Perspetiva racionalista de Descartes

 Argumento central dos céticos


De acordo com os céticos nenhuma das nossas crenças está devidamente justificada, quer a
suposta fonte de justificação seja o pensamento quer seja a experiência. Eles pensam assim
porque consideram que nem as justificações baseadas nos sentidos nem as baseadas na razão
garantem que não estamos a ser enganados.

Os céticos aceitam o seguinte:


 Todos nós temos crenças;
 Sem crença não há conhecimento;
 Algumas das nossas crenças são verdadeiras;
 Sem crença justificada não há conhecimento.
É precisamente, por pensarem não haver crenças justificadas que defendem não haver
conhecimento, mesmo que algumas dessas crenças sejam verdadeiras. O argumento central
dos céticos é pois o seguinte:

Se há conhecimento, algumas das nossas crenças estão justificadas.


Mas nenhuma das nossas crenças está justificada.
Logo não há conhecimento.

 Razões céticas para duvidar

-Argumento das divergências de opinião


Sublinha a ideia comum de que se alguma opinião estivesse devidamente justificada não
haveria razão para outras pessoas razoáveis não a aceitarem.
Ora, isto está de acontecer, mesmo entre os especialistas da área. Se um especialista discorda
de outro, é porque nenhum deles considera boas as razões que sustentam a opinião do outro.
Assim haver duas opiniões opostas sobre a mesma coisa, não significa que ambas sejam falsas,
mas mostra que nenhuma está adequadamente justificada.

-Argumento da Ilusão
A ideia é de que os nossos sentidos nos iludem frequentemente, o que mostra que não são
dignos de confiança. Os nossos olhos, por exemplo, dão-nos informações discordantes e
contraditórias. O mesmo objeto parece-nos grande visto de perto mas pequeno visto de longe.
A julgar pela informação dada pelos nossos olhos, teríamos de concluir que as coisas mudam
de tamanho consoante nos afastamos ou aproximamos delas.

-Argumento da regressão infinita da justificação


Os céticos dizem que tentamos sempre justificar uma crença com base noutra. Ora, porque
esta segunda crença possa justificar a 1ª, temos de a justificar também. Mas a única maneira
de o fazer é recorrer outra vez a mais uma crença, que teremos também de a justificar. Como
isto nunca mais tem fim, acabamos por nunca conseguir justificar crença alguma.

 A dúvida metódica (cartesiana)- Descartes


Descartes pensa ter descoberto um método simples e infalível para por à prova as nossas
crenças: tentar duvidar de todas.

A dúvida metódica funciona então como uma espécie de teste cético: todas as nossas crenças
terão de ser submetidas à dúvida e só serão aceites como justificadas se passarem no teste.
Passar no teste é tentarmos duvidar e não conseguirmos. Uma crença da qual procuramos por
todos os meios duvidar sem o conseguirmos é uma crença indubitável.
 Características da dúvida cartesiana
-Metódica: Porque não é um fim, mas um meio para alcançar o conhecimento, mostrando que
os céticos estão errados: não se duvida por duvidar nem se conclui que tudo é duvidoso. Sendo
um meio, ela tem um caráter provisório, pois é abandonada uma vez alcançado o seu objetivo.
-Universal: Porque nada está imune à dúvida, aplicando-se esta sistematicamente a todo o
tipo de crenças ( a posteriori ou à priori) e até as nossas próprias faculdades racionais.
-Hiperbólica: Porque nenhuma dúvida é suficientemente disparatada, admitindo-se todo o
tipo de razões para duvidar e levando até às suas ultimas consequências. É hiperbólica
também porque leva a supor que é falso o que é apenas duvidoso.

 Aplicando o método da dúvida metódica:


Descartes começa então por aceitar o argumento cético da ilusão pois se os sentidos nos
enganaram antes então não podemos estar certos de que não nos enganam agora. Descartes
não precisa de mostrar que os sentidos nos enganam sempre. Basta que nos tenham
enganado algumas vezes para termos boas razões para duvidar do seu testemunho, tal como
temos boas razões para desconfiar de alguém de que já várias vezes nos enganou.

