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SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO APLICADA
Lei Complementar Nº 10.098/94 - Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores....................... 786
Lei Complementar N.º 13.259 - Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio
Grande do Sul..................................................................................................................................... 858
Decreto 46.534/09 - Regimento Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul............. 867
PROMULGADA
ESCRITA
DOGMATICA DICA: PEDRA FUNDAMENTAL
RÍGIDA
ANALÍTICA
FORMAL
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
III - DI IV - VA I - SO II - CI V - PLU
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
I – Con Construir
II – Gar Garantir
III – Erra Erradicar
IV - Pouco Promover
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
VI - defesa da paz;
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3 A Autodeterminação
1 IN Independência
6 DA Defesa da Paz
4 NÃO Intervenção
10 CON Concessão
2 PRE Prevalência
5 I Igualdade
9 CO Cooperação
8 RE Repúdio
7 S Solução
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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DESTINATÁRIOS DO ARTIGO 5º
Os brasileiros natos e naturalizados (pessoas físicas);
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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DIREITO DE EXPRESSÃO!!
REGRA INVIOLABILIDADE
EXCEÇÕES !!
DE DIA DE NOITE
Flagrante Delito Flagrante Delito
Prestar Socorro Prestar Socorro
Desastre Desastre
Determinação Judicial XXX
Expressão chave: “Sem consentimento”
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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
ASSOCIAÇÕES
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
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DIREITO DE PROPRIEDADE
XXII - é garantido o direito de propriedade;
PROPRIEDADE INTELECTUAL
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
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XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
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SÃO IMPRESCRITÍVEIS:
Racismo
Terrorismo;
Tráfico de Drogas
Tortura
Crimes HEdiondos
b) perda de bens;
c) multa;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
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b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
PENAS
PREVISTAS VEDADAS
privação ou restrição da liberdade de morte, salvo em caso de guerra declarada
perda de bens caráter perpétuo
Multa trabalhos forçados
prestação social alternativa banimento
suspensão ou interdição de direitos cruéis
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
EXTRADIÇÃO
BRASILEIRO NATO JAMAIS SERÁ EXTRADITADO
crime comum, praticado antes da
naturalização
BRASILEIRO comprovado envolvimento em tráfico
NATURALIZADO ilícito de entorpecentes e drogas afins,
na forma da lei
ESTRANGEIRO Somente não será extraditado em caso
de crime político ou de opinião
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
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LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
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LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
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A buso de poder
I legalidade
A utoridade pública
Entidade de Classe;
Organização Sindical
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SO – NA – CI
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
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MEIO ambiente
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
SEM
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
DESTINATÁRIOS:
Urbano
Rural
Doméstico
Avulso
Aprendiz
Servidor Público
Oficial das Forças Armadas
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
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VELHAS NA TPM
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
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XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
de idade em creches e pré-escolas;
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XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;
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EMPREGADO DOMÉSTICO
TEM DIREITO A (COM A EMENDA CONSTITUCIONAL 72/2013)
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SERVIDORES PÚBLICOS
TEM DIREITO A:
IV - Salário Mínimo
VII – Garantia do salário mínimo mesmo com remuneração variável
VIII - Décimo Terceiro salário
IX – Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno
XII – Salário família.
XIII – Jornada de 8 Horas e 44 semanais
XV – Repouso Semanal Remunerado preferencialmente aos domingos
XVI – Hora extra com no mínimo 50% a mais
XVII – Férias anuais com um terço a mais
XVIII – Licença a gestante de 120 dias
XIX – Licença Paternidade
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher
XXII – Redução de Riscos inerentes ao trabalho
XXX – Proibição de diferença de salários (Igualdade salarial).
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;
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VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
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Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
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I - natos:
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
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II - naturalizados:
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§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
V - da carreira diplomática;
Ministro do STF;
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Carreira Diplomática;
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
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Bahs!!
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
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II - referendo;
1% do eleitorado nacional;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
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I - a nacionalidade brasileira;
V - a filiação partidária;
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35 anos
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
30 anos
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
21 anos
d) dezoito anos para Vereador.
18 anos
DICA INFALÍVEL PARA DECORAR!! BRASILEIRO
PLENAMENTE FALIDO
BRASILEIRO – Nacionalidade Brasileira;
Filiação partidária
AListamento eleitoral
Idade mínima
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
+ 4 anos
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
TABELA DA JURISDIÇÃO
PRESIDENTE E VICE PAÍS
GOVERNADOR E VICE ESTADO
PREFEITO E VICE MUNICIPIO
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
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CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
I - caráter nacional;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um
mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os
tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do
fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
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Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
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CAPÍTULO II
DA UNIÃO
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas;
as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
VI - o mar territorial;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e
mediante aprovação do Congresso Nacional;
II - desapropriação;
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Ver artigo 24 inciso XI da Constituição Federal
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - serviço postal;
XI - trânsito e transporte;
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XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização
nacional;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:2
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
do bem-estar em âmbito nacional.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:3
II - orçamento;
2
Competência de todos.
3
Não fala em municípios.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
4
Var artigo 22 inciso I da Constituição Federal.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Entendendo a regra:
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I.
CAPÍTULO IV
Dos Municípios
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até
50.000 (cinquenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
SUBSÍDIO
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do Município;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município;
MAS E O VEREADOR?
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único .
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos
Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no §
5 o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000
(trezentos mil) habitantes;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um)
e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre
500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e
um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de
8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
70%
§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal,
na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios,
onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
SEÇÃO I
DO DISTRITO FEDERAL
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil,
da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda
instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as
eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
c) autonomia municipal;
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto
ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o
Poder Judiciário;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
+ = Máximo
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
61
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
90,25%
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
+
62
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
+
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
+
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados
e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
90,25%
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que
possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a
remuneração do cargo de origem.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
SEÇÃO II
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
SAL GAR DECI REMU SALFAMI DURA REPOU REMU GOZO LICE GE E PAT
PROTMUL REDUC PROIBDIF
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos
terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e
Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei
complementar do respectivo ente federativo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do
caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art.
144.
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins
de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
correspondente será contado para fins de disponibilidade.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo
acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência
social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa
do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art.
249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e
ativos de qualquer natureza;
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e
o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que
vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e
3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo
as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-
se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal.
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no
art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
SEÇÃO IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo
complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades
regionais.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas
físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água
represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras
áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades
da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
𝟖 ≤ 𝒆 ≥ 𝟕𝟎
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
COM SANÇÃO DO
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
EM REGRA!!
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior
a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
SEÇÃO IV
DO SENADO FEDERAL
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
c) Governador de Território;
e) Procurador-Geral da República;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Público federal;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
SEÇÃO V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - desde a posse:
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas
no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração,
de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias
por sessão legislativa.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem
mais de quinze meses para o término do mandato.
SEÇÃO VI
DAS REUNIÕES
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
II - do Presidente da República;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
DOS
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - disponham sobre:
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - relativa a:
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que,
no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas
duas Casas do Congresso Nacional.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória,
esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
Deputados.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á
no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da
República.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o
fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
+ CONTROLE INTERNO
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios
de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que
couber, as atribuições previstas no art. 96.
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
100
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado.
+
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
102
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da
República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
103
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas
de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
SEÇÃO IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um
anos e no exercício dos direitos políticos.
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.
105
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública.
SEÇÃO V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
SUBSEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA
I - o Vice-Presidente da República;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
SUBSEÇÃO II
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
106
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - o Vice-Presidente da República;
IV - o Ministro da Justiça;
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
107
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as
fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
108
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo
voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
109
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por
cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios
dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual,
conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença
entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a
noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
110
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
ou ou
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente;
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público,
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
órgãos de representação das respectivas classes.
111
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I.
VII
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
112
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor
ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
113
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios,
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo , permitidos,
nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
114
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos
ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
115
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores
distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo
o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
116
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora,
para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação
sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o
somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de
serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º
do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês
imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
duplicidades, e deduzidas:
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por
determinação constitucional;
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos
servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
117
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos
precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor
deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais
nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou
mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução
máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao
crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado.
SEÇÃO II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
118
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
119
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
120
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
b) o crime político;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
121
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - o Presidente da República;
VI - o Procurador-Geral da República;
122
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei.
123
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha
ao Supremo Tribunal Federal.
124
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e
de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em
curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
125
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
126
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TRF + TJ
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
ADV +MPF
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;
127
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
128
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
129
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
+ de 30 e – de 65 anos
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antigüidade e merecimento, alternadamente.
130
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
131
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
132
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça
estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
133
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
Seção V
TST 30 SEM 3 = 27
134
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
135
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
136
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
+ de 30 e – de 65 anos
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94;
137
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
SEÇÃO VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
IV - as Juntas Eleitorais.
138
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais.
139
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
140
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três
dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco
dentre civis.
+ de 35 anos
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
141
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e,
em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Defensoria Pública
Advocacia Pública
Ministério Público
Advocacia Privada
SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
143
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Uii!!!!
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos,
a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
RESUMO
Procurador Geral da Chefe do Ministério Permitida a recondução
República Público da União (reconduções ilimitadas)
Procurador Geral de Chefe do Ministério Permitida uma
Justiça Público dos Estados recondução somente
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
VII!
II - as seguintes vedações:
b) exercer a advocacia;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
147
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal
de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público
da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.
149
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.
SEÇÃO II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-
se-á mediante concurso público de provas e títulos.
150
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios,
após relatório circunstanciado das corregedorias
SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
151
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
UII!
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
Anotações
#VaiDarCerto!
152
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
1. Ano: 2020 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Prefeitura de Betim - MG Prova: INSTITUTO
AOCP - 2020 - Prefeitura de Betim - MG - Analista Jurídico
Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
2. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFPB Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
UFPB - Tecnólogo Formação - Gestão Pública
O Estado é integrado por três poderes, aos quais correspondem três funções básicas: o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Sobre a função de cada poder, é correto afirmar que
Anotações
153
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
3. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFPB Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
UFPB - Administrador
O princípio básico da teoria dos três poderes é que um poder limita outro poder. Dentre as
funções dos poderes, a qual(is) dos poderes compete a função de controle interno?
4. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 8
Qual dos seguintes órgãos NÃO está vinculado ao Poder Judiciário?
a) Superior Tribunal Militar – STM.
b) Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
c) Tribunal de Contas da União – TCU.
d) Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
e) Tribunal Superior do Trabalho – TST
5. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Investigador
De acordo com o texto constitucional, assinale a alternativa correta acerca das Funções
Essenciais à Justiça.
a) O Ministério Público da União compreende apenas o Ministério Público Federal e o
Ministério Público do Trabalho.
b) A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado
Federal.
c) São princípios institucionais da Defensoria Pública a pluralidade, a divisibilidade e a
independência funcional.
d) A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
e) É vedado, aos membros do Ministério Público, exercer a advocacia e qualquer outra
função pública, inclusive de magistério.
Anotações
154
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
6. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Investigador
Assinale a alternativa correta de acordo com o que dispõe a Constituição federal acerca do
Poder Judiciário.
a) Lei complementar, de iniciativa do Congresso Nacional, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura.
b) A Justiça Militar não está vinculada ao Poder Judiciário.
c) São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a
Constituição Federal e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
d) É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes alternadas em lista de
merecimento.
e) Ao juiz titular, não é obrigatório residir na respectiva comarca, salvo por determinação
do tribunal.
7. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal
Sobre as funções essenciais à justiça e de acordo com as normas constitucionais, assinale a
alternativa correta.
a) Em qualquer hipótese, o advogado, que é considerado indispensável à administração
da justiça, tem garantida a inviolabilidade por seus atos e manifestações no exercício
da profissão.
b) A unidade, a indivisibilidade e a interdependência funcional com o Ministério Público
são princípios institucionais da Defensoria Pública.
c) Ao Ministério Público, incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
d) Incumbe à Advocacia-Geral da União, diretamente ou através de órgão vinculado,
apenas a representação judicial da União.
e) A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
Anotações
155
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
8. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal
Sobre as disposições constitucionais acerca do Ministério Público e seus membros, assinale a
alternativa correta.
9. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal
Sobre os juízes, suas garantias e proibições segundo as normas constitucionais, assinale a
alternativa correta.
a) É permitido aos magistrados dedicar-se à atividade político-partidária.
b) É vedado ao juiz exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos cinco anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
c) Os juízes gozam, dentre outras, da garantia da inamovabilidade, salvo por motivo de
interesse público.
d) Os juízes podem exercer, cumulativamente, qualquer outro cargo ou função, inclusive o
de magistério.
e) Os juízes gozam, dentre outras, da garantia da vitaliciedade, que, no primeiro grau, só
será adquirida após três anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos,
de sentença judicial transitada em julgado.
Anotações
156
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
10. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe
a) processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, o Presidente da
República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República.
b) processar e julgar, mediante recurso extraordinário, o habeas corpus, o mandado de
segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.
c) processar e julgar, mediante recurso ordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988.
d) julgar, em recurso ordinário, a extradição solicitada por Estado estrangeiro.
e) julgar, em recurso ordinário, a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões.
11. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Escrivão de Polícia
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, são Funções Essenciais à Justiça,
EXCETO
a) o Ministério Público.
b) a Advocacia Pública.
c) a Advocacia.
d) a Defensoria Pública.
e) o Tribunal de Contas da União.
Anotações
157
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
12. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Escrivão de Polícia
Quanto ao Poder Judiciário, a Constituição da República Federativa do Brasil prevê que
a) ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa, porém não é assegurada
autonomia financeira.
b) o Estatuto da Magistratura trata-se de Lei Ordinária de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal.
c) são, dentre outros, órgãos do Poder Judiciário: o Conselho Nacional de Justiça, o
Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais e Juízes
Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares.
d) o quinto constitucional é a norma que prevê que um quinto dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais dos Estados, Distrito Federal e Territórios será composto por
membros oriundos do Poder Executivo.
e) o Supremo Tribunal Federal é composto por onze Ministros nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela Câmara de Deputados.
13. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 -
PC-ES - Escrivão de Polícia
No Brasil, o(s) único(s) ente(s) federativo(s) que NÃO possui/em competência judiciária é/são:
a) a União.
b) os Estados.
c) o Poder Legislativo.
d) os Municípios.
e) o Distrito Federal.
Anotações
158
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
14. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Administrativa
O Conselho Nacional de Justiça é um órgão que compõe o Poder Judiciário e tem, dentre suas
atribuições, o controle da atuação administrativa e financeira do Tribunal Regional do Trabalho
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. De acordo com o que dispõe
expressamente a Constituição Federal, assinale a alternativa que apresenta apenas alguns dos
membros que compõem o Conselho Nacional de Justiça.
a) Três membros do Ministério Público dos Estados e um desembargador de Tribunal de
Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
b) Dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil,
e um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo respectivo tribunal.
c) Um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal, e um juiz
federal, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
d) O Procurador-Geral da República e dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, indicados pelo Senado Federal.
e) Um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça, e um
juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
15. Ano: 2013 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Colégio Pedro II Prova: Instituto AOCP -
2013 - Colégio Pedro II - Assistente Social
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si:
a) o Presidente, o Senado e os Municípios.
b) a União, os Estados e os Municípios
c) o Ministério Público, o Legislativo e o Judiciário.
d) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
e) o Senado, o Ministério Público e o Judiciário
Anotações
159
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
16. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFMG Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 -
UFMG - Advogado (HC-UFMG)
Assinale a alternativa INCORRETA
a) A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, judicial e
extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei específica que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico
do Poder Executivo.
b) O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis
c) O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos
e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
d) A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados,
na forma do art. 5º, LXXIV.
e) Os juízes gozam das garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
subsídio.
17. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFMG Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 -
UFMG - Advogado (HC-UFMG)
Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta. Nos termos do art. 112 da Constituição
Federal de 1988, a lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos ____________, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho.
a) juízes federais
b) juízes leigos
c) juízes de direito
d) representantes do Ministério Público
e) juízes de paz
Anotações
160
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
18. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFSM Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 -
UFSM - Advogado
Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
II. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho.
III. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
IV. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,
o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do
Trabalho decidir o conflito.
a) Apenas I e III
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas I, II e III
d) Apenas I, II e IV
e) I, II, III e IV.
19. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFC Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 - UFC
- Advogado
De acordo com as disposições constitucionais que versam sobre os tribunais e os juízes
do trabalho, é INCORRETO afirmar que:
a) frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
b) recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às
mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho.
c) os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados
necessariamente na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos.
d) em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito.
e) os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo.
Anotações
161
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
20. Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: INSTITUTO AOCP - 2015 -
EBSERH - Advogado (HC-UFG)
Sobre a composição do Conselho Nacional do Ministério Público, é correto afirmar que
a) o Conselho Nacional do Ministério Público é composto por treze membros nomeados
pelo Presidente da República para um mandato de quatro anos.
b) o Senado Federal e a Câmara dos Deputados indicam, um cada, dois cidadãos de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
c) não é permitida a recondução de seus membros.
d) o Supremo Tribunal Federal indica dois juízes.
e) a escolha do Conselho Nacional do Ministério Público deve ser aprovada pela maioria
simples do Senado Federal.
21. Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: INSTITUTO AOCP - 2016 -
EBSERH - Advogado (CH-UFPA)
Acerca da organização do Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
a) Compete privativamente aos Tribunais propor a criação de novas varas judiciárias.
b) Ao poder judiciário, é assegurada apenas autonomia administrativa.
c) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes
de decorridos 2 (dois) anos do afastamento do cargo, aposentadoria ou exoneração.
d) O Conselho Nacional de Justiça compõem-se de 10 (dez) membros com mandato de 3
(três) anos, não se admitindo a recondução.
e) Para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, é exigida a idade
mínima de 30 (trinta) anos.
22. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: MPE-BA Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 -
MPE-BA - Assistente Técnico - Administrativo
Preencha as lacunas a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
“O Ministério Público é instituição ________________, ___________________ à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem _________________, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais ______________________.”
a) permanente / dispensável / política / indisponíveis
b) provisória / essencial / política / indisponíveis
c) provisória / essencial / jurídica / indisponíveis
d) permanente / essencial / jurídica / indisponíveis
e) permanente / essencial / jurídica / disponíveis
Anotações
162
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
23. Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: MPE-BA Prova: INSTITUTO AOCP - 2014 -
MPE-BA - Analista Técnico - Direito
De acordo com a Constituição Federal, é vedado aos membros do Ministério Público, EXCETO
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais.
b) exercer a advocacia.
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei.
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo duas de
magistério.
e) exercer atividade político-partidária.
24. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
Acerca da Justiça do Trabalho, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, assinale a
alternativa correta.
a) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações relativas às penalidades
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações
de trabalho.
b) Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal.
c) Compete à Justiça do Trabalho, processar e julgar a execução de ofício da contribuição
social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre a receita ou o faturamento, e seus acréscimos legais, decorrentes das
sentenças que proferir.
d) O Conselho Superior da Justiça do Trabalho é órgão da Justiça do Trabalho,
cabendolhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária,
financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema, cujas decisões não terão efeito vinculante.
e) Compete à Justiça do Trabalho, processar e julgar os conflitos de competência entre
órgãos com jurisdição trabalhista e o Superior Tribunal de Justiça.
Anotações
163
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
25 Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
De acordo com a Constituição Federal, o Ministério Público é instituição permanente, essencial
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Acerca das disposições
constitucionais relativas ao Ministério Público, assinale a alternativa INCORRETA.
a) São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
b) A garantia de vitaliciedade prevista para os Membros do Ministério Público do Trabalho
deve estar prevista em lei ordinária de iniciativa privativa do Procurador-Geral da
República.
c) Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa.
d) A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado
Federal.
e) Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.
26. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A Constituição Federal fixa expressamente todas as competências das cortes superiores, aí
inclusos o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Superior do
Trabalho.
( ) Dentre os membros do Tribunal Superior do Trabalho, estão seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
( ) Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a
reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
( ) O subsídio dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho corresponde a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal.
a) V – F – V – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) F – F – V – V.
Anotações
164
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
27. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária
No exercício da atividade de Analista Judiciário, lida-se diariamente com questões acerca da
competência, atribuições e características do Poder Judiciário. Nesse sentido, assinale a
alternativa correta, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal.
a) Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal a alteração do número de
membros dos tribunais inferiores.
b) Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal organizar as secretarias e
serviços auxiliares dos tribunais inferiores e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva.
c) Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
d) Aos juízes é vedado exercer outro cargo ou função, salvo se estiver em disponibilidade.
e) São órgãos do Poder Judiciário: o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Regionais do
Trabalho e o Ministério Público.
28. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária
O Ministério Público do Trabalho, órgão bastante atuante junto à Justiça do Trabalho, está
sujeito ao controle da atuação administrativa e financeira exercido pelo Conselho Nacional do
Ministério Público. Acerca do exposto, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal,
assinale a alternativa correta.
A) O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de doze membros nomeados
pelo Presidente da República.