-Argumento do sonho:
Mostra que os sentidos nos enganam porque nos sonhos tudo se passa como se estivéssemos
realmente a ter as experiências que temos quando estamos acordados. E enquanto sonhamos
acreditamos que tudo está a acontecer na realidade e não apenas na nossa cabeça. Como
podemos saber se neste momento estamos a sonhar ou não? Descartes conclui que não
podemos saber e que, portanto tudo pode não passar de ilusão. Descartes não diz que
estamos de facto a sonhar e que tudo é uma ilusão. Basta que seja possível para que a dúvida
se instale.

-Argumento da hipótese do génio maligno


É uma experiência mental que consiste em imaginar uma espécie de divindade enganadora
que o usa o seu enorme poder para se divertir à nossa custa. Essa divindade manipula
sistematicamente os nossos pensamentos sem nos apercebermos disso. Claro que um ser
assim revela maldade, pelo que não seria realmente uma divindade. Dai a designação de génio
maligno. O poder desse génio maligno seria tal que conseguiria causar na nossa mente todas
as crenças que bem lhe apetecesse. Por exemplo, poderia nos enganar sempre que pensamos
2+2=4, fazendo-nos acreditar que isso é verdade, mesmo não sendo, poderia ser 2+2=5.
Descartes não diz que o génio maligno existe mesmo, mas basta a hipótese da sua existência
para surgir a duvida, e basta isso para que fiquemos sem saber se afinal é mesmo verdadeiro
que 2+2=4.

 Cogito (penso logo existo)


É uma crença autojustificada
É uma verdade da razão, e não dos sentidos

O cogito é uma crença autojustificada porque é de tal forma evidente, que se justifica a si
própria: pensando, justifico a minha crença de que penso e existo. Ora se esta é uma crença
autojustificada então está explicado o principal erros dos céticos: pensarem que todas as
crenças são justificadas por outras crenças. Não precisando de ser justificada por outra crença,
o Cogito mostra que isso é falso, e que, portanto não há regressão infinita da justificação.
Devido a este aspeto do Cogito Descartes é um fundacionalista pois acredita que há uma
crença fundacional, o Cogito, que sustenta todas as outras crenças. Descartes é um
racionalista: alguém que defende que o fundamento de todas as crenças reside na razão.

“Penso logo existo” não é o mesmo que “corro logo existo” pois duvidar de que penso é ainda
pensar. Portanto, a duvida não consegue desfazer a certeza de que penso. O mesmo não
acontece com “corro logo existo” pois posso perfeitamente estar a sonhar que corro sem estar
realmente a correr. Ou seja, pode ser falso que corro quando penso que estou a correr, mas
não pode ser falso que penso quando penso que estou a pensar. Assim, só o “penso” serve. E
nem mesmo “aquela pessoa pensa, logo existe” serve, pois posso perfeitamente duvidar de
que tal pessoa existe, quanto mais que ela pensa.

Eu penso: uma ideia clara e distinta- Critério da clareza e distinção.

 Deus
Descartes pensa que nada nem ninguém a não ser Deus pode garantir que não me engano
quando concebo algo clara e distintamente. Essa garantia só pode ser dada por um ser
poderoso.
Porém, imaginemos que existe Deus, que é um ser poderoso e bom, autor não apenas do
mundo em que vivo mas também da minha própria natureza. Porque é poderoso, Deus poderá
garantir que eu não seja desprovido de capacidade para conhecer as coisas, desde que aplique
cuidadosamente a razão que ele mesmo me deu. E Deus quererá fazer isso porque é bondoso.

Deus existe: Descartes pensa que há provas de que Deus existe. Uma das provas + importantes
é inteiramente a priori, pois não recorre à experiência mas sim ao pensamento.

 Três tipos de ideias:


Descartes diz encontrar na sua mente algumas ideias que parecem inatas, outras que são fruto
da imaginação e ainda outras que são adquiridas.
-Ideias inatas: Já vem connosco de nascença, limitando-nos a descobri-las em nós. Por
exemplo as ideias de coisa, de verdade e de pensamento são inatas, pois não as inventámos
nem foi algo que precisamos de aprender.
-Ideias inventadas (factícias): São, por sua vez, criações da própria mente, como as ideias de
lobisomem, sereia…
-Ideias adquiridas (adventícias): Têm origem nas impressões que as coisas causam nos
sentidos, como acontece com as ideias de calor, cavalo e planeta.

Conhecimento Primitivo ou Não Inferencial: É aquele que é obtido de modo direto, por
contacto com o objeto. Exemplo: Sei que está a chover porque vejo a chuva a cair.- a posteriori
Conhecimento Primitivo a priori: Cogito de Descartes

Conhecimento Derivado ou Inferencial: É aquele que resulta de um argumento. Exemplo: A


Daniela está na escola ou em casa. Ela não está em casa (acabei de ir lá procura-la). Logo, está
na escola- Sei que ela está na escola como resultado de um argumento, não porque a tenha
visto lá: a posteriori

 A perspetiva empirista de David Hume

 Impressões e ideias

Sensações externas: Auditivas, Visuais, Tácteis…


Impressões

Sensações Internas: Emoções, Desejos…

Ideias Simples: memórias


Ideias
Ideias Complexas: Imaginação

 Relações de ideias e Relações de Facto

Hume diz-nos que as relações de ideias e as Relações de facto são os 2 tipos fundamentais de
objetos da investigação humana.

Ex Relações de Ideias: O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos;
3x5=30…
Ex Relações de facto: O sol vai nascer amanhã; O calor e a luz são efeitos do fogo…

 O que os distingue é que a negação de uma afirmação sobre questões de facto não
implica contradição alguma, enquanto, a negação de uma afirmação sobre relações
de ideias implica uma contradição.

 Verdades Necessárias e Verdades Contingentes


 Ao que é verdadeiro mas poderia ter sido falso damos o nome de verdade
Contingente. Exemplo: Fernando pessoa nasceu em Lisboa, mas poderia ter nascido
em Santarém.
 Ao que é verdadeiro mas não poderia ter sido falso damos o nome de Verdade
Necessária. Exemplo: Nenhum casado é solteiro.

 A priori e a posteriori

Verdades Sobre questões Acerca da


A posteriori Contingentes de facto natureza

Conhecimento
A priori Verdades Sobre Relações Acerca dos nossos
Necessárias de Ideias conceitos

 Causalidade

-Segundo Hume o nosso conhecimento das relações causais baseia-se na experiência.

Para além da experiência:


O sol vai nascer amanhã: Previsão
Todos os peixes respiram por guelras: Lei da Natureza
Esta barra de metal dilatou por causa do calor: Explicação Causal
-Segundo Hume todas estas afirmações referem questões de facto e são verdades
contingentes. Por isso, só podemos conhecê-las a posteriori, isto é, recorrendo apenas aos
sentidos.

 Causa e efeito
-Chama-se “relação de causalidade” à relação de causa e efeito.
Hume defende que as causas e efeitos não podem ser conhecidos pela razão. Podemos
imaginar o ser com as maiores capacidades racionais, e esse ser seria incapaz de descobrir pelo
pensamento apenas as causas e efeitos de um dado objeto que nunca viu. Por exemplo, se ele
nunca viu metal, não poderá prever que o metal dilata com o calor.

 Conjunção Constante
Hume defende que quando observamos uma conjunção constante entre 2 tipos de
acontecimentos temos tendência para concluir que há relação de causalidade entre eles. Ou
seja, observámos até agora que a todos os acontecimentos de tipo A se seguiram
acontecimentos de tipo B, esta é a conjunção constante efetivamente observada por nós. Por
ex, sempre que uma bola de bilhar colide com outra vemos que a 2ª se põe em movimento.
Temos tendência para concluir que o movimento da 1ª bola causou o movimento da 2ª. Ou
seja, concluímos que há relação de causalidade entre o 1º e o 2º acontecimento.

 Há uma conexão necessária entre 2 acontecimentos quando um não pode ocorrer


sem o outro.
Afirmar que há conexão necessária entre causa e efeito é supor que um acontecimento produz
inevitavelmente o outro.
A ideia de conexão necessária resulta de um sentimento interno adquirido pelo hábito.

 Hábito
Ao observarmos repetidamente uma conjunção constante entre certos acontecimentos gera-
se em nós a expetativa que o mesmo acorra no futuro, levando-nos a pensar que um não pode
correr sem o outro. Assim a nossa crença de que há uma conexão necessária entre
acontecimentos decorre simplesmente do hábito. É o hábito que leva a nossa mente a projetar
no mundo a ideia de conexão necessária. A causalidade que supostamente nos permite
compreender muito do que acontece no mundo, não passa de algo que existe apenas na nossa
mente e não algo que possa ser observado no mundo.