B) O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho Nacional do Ministério Público.
C) Os mandatos dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público terão duração
de três anos, admitida uma recondução.
D) Compete ao Procurador-Geral da União presidir o Conselho Nacional do Ministério
Público.
E) O Conselho Nacional do Ministério Público será composto, dentre outros membros, de
três advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Anotações
165
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
29. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária
Acerca do Superior Tribunal de Justiça, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma
a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) É competência do Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, o habeas
corpus quando o paciente for membro do Ministério Público Estadual.
( ) O Superior Tribunal de Justiça é composto por trinta e três membros, sendo que, destes,
dois terços devem ser escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
próprio Tribunal.
( ) É competência do Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, o habeas
corpus quando o paciente for Comandante da Marinha.
a) F – V – F.
b) V – V – F.
c) F – F – V.
d) F – F – F.
e) V – V – V.
30. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO
AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Área Administrativa
De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, assinale a alternativa correta acerca do
Estatuto da Magistratura.
a) Deve ser estabelecido por Lei Ordinária de iniciativa do Poder Executivo.
b) É instituído por Lei Complementar de iniciativa do Congresso Nacional.
c) Será disposto por Lei Ordinária de inciativa do Senado Federal.
d) Deve ser estabelecido por Lei Ordinária de iniciativa do Congresso Nacional.
e) É instituído por Lei Complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal.
31. Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: CISAMUSEP - PR Prova: INSTITUTO
AOCP - 2016 - CISAMUSEP - PR - Advogado
De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, compete ao Superior Tribunal de Justiça
processar e julgar originariamente
a) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias.
b) o Procurador-Geral da República nas infrações penais comuns.
c) os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade.
d) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou
entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta.
e) a extradição solicitada por Estado estrangeiro.
Anotações
166
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
32. Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: CISAMUSEP - PR Prova: INSTITUTO
AOCP - 2016 - CISAMUSEP - PR - Advogado
De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, compete à Justiça do Trabalho processar
e julgar
a) as ações movidas por empregado em face do INSS, visando a concessão de benefícios
previdenciários.
b) as ações movidas por empregado em face do INSS, para concessão do benefício de
auxílio-doença, quando a incapacidade decorre de acidente de trabalho.
c) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.
d) as ações penais movidas em face do empregador que comete crime contra as relações
de trabalho.
e) os crimes contra a organização do trabalho.
33. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Câmara de Cabo de Santo Agostinho -
PE Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - Câmara de Cabo de Santo Agostinho - PE - Advogado
Referente à Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta.
a) Ao Conselho Nacional de Justiça compete rever, de ofício ou mediante provocação, os
processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um
ano.
b) Nos tribunais com número superior a vinte e três julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e três membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por
eleição pelo tribunal pleno.
c) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, os
mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal.
d) Lei complementar, de iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura.
Anotações
167
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
34. Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: ITEP - RN Prova: INSTITUTO AOCP - 2018
- ITEP - RN - Perito Criminal - Psicologia
Fazendo uma releitura do cenário do direito romano, “curador de família” se refere a um órgão
que auxilia o poder judiciário. Dos abaixo relacionados, qual se encaixa nessa descrição?
Lembrando que o mesmo é autônomo, possui função fiscalizadora e é um “órgão de lei e fiscal
de sua execução”.
a) O procurador ou membro do Ministério Público.
b) O juiz.
c) O advogado da parte.
d) O serviço social inserido no contexto do judiciário.
e) O perito psicólogo.
35. Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Câmara de Maringá- PR Prova: INSTITUTO
AOCP - 2017 - Câmara de Maringá- PR - Advogado
Quanto às garantias concernentes aos magistrados e vedações impostas pelo artigo 95 da
Constituição Federal, assinale a alternativa correta.
a) A inamovibilidade e a vitaliciedade, e somente estas, constituem as duas garantias
destinadas aos juízes no texto constitucional.
b) A garantia da vitaliciedade traduz a impossibilidade da perda do cargo de juiz, adquirida
em primeiro grau após 3 anos de efetivo exercício.
c) Aos juízes, será vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
antes de decorridos 2 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou por
exoneração.
d) Aos juízes será vedado exercer qualquer cargo ou função, ainda que em
disponibilidade, salvo uma de magistério, conforme rol exaustivo, taxativo e restritivo
delimitado no artigo 95, p.u., I, do texto constitucional.
e) A inamovibilidade é uma garantia constitucional absoluta, inerente aos juízes e deverá
ser observada sob qualquer hipótese.
Anotações
168
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
36. Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Câmara de Rio Branco -
AC Prova: INSTITUTO AOCP - 2016 - Câmara de Rio Branco - AC - Procurador
Segundo o texto Constitucional, o que é função institucional do Ministério Público?
a) Promover, concorrentemente, a ação penal pública, na forma da lei.
b) Participar de sociedade comercial, na forma da lei.
c) Consultoria e assessoramento ao Poder Executivo.
d) Elaborar estudos e preparar informações, por solicitação de autoridade prevista na
Constituição Federal.
e) Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.
37. (Questão elaborada pelo Prof. Pedro Kuhn 2021) Art. 111. Além das funções previstas na
Constituição Federal e nas leis, incumbe ainda ao Ministério Público, nos termos de sua lei
complementar:
Anotações
GABARITO:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
B A E C B C C D C A E C D E E
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A C E C B A D D A B E C B D E
31 32 33 34 35 36 37
A C A A D E E
169
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL
CAPÍTULO IV
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 19. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do Estado e dos
municípios, visando à promoção do bem público e à prestação de serviços à comunidade e aos
indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade, da
impessoalidade, da publicidade, da legitimidade, da participação, da razoabilidade, da
economicidade, da motivação, da transparência e o seguinte:
I - os cargos e funções públicos, criados por lei em número e com atribuições e remuneração
certos, são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais;
II - a lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá-los, devem
declarar os bens que compõem seu patrimônio, podendo estender esta exigência aos detentores
de funções diretivas e empregos na administração indireta;
III - a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços disponíveis de
seus beneficiários ou destinatários;
IV - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado, para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público;
V - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços, e as campanhas dos órgãos e
entidades da administração pública, ainda que não custeadas diretamente por esta, deverão ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo constar símbolos,
expressões, nomes, “slogans” ideológicos político-partidários ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridade ou de servidores públicos.
§ 2.º A ação político-administrativa do Estado será acompanhada e avaliada, através de
mecanismos estáveis, por Conselhos Populares, na forma da lei.
170
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 20. A investidura em cargo ou emprego público assim como a admissão de empregados na
administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de provimento
em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 1.º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos
para o exercício do cargo.
§ 2.º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco por cento
do total dos pontos do concurso.
§ 3.º A não-observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável.
§ 4.º Os cargos em comissão destinam-se à transmissão das diretrizes políticas para a execução
administrativa e ao assessoramento.
§ 5.º Os cargos em comissão não podem ser ocupados por cônjuges ou companheiros e parentes,
consanguíneos, afins ou por adoção, até o segundo grau:
I - do Governador, do Vice-Governador, do Procurador-Geral do Estado, do Defensor Público-
Geral do Estado e dos Secretários de Estado, ou titulares de cargos que lhes sejam equiparados,
no âmbito da administração direta do Poder Executivo;
II - dos Desembargadores e Juízes de 2.º grau, no âmbito do Poder Judiciário;
III - dos Deputados Estaduais, no âmbito da Assembléia Legislativa;
IV - dos Procuradores de Justiça, no âmbito da Procuradoria-Geral de Justiça;
V - dos Conselheiros e Auditores Substitutos de Conselheiros, no âmbito do Tribunal de Contas
do Estado;
VI - dos Presidentes, Diretores-Gerais, ou titulares de cargos equivalentes, e dos Vice-Presidentes,
ou equivalentes, no âmbito da respectiva autarquia, fundação instituída ou mantida pelo Poder
Público, empresa pública ou sociedade de economia mista.
171
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 22. Dependem de lei específica, mediante aprovação por maioria absoluta dos membros da
Assembléia Legislativa:
I - a criação, extinção, fusão, incorporação ou cisão de qualquer entidade da administração
indireta;
II - a alienação do controle acionário de sociedade de economia mista.
§ 1.º A criação de subsidiárias das entidades mencionadas neste artigo assim como a participação
delas em empresa privada dependerão de autorização legislativa.
§ 2.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 80, de 1.º/06/21)
§ 3.º Nas sociedades de economia mista, em que possuir o controle acionário, o Estado fica
obrigado a manter o poder de gestão, exercendo o direito de maioria de votos na assembléia
geral, de eleger a maioria dos administradores da companhia, de dirigir as atividades sociais e de
orientar o funcionamento dos órgãos da companhia, sendo vedado qualquer tipo de acordo ou
avença que implique em abdicar ou restringir seus direitos.
Art. 23. Todas as pessoas têm direito, independentemente de pagamento de qualquer natureza,
à informação sobre o que consta a seu respeito, a qualquer título, nos registros ou bancos de
dados das entidades governamentais ou de caráter público.
§ 1.º Os registros e bancos de dados não poderão conter informações referentes a convicção
política, filosófica ou religiosa.
§ 2.º Qualquer pessoa poderá exigir, por via administrativa, em processo sigiloso ou não, a
retificação ou a atualização das informações a seu respeito e de seus dependentes.
Art. 24. Será publicado no Diário Oficial do Estado, em observância aos princípios estabelecidos
no art. 19, além de outros atos, o seguinte:
I - as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da administração
direta e indireta;
II - mensalmente:
a) o resumo da folha de pagamento do pessoal da administração direta e indireta e a contribuição
do Estado para despesas com pessoal de cada uma das entidades da administração indireta,
especificando-se as parcelas correspondentes a ativos, inativos e pensionistas, e os valores retidos
a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e de contribuições
previdenciárias;
b) o balancete econômico-financeiro, referente ao mês anterior, do órgão de previdência do
Estado;
III - anualmente, relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo Estado e pelas
entidades da administração indireta na área de comunicação, especialmente em propaganda e
publicidade;
172
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
IV - no primeiro dia útil dos meses de fevereiro e agosto, o quadro de pessoal dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta e das subsidiárias destas relativo ao último dia do
semestre civil anterior, relacionando também o número de admitidos e excluídos no mesmo
período, distribuídos por faixa de remuneração, e quadro demonstrativo dos empregados
contratados;
V - os contratos firmados pelo poder público estadual nos casos e condições disciplinados em lei.
Art. 25. As empresas sob controle do Estado e as fundações por ele instituídas terão, na
respectiva diretoria, no mínimo, um representante dos empregados, eleito diretamente por estes.
§ 1.º É garantida a estabilidade aos representantes mencionados neste artigo a partir do registro
da candidatura até um ano após o término do mandato.
§ 2.º É assegurada a eleição de, no mínimo, um delegado sindical em cada uma das entidades
mencionadas no “caput”.
173
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Dos Servidores Públicos Civis
174
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. O adicional de remuneração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado
exclusivamente com base nas características do trabalho e na área e grau de exposição ao risco,
na forma da lei.
Art. 30. O regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado, das autarquias e fundações
públicas será único e estabelecido em estatuto, através de lei complementar, observados os
princípios e as normas da Constituição Federal e desta Constituição.
Art. 31. Lei complementar estabelecerá os critérios objetivos de classificação dos cargos públicos
de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.
§ 1.º Os planos de carreira preverão também:
I - as vantagens de caráter individual;
II - as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;
III - os limites máximo e mínimo de remuneração e a relação entre esses limites, sendo aquele
o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.
§ 2.º As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso
generalizado aos cargos públicos.
§ 3.º As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, obedecerão aos
critérios de merecimento e antiguidade, alternadamente, e a lei estabelecerá normas que
assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.
175
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4.º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no respectivo
quadro, não comportar a organização em carreira.
§ 5.º Aos cargos isolados aplicar-se-á o disposto no “caput”.
§ 6.º As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, ocorrerão em momento
definido mediante juízo de conveniência e oportunidade da Administração Pública, observados os
limites estabelecidos pela lei de responsabilidade fiscal e a necessária previsão legal de cargo
vago, produzindo efeitos a contar da respectiva publicação no Diário Oficial do Estado, vedada a
retroação, ressalvados os casos de indenização por preterição, na forma da lei.
§ 7.º As progressões de nível dentro de uma mesma classe da carreira ocorrerão em momento
definido mediante juízo de conveniência e oportunidade da Administração Pública, ressalvadas
aquelas decorrentes de critérios exclusivamente objetivos, na forma da lei.
Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com
atribuições definidas de direção, chefia ou assessoramento, são de livre nomeação e exoneração,
observados os requisitos gerais de provimento em cargos estaduais.
§ 1.º Os cargos em comissão não serão organizados em carreira.
§ 2.º A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação
profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.
Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
§ 1.º A remuneração dos servidores públicos do Estado e os subsídios dos membros de qualquer
dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procuradores, dos Defensores
Públicos, dos detentores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado, estabelecidos conforme
o § 4° do art. 39 da Constituição Federal, somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada através de lei de
iniciativa do Poder Executivo a revisão geral anual da remuneração de todos os agentes públicos,
civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
§ 2.º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário
para repor seu poder aquisitivo.
§ 3.º REVOGADO
§ 4.º A lei assegurará aos servidores públicos estaduais, após cada quinquênio de efetivo
exercício, o direito ao afastamento, por meio de licença para participar de curso de capacitação
profissional que guarde pertinência com seu cargo ou função, com a respectiva remuneração,
sem prejuízo de sua situação funcional, por até 3 (três) meses, não acumuláveis, conforme
disciplina legal, vedada a conversão em pecúnia para aquele servidor que não a requerer, na
forma da lei.
176
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5.º A Administração terá o prazo de 3 (três) anos, contado da data de requerimento do pedido
pelo servidor, para a concessão da licença capacitação, sendo que, em caso de descumprimento
do prazo, haverá a conversão em pecúnia.
§ 6.º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de
equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de confiança criados em
lei.
§ 7.º É vedada a participação dos servidores públicos no produto da arrecadação de multas,
inclusive da dívida ativa.
§ 8.º Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como limite
único, no âmbito de qualquer dos Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o
subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais.
§ 9.º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
§ 10. º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício
de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo ou aos
proventos de inatividade.
Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de
especialização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com custos
para o Poder Público, quando houver correlação entre o conteúdo programático de tais cursos e
as atribuições do cargo ou função exercidos.
Parágrafo único. Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não
guarde correlação direta e imediata com as atribuições do cargo exercido.
Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das
autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.
Parágrafo único. O pagamento da gratificação natalina, também denominada décimo terceiro
salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.
Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os
seus servidores ativos e inativos ou pensionistas não cumpridas até o último dia do mês da
aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados para a
revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.
177
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 37. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
Parágrafo único. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
contribuição fictício, ressalvado o direito adquirido.
Art. 38. Os servidores públicos vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social do Estado do
Rio Grande do Sul – RPPS/RS – serão aposentados aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se
mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar.
§ 1.º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios
pelo RPPS/RS, ressalvado o disposto nos §§ 4.º-A, 4.º-B, 4.º-C e 5.º do art. 40 da Constituição
Federal, conforme lei complementar.
§ 2.º Além do disposto neste artigo e no art. 40 da Constituição Federal, serão observados, para
concessão de benefícios pelo RPPS/RS, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Regime Geral de Previdência Social.
§ 3.º Observado, no que couber, o disposto na Constituição Federal, lei complementar
estabelecerá os critérios de tempo de contribuição e de tempo de serviço para a aposentadoria
dos servidores públicos vinculados ao RPPS/RS, inclusive aquelas para as quais é admitida a
adoção de requisitos ou critérios diferenciados.
§ 4.º Leis disciplinarão as regras para a concessão de aposentadoria, pensão por morte, abono
de permanência, bem como disporão sobre as contribuições para o custeio do RPPS/RS e a forma
de cálculo e de reajuste dos benefícios previdenciários.
Art. 39. Os ocupantes do cargo de professor, desde que comprovem tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, estabelecidos
em lei complementar, terão idade mínima à aposentadoria reduzida em 5 (cinco) anos em relação
às idades mínimas exigidas aos demais servidores públicos, observado o disposto na Constituição
Federal.
Art. 40. Lei estabelecerá as normas e os prazos para análise dos requerimentos de
aposentadoria.
Art. 41. O RPPS/RS tem caráter contributivo e solidário, mediante a contribuição do Estado e
dos servidores civis e dos militares, ativos, inativos e pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
178
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1.º A gestão unificada do RPPS/RS abrange todos os ocupantes de cargo efetivo dos poderes
do Estado, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais públicas, que serão responsáveis pelo
seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei
complementar de que trata o § 22 do art. 40 da Constituição Federal.
§ 2.º Os órgãos colegiados do órgão gestor único serão compostos paritariamente por
representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei.
Art. 41-A. O Estado manterá órgão ou entidade de assistência à saúde aos seus servidores e
dependentes, mediante contribuição, na forma da lei.
Parágrafo único. O órgão ou a entidade de que trata o “caput” poderá, mediante a devida
contrapartida, baseada em cálculo atuarial que assegure o equilíbrio financeiro, verificado
anualmente mediante revisão dos termos contratuais, firmar contrato para a prestação de
cobertura assistencial à saúde, na forma da lei, aos servidores, empregados ou filiados, e seus
dependentes, das:
I - entidades ou dos órgãos integrantes da Administração Direta ou Indireta da União, do Estado
e dos municípios; e
II - entidades de registro e fiscalização profissional, inclusive as de natureza autárquica “sui
generis”.
Art. 42. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai
e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.
Art. 43. É assegurado aos servidores da administração direta e indireta o atendimento gratuito
de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.
Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou
prestadoras de serviços ou que realizem qualquer modalidade de contrato com o Estado, sob pena
de demissão do serviço público.
Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no
exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo
179
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE
1940
PARTE GERAL
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
180
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
181
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.
Legislação especial
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta
não dispuser de modo diverso.
Notas
182
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si
só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a
pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
183
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
184
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida
de um a dois terços.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se
também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
185
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
186
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime
fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo
o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde
o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos
critérios previstos no art. 59 deste Código.
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto
do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se
a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.
Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da
Previdência Social.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem
como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos
regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em
qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1º (VETADO)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
189
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo
de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado
cumprir a pena substitutiva anterior.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária.
Importante
191
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o
pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do
condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e
de sua família.
CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º do art.
46.
192
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se
para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre
que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes
culposos de trânsito.
Pena de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus
parágrafos deste Código.
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste
Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial.
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam
o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça
particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na
data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de
diminuição e de aumento.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia,
a causa que mais aumente ou diminua.
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade,
não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art.
44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Multas no concurso de crimes
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Concurso de infrações
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.
CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
Revogação obrigatória
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado,
a reparação do dano;
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Revogação facultativa
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição
imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
Prorrogação do período de prova
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período
de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
Anotações
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Soma de penas
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do
livramento.
Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na
pena o tempo em que esteve solto o condenado.
Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença
em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade.
CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime,
dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que
seja compatível com o seu rendimento lícito.
200
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens:
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou
indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do
início da atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita
do patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público,
por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar
os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias
deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde
tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a
ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.
201
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO
Reabilitação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando
ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos
no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do
mesmo artigo.
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta,
de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento
público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o
fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação
da dívida.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o
pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
202
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e
será submetido a tratamento.
Lembrar
203
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL
Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
204
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta
ao prosseguimento da ação.
TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Importante
205
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
206
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa
for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
Lembrar:
207
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de
cada um, isoladamente.
Perdão judicial
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de
reincidência.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
208
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição:
VIII - (VETADO):
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
209
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física
ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
210
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a
morte.
211
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem
assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir
a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa,
de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
212
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Aumento de pena
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6o do
art. 121 deste Código.
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
Violência Doméstica
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §
9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiência.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos
termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
213
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
214
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando
de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(catorze) anos.
CAPÍTULO IV
DA RIXA
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Exceção da verdade
Anotações
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do
art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi
absolvido por sentença irrecorrível.
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas
funções.
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça,
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um
terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo
estrangeiro;
216
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que
preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe
dá publicidade.
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da
difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do
juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I
do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II
do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.
217
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite,
ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. (Incluído
pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 3º Somente se procede mediante representação. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
219
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Tráfico de Pessoas
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las;
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de
hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente
ao exercício de emprego, cargo ou função; ou
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização
criminosa.
Importante
220
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa
ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência
ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019)
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na
iminência de o ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição
do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
Violação de correspondência
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
221
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Correspondência comercial
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial
para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a
estranho seu conteúdo:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir
dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.
222
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Ação penal
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação,
salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de
serviços públicos.
Importante
223
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Importante
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude
é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de
computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização
de servidor mantido fora do território nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
#VaiDarCerto!
224
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
#Inspira
#Respira
#NãoPira
225
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para
si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se
a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
226
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO
Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha
divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
227
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviços públicos;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
228
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena
conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de
menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de
ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou
inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com
títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
231
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Fraude no comércio
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no
mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por
verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte
sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
232
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que
pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim
de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.
Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou
simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação qualificada
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de
que proveio a coisa.
233
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Anotações
234
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
235
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
236
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL
Concorrência desleal
Art. 196. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
237
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
238
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Violação de sepultura
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Importante
Importante
239
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Importunação sexual
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.
Assédio sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
240
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO I-A
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
Sedução
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2º (VETADO)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4º Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais
anteriormente ao crime.
Corrupção de menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. (VETADO).
241
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
242
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO RAPTO
Notas
Rapto violento ou mediante fraude
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Rapto consensual
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Diminuição de pena
Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal
pública incondicionada.
Parágrafo único. (Revogado).
Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver
autoridade sobre ela;
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
243
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO
OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Casa de prostituição
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração
sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Rufianismo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
244
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Anotações
245
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
Ato obsceno
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo
de justiça.
246
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Bigamia
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa
circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a
bigamia, considera-se inexistente o crime.
Simulação de casamento
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Adultério
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
247
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)
anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário
mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer
modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
248
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter
lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou
material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
obter lucro.
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua
guarda ou vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de
representação de igual natureza;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena,
se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou
privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
249
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos
análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º,
I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo
parágrafo.
250
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena
é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um
ano.
Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
Perigo de inundação
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida,
a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir
inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
#VocêVaiChegarLá!
251
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
252
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação
em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Forma qualificada
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou
sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
253
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público
por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois
anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Anotações
254
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
Epidemia
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois
a quatro anos.
255
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
256
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Substância avariada
Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
257
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Charlatanismo
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito
à multa.
Forma qualificada
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao
definido no art. 267.
TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Incitação ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
#VaiValerAPena!
258
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a
participação de criança ou adolescente.
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal
no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e
multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor,
gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava
ainda autorizada.
259
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido
por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
ingresso, em razão do cargo.
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
260
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca,
cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua
aplicação.
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere
o parágrafo anterior.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados
ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros
públicos e em residências.
Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à
falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Anotações
261
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
262
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Falsificação de cartão
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão
de crédito ou débito.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três
anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena
de sexta parte.
263
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a
cinco anos, e multa, se o documento é particular.
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
#VocêVaiChegarLá!
264
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa
natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente
a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
265
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
266
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
267
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,
ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente
para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
268
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento
da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
269
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para
a execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
270
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Tráfico de Influência
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem
é também destinada ao funcionário.
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa,
o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,
pela saída ou pelo consumo de mercadoria
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe
ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
271
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou
autorização de órgão público competente;
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei
brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. § 2º - Equipara-se às atividades comerciais,
para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.
272
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Importante
273
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II-A
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTRANGEIRA
Lembrar!
274
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II-B
275
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Importante
276
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Omissão grave de dado ou de informação por projetista (Incluído pela Lei nº 14.133, de
2021)
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levantamento cadastral ou
condição de contorno em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter
competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração Pública, em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou
anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de
interesse: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133,
de 2021)
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levantamentos suficientes e
necessários para a definição da solução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos
sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais elementos
ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que
orientam a elaboração de projetos. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.133, de
2021)
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia
de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do
contrato licitado ou celebrado com contratação direta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
277
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal,
de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato
ímprobo de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome
suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
278
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com
o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro
por determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada
pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
isento de pena.
279
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado
a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou
guarda:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.
280
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Motim de presos
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando
interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende
na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
281
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
282
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a existência, a segurança e a
integridade do Estado e contra a guarda e o emprego da economia popular, os crimes de imprensa
e os de falência, os de responsabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou
Interventores, e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Notas:
283
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e
V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como
o suplemento dos princípios gerais de direito.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Notas:
284
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação
criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente:
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do Art. 5º
da Constituição Federal;
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o
disposto no art. 310 deste Código;
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido
à sua presença, a qualquer tempo;
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o
disposto no § 1º deste artigo;
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-
las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na
forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e
não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das
razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável
para sua instauração ou prosseguimento;
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da
investigação;
XI - decidir sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática
ou de outras formas de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste
Código;
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e
ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;
285
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de
menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art.
399 deste Código.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da
instrução e julgamento.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e
julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade
das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão
acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não
serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados
os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de
antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo
das garantias.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências
dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um
sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária
da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.
Notas:
286
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento
dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para
explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal.
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento
e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do
preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida
no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução
penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.
TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
#FocoNa
Aprovação!
287
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,
sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,
e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado
pela pessoa presa.
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo,
a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
fiança ou sem ela.
288
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a
uma ou outra.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei
no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de
suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
289
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da
Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais
militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou
tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor
pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que
estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
290
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao
juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou
serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial,
a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo,
ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou
requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre
qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
291
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial
oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o
juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do
indiciado.
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito
de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município, a ação penal será pública.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou
por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos
em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria
e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
292
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução
penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a
ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,
serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos
da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais
pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração,
em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a
mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual
o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do
seu defensor, e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no
acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
293
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação
privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua
pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
294
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem
privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição
residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental,
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de
queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser
exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge,
e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31,
podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância
ou a abandone.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do
mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério
Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada
do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou
autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
295
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,
a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do
instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando
tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo
criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada
pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15
dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à
autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público
receber novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a
representação.
296
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-
á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o
Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a
todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu
representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18
(dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito
do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,
todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser
exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo
oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do
perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o
disposto no art. 52.
Notas:
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
297
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado
de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo
querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a
ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante
30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá
declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o
juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente,
concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou
reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
Anotações:
298
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO IV
DA AÇÃO CIVIL
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano
poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável
civil.
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta,
até o julgamento definitivo daquela.
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2o), a
execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu
requerimento, pelo Ministério Público.
Anotações:
299
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de
execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia
produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições,
a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante
transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em
caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021)
300
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou
residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio
ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização
judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou
tentados.(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da
competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição
do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz
singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio
Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).
CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
Estudar é estar um
passo mais próximo
da aprovação!
301
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
302
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo
número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo
relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo
da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará
competente em relação aos demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência,
o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira
que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a
autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros
juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se
dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais
juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos
outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao
oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
303
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a
Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação,
àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos governadores
ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
secretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo
da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no
Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou
nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão
processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação,
após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira,
dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados
pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da
comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts.
89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.
304
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VI
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
CAPÍTULO I
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que
o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado,
sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza
urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário,
promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos
interessados.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será decretada
pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.
Importante
305
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DAS EXCEÇÕES
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo por escrito, declarando
o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição
assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos
autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará
suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua
resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida,
determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz
ou tribunal a quem competir o julgamento.
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o juiz ou tribunal, com citação
das partes, marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento,
independentemente de mais alegações.
§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando
o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente,
a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de réis.
306
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da argüição, poderá ser sustado,
a seu requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente da suspeição.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se julgar
suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao seu substituto na ordem
da precedência, ou, se for relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo
verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se na ata a declaração.
§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu substituto designar dia
para o julgamento e presidi-lo.
§ 3º Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101,
no que Ihe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo.
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno, funcionando como
relator o presidente.
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-presidente.
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo,
decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidindo de plano do
presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente
comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas
deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito,
no prazo de defesa.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo
competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a
declinatória, se formulada verbalmente.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na
forma do artigo anterior.
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, será
observado, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do juízo.
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-lo numa só petição
ou articulado.
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal, que
tiver sido objeto da sentença.
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o
andamento da ação penal.
CAPÍTULO III
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
CAPÍTULO IV
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só pela exceção própria,
como também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte interessada, sob a de
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o tribunal competente,
expondo os fundamentos e juntando os documentos comprobatórios.
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo nos próprios autos do
processo.
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determinar imediatamente
que se suspenda o andamento do processo.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará informações às autoridades
em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento ou representação.
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.
§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o procurador-geral, o conflito será decidido
na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a sua execução, às
autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem suscitado.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelecerá a sua jurisdição,
sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores.
CAPÍTULO V
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão
ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser
restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao
lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz,
mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se
ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá
decidir o incidente.
§ 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as
coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e
provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias
para arrazoar.
§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o
juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que
as detinha, se for pessoa idônea.
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público,
depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa
idônea e assinar termo de responsabilidade.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o
disposto no art. 133 e seu parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos
termos do disposto no art. 133 deste Código.
Parágrafo único. (Revogado).
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a
contar da data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os
objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em
leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo de ausentes.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas
confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou
recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.
Lembrar!
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da
infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas
no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.
#RumoàAprovação
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem
sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança
pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema
socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o
desempenho de suas atividades.
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da
infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização.
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o
uso do bem pelos demais órgãos públicos.
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o
juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de
certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual
estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem
para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável.
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento
dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a
transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o
bem.
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em
qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da
responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar
especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da
responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.
§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a
estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros
tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio.
312
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no
prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente,
poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a
hipoteca legal dos imóveis.
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma
do § 5º do art. 120.
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a
manutenção do indiciado e de sua família.
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do
processo civil.
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu
for absolvido ou julgada extinta a punibilidade.
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137,
se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
313
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto
remetidos ao juiz do cível (art. 63).
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público poderão requerer no
juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens
sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
houver dificuldade para sua manutenção.
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior.
Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até
10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não
inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial.
§ 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final
do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União, Estado ou Distrito
Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado.
§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos,
valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a
conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito das
correspondentes quantias em conta judicial.
§ 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado
de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pagamento de
multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
proprietário.
§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito
negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no
órgão oficial.
§ 7º (VETADO).
Observações
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará
o seguinte processo:
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no
prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas
alegações;
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias;
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e
remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo
penal ou civil.
CAPÍTULO VIII
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da
autoridade policial ao juiz competente.
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o
processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas
pelo adiamento.
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio
judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento
adequado que o juiz designar.
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos demonstrarem a
necessidade de maior prazo.
§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos
entregues aos peritos, para facilitar o exame.
315
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos
termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará
suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou
em outro estabelecimento adequado.
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe
assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem
a sua presença.
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois da
apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
estabelecidas na lei civil.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade
da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
316
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado
o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por
uma fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de
praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
§ 4º (VETADO)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a
sentença ou acórdão.
CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se
tratar de crime que envolva:
I - violência doméstica e familiar contra mulher;
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
317
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que
dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a
realização de exames complementares.
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como
descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por
detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de
locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude
processual a sua realização.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza
do material.
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de
forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir
contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
informações sobre seu conteúdo.
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e,
motivadamente, por pessoa autorizada.
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de
vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
informações referentes ao novo lacre utilizado.
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada
à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central
de perícia oficial de natureza criminal.
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar
condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio.
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,
consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e
deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser
registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a
data e horário da ação.
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia,
devendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar
determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de
depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão
central de perícia oficial de natureza criminal.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
319
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos,
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam
encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em
laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo
juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença
de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar
mais de um assistente técnico.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que
examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este
prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver,
quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de
alguma circunstância relevante.
320
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que,
em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto
circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da
sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem
como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível,
juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente
rubricados.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto,
proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de
ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de
suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código
Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade
providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos
peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
321
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas
fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da
coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que
instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver
começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a
extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do
fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-
á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for
encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou
já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade
não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem
em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem
ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a
autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa,
mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim
de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.
322
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no Notas
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das
partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
323
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo
penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que
estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério
Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja
necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre
organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja
possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste
Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes
serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo
sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento
de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista
prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também
garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que
esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o
preso.
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por
sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa,
como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o
interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2o deste artigo.
Importante
324
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização de
outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como
acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de
declarações do ofendido.
§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual
pelo acusado e seu defensor.
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre
os fatos.
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,
notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do
processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e
outros dados familiares e sociais.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se
conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e
se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas;
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem
o que alegar contra elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com
esta se relacione e tenha sido apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e
circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
325
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para
ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e
se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma
seguinte:
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as
respostas.
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como
intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por
meio de intérprete.
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será
consignado no termo.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido
fundamentado de qualquer das partes.
CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para
a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos,
observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz,
fundado no exame das provas em conjunto.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as
circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar,
tomando-se por termo as suas declarações.
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá
ser conduzido à presença da autoridade.
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do
acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos
que a mantenham ou modifiquem.
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-
se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado
para o ofendido.
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento
multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
expensas do ofensor ou do Estado.
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada,
honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação
aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar
sua exposição aos meios de comunicação.
CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que
souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua
residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de
alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber,
explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de
sua credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo
por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação
pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes
mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das
indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se
referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão
da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam
nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao
falso testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados
espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez
afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial
para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no
caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. 561), ou o conselho de
sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha
à autoridade policial.
Notas:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não
admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou
importarem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo
quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às
expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e
pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o
faça por ela, depois de lido na presença de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma,
determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá
constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo
justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja
conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo
do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da
diligência.
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para
depor, serão inquiridas onde estiverem.
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Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de
sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as
partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória,
uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada
por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens
em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a
realização da audiência de instrução e julgamento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,
inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre
testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de
divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Lembrar:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja
presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que
explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar
onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha
presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se
complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para
a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial
ao processo e o juiz a entenda conveniente.
CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em
qualquer fase do processo.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão
admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a
defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da
acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das
partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial,
quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão,
se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela
autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da
autoridade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo
relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e
ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos.
CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o
fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
333
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo
quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis
que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca
domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se
realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado
ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da
diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no
interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste
caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a
mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob
custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas
testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a
busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em
compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais
do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou
prejuízo da diligência.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia,
ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa
ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após,
conforme a urgência desta.
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa,
quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção,
embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou
circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção,
forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das
pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos
mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que
não se frustre a diligência.
TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DO JUIZ
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos
respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem
entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das
partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato
análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,
sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela
dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda
que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o
cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o
juiz ou de propósito der motivo para criá-la.
CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou
qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as
prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros
qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo,
no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua
qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos
precedentes.
336
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será
sempre exercida através de manifestação fundamentada.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu
direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso
tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de
multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados
pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso,
comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos,
sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder
comparecer.
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o
juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor
substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.
337
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério
Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas
no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a
causa no estado em que se achar.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério
Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às
testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos
interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo
assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando
este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem
motivo de força maior devidamente comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e
funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.
CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Anotações:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de
multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá
determinar a sua condução.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos
juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.
TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos
casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado.
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando
no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
requerimento do Ministério Público.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em
virtude de condenação criminal transitada em julgado.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for
isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições
relativas à inviolabilidade do domicílio.
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência
ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
340
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois
da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega
deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever,
o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e
o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado,
para a realização de audiência de custódia.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo
diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a
guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso,
com declaração de dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o
documento exibido.
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz
processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do
mandado.
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do
qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para
averiguar a autenticidade da comunicação.
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30
(trinta) dias, contados da efetivação da medida.
341
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da
Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado
à Defensoria Pública.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou
sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se
refere o caput deste artigo.
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente
à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará
para a remoção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de
vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo,
em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da
pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o
réu, até que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-
se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à
determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão
usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se
lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-
hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como
em mulheres durante o período de puerpério imediato.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se
encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão.
Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia,
entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da
intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa
incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado
à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que
for aplicável.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em
estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade
policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser
fielmente reproduzido o teor do mandado original.
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de
comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias
para averiguar a autenticidade desta.
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem
definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos
legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição
das autoridades competentes.
CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não
cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do
acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade
lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício
de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que
fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo
preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar
conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será
logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de
prisão em flagrante.
#Persistência
345
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e
quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes
do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa
armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade
provisória, com ou sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de
custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e
penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido
no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea
ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem
prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio
de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação
da medida adotada.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
IV - (revogado).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz
deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
347
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência;
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de
idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos
neste artigo.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
348
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem
prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste
Código.
CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
349
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas
no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
I - (revogado)
II - (revogado).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja
pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48
(quarenta e oito) horas.
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:
a) (revogada);
b) (revogada);
c) (revogada).
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
350
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da
infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo,
até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade,
todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o
julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8
(oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de
abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade,
destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado
pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos
autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das
obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em
hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente
por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado
pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de
ônus.
351
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou
estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos
conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será
entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-
á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a
autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o
houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do
Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença
condenatória.
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da
sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver
absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será
restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase
do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito
inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Notas:
352
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta
subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado
não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste
Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver
prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será
promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a
venda por leiloeiro ou corretor.
353
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso,
poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e
328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou
medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.
TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
CAPÍTULO I
DAS CITAÇÕES
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à
jurisdição do juiz que a houver ordenado.
354
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da
Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-
lhe-á nomeado defensor dativo.
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.
I - (revogado);
II - (revogado).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o
disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90
(noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de n o II, o prazo será de trinta
dias.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos
termos do disposto no art. 312.
§ 1º(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado
pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de
mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta
rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas
mediante carta rogatória.
CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar
conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo
anterior.
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á
por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob
pena de nulidade, o nome do acusado.
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á
diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou
por qualquer outro meio idôneo.
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º.
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida,
observado o disposto no art. 357.
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na
presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará
termo nos autos.
357
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO XI
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos poderá ser determinada pelo juiz, de
ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante, do assistente, do ofendido, ou
de seu representante legal, ainda que este não se tenha constituído como assistente:
I - durante a instrução criminal após a apresentação da defesa ou do prazo concedido para
esse fim;
II - na sentença de pronúncia;
III - na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em grau de recurso, pronunciar o réu;
IV - na sentença condenatória recorrível.
§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da medida, o réu ou seu defensor
será ouvido no prazo de 2 (dois) dias.
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as comunicações necessárias para a sua execução, na
forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro IV.
Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença que decretar ou denegar a
aplicação provisória de interdições de direitos, mas estas poderão ser substituídas ou
revogadas:
I - se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta ou pelas sentenças a que se
referem os ns. II, III e IV do artigo anterior;
II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que, em grau de recurso, a confirmar,
total ou parcialmente, ou pela sentença condenatória recorrível;
III - se aplicadas na decisão a que se refere o n o III do artigo anterior, pela sentença
condenatória recorrível.
Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ou revogar interdição de direito,
será fundamentado.
Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará cessar a aplicação provisória da
interdição anteriormente determinada.
Importante
358
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança obedecerá ao disposto nos artigos
anteriores, com as modificações seguintes:
I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segurança, de ofício, ou a requerimento
do Ministério Público;
II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do inquérito, mediante representação
da autoridade policial;
III - a aplicação provisória de medida de segurança, a substituição ou a revogação da
anteriormente aplicada poderão ser determinadas, também, na sentença absolutória;
IV - decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título V do Livro IV, no que for aplicável.
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, quanto à execução das medidas
de segurança definitivamente aplicadas, o disposto no Título V do Livro IV.
TÍTULO XII
DA SENTENÇA
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a
sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais
grave.
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de
suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os
autos.
359
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato,
em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal
não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de
5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste
Código.
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz,
a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência,
com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e
julgamento.
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5
(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que
o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora
nenhuma tenha sido alegada.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que
reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22,
23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre
sua existência;
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;
III - aplicará medida de segurança, se cabível.
360
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as
folhas.
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo
termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena de suspensão de cinco
dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Ministério Público.
361
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o
mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não
forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V - mediante edital, nos casos do n o III, se o defensor que o réu houver constituído também
não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o
certificar o oficial de justiça.
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso
deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.
LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
TÍTULO I
DO PROCESSO COMUM
CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
362
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de
tramitação em todas as instâncias.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se
não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir
do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à
sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir
defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez)
dias.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz
deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do
querelante e do assistente.
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder
público providenciar sua apresentação.
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
363
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação
e 8 (oito) pela defesa.
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o
disposto no art. 209 deste Código.
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas
alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,
prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder
às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse
caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
364
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
Seção I
Da Acusação e da Instrução Preliminar
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do
mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de
citação inválida ou por edital.
§ 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na
queixa.
§ 3º Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando
necessário.
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código.
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la
em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
365
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária
366
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao
Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação,
embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime
diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,
remeterá os autos ao juiz que o seja.