 Ceticismo de Hume
 Problema da indução

-O princípio da uniformidade da natureza é o pressuposto de que a natureza é uniforme e


regular, comportando-se sempre da mesma maneira.
-O problema da indução é que o raciocínio indutivo leva Hume a concluir que todas as
afirmações baseadas no raciocínio indutivo são injustificadas, o que acontece com as previsões
e formulações de leis cientificas. Logo quase todas as afirmações das ciências empíricas são
injustificadas.

 Problema do Mundo Exterior


Mas Hume vai mais longe nas suas conclusões céticas, defendendo que a nossa crença na
realidade do mundo exterior é também injustificada.
 Chama-se mundo exterior a tudo o que não faz parte dos nosso conteúdos mentais.
 Perguntar se o mundo exterior é real é perguntar se os objetos que percecionamos
têm uma existência independente da nossa perceção.

Como vimos, Hume defende que na nossa mente apenas temos perceções, sendo elas a
origem do nosso conhecimento do mundo. Porém, não podemos confundir a perceção de um
objeto com esse objeto. Por ex, as nossas perceções de uma árvore são diferentes consoante
nos aproximamos ou afastamos dela: parece nos maior quando estamos mais perto e mais
pequena quando estamos mais longe. Mas não acreditamos que a própria árvore mude de
tamanho à medida que nos aproximamos ou afastamos dela. Isto mostra que a perceção da
árvore e a própria árvore não são a mesma coisa.

Não sabemos realmente que o mundo exterior existe nem que não existe.

 Ceticismo Sistemático é Impraticável


Hume diz que é impossível vivermos como céticos. Na teoria, o ceticismo é imbatível, mas as
nossas ações e a nossa vida quotidiana contradizem no na prática. Simplesmente não
conseguimos viver como se o ceticismo fosse verdadeiro e como se não houvesse um mundo
exterior. O nosso instinto natural de sobrevivência impede nos de duvidar de tudo: precisamos
de acreditar em várias coisas para conseguirmos viver. É por isso que Hume acaba por
reconhecer que o ceticismo sistemático é impraticável.

 Ceticismo Moderado
Hume não é, pois um cético radical. Isto porque, ao contrário dos céticos radicais, defende que
não devemos abandonar as nossas crenças intuitivas na existência do mundo exterior ou de
relações causais. Hume pensa que abandonar essas crenças tornaria, a nossa vida impossível.
Contudo os argumentos céticos de Hume mostram que a nossa capacidade de conhecimento
tem limites, exigindo que sejamos moderados nas nossas opiniões. Devemos estar sempre
atentos para evitar o dogmatismo, e devemos manter o nosso espírito aberto, pois pode dar se
o caso de as nossas certezas nos impedirem de ver melhor as coisas.

 O estatuto do conhecimento científico


A atividade científica consiste essencialmente na investigação com vista a construir teorias
explicativas e encontrar leis que permitam fazer previsões. O cientista é um investigador, e a
sua atividade é essencialmente gerar novos conhecimentos.

 Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico


Conhecimento Vulgar ou Senso Comum: Apresenta-se como um corpo de conhecimentos
dispersos e pouco estruturados. Adquire-se muitas vezes de forma espontânea sendo outras
vezes herdado de gerações anteriores. Geralmente procura-se descrever as coisas com fins
essencialmente práticos. É encarado e transmitido de forma geralmente dogmática.
Conhecimento Científico: No caso da ciência é apresentada como um corpo de conhecimentos
sistematizados e fortemente estruturados. Tipicamente é o resultado de investigação
metódica e organizada. A finalidade é geralmente produzir boas teorias explicativas. É
criticamente avaliada e testada pelos próprios cientistas.

 O método científico: a perspetiva indutivista

 O método experimental e o raciocínio indutivo


Ora, a ciência visa precisamente estabelecer teorias e leis universais capazes de fazer previsões
rigorosas a partir de um número finito-mesmo que elevado- de observações particulares e de
experiências realizadas. Assim de acordo com os indutivistas, não haveria ciência sem indução,
cujo papel é central no método científico. Basta pensar que método experimental começa com
a observação- por isso diz-se que a ciência parte de fatos- e que as hipóteses são confirmadas
com a experimentação. Isso não poderia ser feito recorrendo apenas ao raciocínio dedutivo,
defendem os indutivistas, pois consideram que a dedução não tem o caráter ampliativo- não
acrescenta conhecimento. Muitos indutivistas sublinham que a indução está, aliás,
duplamente presente no método experimental: tanto no processo de descoberta como no
processo de justificação de teorias.