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o
acusado preso.
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do
Tribunal do Júri.
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que
altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público.
§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.
367
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do
Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo
preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código.
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o
encerramento da reunião, para a realização de julgamento.
SEÇÃO IV
Do Alistamento dos Jurados
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos)
a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de
habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil)
habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda,
organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas
mencionadas na parte final do § 3º do art. 426 deste Código.
§ 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro,
entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos,
repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as
condições para exercer a função de jurado.
Importante
368
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada
pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do
Tribunal do Júri.
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz
presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.
§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na
presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos
Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes,
permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que
antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.
SEÇÃO V
Do Desaforamento
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade
do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente,
poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde
não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de
julgamento na Câmara ou Turma competente.
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente,
a suspensão do julgamento pelo júri.
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o
julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a
fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado.
Estude como se o
concurso fosse
amanhã!
369
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VI
Da Organização da Pauta
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão
preferência:
I – os acusados presos;
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão;
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.
§ 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na
porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem
prevista no caput deste artigo.
§ 2º O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo
que tiver o julgamento adiado.
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco)
dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o
ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a
sessão de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste
Código.
SEÇÃO VII
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as
cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou
extraordinária.
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente
à instalação da reunião.
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.
370
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões
futuras.
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil
para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.
Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446
deste Código.
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados
convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das
sessões de instrução e julgamento.
SEÇÃO VIII
Da Função do Jurado
371
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política
importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos,
enquanto não prestar o serviço imposto.
§ 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo,
assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no
Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.
§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade.
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código,
preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante
concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção
voluntária.
Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que
comparecer à sessão do júri.
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a
sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a
10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica.
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado
e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos
jurados.
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente,
consignada na ata dos trabalhos.
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes às
dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445
deste Código.
372
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO IX
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de Sentença
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte
e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o
Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que
houver sido sorteado em primeiro lugar.
Notas:
373
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO X
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos
períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária.
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os
casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando
consignar em ata as deliberações.
Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o
primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao
Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por
este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem
dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o
acusado ser julgado quando chamado novamente.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo
julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10
(dez) dias.
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do
assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.
§ 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo
comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente do
Tribunal do Júri.
§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia
desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento
subscrito por ele e seu defensor.
Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem
prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436
deste Código.
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441
deste Código.
374
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma
das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art.
422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.
§ 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e
mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua
condução.
§ 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no
local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente
verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que
o escrivão proceda à chamada deles.
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará
instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição
do número legal.
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio
de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de
convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente
esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts.
448 e 449 deste Código.
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão
comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena
de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2º do art. 436 deste Código.
§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o
juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.
375
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a
defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três)
cada parte, sem motivar a recusa.
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído
daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do
Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só
defensor.
§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido
o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.
§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a
quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de
preferência disposto no art. 429 deste Código.
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa
decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
Notas:
376
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO XI
Da Instrução em Plenário
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o
juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado
tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação.
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará
as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os
critérios estabelecidos neste artigo.
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do
juiz presidente.
§ 3º As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas
e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às
provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida
no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta
Seção.
§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão
formular, diretamente, perguntas ao acusado.
§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.
§ 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no
plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das
testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de
gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior
fidelidade e celeridade na colheita da prova.
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos.
SEÇÃO XII
Dos Debates
Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a
acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.
§ 1º O assistente falará depois do Ministério Público.
377
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de
uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.
§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a
distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a
não exceder o determinado neste artigo.
§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de
1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste
artigo.
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à
determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou
prejudiquem o acusado;
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu
prejuízo.
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de
objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,
dando-se ciência à outra parte.
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer
outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui
ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida
à apreciação e julgamento dos jurados.
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do
juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele
lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o
esclarecimento de fato por ele alegado.
§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou
se necessitam de outros esclarecimentos.
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos
autos.
378
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do
crime se solicitarem ao juiz presidente.
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da
causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho,
ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente,
desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e
indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.
SEÇÃO XIII
Do Questionário e sua Votação
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve
ser absolvido.
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas,
de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão.
Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes.
379
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.
Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de
cada quesito.
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério
Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça
dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire,
permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que
possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar
inconvenientemente.
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir
aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete)
delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as
cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente
determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado
do julgamento.
Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas.
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.
#Acredite
#Faça
#Aconteça
380
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já
dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá
novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam
prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado
pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.
SEÇÃO XIV
Da sentença
Anotações
381
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de
instrução e julgamento.
SEÇÃO XV
Da Ata dos Trabalhos
Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e
pelas partes.
382
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO XVI
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente
referidas neste Código:
I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes;
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade;
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante
requerimento de uma das partes;
IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri;
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver
o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo
defensor;
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual
prosseguirá sem a sua presença;
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas ou
entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados;
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou
refeição dos jurados;
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer
destes, a argüição de extinção de punibilidade;
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências
destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade;
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra
estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que
serão acrescidos ao tempo desta última.
383
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DA Anotações:
COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS
CAPÍTULO I
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE FALÊNCIA
384
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento
competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou
justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do
prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da
jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta
preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os
autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu
defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida
no Capítulo I do Título X do Livro I.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto
nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.
385
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE CALÚNIA E INJÚRIA,
DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma
estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro,
com as modificações constantes dos artigos seguintes.
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se
reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença
dos seus advogados, não se lavrando termo.
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação,
promoverá entendimento entre eles, na sua presença.
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência,
a queixa será arquivada.
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o
querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às
primeiras, ou para completar o máximo legal.
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, observar-se-á o
disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as modificações constantes dos
artigos seguintes.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida
se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer
diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.
Lembrar!
386
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo
juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer
não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da
diligência.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à apreensão,
e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos
peritos.
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação do
laudo.
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com fundamento
em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo.
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão
requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no
prazo fixado neste artigo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a que se
refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda
mediante queixa.
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1º, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal,
a autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos,
em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a
sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito.
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2 (duas) ou mais
testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas origens,
o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo.
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por
pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo
que deverá integrar o inquérito policial ou o processo.
Anotações:
387
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis depositários
de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento
da ação.
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos
bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos,
desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda
Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a
instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por
economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos canais
de comércio.
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos
poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos
no art. 184 do Código Penal, quando praticado em detrimento de qualquer de seus associados.
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou condicionada,
observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e
530-H.
CAPÍTULO V
DO PROCESSO SUMÁRIO
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela
acusação e 5 (cinco) pela defesa.
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos do art. 400 deste
Código.
388
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante,
determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal
encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento,
observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo.
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 539. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Lembrar:
389
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
Importante:
390
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deverão concluir-se
dentro de vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para
sentença, o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos
os esclarecimentos para a restauração.
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não serão novamente
cobrados.
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas, em dobro, sem
prejuízo da responsabilidade criminal.
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em
execução continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia
ou na penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua
existência inequívoca.
CAPÍTULO VII
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA POR FATO NÃO CRIMINOSO
Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato que, embora não constituindo
infração penal, possa determinar a aplicação de medida de segurança (Código Penal, arts.
14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de apurá-lo e averiguar todos os elementos que
possam interessar à verificação da periculosidade do agente.
Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério Público, mediante requerimento que
conterá a exposição sucinta do fato, as suas circunstâncias e todos os elementos em que se
fundar o pedido.
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de dois dias, o interessado ou seu defensor
poderá oferecer alegações.
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado que não o tiver.
391
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames e diligências ordenados pelo juiz,
de ofício ou a requerimento das partes, será marcada audiência, em que, inquiridas as
testemunhas e produzidas alegações orais pelo órgão do Ministério Público e pelo defensor,
dentro de dez minutos para cada um, o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir a decisão, designará, desde logo,
outra audiência, que se realizará dentro de cinco dias, para publicar a sentença.
Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o juiz, absolvendo ou
impronunciando o réu, reconhecer a existência de qualquer dos fatos previstos no art. 14 ou
no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á, se for caso, medida de segurança.
TÍTULO III
DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
E DOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO
CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO
LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
TÍTULO I
DAS NULIDADES
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a
acusação ou para a defesa.
392
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que
tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
393
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo
sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das
contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a
todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde
que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o
único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando
reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-
se-ão sanadas:
I - se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
394
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão
renovados ou retificados.
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente
dependam ou sejam consequência.
§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão
ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que
exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários,
não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo
réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na
reforma ou modificação da decisão.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo
recorrente ou por seu representante.
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a
seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao
último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias,
fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um
recurso por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto
pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
395
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso
interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente
pessoal, aproveitará aos outros.
CAPÍTULO II
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
396
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X
e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de
Apelação.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de
livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581,
aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de
perda da metade do seu valor.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar
fiança, nos casos em que a lei a admitir.
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da
publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo
termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e
dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não
for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o
escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em
seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.
397
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro
de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os
traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples
petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz
modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios
autos ou em traslado.
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz
prorrogá-lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da
publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos,
dentro de cinco dias, ao juiz a quo.
CAPÍTULO III
DA APELAÇÃO
398
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que
somente de parte da decisão se recorra.
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto
imediatamente em liberdade.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada
provisoriamente.
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto
no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts.
374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença
não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das
pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá
interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia
em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em
relação a parte dele.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de
oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo
será de três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público.
§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos,
no prazo do parágrafo anterior.
§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja
arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta
vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.
399
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
400
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO
ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça,
câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de
organização judiciária.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao
réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10
(dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial,
os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas
apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei
comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo
prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação
de dia para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a
presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o
presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes
que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo.
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na primeira
sessão.
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a que a
lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida
no Art. 610, com as seguintes modificações:
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame
do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.
401
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo
interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts.
383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando
somente o réu houver apelado da sentença.
CAPÍTULO VI
DOS EMBARGOS
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão
ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando
houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
402
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou
após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas
provas.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
403
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração,
absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão
revista.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juiz mandará
juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa
indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a
condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se
o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio
impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser revista,
o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.
CAPÍTULO VIII
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
404
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo
recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da
sentença.
CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo
máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de
recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada.
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de
entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o
presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemunhante, imporá a
pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do
escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao
presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso
e imposição da pena.
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no
caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se
deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar
conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá
logo, de meritis.
405
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO X
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição
disciplinar.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar imediatamente
a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde
que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
406
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será
renovado.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas
custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças necessárias
para ser promovida a responsabilidade da autoridade.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de
outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem
exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as
razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder
escrever, e a designação das respectivas residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na
iminência de sofrer coação ilegal.
Importante
407
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, salvo:
I - grave enfermidade do paciente;
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este não puder
ser apresentado por motivo de doença.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará
prejudicado o pedido.
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se necessário,
requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém,
qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada
a petição.
408
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente entender que
o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal,
câmara ou turma, para que delibere a respeito.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo presidente do tribunal,
câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou
autoridade que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no art. 289,
parágrafo único, in fine.
LIVRO IV
DA EXECUÇÃO
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a
decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.
Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior, nos casos de sua competência
originária, caberá ao respectivo presidente prover-lhe a execução.
409
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - quando absolutória, para o fim de imediata soltura do réu, desde que não proferida em
processo por crime a que a lei comine pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou
superior a oito anos.
Art. 673. Verificado que o réu, pendente a apelação por ele interposta, já sofreu prisão por
tempo igual ao da pena a que foi condenado, o relator do feito mandará pô-lo imediatamente
em liberdade, sem prejuízo do julgamento do recurso, salvo se, no caso de crime a que a lei
comine pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou superior a 8 anos, o querelante ou o
Ministério Público também houver apelado da sentença condenatória.
TÍTULO II
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
CAPÍTULO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Art. 674. Transitando em julgado a sentença que impuser pena privativa de liberdade, se o réu
já estiver preso, ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de carta de guia para o
cumprimento da pena.
Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, última parte, a expedição da carta de guia será
ordenada pelo juiz competente para a soma ou unificação das penas.
Art. 675. No caso de ainda não ter sido expedido mandado de prisão, por tratar-se de infração
penal em que o réu se livra solto ou por estar afiançado, o juiz, ou o presidente da câmara ou
tribunal, se tiver havido recurso, fará expedir o mandado de prisão, logo que transite em
julgado a sentença condenatória.
410
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 676. A carta de guia, extraída pelo escrivão e assinada pelo juiz, que a rubricará em todas
as folhas, será remetida ao diretor do estabelecimento em que tenha de ser cumprida a
sentença condenatória, e conterá:
I - o nome do réu e a alcunha por que for conhecido;
Il - a sua qualificação civil (naturalidade, filiação, idade, estado, profissão), instrução e, se
constar, número do registro geral do Instituto de Identificação e Estatística ou de repartição
congênere;
III - o teor integral da sentença condenatória e a data da terminação da pena.
Parágrafo único. Expedida carta de guia para cumprimento de uma pena, se o réu estiver
cumprindo outra, só depois de terminada a execução desta será aquela executada. Retificar-se-
á a carta de guia sempre que sobrevenha modificação quanto ao início da execução ou ao
tempo de duração da pena.
Art. 677. Da carta de guia e seus aditamentos se remeterá cópia ao Conselho Penitenciário.
Art. 678. O diretor do estabelecimento, em que o réu tiver de cumprir a pena, passará recibo
da carta de guia para juntar-se aos autos do processo.
Art. 679. As cartas de guia serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica
do recebimento, fazendo-se no curso da execução as anotações necessárias.
Art. 680. Computar-se-á no tempo da pena o período em que o condenado, por sentença
irrecorrível, permanecer preso em estabelecimento diverso do destinado ao cumprimento dela.
Art. 681. Se impostas cumulativamente penas privativas da liberdade, será executada primeiro
a de reclusão, depois a de detenção e por último a de prisão simples.
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por perícia médica, será
internado em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, onde Ihe
seja assegurada a custódia.
411
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 683. O diretor da prisão a que o réu tiver sido recolhido provisoriamente ou em
cumprimento de pena comunicará imediatamente ao juiz o óbito, a fuga ou a soltura do detido
ou sentenciado para que fique constando dos autos.
Parágrafo único. A certidão de óbito acompanhará a comunicação.
Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser
efetuada por qualquer pessoa.
Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto, imediatamente, em liberdade,
mediante alvará do juiz, no qual se ressalvará a hipótese de dever o condenado continuar na
prisão por outro motivo legal.
Parágrafo único. Se tiver sido imposta medida de segurança detentiva, o condenado será
removido para estabelecimento adequado (art. 762).
CAPÍTULO II
DAS PENAS PECUNIÁRIAS
Art. 686. A pena de multa será paga dentro em 10 dias após haver transitado em julgado a
sentença que a impuser.
Parágrafo único. Se interposto recurso da sentença, esse prazo será contado do dia em que o
juiz ordenar o cumprimento da decisão da superior instância.
412
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 688. Findo o decêndio ou a prorrogação sem que o condenado efetue o pagamento, ou
ocorrendo a hipótese prevista no § 2º do artigo anterior, observar-se-á o seguinte:
I - possuindo o condenado bens sobre os quais possa recair a execução, será extraída certidão
da sentença condenatória, a fim de que o Ministério Público proceda à cobrança judicial;
II - sendo o condenado insolvente, far-se-á a cobrança:
a) mediante desconto de quarta parte de sua remuneração (arts. 29, § 1º, e 37 do Código
Penal), quando cumprir pena privativa da liberdade, cumulativamente imposta com a de multa;
b) mediante desconto em seu vencimento ou salário, se, cumprida a pena privativa da
liberdade, ou concedido o livramento condicional, a multa não houver sido resgatada;
c) mediante esse desconto, se a multa for a única pena imposta ou no caso de suspensão
condicional da pena.
§ 1º O desconto, nos casos das letras b e c, será feito mediante ordem ao empregador, à
repartição competente ou à administração da entidade paraestatal, e, antes de fixá-lo, o juiz
requisitará informações e ordenará diligências, inclusive arbitramento, quando necessário, para
observância do art. 37, § 3º, do Código Penal.
§ 2º Sob pena de desobediência e sem prejuízo da execução a que ficará sujeito, o
empregador será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, a importância
correspondente ao desconto, em selo penitenciário, que será inutilizado nos autos pelo juiz.
§ 3º Se o condenado for funcionário estadual ou municipal ou empregado de entidade
paraestatal, a importância do desconto será, semestralmente, recolhida ao Tesouro Nacional,
delegacia fiscal ou coletoria federal, como receita do selo penitenciário.
§ 4º As quantias descontadas em folha de pagamento de funcionário federal constituirão renda
do selo penitenciário.
Art. 689. A multa será convertida, à razão de dez mil-réis por dia, em detenção ou prisão
simples, no caso de crime ou de contravenção:
I - se o condenado solvente frustrar o pagamento da multa;
II - se não forem pagas pelo condenado solvente as parcelas mensais autorizadas sem
garantia.
§ 1º Se o juiz reconhecer desde logo a existência de causa para a conversão, a ela procederá
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, independentemente de audiência do
condenado; caso contrário, depois de ouvir o condenado, se encontrado no lugar da sede do
juízo, poderá admitir a apresentação de prova pelas partes, inclusive testemunhal, no prazo de
três dias.
§ 2º O juiz, desde que transite em julgado a decisão, ordenará a expedição de mandado de
prisão ou aditamento à carta de guia, conforme esteja o condenado solto ou em cumprimento
de pena privativa da liberdade.
413
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, a conversão será feita pelo valor das parcelas não
pagas.
Art. 690. O juiz tornará sem efeito a conversão, expedindo alvará de soltura ou cassando a
ordem de prisão, se o condenado, em qualquer tempo:
I - pagar a multa;
II - prestar caução real ou fidejussória que Ihe assegure o pagamento.
Parágrafo único. No caso do no II, antes de homologada a caução, será ouvido o Ministério
Público dentro do prazo de dois dias.
CAPÍTULO III
DAS PENAS ACESSÓRIAS
Art. 692. No caso de incapacidade temporária ou permanente para o exercício do pátrio poder,
da tutela ou da curatela, o juiz providenciará para que sejam acautelados, no juízo competente,
a pessoa e os bens do menor ou do interdito.
Art. 695. Iniciada a execução das interdições temporárias (art. 72, a e b, do Código Penal), o
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do condenado, fixará o seu termo final,
completando as providências determinadas nos artigos anteriores.
Notas:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO
CAPÍTULO I
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
Art. 696. O juiz poderá suspender, por tempo não inferior a 2 (dois) nem superior a 6 (seis)
anos, a execução das penas de reclusão e de detenção que não excedam a 2 (dois) anos, ou,
por tempo não inferior a 1 (um) nem superior a 3 (três) anos, a execução da pena de prisão
simples, desde que o sentenciado:
I - não haja sofrido, no País ou no estrangeiro, condenação irrecorrível por outro crime a pena
privativa da liberdade, salvo o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal;
II - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os motivos e as circunstâncias do crime
autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.
Parágrafo único. Processado o beneficiário por outro crime ou contravenção, considerar-se-á
prorrogado o prazo da suspensão da pena até o julgamento definitivo.
Art. 697. O juiz ou tribunal, na decisão que aplicar pena privativa da liberdade não superior a
2 (dois) anos, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a
conceda quer a denegue.
Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz especificará as condições a que fica sujeito o
condenado, pelo prazo previsto, começando este a correr da audiência em que se der
conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe for entregue documento similar ao descrito no
art. 724.
§ 1º As condições serão adequadas ao delito e à personalidade do condenado.
§ 2º Poderão ser impostas, além das estabelecidas no art. 767, como normas de conduta e
obrigações, as seguintes condições:
I - frequentar curso de habilitação profissional ou de instrução escolar;
II - prestar serviços em favor da comunidade;
III - atender aos encargos de família;
IV - submeter-se a tratamento de desintoxicação.
§ 3º O juiz poderá fixar, a qualquer tempo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
outras condições além das especificadas na sentença e das referidas no parágrafo anterior,
desde que as circunstâncias o aconselhem.
§ 4º A fiscalização do cumprimento das condições deverá ser regulada, nos Estados, Territórios
e Distrito Federal, por normas supletivas e atribuída a serviço social penitenciário, patronato,
conselho de comunidade ou entidades similares, inspecionadas pelo Conselho Penitenciário,
pelo Ministério Público ou ambos, devendo o juiz da execução na comarca suprir, por ato, a
falta das normas supletivas.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 699. No caso de condenação pelo Tribunal do Júri, a suspensão condicional da pena
competirá ao seu presidente.
Art. 701. O juiz, ao conceder a suspensão, fixará, tendo em conta as condições econômicas ou
profissionais do réu, o prazo para o pagamento, integral ou em prestações, das custas do
processo e taxa penitenciária.
Art. 702. Em caso de co-autoria, a suspensão poderá ser concedida a uns e negada a outros
réus.
Art. 703. O juiz que conceder a suspensão lerá ao réu, em audiência, a sentença respectiva, e
o advertirá das consequências de nova infração penal e da transgressão das obrigações
impostas.
Art. 704. Quando for concedida a suspensão pela superior instância, a esta caberá
estabelecer-lhe as condições, podendo a audiência ser presidida por qualquer membro do
tribunal ou câmara, pelo juiz do processo ou por outro designado pelo presidente do tribunal ou
câmara.
Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 dias, o réu não comparecer
à audiência a que se refere o art. 703, a suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena, salvo prova de justo impedimento, caso em que será marcada nova
audiência.
Art. 706. A suspensão também ficará sem efeito se, em virtude de recurso, for aumentada a
pena de modo que exclua a concessão do benefício.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 708. Expirado o prazo de suspensão ou a prorrogação, sem que tenha ocorrido motivo de
revogação, a pena privativa de liberdade será declarada extinta.
Parágrafo único. O juiz, quando julgar necessário, requisitará, antes do julgamento, nova
folha de antecedentes do beneficiário.
Art. 709. A condenação será inscrita, com a nota de suspensão, em livros especiais do
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, averbando-se, mediante
comunicação do juiz ou do tribunal, a revogação da suspensão ou a extinção da pena. Em caso
de revogação, será feita a averbação definitiva no registro geral.
§ 1º Nos lugares onde não houver Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
congênere, o registro e a averbação serão feitos em livro próprio no juízo ou no tribunal.
§ 2º O registro será secreto, salvo para efeito de informações requisitadas por autoridade
judiciária, no caso de novo processo.
§ 3º Não se aplicará o disposto no § 2º, quando houver sido imposta ou resultar de
condenação pena acessória consistente em interdição de direitos.
CAPÍTULO II
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 710. O livramento condicional poderá ser concedido ao condenado a pena privativa da
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que se verifiquem as condições seguintes:
I - cumprimento de mais da metade da pena, ou mais de três quartos, se reincidente o
sentenciado;
II - ausência ou cessação de periculosidade;
III - bom comportamento durante a vida carcerária;
IV - aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
V - reparação do dano causado pela infração, salvo impossibilidade de fazê-lo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 711. As penas que correspondem a infrações diversas podem somar-se, para efeito do
livramento.
Art. 715. Se tiver sido imposta medida de segurança detentiva, o livramento não poderá ser
concedido sem que se verifique, mediante exame das condições do sentenciado, a cessação da
periculosidade.
Parágrafo único. Consistindo a medida de segurança em internação em casa de custódia e
tratamento, proceder-se-á a exame mental do sentenciado.
Art. 716. A petição ou a proposta de livramento será remetida ao juiz ou ao tribunal por ofício
do presidente do Conselho Penitenciário, com a cópia do respectivo parecer e do relatório do
diretor da prisão.
§ 1º Para emitir parecer, o Conselho poderá determinar diligências e requisitar os autos do
processo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 717. Na ausência da condição prevista no art. 710, I, o requerimento será liminarmente
indeferido.
Art. 718. Deferido o pedido, o juiz, ao especificar as condições a que ficará subordinado o
livramento, atenderá ao disposto no art. 698, §§ 1º, 2o e 5o.
§ 1º Se for permitido ao liberado residir fora da jurisdição do juiz da execução, remeter-se-á
cópia da sentença do livramento à autoridade judiciária do lugar para onde ele se houver
transferido, e à entidade de observação cautelar e proteção.
§ 2º O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente à autoridade
judiciária e à entidade de observação cautelar e proteção
Art. 719. O livramento ficará também subordinado à obrigação de pagamento das custas do
processo e da taxa penitenciária, salvo caso de insolvência comprovada.
Parágrafo único. O juiz poderá fixar o prazo para o pagamento integral ou em prestações,
tendo em consideração as condições econômicas ou profissionais do liberado.
Art. 720. A forma de pagamento da multa, ainda não paga pelo liberando, será determinada
de acordo com o disposto no art. 688.
Art. 722. Concedido o livramento, será expedida carta de guia, com a cópia integral da
sentença em duas vias, remetendo-se uma ao diretor do estabelecimento penal e outra ao
presidente do Conselho Penitenciário.
Art. 723. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente, em dia marcado
pela autoridade que deva presidi-la, observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais presos, salvo motivo relevante,
pelo presidente do Conselho Penitenciário, ou pelo seu representante junto ao estabelecimento
penal, ou, na falta, pela autoridade judiciária local;
II - o diretor do estabelecimento penal chamará a atenção do liberando para as condições
impostas na sentença de livramento;
III - o preso declarará se aceita as condições.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º De tudo, em livro próprio, se lavrará termo, subscrito por quem presidir a cerimônia, e
pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Desse termo, se remeterá cópia ao juiz do processo.
Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-lhe-á entregue, além do saldo do seu pecúlio e do
que Ihe pertencer, uma caderneta que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa sempre
que Ihe for exigido. Essa caderneta conterá:
I - a reprodução da ficha de identidade, ou o retrato do liberado, sua qualificação e sinais
característicos;
II - o texto impresso dos artigos do presente capítulo;
III - as condições impostas ao liberado;
IV - a pena acessória a que esteja sujeito.
§ 1º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as
condições do livramento e a pena acessória, podendo substituir-se a ficha de identidade ou o
retrato do liberado pela descrição dos sinais que possam identificá-lo.
§ 2º Na caderneta e no salvo-conduto deve haver espaço para consignar o cumprimento das
condições referidas no art. 718.
Art. 725. A observação cautelar e proteção realizadas por serviço social penitenciário,
patronato, conselho de comunidade ou entidades similares, terá a finalidade de:
I - fazer observar o cumprimento da pena acessória, bem como das condições especificadas na
sentença concessiva do benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na
obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. As entidades encarregadas de observação cautelar e proteção do liberado
apresentarão relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista
nos arts. 730 e 731.
Art. 726. Revogar-se-á o livramento condicional, se o liberado vier, por crime ou contravenção,
a ser condenado por sentença irrecorrível a pena privativa de liberdade.
Art. 727. O juiz pode, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, de observar proibições inerentes à pena acessória ou
for irrecorrivelmente condenado, por crime, à pena que não seja privativa da liberdade.
Parágrafo único. Se o juiz não revogar o livramento, deverá advertir o liberado ou exacerbar
as condições.
420
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 728. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,
computar-se-á no tempo da pena o período em que esteve solto o liberado, sendo permitida,
para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das duas penas.
Art. 729. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que
esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 732. Praticada pelo liberado nova infração, o juiz ou o tribunal poderá ordenar a sua
prisão, ouvido o Conselho Penitenciário, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
revogação ficará, entretanto, dependendo da decisão final no novo processo.
TÍTULO IV
DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA REHABILITAÇÃO
CAPÍTULO I
DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA
Art. 734. A graça poderá ser provocada por petição do condenado, de qualquer pessoa do
povo, do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada, entretanto, ao Presidente
da República, a faculdade de concedê-la espontaneamente.
Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos documentos com que o impetrante a instruir,
será remetida ao ministro da Justiça por intermédio do Conselho Penitenciário.
421
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo, e depois de ouvir o diretor
do estabelecimento penal a que estiver recolhido o condenado, fará, em relatório, a narração
do fato criminoso, examinará as provas, mencionará qualquer formalidade ou circunstância
omitida na petição e exporá os antecedentes do condenado e seu procedimento depois de
preso, opinando sobre o mérito do pedido.
Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos cópia do decreto, o juiz declarará extinta a pena
ou penas, ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de redução ou comutação de
pena.
Art. 741. Se o réu for beneficiado por indulto, o juiz, de ofício ou a requerimento do
interessado, do Ministério Público ou por iniciativa do Conselho Penitenciário, providenciará de
acordo com o disposto no art. 738.
Art. 742. Concedida a anistia após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz, de
ofício ou a requerimento do interessado, do Ministério Público ou por iniciativa do Conselho
Penitenciário, declarará extinta a pena.
CAPÍTULO II
DA REABILITAÇÃO
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou
oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em que
houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva, devendo
o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo.
422
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas
comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;
III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;
IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;
V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-
lo.
Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação do pedido,
cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o
decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de
documentos.
Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público.
TÍTULO V
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Art. 751. Durante a execução da pena ou durante o tempo em que a ela se furtar o
condenado, poderá ser imposta medida de segurança, se:
I - o juiz ou o tribunal, na sentença:
a) omitir sua decretação, nos casos de periculosidade presumida;
b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la expressamente;
c) declarar os elementos constantes do processo insuficientes para a imposição ou exclusão da
medida e ordenar indagações para a verificação da periculosidade do condenado;
II - tendo sido, expressamente, excluída na sentença a periculosidade do condenado, novos
fatos demonstrarem ser ele perigoso.
423
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 752. Poderá ser imposta medida de segurança, depois de transitar em julgado a sentença,
ainda quando não iniciada a execução da pena, por motivo diverso de fuga ou ocultação do
condenado:
I - no caso da letra a do no I do artigo anterior, bem como no da letra b, se tiver sido alegada a
periculosidade;
II - no caso da letra c do no I do mesmo artigo.
Art. 753. Ainda depois de transitar em julgado a sentença absolutória, poderá ser imposta a
medida de segurança, enquanto não decorrido tempo equivalente ao da sua duração mínima, a
indivíduo que a lei presuma perigoso.
Art. 754. A aplicação da medida de segurança, nos casos previstos nos arts. 751 e 752,
competirá ao juiz da execução da pena, e, no caso do art. 753, ao juiz da sentença.
Art. 755. A imposição da medida de segurança, nos casos dos arts. 751 a 753, poderá ser
decretada de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
Parágrafo único. O diretor do estabelecimento penal, que tiver conhecimento de fatos
indicativos da periculosidade do condenado a quem não tenha sido imposta medida de
segurança, deverá logo comunicá-los ao juiz.
Art. 756. Nos casos do no I, a e b, do art. 751, e no I do art. 752, poderá ser dispensada nova
audiência do condenado.
Art. 757. Nos casos do no I, c, e no II do art. 751 e no II do art. 752, o juiz, depois de
proceder às diligências que julgar convenientes, ouvirá o Ministério Público e concederá ao
condenado o prazo de três dias para alegações, devendo a prova requerida ou reputada
necessária pelo juiz ser produzida dentro em dez dias.
§ 1º O juiz nomeará defensor ao condenado que o requerer.
§ 2º Se o réu estiver foragido, o juiz procederá às diligências que julgar convenientes,
concedendo o prazo de provas, quando requerido pelo Ministério Público.
§ 3º Findo o prazo de provas, o juiz proferirá a sentença dentro de três dias.
Art. 759. No caso do art. 753, o juiz ouvirá o curador já nomeado ou que então nomear,
podendo mandar submeter o condenado a exame mental, internando-o, desde logo, em
estabelecimento adequado.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 761. Para a providência determinada no art. 84, § 2º, do Código Penal, se as sentenças
forem proferidas por juízes diferentes, será competente o juiz que tiver sentenciado por último
ou a autoridade de jurisdição prevalente no caso do art. 82.
Art. 762. A ordem de internação, expedida para executar-se medida de segurança detentiva,
conterá:
I - a qualificação do internando;
II - o teor da decisão que tiver imposto a medida de segurança;
III - a data em que terminará o prazo mínimo da internação.
Art. 763. Se estiver solto o internando, expedir-se-á mandado de captura, que será cumprido
por oficial de justiça ou por autoridade policial.
Art. 764. O trabalho nos estabelecimentos referidos no art. 88, § 1º, III, do Código Penal,
será educativo e remunerado, de modo que assegure ao internado meios de subsistência,
quando cessar a internação.
§ 1º O trabalho poderá ser praticado ao ar livre.
§ 2º Nos outros estabelecimentos, o trabalho dependerá das condições pessoais do internado.
Art. 765. A quarta parte do salário caberá ao Estado ou, no Distrito Federal e nos Territórios, à
União, e o restante será depositado em nome do internado ou, se este preferir, entregue à sua
família.
Art. 766. A internação das mulheres será feita em estabelecimento próprio ou em seção
especial.
Art. 767. O juiz fixará as normas de conduta que serão observadas durante a liberdade
vigiada.
§ 1º Serão normas obrigatórias, impostas ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada:
a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;
b) não mudar do território da jurisdição do juiz, sem prévia autorização deste.
§ 2º Poderão ser impostas ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada, entre outras obrigações, as
seguintes:
a) não mudar de habitação sem aviso prévio ao juiz, ou à autoridade incumbida da vigilância;
b) recolher-se cedo à habitação;
425
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 769. A vigilância será exercida discretamente, de modo que não prejudique o indivíduo a
ela sujeito.
Art. 771. Para execução do exílio local, o juiz comunicará sua decisão à autoridade policial do
lugar ou dos lugares onde o exilado está proibido de permanecer ou de residir.
§ 1º O infrator da medida será conduzido à presença do juiz que poderá mantê-lo detido até
proferir decisão.
§ 2º Se for reconhecida a transgressão e imposta, conseqüentemente, a liberdade vigiada,
determinará o juiz que a autoridade policial providencie a fim de que o infrator siga
imediatamente para o lugar de residência por ele escolhido, e oficiará à autoridade policial
desse lugar, observando-se o disposto no art. 768.
Art. 772. A proibição de frequentar determinados lugares será comunicada pelo juiz à
autoridade policial, que Ihe dará conhecimento de qualquer transgressão.
Art. 774. Nos casos do parágrafo único do art. 83 do Código Penal, ou quando a transgressão
de uma medida de segurança importar a imposição de outra, observar-se-á o disposto
no art. 757, no que for aplicável.
Art. 775. A cessação ou não da periculosidade se verificará ao fim do prazo mínimo de duração
da medida de segurança pelo exame das condições da pessoa a que tiver sido imposta,
observando-se o seguinte:
I - o diretor do estabelecimento de internação ou a autoridade policial incumbida da vigilância,
até um mês antes de expirado o prazo de duração mínima da medida, se não for inferior a um
ano, ou até quinze dias nos outros casos, remeterá ao juiz da execução minucioso relatório,
que o habilite a resolver sobre a cessação ou permanência da medida;
426
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 776. Nos exames sucessivos a que se referem o § 1º, II, e § 2º do art. 81 do Código
Penal, observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o prazo mínimo de duração da medida de
segurança, poderá o tribunal, câmara ou turma, a requerimento do Ministério Público ou do
interessado, seu defensor ou curador, ordenar o exame, para a verificação da cessação da
periculosidade.
§ 1º Designado o relator e ouvido o procurador-geral, se a medida não tiver sido por ele
requerida, o pedido será julgado na primeira sessão.
§ 2º Deferido o pedido, a decisão será imediatamente comunicada ao juiz, que requisitará,
marcando prazo, o relatório e o exame a que se referem os ns. I e II do art. 775 ou ordenará
as diligências mencionadas no no IV do mesmo artigo, prosseguindo de acordo com o disposto
nos outros incisos do citado artigo.
Art. 778. Transitando em julgado a sentença de revogação, o juiz expedirá ordem para a
desinternação, quando se tratar de medida detentiva, ou para que cesse a vigilância ou a
proibição, nos outros casos.
Art. 779. O confisco dos instrumentos e produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do
Código Penal, será decretado no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de
impronúncia ou na sentença absolutória.
427
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
LIVRO V
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA
TÍTULO ÚNICO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-se-á o disposto neste Título à
homologação de sentenças penais estrangeiras e à expedição e ao cumprimento de cartas
rogatórias para citações, inquirições e outras diligências necessárias à instrução de processo
penal.
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as cartas rogatórias
cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes.
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos apresentados constituirá prova
bastante de sua autenticidade.
CAPÍTULO II
DAS CARTAS ROGATÓRIAS
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, remetidas ao Ministro da Justiça, a
fim de ser pedido o seu cumprimento, por via diplomática, às autoridades estrangeiras
competentes.
428
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será devolvida ao presidente do Supremo
Tribunal Federal, por intermédio do presidente do Tribunal de Apelação, o qual, antes de
devolvê-la, mandará completar qualquer diligência ou sanar qualquer nulidade.
Art. 786. O despacho que conceder o exequatur marcará, para o cumprimento da diligência,
prazo razoável, que poderá ser excedido, havendo justa causa, ficando esta consignada em
ofício dirigido ao presidente do Supremo Tribunal Federal, juntamente com a carta rogatória.
CAPÍTULO III
DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS
Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser previamente homologadas pelo Supremo
Tribunal Federal para que produzam os efeitos do art. 7o do Código Penal.
Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada, quando a aplicação da lei brasileira
produzir na espécie as mesmas consequências e concorrem os seguintes requisitos:
I - estar revestida das formalidades externas necessárias, segundo a legislação do país de
origem;
II - haver sido proferida por juiz competente, mediante citação regular, segundo a mesma
legislação;
III - ter passado em julgado;
IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 790. O interessado na execução de sentença penal estrangeira, para a reparação do dano,
restituição e outros efeitos civis, poderá requerer ao Supremo Tribunal Federal a sua
homologação, observando-se o que a respeito prescreve o Código de Processo Civil.
LIVRO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das audiências e sessões ordinárias,
haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades do rápido andamento dos feitos.
430
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao
presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for conveniente à
manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à sua
disposição.
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se.
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em caso
de resistência, serão presos e autuados.
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para domingo ou dia
feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em período de férias, em domingos
e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela
superveniência de feriado ou domingo.
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém,
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em
que começou a correr.
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial
oposto pela parte contrária.
§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.
Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinquenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência,
suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os atos determinados em
lei ou ordenados pelo juiz.
Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos prazos seguintes,
quando outros não estiverem estabelecidos:
431
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-á à vista da certidão do escrivão do
processo ou do secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou a requerimento de qualquer
interessado, remetê-la às repartições encarregadas do pagamento e da contagem do tempo de
serviço, sob pena de incorrerem, de pleno direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por
autoridade fiscal.
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos do cartório, ainda
que em confiança, sob pena de responsabilidade do escrivão.
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recurso,
condenará nas custas o vencido.
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos expedidos pela
União e pelos Estados.
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou
diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.
§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio
pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.
§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz,
importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.
§ 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do não-
pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado
só posteriormente foi feita.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída ao juiz de determinar
de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá pessoa idônea,
nomeada pela autoridade, perante quem prestará compromisso, lavrando o respectivo termo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º
do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e
dá outras providências.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura,
nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida,
à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres
no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
434
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou
se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação
sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos
direitos humanos.
CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;
435
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter
ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á
por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública
com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a
perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à
freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a
serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da
família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência
doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art.
3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas
Delegacias de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e
familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta
Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção
de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
por objetivo a implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar
contra a mulher;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de
Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto
às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito
à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos
aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência
doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
437
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,
a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências
legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida
protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial
e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo
feminino - previamente capacitados.
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de
violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes
diretrizes:
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua
condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas
a eles relacionadas;
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de
delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:
438
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e
familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a
mídia integrar o inquérito.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem
prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se
apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido
da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
contra ele;
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese
de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição
responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento);
439
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência
sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de ocorrência
e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por
hospitais e postos de saúde.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o
agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei
nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível
no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a
revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
440
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao
idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e
nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
pretensão relacionada à partilha de bens.
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio
ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta
Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.
441
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o
caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de
casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente
de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão
ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas
medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção
da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar
a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,
especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do
advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
442
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente,
nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da
ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em
grupo de apoio.
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação
em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a
providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao
respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e
determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou
de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a
qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§
5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
443
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou
de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais
próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga.
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos
II e III deste artigo.
Seção IV
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta
Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder
fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
444
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Anotações
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
445
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados
poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à
Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de
orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor
e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá
determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de
atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos
para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as
causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as
previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo
e o julgamento das causas referidas no caput.
TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
446
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no
limite das respectivas competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes
em situação de violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência
doméstica e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-
legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus
órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente
constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando
entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da
demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas nas
bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
nacional de dados e informações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão
remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências
e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações
orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas
estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
447
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313. .................................................
................................................................
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129. ..................................................
..................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152. ...................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.
448
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor
ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe
tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas
pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a
terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso
de autoridade.
CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não,
da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
449
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão
ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo
ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Seção I
Dos Efeitos da Condenação
450
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta
Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)
meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III - (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza
civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão
informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Nota
451
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
452
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à
violência.
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura
ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede
de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si
mesmo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo
se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária
competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da
demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para
decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
453
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado
de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a
audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou
adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto
na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
454
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado
ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
455
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão
de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias,
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de
diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não
fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca
a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou
privilégio indevido.