 O papel da indução na descoberta e na justificação


Alguns filósofos chamaram a atenção para uma distinção importante entre a maneira como se
da a descoberta científica- o contexto de descoberta, e a maneira como se justificam os
resultados obtidos com essa descoberta- o contexto de justificação.
Porém muitos indutivistas defendem que a indução tem um papel central tanto na descoberta
como na justificação de teorias, sendo que o contexto de descoberta corresponde as 2
primeiras fases do método experimental (observação de factos e formulação de hipóteses
explicativas dos factos observados) e o contexto de justificação às outras 2 (confirmação de
hipóteses por meio de experimentação e estabelecimento de leis gerais).

Descoberta 1.Observação Indução 2.Hipótese


Justificação 3.Experimentação Indução 4.Lei geral

 Críticas ao indutivismo

 Como observar o inobservável?


Os indutivistas defendem, como vimos, que em ciência se parte sempre da observação e que o
papel da indução e precisamente chegar a teorias universais capazes de explicar o que foi
observado. Há variadíssimos casos de explicação científicas em que aquilo que precisa de ser
explicado não é diretamente observável: é o caso das partículas subatómicas, como os
neutrinos, ou de coisas invisíveis como campos eletromagnéticos. Já sem falar da origem do
universo, que os cientistas também procuram explicar e que ninguém alguma vez observou.
Portanto, argumentam alguns filósofos, não é verdade que, em ciência, se parte sempre das
observação do que se pretende explicar, ao contrário do que os indutivistas defendem.

 A observação pura é possível?


A ideia é de que geralmente prestamos mais atenção àquilo que, de certo modo já
procurávamos. Tem, portanto de haver como que uma luz que guia a observação, sendo essa
luz alguma hipótese básica ou interesse teórico. Isto explica também por que razão 2 cientistas
de áreas diferentes observam aspetos diferentes quando olham para a mesma coisa. Assim a
observação acaba por ser contaminada pela teoria, pelo que a observação pura que os
indutivistas supõem ser o ponto de partida não é realmente o ponto de partida, dado que nem
sequer é possível.

 O problema da Indução
Ora, se o método científico se baseia essencialmente no raciocínio indutivo, como defendem
os indutivistas, e este não é confiável, então é a própria ciência que não é confiável. Parece,
pois, que se quisermos continuar a confiar na ciência, temos de rejeitar o indutivismo.

 O falsificacionismo de Popper

 Demarcação e falsificabilidade
Nem a indução nem a verificabilidade- isto é, a característica de ser verificável-funcionam
como critério de demarcação entre teorias científicas e não científicas. No fundo, diz ele, o
que é racional esperar de uma teoria científica não é que ela seja empiricamente verificada,
mas antes que ela possa ser empiricamente testada. Essa é a marca da cientificidade que
permite distinguir as teorias cientificas de quaisquer outras. Ora, recorrer à experiência para
testar as suas teorias é algo que está ao alcance dos cientistas, mesmo sem indução. Testar
teorias é tentar ativamente encontrar casos que sejam incompatíveis com ela. Mas isso é o
oposto de verifica-las. O que os cientistas fazem com as suas teorias é, pois, tentar falsificá-las.
Ao passo que nenhuma quantidade de casos particulares permite verificar uma proposição
universal como a de que todos os cisnes são brancos, basta observarmos apenas um cisne que
não seja branco para a falsificar, isto é, para provar que é falsa.

Uma teoria é científica só se for


TESTÁVEL

Uma teoria é testável só se for


empiricamente FALSIFICÁVEL

 Falsificabilidade e falsificação

Ser falsificável significa que a teoria têm de dizer em que circunstâncias observacionais se
revelaria falsa. Assim mesmo as teorias científicas, que por hipótese são verdadeiras são
também falsificáveis. Por ex a teoria de que todas as esmeraldas são verdes é falsificável, pois
é possível pensar o que teríamos de encontrar para a refutar: uma esmeralda que não fosse
verde. Uma teoria ser falsificável não depende pois de ser falsa nem de vir a ser efetivamente
falsificada. Tal como uma coisa ser comestível não depende de vir a ser efetivamente comida,
há muitas coisas comestíveis que nunca foram nem serão alguma vez comidas por alguém.