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido
vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
456
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber,
as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art.2º .......................................................................................................
........................................................................................................................
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária
estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.
.........................................................................................................................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia
deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação
da prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão
temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
ou com objetivos não autorizados em lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de
conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
457
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena
aplicada na reincidência.”
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,
IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art.
350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial.
“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo
ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso
de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”
458
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
459
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias,
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de
diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
.......................................................................................................................
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,
IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Importante
460
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO I
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal
e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território
Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de
Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça
Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela
sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.
Anotações
461
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I
Da Classificação
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de
1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração
de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados
genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.
462
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Da Assistência
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e
orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
463
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas
necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não
fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros
para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita,
pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria
Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento
pelo Defensor Público.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da
Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus,
sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir
advogado.
464
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade
Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional
de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua
universalização.
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os
recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração
penitenciária.
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de
jovens e adultos.
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de
educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e
às presas.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou
particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca,
para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
465
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VI
Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para
o retorno à liberdade.
SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados,
permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como
a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
466
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
CAPÍTULO III
Do Trabalho
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá
finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e
à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior
a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não
reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
SEÇÃO II
Do Trabalho Interno
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas
aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado
no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal
e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
467
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo
nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas,
com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os
serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia
administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção,
com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar
despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada.
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada,
para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito
Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos
do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a
particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da
fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento
penal.
SEÇÃO III
Do Trabalho Externo
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em
serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades
privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados
na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração
desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
468
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento,
dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um
sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar
fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos
requisitos estabelecidos neste artigo.
CAPÍTULO IV
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
SEÇÃO I
Dos Deveres
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-
se às normas de execução da pena.
Lembrar
469
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Dos Direitos
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados
e dos presos provisórios.
470
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
Da Disciplina
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva
de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou
regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela
autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela
autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins
dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
SUBSEÇÃO II
Das Faltas Disciplinares
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
471
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional
ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta
grave de mesma espécie;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de
terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas;
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de
até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em
contrário;
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se
a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou
condenados, nacionais ou estrangeiros:
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da
sociedade;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título,
em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática
de falta grave.
472
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º (Revogado).
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da
Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
prisional federal.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser
prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de
origem ou da sociedade;
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a
operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do
tratamento penitenciário.
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar
com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se
evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, ou de grupos rivais.
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio
ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber
a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter
contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por
10 (dez) minutos.
SUBSEÇÃO III
Das Sanções e das Recompensas
473
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de
manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
SUBSEÇÃO IV
Da Aplicação das Sanções
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as
circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de
prisão.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art.
53 desta Lei.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias,
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.
SUBSEÇÃO V
Do Procedimento Disciplinar
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração,
conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo
prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da
disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar
diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.
474
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
CAPÍTULO II
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da
República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze)
membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais
da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por
representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado
1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades,
em âmbito federal ou estadual, incumbe:
I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça
Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e
prioridades da política criminal e penitenciária;
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades
do País;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;
475
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
Do Juízo da Execução
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na
sua ausência, ao da sentença.
476
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
Do Ministério Público
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando
no processo executivo e nos incidentes da execução.
477
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
CAPÍTULO VI
Dos Departamentos Penitenciários
SEÇÃO I
Do Departamento Penitenciário Nacional
478
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas
existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de
liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
regime disciplinar.
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela progressão especial de
que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a ocorrência de
reincidência, específica ou não, mediante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas
criminais.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos
penais e de internamento federais.
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações periódicas previstas no
inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para, em função da efetividade da progressão
especial para a ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar
eventual desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas mulheres nos
casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.
SEÇÃO II
Do Departamento Penitenciário Local
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as
atribuições que estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o acompanhamento de
que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e encaminharão ao Departamento
Penitenciário Nacional os resultados obtidos.
SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
479
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais,
segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de
direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.
CAPÍTULO VII
Do Patronato
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos
egressos (artigo 26).
CAPÍTULO VIII
Do Conselho da Comunidade
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1
(um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção
da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral
e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes
Sociais.
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da
execução a escolha dos integrantes do Conselho.
480
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança,
oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados
em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva.
481
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO IV
Dos Estabelecimentos Penais
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências
com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática
esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses
de idade.
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente,
agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas.
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias,
instrumentais ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e
notadamente:
I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e
externos;
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público.
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais,
equipamentos, máquinas e profissionais.
482
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema
penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e
notadamente:
I - classificação de condenados;
II - aplicação de sanções disciplinares;
III - controle de rebeliões;
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais.
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos
I e II.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará
em dependência separada.
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:
I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;
II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa;
III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa;
IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das
previstas nos incisos I, II e III.
§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência
com os demais presos ficará segregado em local próprio.
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite
máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem
ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.
§ 1 A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação
o
483
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Da Penitenciária
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário
e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e
condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de
seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e
menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável
estiver presa.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo:
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação
educacional e em unidades autônomas; e
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua
responsável.
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à
distância que não restrinja a visitação.
484
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime
semi-aberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos
da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.
CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além
dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação
dos condenados.
CAPÍTULO V
Do Centro de Observação
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do
Centro de Observação.
485
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo
88, desta Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios
para todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência
médica adequada.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse
da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio
social e familiar.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único
desta Lei.
Anotações
486
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
Da Execução das Penas em Espécie
CAPÍTULO I
Das Penas Privativas de Liberdade
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu
estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a
assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em
julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início
da execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal,
far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta
Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia
expedida pela autoridade judiciária.
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento
para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica
do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o
cálculo das remições e de outras retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia
e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará
do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.
487
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Dos Regimes
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento
da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código
Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em
processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma
ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante
da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos:
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
sem violência à pessoa ou grave ameaça;
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência
à pessoa ou grave ameaça;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça;
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime
hediondo ou equiparado, se for primário;
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime
hediondo ou equiparado;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
488
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta
carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão.
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida
de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na
concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos
previstos nas normas vigentes.
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com
deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento;
V - não ter integrado organização criminosa.
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício
previsto no § 3º deste artigo.
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de
drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe
o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o
reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.
§ 7º (VETADO).
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das
condições impostas pelo Juiz.
489
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem
prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução,
torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o
condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da
pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
490
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
Das Autorizações de Saída
SUBSEÇÃO I
Da Permissão de Saída
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos
provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando
ocorrer um dos seguintes fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se
encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade
da saída.
SUBSEÇÃO II
Da Saída Temporária
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização
para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior,
na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que
cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o
Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes
requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um
quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
491
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido
como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização
ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no
processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do
condenado.
SEÇÃO IV
Da Remição
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de
forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas
autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão
definidas de forma a se compatibilizarem.
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
a beneficiar-se com a remição.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso
de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde
que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional,
parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I
do § 1o deste artigo.
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente
prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.
SEÇÃO V
Do Livramento Condicional
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os
requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e
Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.
d) (VETADO)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-
á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da
sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução
e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo
Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena,
observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do
Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na
sentença de livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu
pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou
administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as
condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela
descrição dos sinais que possam identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento
das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato
ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do
benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na
obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado
apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos
143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86
e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz
deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,
computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para
a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que
esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos
o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional,
cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
Seção VI
Da Monitoração Eletrônica
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica
quando:
I - (VETADO);
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III - (VETADO);
IV - determinar a prisão domiciliar;
V - (VETADO);
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o
equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus
contatos e cumprir suas orientações;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo
de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
III - (VETADO);
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar,
a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
I - a regressão do regime;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Das Penas Restritivas de Direitos
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da
execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo,
para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a
particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de
cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana,
ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da
entidade ou do programa comunitário ou estatal.
SEÇÃO II
Da Prestação de Serviços à Comunidade
497
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz
da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer
tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
SEÇÃO III
Da Limitação de Fim de Semana
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e
palestras, ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária de Direitos
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada,
determinada a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade
deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do
qual a execução terá seu início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determinará
a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
498
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
Da Suspensão Condicional
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da
pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82
do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação
determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão
condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado,
pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser
incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana,
salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na sentença,
ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito
Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho
da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo
Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a
observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários
ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins
legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a
modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade
fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se
imediatamente.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá
estabelecer as condições do benefício.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na
sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo
da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de
realizar a audiência admonitória.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não
comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será
executada imediatamente a pena.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial
do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por
órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.
CAPÍTULO IV
Da Pena de Multa
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como
título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do
condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância,
proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei
processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível
para prosseguimento.
500
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do
artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença
mental (artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no
vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,
observando-se o seguinte:
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de
um décimo;
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo
Juiz, a importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado
requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação
econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista
neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na
remuneração do condenado (artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional,
sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão
condicional da pena.
Importante
501
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VI
Da Execução das Medidas de Segurança
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a
expedição de guia para a execução.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a
rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa
incumbida da execução e conterá:
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação;
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem
como a certidão do trânsito em julgado;
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial;
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou
internamento.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento.
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos
artigos 8° e 9° desta Lei.
CAPÍTULO II
Da Cessação da Periculosidade
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte:
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da
medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou
permanência da medida;
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;
502
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de
segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério
Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a
cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á,
no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal),
aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a
liberação.
TÍTULO VII
Dos Incidentes de Execução
CAPÍTULO I
Das Conversões
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em
restritiva de direitos, desde que:
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e
na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por
edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
503
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido
suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer
ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade
determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo
anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer,
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e",
do § 1º, deste artigo.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental
ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da
Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por
medida de segurança.
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar
incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.
CAPÍTULO II
Do Excesso ou Desvio
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos
limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.
504
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
Da Anistia e do Indulto
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do
Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue
ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao
Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as
diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos
fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do
procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e
esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a
pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento
do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade
administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.
TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial,
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
505
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o
Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo
após a produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de
ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o
preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões
fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à
condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos
expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as normas
complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério da
Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços penais
previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de
prédios para instalação de casas de albergados.
506
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os
projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas
implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às
despesas de execução das penas e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do
Código Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de
outubro de 1957.
Lembrar!
507
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal,
e determina outras providências.
508
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Notas:
509
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 4º (Vetado).
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu
parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 157. .............................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos,
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º .................................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Lembrar!
Art. 214. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. ........................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................
Art. 267. ...............................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
510
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, §
2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223,
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos
do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de
reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código
Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de
parágrafo único, com a seguinte redação:
"Art. 35. ................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando
se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
511
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
512
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Anotações:
A persistência é o
caminho do êxito!
513
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema
Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
514
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes
criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios
eletrônicos;
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de
fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos
anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma
registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar
a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as
características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente
por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem
vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente
será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a
devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do
interessado.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será
precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados
periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no
regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por
órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela
entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente
registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de
identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de
taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
4o desta Lei.
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o proprietário de arma de
fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos
os procedimentos a seguir:
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90
(noventa) dias; e
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro
provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de
registro de propriedade.
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-
se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.
Lembrar:
516
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos
desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,
observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os
Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do
Ministério Público - CNMP.
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de
portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em
âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
517
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
§ 1º-C. (VETADO).
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que
se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei.
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à
formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art.
4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na
forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência,
de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos:
I - documento de identificação pessoal;
II - comprovante de residência em área rural; e
III - atestado de bons antecedentes.
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente
de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido.
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.
Lembrete:
518
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo
essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome
da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de
valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo
das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação
comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 o desta Lei quanto aos
empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI
do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e
a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do
pagamento de taxa.
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus
quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo,
respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que
exerçam funções de segurança.
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica
condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos
constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino
de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada
semestralmente no Sinarm.
#FocoNoObjetivo!
519
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas
de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do
Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e
territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de
ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido
registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente
sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob
efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e
de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de
fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas
depois de ocorrido o fato.
521
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se:
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
Lei; ou
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
523
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal
para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e
demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor
histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do
Comando do Exército.
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens
com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do
fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente serão expedidas autorizações de compra de
munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei
conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV
do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de
munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em regulamento.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e
o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer
favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser
encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.
524
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os
integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art.
6o desta Lei.
525
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de
proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário
de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5o desta Lei.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma
ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,
estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um
mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o
ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5 o da
Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte
internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o
embarque de passageiros armados.
526
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos.
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e
armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição
deflagrados por arma de fogo.
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de
munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas
às apurações criminais federais, estaduais e distritais.
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia
criminal.
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em
decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente.
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de
Perfis Balísticos.
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão
regulamentados em ato do Poder Executivo federal.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,
salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo
popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na
data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Observações:
527
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
LEI DE DROGAS
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os
produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou
produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o
que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de
1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
Lembrete:
528
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
DO SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL
DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
529
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Seção I
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
Art. 6º (VETADO)
Art. 8º (VETADO)
530
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Anotações
Das Competências
531
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II-A
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Seção I
Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros:
I - promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos
dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência
social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de
drogas, atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas;
II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das
políticas sobre drogas;
III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de
ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas;
IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de
drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação
profissional;
V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos;
VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das
políticas sobre drogas;
VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações
para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;
VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação
para o trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido
o plano individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento;
IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o
cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas
egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais;
X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e
princípios previstos no art. 22;
XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso
de drogas; e
XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas.
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de
Políticas sobre Drogas.
Persistência e
paciência! Seu esforço
vale a pena.
532
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e
Municípios, terão os seguintes objetivos:
I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas;
II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas
sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas;
III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas,
ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e
econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;
IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das
políticas sobre drogas;
V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou
dependente de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente
federado; e
VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com
o Sisnad e com os respectivos planos.
SEÇÃO III
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que
atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do
respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão
sistema de informações do Poder Executivo.
533
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
SEÇÃO I
Das Diretrizes
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei,
aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e
o fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de
vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as
ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização
das pessoas e dos serviços que as atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso
indevido de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do
setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas
e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades
socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como
resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos
a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em
consideração as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do
uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos
familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras,
como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso
indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
534
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada
anualmente, na quarta semana de junho.
§ 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as ações de:
I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;
II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;
III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e
econômica de usuários de drogas;
IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de
drogas;
V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às
drogas;
VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , na realização de atividades de prevenção ao
uso de drogas.
Notas!
535
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
SEÇÃO I
Disposições Gerais
536
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SEÇÃO II
Da Educação na Reinserção Social e Econômica
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos
programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e
alfabetização.
SEÇÃO III
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica
SEÇÃO IV
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas,
respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei,
obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma
rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial,
incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos
termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em
etapas que permitam:
I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população;
II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas,
oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com abordagem
preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial;
III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos
individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho,
esporte, cultura e acompanhamento individualizado; e
IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada.
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito
nacional.
Inspira
Respira
E Não Pira!
537
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO V
Do Plano Individual de Atendimento
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às
instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do
usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da
atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas
poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e
financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,
estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm
garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
SEÇÃO VI
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou
colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz
de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e
à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,
às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo
serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou
privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou
da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,
estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o
juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade
nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o
valor do maior salário mínimo.
541
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
542
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo
ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de
drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis
de conduta criminal preexistente.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-
multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,
para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500
(mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de
um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
543
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação
de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000
(dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a
4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à
prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) dias-multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria
profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade
aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
544
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do
fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão
de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou
qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o
processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida
de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art.
59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e
a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao
que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um,
segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
545
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica
do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de
suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente
específico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este
apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste
artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico
adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de
encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com
competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto
no art. 26 desta Lei.
546
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo
disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo
Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver
concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na
forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre
os Juizados Especiais Criminais.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão
tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção
do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a
exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender
conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados
Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no
art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o
juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de
colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.
SEÇÃO I
Da Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista
ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga,
firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
547
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido
de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias,
certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas
apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de
15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no §
3º , sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a
destruição total delas.
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será
feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido
o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à
classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias
da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente,
ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até
3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são
permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério
Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos
especializados pertinentes;
548
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa
prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir
preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em
10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a
apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e
julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do
assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º ,
e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do
denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias
seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para
atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez)
dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá
apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim
reconhecido na sentença condenatória.
CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
550
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será
determinada, imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser encaminhada a instituição
financeira, ou equiparada, para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário
Nacional.
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda
estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino.
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo,
caso seja verificada a inexistência de valor de mercado, seus espécimes poderão ser destruídos
ou doados à representação diplomática do país de origem.
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida
Provisória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do
Banco Central do Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360
(trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o
previsto nesta Lei.
551
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 8º (Revogado).
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste
artigo.
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º deste
artigo.
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública,
preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não
inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial.
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que
efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão.
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o
órgão congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem
proceder à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em
relação ao antigo proprietário.
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser
cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização dos
bens.
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão
congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens.
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o
art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua
responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o
Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.
§ 1º (Revogado).
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a
existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve
receber o bem.
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública
que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à
medida.
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva
avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a
qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de
conservação.
552
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
553
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do
acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens,
direitos ou valores.
554
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de
medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.
555
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido
integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal,
vedada a sub-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou
tributos pendentes de pagamento.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execução
fiscal em relação aos antigos devedores.
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito
do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e
aquele compatível com o seu rendimento lícito.
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de
elementos probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do
condenado ou sua vinculação a organização criminosa.
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens:
I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na data
da infração penal, ou recebidos posteriormente; e
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do
início da atividade criminal.
§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência
lícita do patrimônio.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o
Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a
atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de
recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à
questão das drogas.
556
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
TÍTULO V-A
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a
terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de
maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em
favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas
contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do
sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para execução das políticas
sobre drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os
elementos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes.
557
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e
outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido
de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se
caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal
serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício,
mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério
Público, determinará a destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando nos
autos.
558
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal,
visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os
Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
Anotações:
559
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos
casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado.
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes
ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou
mediante requerimento do Ministério Público.
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber
o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de
cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou
mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva (art. 312, parágrafo único).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar (art. 319).” (NR)
560
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória
transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva. (Vide ADC Nº 43) (Vide ADC Nº 44) (Vide ADC Nº 54)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for
isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições
relativas à inviolabilidade do domicílio.” (NR)
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz
processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do
mandado.
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do
qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para
averiguar a autenticidade da comunicação.
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30
(trinta) dias, contados da efetivação da medida.” (NR)
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de
comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias
para averiguar a autenticidade desta.” (NR)
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem
definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais,
será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das
autoridades competentes.” (NR)
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.” (NR)
561
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.”
(NR)
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
(art. 282, § 4º ).” (NR)
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
IV - (revogado).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da medida.” (NR)
562
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR)
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada.” (NR)
Notas:
“CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR”
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência;
IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos
neste artigo.” (NR)
“CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”
563
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades
encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.” (NR)
“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas
no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
I - (revogado)
II - (revogado).” (NR)
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja
pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48
(quarenta e oito) horas.” (NR)
564
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:
a) (revogada);
b) (revogada);
c) (revogada).
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
§ 2º (Revogado):
I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado).” (NR)
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença
condenatória.” (NR)
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença
condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR)
565
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver
absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será
restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR)
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor,
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a
decretação da prisão preventiva.” (NR)
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado
não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.” (NR)
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que
o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste
Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso,
poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e
328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou
medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.” (NR)
“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.” (NR)
566
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação oficial.
Art. 4º São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1º a 3º do art. 319, os incisos
I e II do art. 321, os incisos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2º e seus incisos
I, II e III do art. 325 e os arts. 393 e 595, todos do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal.
Anotações:
567
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 1º Esta Lei define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica
como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher
previstas na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), e no Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), altera a modalidade da pena da lesão corporal
simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e cria o tipo penal de
violência psicológica contra a mulher.
Art. 2º Fica autorizada a integração entre o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério
Público, a Defensoria Pública, os órgãos de segurança pública e as entidades privadas, para a
promoção e a realização do programa Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como medida
de ajuda à mulher vítima de violência doméstica e familiar, conforme os incisos I, V e VII
do caput do art. 8º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
Parágrafo único. Os órgãos mencionados no caput deste artigo deverão estabelecer um canal
de comunicação imediata com as entidades privadas de todo o País participantes do programa, a
fim de viabilizar assistência e segurança à vítima, a partir do momento em que houver sido
efetuada a denúncia por meio do código “sinal em formato de X”, preferencialmente feito na mão
e na cor vermelha.
568
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3º A identificação do código referido no parágrafo único do art. 2º desta Lei poderá ser feita
pela vítima pessoalmente em repartições públicas e entidades privadas de todo o País e, para
isso, deverão ser realizadas campanha informativa e capacitação permanente dos profissionais
pertencentes ao programa, conforme dispõe o inciso VII do caput do art. 8º da Lei nº 11.340, de
7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para encaminhamento da vítima ao atendimento
especializado na localidade.
Art. 4º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
as seguintes alterações:
................................................................................................................
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos
termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem,
ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua
saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais
grave.”
Art. 5º O caput do art. 12-C da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o
agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
..........................................................................................................” (NR)
569
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis n os 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029,
de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra
a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em
qualquer outro campo da vida pública ou privada;
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica;
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua
a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;
IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o
quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
ou que adotam autodefinição análoga;
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento
de suas atribuições institucionais;
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa
privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de
oportunidades.
570
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e
garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial,
a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.
Notas:
571
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante
políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros
agravos.
§ 1º O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção,
proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e
instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e
indireta.
§ 2º O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros
privados de saúde seja tratado sem discriminação.
Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional
de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo
especificadas:
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa
da saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS;
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra;
III - desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação para contribuir
com a redução das vulnerabilidades da população negra.
572
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os governos federal, estaduais, distrital e
municipais adotarão as seguintes providências:
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito
e às atividades esportivas e de lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da
população negra;
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a
solidariedade aos membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade;
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira.
SEÇÃO II
Da Educação
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil,
observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
§ 1º Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no
âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o
desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.
§ 2º O órgão competente do Poder Executivo fomentará a formação inicial e continuada de
professores e a elaboração de material didático específico para o cumprimento do disposto
no caput deste artigo.
§ 3º Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação
incentivarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater
com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
573
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as
instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de
pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse
da população negra;
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores temas que
incluam valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira;
III - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros
de tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os
beneficiários;
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos estabelecimentos de ensino públicos,
privados e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino
médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de
tolerância e de respeito às diferenças étnicas.
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioeducacionais realizadas por
entidades do movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social,
mediante cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos.
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos responsáveis pelas políticas de
promoção da igualdade e de educação, acompanhará e avaliará os programas de que trata esta
Seção.
SEÇÃO III
Persista e
não desista!
Da Cultura
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras
formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada,
como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição Federal.
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à
preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do
Estado.
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do § 5º do art. 216 da Constituição
Federal, receberá especial atenção do poder público.
574
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas
comemorativas relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de
matriz africana, bem como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas.
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas
modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira,
nos termos do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos
necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas
relações internacionais.
SEÇÃO IV
Do Esporte e Lazer
Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da população negra às práticas
desportivas, consolidando o esporte e o lazer como direitos sociais.
Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217
da Constituição Federal.
§ 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira
se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o
território nacional.
§ 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e
mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.
CAPÍTULO III
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO
LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias.
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos
religiosos de matriz africana compreende:
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e
manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;
575
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas
internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles
submetidos a pena privativa de liberdade.
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com
as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o
objetivo de:
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens
ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados
na religiosidade de matrizes africanas;
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e
cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de
matrizes africanas;
III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes
africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e
outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.
Lembrete:
576
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA
SEÇÃO I
Do Acesso à Terra
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover o
acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no
campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao
financiamento agrícola.
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do
acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a
comercialização da produção.
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os
trabalhadores negros e as comunidades negras rurais.
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos.
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais
voltadas para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos
quilombos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das comunidades dos quilombos
receberão dos órgãos competentes tratamento especial diferenciado, assistência técnica e
linhas especiais de financiamento público, destinados à realização de suas atividades produtivas
e de infraestrutura.
Notas:
577
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Da Moradia
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o
direito à moradia adequada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas
subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica
urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade de vida.
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos desta Lei, inclui não apenas
o provimento habitacional, mas também a garantia da infraestrutura urbana e dos
equipamentos comunitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica e
jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana.
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o
acesso da população negra aos financiamentos habitacionais.
CAPÍTULO V
DO TRABALHO
578
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no
mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas
visando à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o incentivo à adoção de
medidas similares nas empresas e organizações privadas.
§ 1º A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e programas
de formação profissional, de emprego e de geração de renda voltados para a população negra.
§ 2º As ações visando a promover a igualdade de oportunidades na esfera da administração
pública far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação
específica e em seus regulamentos.
§ 3º O poder público estimulará, por meio de incentivos, a adoção de iguais medidas pelo
setor privado.
§ 4º As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o princípio da proporcionalidade
de gênero entre os beneficiários.
§ 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios rural e urbano,
com ações afirmativas para mulheres negras.
§ 6º O poder público promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da
mulher negra no trabalho artístico e cultural.
§ 7º O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade e a
qualificação profissional nos setores da economia que contem com alto índice de ocupação por
trabalhadores negros de baixa escolarização.
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para
constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de
renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com
enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da
população negra.
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos
em comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando
reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual,
observados os dados demográficos oficiais.
579
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a
participação da população negra na história do País.
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras
de televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44.
580
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
(SINAPIR)
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como
forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e
serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder
público federal.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante
adesão.
§ 2º O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do
Sinapir.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial
contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).
§ 1º A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR,
bem como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão
responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
581
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas
esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de
caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e
entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra.
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos recursos referentes aos
programas e atividades previstos nesta Lei aos Estados, Distrito Federal e Municípios que
tenham criado conselhos de promoção da igualdade étnica.
CAPÍTULO IV
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E À SEGURANÇA
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes Legislativo
e Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e
encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e acompanhar
a implementação de medidas para a promoção da igualdade.
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria
Permanente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas
instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres negras em situação de violência,
garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica.
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a violência policial incidente sobre a
população negra.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocialização e proteção da juventude
negra em conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão social.
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discriminação e preconceito praticados
por servidores públicos em detrimento da população negra, observado, no que couber, o
disposto na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
582
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de lesão aos interesses da
população negra decorrentes de situações de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros
instrumentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO V
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e
dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que
se refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo
promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente
no que tange a:
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a
melhoria da qualidade de vida da população negra;
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação de
matérias relacionadas aos interesses da população negra;
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas
autodeclaradas negras;
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação
fundamental, média, técnica e superior;
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de entidades
da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para a população
negra;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e
brasileiras.
§ 1º O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas que garantam, em cada
exercício, a transparência na alocação e na execução dos recursos necessários ao
financiamento das ações previstas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da igualdade, especialmente
nas áreas de educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular,
desenvolvimento regional, cultura, esporte e lazer.
§ 2º Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício subsequente à publicação
deste Estatuto, os órgãos do Poder Executivo federal que desenvolvem políticas e programas
nas áreas referidas no § 1º deste artigo discriminarão em seus orçamentos anuais a
participação nos programas de ação afirmativa referidos no inciso VII do art. 4 o desta Lei.
583
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, poderão ser consignados nos
orçamentos fiscal e da seguridade social para financiamento das ações de que trata o art. 56:
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - doações voluntárias de particulares;
III - doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou
internacionais;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, tratados e acordos internacionais.
TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em prol da população negra que
tenham sido ou venham a ser adotadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para aferir a eficácia social das medidas
previstas nesta Lei e efetuará seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de
relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3o ........................................................................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.” (NR)
“Art. 4o ........................................................................
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas
resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições
com os demais trabalhadores;
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional;
584
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passam a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos legais que tipificam os crimes
resultantes de preconceito de etnia, raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são
passíveis das seguintes cominações:
...................................................................................” (NR)
“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei,
além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:
...................................................................................” (NR)
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º,
renumerando-se o atual parágrafo único como § 1º:
“Art. 13. ........................................................................
§ 1º ...............................................................................
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de
discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro
reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção
da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade
Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial
estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.”
(NR)
Art. 63. O § 1º do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 1o .......................................................................
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou
conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público
quanto no privado.
...................................................................................” (NR)
Art. 64. O § 3º do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso III:
585
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.
Anotações:
586
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância
Religiosa contra quaisquer religiões, como ação estadual de desenvolvimento do Rio Grande do
Sul, objetivando a superação do preconceito, da discriminação e das desigualdades raciais.
§ 1º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á discriminação racial toda distinção, exclusão ou
restrição baseada em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica que tenha por objetivo
cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais em qualquer campo da vida pública ou privada, asseguradas as disposições
contidas nas legislações pertinentes à matéria.
§ 2º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á desigualdade racial toda situação injustificada
de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e
privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
§ 3º Para beneficiar-se do amparo deste Estatuto, considerar-se-á negro aquele que se
declare, expressamente, como negro, pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de
palavra ou expressão equivalente que o caracterize negro.
§ 4º Para efeito deste Estatuto, serão consideradas ações afirmativas os programas e as
medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
§ 5º O Poder Público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância para com
as religiões, inclusive coibindo a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de
proposições que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na
religiosidade.
587
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
Art. 4º A saúde dos negros será garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à
prevenção e ao tratamento de doenças geneticamente determinadas e seus agravos.
Parágrafo único. O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde - SUS - para a
promoção, proteção e recuperação da saúde da população negra será proporcionado através de
ações e de serviços focalizados nas peculiaridades dessa parcela da população.
588
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 7º Poderão ser priorizadas pelo Poder Público iniciativas que visem à:
I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da população negra;
II - implementação de cursos de pós-graduação com linhas de pesquisa e programas sobre a
saúde da população negra no âmbito das universidades;
III - inclusão da questão da saúde da população negra como tema transversal nos currículos
dos ensinos Médio e Superior;
IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnóstico e tratamento das doenças prevalentes na
população negra e medicina de matriz africana, nos cursos e treinamentos dos profissionais do
SUS;
V - promoção de seminários e eventos para discutir e divulgar os temas da saúde da população
negra nos serviços de saúde.
Art. 8º Os negros terão políticas públicas destinadas à redução do risco de doenças que têm
maior incidência, em especial, a doença falciforme, as hemoglobinopatias, o lúpus, a
hipertensão, o diabetes e os miomas.
Notas:
589
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO ESPORTE E AO LAZER
Art. 9º O Poder Público promoverá políticas e programas de ação afirmativa que assegurem
igualdade de acesso ao ensino público para os negros, em todos os níveis de educação,
proporcionalmente a sua parcela na composição da população do Estado, ao mesmo tempo em
que incentivará os estabelecimentos de ensino privado a adotarem tais políticas e programas.
Art. 10 O Estado deve promover o acesso dos negros ao ensino gratuito, às atividades
esportivas e de lazer e apoiar a iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção
social desta parcela da população.
Art. 11 Nas datas comemorativas de caráter cívico, as instituições de ensino públicas deverão
inserir nas aulas, palestras, trabalhos e atividades afins, dados históricos sobre a participação
dos negros nos fatos comemorados.
Art. 13º Poder Público deverá promover campanhas que divulguem a literatura produzida
pelos negros e aquela que reproduza a história, as tradições e a cultura do povo negro.
Art. 14 Nas instituições de ensino, públicas e privadas, deverá ser oportunizado o aprendizado
e a prática da capoeira, como atividade esportiva, cultural e lúdica, sendo facultada a
participação dos mestres tradicionais de capoeira para atuarem como instrutores desta arte-
esporte.
590
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nºs 7.716, de 5 de
janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24
de novembro de 2003, no que tange a obrigatoriedade da inclusão da História e da Cultura
Afro- brasileiras nos currículos escolares dos ensinos Médio e Fundamental;
IV - estabelecer programas de cooperação técnica com as escolas de Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico para a capacitação de professores para o ensino
da História e da Cultura Negras e para o desenvolvimento de uma educação baseada nos
princípios da equidade, tolerância e respeito às diferenças raciais;
V - desenvolver, elaborar e editar materiais didáticos e paradidáticos que subsidiem o ensino, a
divulgação, o debate e as atividades afins sobre a temática da História e Cultura Negras;
VI - estimular a implementação de diretrizes curriculares que abordem as questões raciais em
todos os níveis de ensino, apoiando projetos de pesquisa nas áreas das relações raciais, das
ações afirmativas, da História e da Cultura Negras;
VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- graduação,
que desenvolvam temáticas de interesse da população negra;
VIII - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros
de tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os
beneficiários.
Art. 16º Estado deverá promover políticas que valorizem a cultura "Hip-Hop" em suas
manifestações de canto do "Rap", da instrumentação dos "DJs", da dança do "break dance" e
da pintura do grafite.
Capítulo III
DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO
Art. 17º Poder Público deverá promover políticas afirmativas que assegurem igualdade de
oportunidades aos negros no acesso aos cargos públicos, proporcionalmente a sua parcela na
composição da população do Estado, e incentivará a uma maior equidade para os negros nos
empregos oferecidos na iniciativa privada.
Parágrafo único. Para enfrentar a situação de desigualdade de oportunidades, deverão ser
implementadas políticas e programas de formação profissional, emprego e geração de renda
voltadas aos negros.
591
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 19 Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando terras
quilombolas no Rio Grande do Sul, será reconhecida a propriedade definitiva das mesmas,
estando o Estado autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em observância ao direito
assegurado no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
Federal e na Lei nº 11.731, de 9 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização fundiária
de áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos.
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 20 A idealização, a realização e a exibição das peças publicitárias veiculadas pelo Poder
Público deverão observar percentual de artistas, modelos e trabalhadores afro- descendentes
em número equivalente ao resultante do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBGE de afro-brasileiros na composição da população do Rio Grande do Sul.
Art. 23ºs órgãos e as entidades da Administração Pública Estadual poderão incluir cláusulas de
participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer
outras peças de caráter publicitário nos termos da Lei Federal nº 12.288/2010.
§ 1º Os órgãos e as entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para
contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes,
programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de
emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.
§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas
sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade
na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.
§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de
iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do Poder Público.
592
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 24 Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação.
Anotações
593
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a
tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do
Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.
Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos
individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social, nos
termos desta Lei.
§ 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade
de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do
bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito.
§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações
governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais e
legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie,
e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade.
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o
pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho,
ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da
administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade,
aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem
prejuízo de outras, as seguintes medidas:
I - na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que
abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e
reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;
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Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver
sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
§ 1º A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal.
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso,
poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público.
Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,
de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular, certidões, informações, exame ou
perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ 1º Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério Público da inexistência
de elementos para a propositura de ação civil, promoverá fundamentadamente o arquivamento
do inquérito civil, ou das peças informativas. Neste caso, deverá remeter a reexame os autos
ou as respectivas peças, em 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público, que os
examinará, deliberando a respeito, conforme dispuser seu Regimento.
§ 2º Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior do Ministério Público
designará desde logo outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no que couber, os dispositivos da Lei
nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou
privado, em razão de sua deficiência;
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego
público, em razão de sua deficiência;
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua deficiência;
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar
e ambulatorial à pessoa com deficiência;
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a
que alude esta Lei;
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil
pública objeto desta Lei, quando requisitados.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a
pena é agravada em 1/3 (um terço).
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferimento de inscrição, de
aprovação e de cumprimento de estágio probatório em concursos públicos não exclui a
responsabilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos causados.
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de pessoa com
deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores
diferenciados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência, a pena é agravada
em 1/3 (um terço).
Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às pessoas portadoras
de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o
pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social.
§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação, coordenada e integrada, dos
órgãos da Administração Pública Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam compreendidos planos, programas e
projetos sujeitos a prazos e objetivos determinados.
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Federal, para os fins desta Lei, além
dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas públicas e sociedades de economia mista, as
respectivas subsidiárias e as fundações públicas.
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações governamentais e medidas referentes a
pessoas portadoras de deficiência caberá à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República.
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá formular a Política Nacional para
a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir
as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos
públicos.
Estudar é
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) sinônimo de
conquistar!
Art. 12. Compete à Corde:
I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às pessoas portadoras de
deficiência;
II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na Política Nacional para a
Integração de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias a
sua completa implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos
e as de caráter legislativo;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública Federal, dos planos,
programas e projetos mencionados no inciso anterior;
IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos
respectivos;
V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o Ministério Público,
estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração social das
pessoas portadoras de deficiência;
VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e indicando-lhe os elementos de convicção;
VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos da
Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência;
VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa
portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade.
Parágrafo único. Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu cargo, deverá a
Corde recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas, bem
como considerar a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para a
integração social das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será reestruturada a
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério do
Trabalho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e Assistência Social, órgão
encarregados da coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de
deficiência.
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias posteriores à vigência desta Lei, as
providências necessárias à reestruturação e ao regular funcionamento da Corde, como aquelas
decorrentes do artigo anterior.
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos subseqüentes, questões
concernentes à problemática da pessoa portadora de deficiência, objetivando o conhecimento
atualizado do número de pessoas portadoras de deficiência no País.
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Anotações:
600
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
TÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
601
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar
da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida e à Saúde
602
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da
incidência da gravidez na adolescência.
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a
cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas
prioritariamente ao público adolescente.
Mantenha o foco!
603
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no
acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou
segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades específicas.
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância
receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o
desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.
Anotações:
604
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e
campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias.
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das
gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado
direcionadas à mulher e à criança.
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,
inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde
bucal.
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo
Sistema Único de Saúde.
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida,
de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em
consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento
psíquico.
Lembrete:
605
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos
e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral
da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo
de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à
criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
606
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a
autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar
ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
desta Lei.
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não
se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao
seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência
em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e
programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV
do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.
607
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em
acolhimento institucional.
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção,
antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da
Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os
eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da
gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência
social para atendimento especializado.
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25
desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da
família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a
extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de
quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento
familiar ou institucional.
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai
registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1º do art. 166
desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da
família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade
judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda
provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de
adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a
equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com
os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48
desta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por
suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na
forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,
cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão do poder familiar.
#BoraEstudar!
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o
adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar,
exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem
igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.
SEÇÃO II
Da Família Natural
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e
seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para
além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
falecimento, se deixar descendentes.
610
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO III
Da Família Substituta
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento,
colhido em audiência.
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
medida.
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso,
evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua
preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e
tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a
membros da mesma etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer
modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
adequado.
611
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente
a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente
admissível na modalidade de adoção.
SUBSEÇÃO II
Da Guarda
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender
a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido
o direito de representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da
guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica,
a pedido do interessado ou do Ministério Público.
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e
subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do
convívio familiar.
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá
preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário
e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de
acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o
disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
612
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,
ouvido o Ministério Público.
SUBSEÇÃO III
Da Tutela
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
incompletos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou
suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto
no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil ,
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido
destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170
desta Lei.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts.
28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última
vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
pessoa em melhores condições de assumi-la.
Anotações:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SUBSEÇÃO IV
Da Adoção
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa,
na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
§ 2º É vedada a adoção por procuração.
§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive
seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já
estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os
impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de
filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os eX -companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando,
será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de
10 de janeiro de 2002 - Código Civil .
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,
vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
614
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-
se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor
ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam
desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu
consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as
peculiaridades do caso.
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou
guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
conveniência da constituição do vínculo.
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de
convivência.
§ 2º -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual
período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,
prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da
autoridade judiciária.
§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo
fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o
deferimento da adoção à autoridade judiciária.
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão
relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na
comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,
respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.
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Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do
Município de sua residência.
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro.
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,
poderá determinar a modificação do prenome.
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do
adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva,
exceto na hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à
data do óbito.
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em
arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
conservação para consulta a qualquer tempo.
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou
adolescente com deficiência ou com doença crônica.
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária.
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar
18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado
menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
psicológica.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na
adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,
ouvido o Ministério Público.
616
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II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de
afinidade e afetividade;
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três)
anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços
de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
situações previstas nos arts. 237ºu 238 desta Lei.
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do
procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou
adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde,
além de grupo de irmãos.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência
habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das
Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto
n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.
§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil
somente terá lugar quando restar comprovado:
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em
família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de
adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente,
após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados
ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante
parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28
desta Lei.
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de
adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e
Federal em matéria de adoção internacional.
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
Lei, com as seguintes adaptações:
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro,
deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de
adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua
residência habitual;
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Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de
Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação
vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida
Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,
deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de
Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira
pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da
autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à
expedição do Certificado de Naturalização Provisório.
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Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não
tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou,
ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que
não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção
nacional.
CAPÍTULO IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento
de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no
mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da
educação básica.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais.
Lembretes:
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Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede
regular de ensino.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a
destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas
para a infância e a juventude.