 Graus de falsificabilidade

 Quanto + coisas a teoria proibir + conteúdo empírico ela tem e maior é o seu grau de
falsificabilidade.
 O conteúdo empírico de uma teoria é a informação que ela dá sobre o mundo que
observamos.
Tudo começa com um problema, depois segue a teoria, de seguida a observação para a
tentativa de refutação. Se ao tentarmos refutar uma teoria ela resistir aos testes, dá-se o
nome de teoria corroborada, e como resistiu aos testes, dá-se continuação aos testes.
Se ao tentarmos refutar uma teoria e ela não resistir aos testes, dá-se o nome de teoria
refutada e tenta-se uma nova hipótese.

 Conjeturas e Refutações

 Método Crítico
Popper considera que o método crítico pode ser caracterizado como “o método de conjeturas
ousadas e de tentativas engenhosas e severas de refutá-las”. Daí chamar-lhe também
“método das conjeturas e refutações”. As coisas começam assim:
1. Tudo começa com algum problema. Se não houver problema, a investigação nem
arranca. Não se parte, portanto, da observação, como supõem os indutivistas.
2. Perante um dado problema, o cientista só tem 1 coisa a fazer, que é avançar com um
1ª tentativa de solução, isto é, com uma hipótese.
3. A hipótese terá de ser testada, isto é, terá de ser sujeita a tentativas sérias de
refutação.

Se a hipótese for refutada, terá de ser substituída por outra melhor, que responda ao mesmo
problema, mas que não enfrente as mesmas dificuldades que a anterior.

 O papel da observação e a corroboração de teorias


Em 1º lugar, o cientista não procura a todo o custo as suas teorias de eventuais ataques. Pelo
contrário, o método exige que ele próprio seja crítico em relação a elas.
Em 2º lugar, contrariamente ao que se supõem os defensores do método indutivo, não se
parte da observação, nem a experimentação serve para verificar ou confirmar teorias. A
observação surge depois da hipótese, e a sua finalidade é encontrar contraexemplos, e não
suportá-la.
Em 3º lugar, é um método baseado no raciocínio dedutivo.

Isto mostra que de acordo com Popper, é errado afirmar que há teorias ou hipóteses
verdadeiras, dado que nunca são verificadas. Mesmo quando as teorias passam com sucesso
aos testes severos para a falsificar.
Então se nunca se pode provar que uma teoria é verdadeira, o que dizer daquelas que não
conseguimos falsificar? Popper chama-as de teorias corroboradas.

 Críticas a Popper
 A perspetiva de Popper não corresponde ao que realmente se passa na prática;
 Popper só da conta do conhecimento científico negativo e não daquele que, em geral,
nos leva a dar importância à ciência: os seus resultados positivos;
 De acordo com Popper não podemos proferir juízos sobre o futuro que sejam
racionalmente justificadas, pelo que nos deixa na mesma situação levantada pelo
problema da indução.

 Racionalidade Científica e Objetividade

 Perspetiva de Popper

 Popper sobre a objetividade


Popper defende uma perspetiva racionalista da ciência considerando que esta proporciona
conhecimento objetivo. De acordo com o Popper o conhecimento científico é objetivo porque
a sua lógica de justificação é independente de quaisquer sujeitos, dado que nenhum elemento
subjetivo intervém no modo como ele é testado.

 Popper sobre o progresso


A resposta de Popper é que não precisamos de saber que as teorias são verdadeiras para haver
progresso. Basta que as teorias atuais sejam melhores do que as anteriores. Segundo Popper a
ciência avança por um progresso racional de eliminação de erros, que consiste na substituição
de más teorias por teorias cada vez melhores. O que se passa com a evolução científica é
caracterizado como um processo de continua aproximação da verdade. Nunca podemos dar
como certo que chegamos mas temos boas razões para concluir que nos aproximamos dela
cada vez mais.

 A perspetiva de Kuhn
Kuhn pensa que só é possível fazer uma caracterização correta da ciência prestando atenção à
história da ciência no seu todo e ao modo como os cientistas se comportam no seio da
comunidade científica. De acordo com Kuhn, abordagem como a de Popper não captam o que
realmente se passa na ciência porque não olham o interior da comunidade científica: como se
formam os cientistas, como conseguem o seu emprego, como trabalham no seu dia-a-dia…

 Ciência Normal e Paradigma


A ciência normal é o que milhares de pessoas fazem diariamente, durante praticamente toda a
sua vida.

A Ciência extraordinária ocorre raramente em curtos e turbulentos períodos de revolução


científica.

Revolução Científica: Mudança de Paradigma

Crise: Acumulação de anomalias a que o paradigma não consegue dar resposta

Paradigma: É uma matriz disciplinar, isto é, uma visão do mundo que proporciona os princípios
teóricos e práticos para se fazer ciência numa dada área.

Paradigma Incomensurável: Os paradigmas são incomensuráveis e incompatíveis. Não


podemos comparar objetivamente aquilo que cada paradigma defende, pois correspondem a
formas totalmente diferentes de explicar e prever fenómenos.

Anomalia: Dificuldade persistente que o paradigma se vê forçado a enfrentar.

 Revoluções científicas e mudança de paradigma


Os períodos de crise científica são períodos de desorientação, durante os quais o paradigma se
torna insatisfatório por falta de soluções. É nessa altura que jovens cientistas menos ligados ao
paradigma em crise propõem ideias completamente novas. Este é um período excecional de
revolução científica, em que uma determinada forma de ver e de explicar o mundo é
substituída por outra completamente diferente, ou seja, em que ocorre uma mudança de
paradigma. Mas oque leva os cientistas, nos momentos de mudança de paradigma, a optar por
uma dada teoria em vez de outra teoria rival? Kuhn diz que não é possível apontar critérios
fixos para isso, pois estão envolvidos todo o tipo de motivações (pessoas, sociais,
económicas…)
 Escolha de teorias e Incomensurabilidade

 Escolha de teorias
Se como defende Kuhn, a escolha de teorias propostas por paradigmas que competem entre si
depende em grande parte de critérios subjetivos, então talvez a ciência não seja objetiva. Kuhn
reconhece que há critérios objetivos, mas considera que são insuficientes, pois tais critérios
não conseguem explicar por que razão há cientistas que aderem a uma teoria proposta por um
paradigma e outros cientistas aderem a teorias rivais.

1. Exatidão: Diz respeito às previsões que uma teoria permite fazer e às suas aplicações
práticas observáveis. Quanto mais exatas forem as suas previsões e quanto mais
precisas as suas aplicações melhor é a teoria.
2. Consistência: Diz respeito à coerência interna da teoria e à sua compatibilidade com
outras teorias aceites nesse período. Quanto + uma teoria estiver de acordo com
outras amplamente aceites melhor é.
3. Simplicidade: Diz respeito à quantidade de leis ou princípios teóricos fundamentais de
que a teoria necessita para explicar as coisas. Quanto – aparatosa for a teoria +
simples e elegante ela é, oque torna preferível a outras + complexas.
4. Alcance: Diz respeito à quantidade e diversidade de coisas que ela consegue explicar.
Quantas + coisas uma teoria conseguir explicar melhor é.
5. Fecundidade: Diz respeito à capacidade de uma teoria gerar novas descobertas
científicas.

 Incomensurabilidade de paradigmas
É a ideia de Kuhn de que não é possível comparar objetivamente paradigmas. Ora se não é
possível compará-los, também não pode haver qualquer continuidade entre eles. Mas, não
havendo qualquer tipo de continuidade, haverá realmente um processo científico?
Kuhn diz que a ciência não tem de progredir em direção a um fim estabelecido, rejeitando a
ideia de que a ciência progride em direção à verdade.

 Críticas a Popper e a Kuhn

Karl Popper
-Conceção idealizada e irrealista da atividade científica;
Não justifica adequadamente a nossa confiança na ciência.

Thomas Kuhn
-A ideia de incomensurabilidade é implausível e é contrariada pela própria história da ciência;
-Abre as portas a uma conceção irrealista e cética da ciência.

FIM

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