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CAPÍTULO V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição
de aprendiz.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem
prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos
trabalhistas eprevidenciários.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de
entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular
remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto
produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na
venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
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TÍTULO III
Da Prevenção
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança
e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de
educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança
e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e
com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos
da criança e do adolescente;
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência
social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança
e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente;
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência
contra a criança e o adolescente;
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o
objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
Notas:
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Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71,
dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e
adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as
pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do
cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o
injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
CAPÍTULO II
Da Prevenção Especial
SEÇÃO I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais
e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em
lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a
natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
626
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer
nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o
público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e
munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que
eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.
Anotações
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Dos Produtos e Serviços
SEÇÃO III
Da Autorização para Viajar
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para
fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa
autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16
(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização
válida por dois anos.
628
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido
em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou
domiciliado no exterior.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
Da Política de Atendimento
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de
um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
629
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos
direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será
remunerada.
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-
educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional;
V - prestação de serviços à comunidade;
630
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VI - liberdade assistida;
#FocaNaAprovação!
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.
§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus
programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das
inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade
judiciária.
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas
de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade
absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei.
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para
renovação da autorização de funcionamento:
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis;
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo
Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados
os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o
caso.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
observado o disposto no § 1º deste artigo.
632
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações,
entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou
impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes
atendidos;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência
dos resultados à autoridade competente;
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação
constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
634
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
635
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3
(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade
da execução de programas por entidades não governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender
prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
interesses presentes no caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser
efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo
que a situação de perigo seja conhecida;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança
e do adolescente;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à
situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
decisão é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam
os seus deveres para com a criança e o adolescente;
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente
deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural
ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser
informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como
esta se processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na
companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou
responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
636
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da
regularização do registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou
adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade
judiciária.
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos
de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado
à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992.
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de
investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa
do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no
assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de
paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.
TÍTULO III
Da Prática de Ato Infracional
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art.
101.
Notas:
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CAPÍTULO II
Dos Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade
de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de
quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de
autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória
pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
dúvida fundada.
CAPÍTULO III
Das Garantias Processuais
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
Das Medidas Sócio-Educativas Anotações:
SEÇÃO I
Disposições Gerais
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SEÇÃO II
Da Advertência
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e
assinada.
SEÇÃO III
Da Obrigação de Reparar o Dano
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
outra adequada.
SEÇÃO IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o
Ministério Público e o defensor.
Lembrete:
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Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.
SEÇÃO VII
Da Internação
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da
entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,
colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista a qualquer tempo pela
autoridade judiciária.
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Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,
compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias
atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus
pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
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Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.
CAPÍTULO V
Da Remissão
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do
processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer
tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do
Ministério Público.
TÍTULO IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
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Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais
ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de
que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
TÍTULO V
Do Conselho Tutelar
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos
nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro)
anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do
Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é
assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
mensal; Notas:
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
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Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos
recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação
continuada dos conselheiros tutelares.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.
CAPÍTULO II
Das Atribuições do Conselho
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Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário
o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas
para a orientação, o apoio e a promoção social da família.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
CAPÍTULO III
Da Competência
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
CAPÍTULO IV
Da Escolha dos Conselheiros
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em
lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em
todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do
ano subsequente ao da eleição presidencial.
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao
processo de escolha.
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar,
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive brindes de pequeno valor.
CAPÍTULO V
Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em
relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça
da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
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TÍTULO VI
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam
respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou
adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência
e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente
será deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a
finalidade.
CAPÍTULO II
Da Justiça da Infância e da Juventude
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da
infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por
número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
plantões.
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SEÇÃO II
Do Juiz
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz
que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
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SEÇÃO III
Dos Serviços Auxiliares
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever
recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da
Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder
Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras
espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade
judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .
CAPÍTULO III
Dos Procedimentos
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
previstas na legislação processual pertinente.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos
processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências
judiciais a eles referentes.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em
dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em
dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta
ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as
providências necessárias, ouvido o Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança
ou do adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos necessariamente
contenciosos.
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SEÇÃO II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por
provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo
da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade.
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao
despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de
estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a
presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o
disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 .
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção,
junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1º deste artigo, de
representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no
§ 6º do art. 28 desta Lei.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e
documentos.
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.
§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim
de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei
n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .
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Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do
próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,
ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do
despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá
perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão
público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das
partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia
realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá
em igual prazo.
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de
suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei.
§ 2º (Revogado).
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência
de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado) .
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Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir
esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família
substituta.
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será
averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.
SEÇÃO III
Da Destituição da Tutela
SEÇÃO IV
Da Colocação em Família Substituta
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com
expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a
criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao
adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.
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Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar,
ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá
ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,
dispensada a assistência de advogado.
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou
por defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo,
tomando por termo as declarações; e
II - declarará a extinção do poder familiar.
§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e
esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o
direito ao sigilo das informações.
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência
a que se refere o § 1º deste artigo.
§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no §
1º deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado
da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.
§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de
equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de
garantia do direito à convivência familiar.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a
criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco
dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
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Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder
familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta,
será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos
autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à
adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por
este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
SEÇÃO V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado
à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e
em se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição
da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso,
encaminhará o adulto à repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave
ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser
substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Anotações:
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Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente
liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua
apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão
social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal
ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o
adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o
adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério
Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela
autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a
apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente
na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério
Público relatório das investigações e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido
ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua
dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do
Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos
serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme
o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de
Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro
membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão,
que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se
afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a
classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser
deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
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Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser
cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o
adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em
repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada
em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
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Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-
liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do
defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não
recorrer da sentença.
Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual
de Criança e de Adolescente”
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes
previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,
obedecerá às seguintes regras:
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de
polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os
nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou
cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações,
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva
necessidade, a critério da autoridade judicial.
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da
operação de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste
artigo.
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-se:
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço
de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
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Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da
internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts.
240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-
A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) .
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da
investigação responderá pelos excessos praticados.
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados
próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações
necessárias à efetividade da identidade fictícia criada.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado
em livro específico.
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação
deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério
Público, juntamente com relatório circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos
em autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial,
assegurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das
crianças e dos adolescentes envolvidos.
Observações:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta
escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará
audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade
governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente
superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de
atendimento.
SEÇÃO VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas
de proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou
do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto,
certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da
intimação, que será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou
da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou
de seu representante legal.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista
dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Seção VIII
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos
autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de
elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art.
197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca
das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo
psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a
autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50
desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de
habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.
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§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela
autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado
ser essa a melhor solução no interesse do adotando.
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação
por equipe interprofissional.
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da
habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofissional.
§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes
indicados dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da
criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na
sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão
judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente.
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e
vinte) dias, prorrogável por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária.
CAPÍTULO IV
Dos Recursos
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos
à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adaptações:
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público
e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou
do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado,
mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento
à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do
recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte
interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a
apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção
internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica
sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo
de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na
sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu parecer.
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração
de responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos
artigos anteriores.
CAPÍTULO V
Do Ministério Público
#VaiDarCerto!
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da
respectiva lei orgânica.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações
e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob
sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário
previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública
afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que
terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências,
usando os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha
legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei,
através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação
oficial, respeitado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela
necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que
ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de,
a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,
devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
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§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade
judiciária.
CAPÍTULO VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta
irregular:
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência
à saúde do educando do ensino fundamental;
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e
destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de
medidas de proteção.
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência.
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses
individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela
Constituição e pela Lei.
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada
imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou
deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais
superiores.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se
legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a
autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo
extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas
as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,
caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao
réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,
mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da
Criança e do Adolescente do respectivo município.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão
exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada
igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em
estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à
parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz
determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade
civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios
arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores
responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas,
sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e
indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos
que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as
providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo
de quinze dias.
672
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames
ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da
inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos
autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério
Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do
Conselho Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior
do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará,
desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24
de julho de 1985 .
TÍTULO VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
CAPÍTULO I
Dos Crimes
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por
ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal
e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
673
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
SEÇÃO II
Dos Crimes em Espécie
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão
sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância
das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame
ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação
de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente
privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar
ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude
de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou
recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena
de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo,
ou ainda quem com esses contracena.
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou
por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
Notas:
675
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de
que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra
forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a
que se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às
autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C
desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades
institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido.
676
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação,
criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou
pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir
de forma pornográfica ou sexualmente explícita.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou
pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
adolescente para fins primordialmente sexuais.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança
ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança
ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido
potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
677
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2º desta
Lei, à prostituição ou à exploração sexual:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na
prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da
Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de
terceiro de boa-fé.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que
se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei n o 8.072, de 25 de julho de
1990 .
CAPÍTULO II
Das Infrações Administrativas
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e
de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos
de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança
ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial
relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
678
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena – multa.
§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá
determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento
será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do
disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e
de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da
diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem
indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência,
aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo ou sem aviso de sua
classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a
autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois
dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente
como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá
determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze
dias.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe
esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
participação no espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade
judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
680
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará
projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos
e programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo
essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real; e
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração
de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 .
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos
fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Primeira Infância.
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente
fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e
demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a
forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira
infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
681
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar
pela doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de
Ajuste Anual.
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais
aplicados sobre o imposto apurado na declaração:
I - (VETADO);
II - (VETADO);
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
§ 2º A dedução de que trata o caput :
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na
declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;
II - não se aplica à pessoa física que:
a) utilizar o desconto simplificado;
b) apresentar declaração em formulário; ou
c) entregar a declaração fora do prazo;
III - só se aplica às doações em espécie; e
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota
ou quota única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal
do Brasil.
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta
parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
legislação.
Notas:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
trimestralmente; e
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o
imposto anualmente.
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração
do imposto.
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou
em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta
específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o
art. 260.
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho
correspondente, especificando:
I - número de ordem;
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
V - ano-calendário a que se refere a doação.
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde
que discrimine os valores doados mês a mês.
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens,
mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando
também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo
contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a
Receita Federal do Brasil.
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
II - manter controle das doações recebidas; e
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a
mês, identificando os seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria
da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais divulgarão amplamente à comunidade:
I - o calendário de suas reuniões;
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao
adolescente;
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos
para implementação das ações, por projeto;
684
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive
com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os
registros, inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados
aos municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo
estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos
níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas
serão exercidas pela autoridade judiciária.
685
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
com as seguintes alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o
crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze
anos.
4) Art. 213 ..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte
item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição
popular do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das
entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do
adolescente nos meios de comunicação social.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara,
compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade
inferior a 6 (seis) anos.
686
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e
campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código
de Menores), e as demais disposições em contrário.
Anotações:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
ESTATUTO DO IDOSO
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e
dignidade.
688
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na
forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de
violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.
689
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
CAPÍTULO III
Dos Alimentos
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu
sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
Notas:
690
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de
Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo
a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e
esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o
Poder Público, nos meios urbano e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes
do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos
ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento
especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese
na qual será admitido o seguinte procedimento:
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o
idoso em sua residência; ou
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente
constituído.
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de
saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição
do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial
sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
691
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de
optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em
tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para
consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que
deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim
como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto
de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária,
bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão
praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
psicológico.
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o
disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Lembrete:
692
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação,
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.
§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão
de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da
identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a
eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos
artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos
idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo
de envelhecimento.
Notas:
693
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições
físicas, intelectuais e psíquicas.
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da
aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto
no caput e § 2º do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo
salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art.
35 da Lei no 8.213, de 1991.
694
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por
responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os
reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período
compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os
princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do
Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal
de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos
do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar
contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do
idoso no custeio da entidade.
§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá
a forma de participação prevista no § 1º, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento)
de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se
refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,
caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.
695
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IX
Da Habitação
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública
ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada
quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos
financeiros próprios ou da família.
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação
externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação
compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene
indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso
goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para
atendimento aos idosos;
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao
idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem
situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo.
CAPÍTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal
que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez
por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
Abaixe a cabeça só se for pra
estudar mais um pouco!
696
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por
cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque
e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.
TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal.
697
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou
cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos
vínculos familiares e comunitários.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder
Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua
convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações
governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
698
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente
da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso
ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária
e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional
da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade
e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta
Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
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Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso
terão direito à assistência judiciária gratuita.
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o
acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das
respectivas instâncias político-administrativas." (NR)
Observações:
700
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CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for
caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam
cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos
abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado,
enquanto durar a interdição.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao
idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser
estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de Proteção ao Idoso
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às normas
de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de infração
elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este
será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da
data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
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Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará à
entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições
legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada,
a autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem
prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou
pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que
julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta
escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário,
designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção
de outras provas.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade
governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente
superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à
substituição.
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§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
julgamento do mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo
programa de atendimento.
TÍTULO V
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.
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CAPÍTULO II
Do Ministério Público
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da
respectiva Lei Orgânica.
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§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a
finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a
toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que
terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e
produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e
Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação
incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros
interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso,
protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça
Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.
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Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis
ou homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização
da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto
nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de
segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na
forma do art. 273 do Código de Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,
mas será devida desde o dia em que se houver configurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver,
ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento
ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da
decisão serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos
autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à
parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz
determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade
civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e
indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções,
quando tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra
idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
pertinentes ao Ministério Público, para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo
de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,
de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da
inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas,
determinará o seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.
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TÍTULO VI
Dos Crimes
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do
Código de Processo Penal.
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes
aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento
necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa
idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
responsabilidade do agente.
Anotações:
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em
situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem
justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a
condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis,
quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
Nota:
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem
justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial
expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto
desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem
judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do
idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
710
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Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste
em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou
pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento
ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens
depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins
de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a
devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
"Art. 61. ............................................................................
............................................................................
II - ............................................................................
............................................................................
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
............................................................................." (NR)
"Art. 121. ............................................................................
............................................................................
711
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de
socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
............................................................................" (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções
Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
"Art. 21............................................................................
............................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60
(sessenta) anos." (NR)
Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 1o ............................................................................
............................................................................
§ 4º ............................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos;
............................................................................" (NR)
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 18............................................................................
............................................................................
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou
a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer
causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
............................................................................" (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo
terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os
critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da
Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de
desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o
disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
714
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona
o modelo assistencial em saúde mental.
Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta
Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação
sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de
gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou
responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste
artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de
sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
715
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave
dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social,
será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob
responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo
Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado
que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de
terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar,
no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente
ou por determinação do médico assistente.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente
registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser
comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual
tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou
responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz
competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à
salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão
comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao
representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo
de vinte e quatro horas da data da ocorrência.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas
sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida
comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional para
acompanhar a implementação desta Lei.
Importante
717
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
LEI DA IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE
1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional e dá outras providências.
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
718
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou
à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
720
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
721
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.
Seção II-A
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder,
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do
art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
Contra os Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde
sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do
parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou
tributário concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta
não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração
dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts.
148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
724
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível,
nos termos desta Lei.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como
fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições
inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do
requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de quinze dias.
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará
a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.
725
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda
dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o
caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Importante
726
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a
requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com
o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento
administrativo.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas
final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.
CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro
de 1958 e demais disposições em contrário.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Dos Princípios
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes
a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta,
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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Seção II
Das Definições
O aprendiz é um mestre
em formação.
732
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção III
Das Obras e Serviços
734
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade,
previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de
suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência
financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da
autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.
735
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua
a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado
pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de
qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o
autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
I - execução direta;
Lembrar
II - execução indireta, nos seguintes regimes:
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado).
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos,
categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do
local ou às exigências específicas do empreendimento.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados
principalmente os seguintes requisitos:
I - segurança;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
III - economia na execução, conservação e operação;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas
existentes no local para execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do
serviço;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;
VII - impacto ambiental.
736
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII - (Vetado).
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de
serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados
mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111
desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de
integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação
de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes
realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
Seção V
Das Compras
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação
dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade
de quem lhe tiver dado causa.
737
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de
avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta
ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a
quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas
por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação
previstos no inciso IX do art. 24.
738
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção VI
Das Alienações
739
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
740
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.
Anotações
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
Da Licitação
Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por
motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes
ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços,
dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de
licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do
Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,
alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter
o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
I - quarenta e cinco dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral
ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas
parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação
com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da
competitividade sem perda da economia de escala.
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do
parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de
corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto
em licitação.
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto,
tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas
concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso,
observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de
cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou
serviço no País.
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e,
em qualquer caso, a concorrência.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder
ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar
o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos
praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou
serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas
as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário
para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e
não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico
aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente
vantajosas para o Poder Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração,
e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,
criados para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários
à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor
original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a
vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações,
unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao
limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de
uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de
comissão instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação
de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado.
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no
caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea
“b” do inciso I do caput do art. 23;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão.
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de
fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida.
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Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24,
as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados,
dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial,
no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto
neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança
pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
Seção II
Da Habilitação
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente,
documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal e trabalhista;
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.
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Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se
tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de
documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria
em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão
competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá
em:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes
(CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto
contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou
sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos
por lei.
V - prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a
apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
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III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando
exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o
cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das
licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas
de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes,
limitadas as exigências a:
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro
permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro
devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade
técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas
exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação,
vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
II - (Vetado).
a) (Vetado).
b) (Vetado).
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo
anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de
obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso,
será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo
ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que
inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e
pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação,
serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua
disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização
prévia.
§ 7º (Vetado).
I - (Vetado).
II - (Vetado).
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá
a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente
por critérios objetivos.
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§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta
especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser
contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos
essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-
operacional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço
objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou
superior, desde que aprovada pela administração.
§ 11. (Vetado).
§ 12. (Vetado).
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§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através
do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de
índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira
suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.
§ 6º (Vetado).
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por
qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração
ou publicação em órgão da imprensa oficial.
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo
ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos
enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado
de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais,
a superveniência de fato impeditivo da habilitação.
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido
por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em
obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão,
nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos
equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado,
devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.
§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou
emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus
elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da
documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica às
licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o
produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça
parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa
estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para
este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de
aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada, nos
termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e
desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso
II do caput do art. 23.
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Importante
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Seção III
Dos Registros Cadastrais
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem
freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma
regulamentar, válidos por, no máximo, um ano.
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente
aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo
anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a
atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros
órgãos ou entidades da Administração Pública.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o
interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização,
subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos
constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo
registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito
que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação
cadastral.
Seção IV
Do Procedimento e Julgamento
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados
oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega
do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do
responsável pelo convite;
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Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I,
alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência
pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de
10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da
licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com
objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações
sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente.
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta,
bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto
no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
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I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros
complementos;
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual
a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como
qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de
cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até
trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas:
I - o disposto no inciso XI deste artigo;
II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente
ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde
que não superior a quinze dias.
§5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de serviços, exigir
da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema
prisional, com a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em
regulamento.
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada
para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o
licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de
habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de
preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse
edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo
licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases
subseqüentes.
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Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da
política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente
o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação
de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente
no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao
licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros
serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente
os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos
provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira
ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na
respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que
por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem
com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor
do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior.
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e
sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas
propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que
transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após
o julgamento dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o
caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda
com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente
registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
760
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Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos
definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos
por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou
reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite,
inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou
de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos
respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites
mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante,
para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra
estrangeira ou importações de qualquer natureza.
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Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o
responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com
as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do
art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o
qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a
classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de
empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior.
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto
no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados
em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido
o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas
necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia
consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e
projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior.
Anotações
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente
explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
propõe a pagar:
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes
previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com
os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no
instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a
qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos
materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem
mobilizadas para a sua execução;
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço
dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento
convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada,
com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como
referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram
a valorização mínima;
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado,
sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de
acordo para a contratação;
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem
preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a
proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do
parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios
objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações
das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento
convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por
autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da
Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução
de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia
nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida
qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de
execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos
licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
763
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º (Vetado).
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade
de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente,
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam
elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar
a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade,
de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de
nulidade.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de
regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo
quando julgar conveniente.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração,
procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do
preço mínimo de arrematação.
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não
inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão,
imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo
estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já
recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e
quatro horas.
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se
realizará.
Capítulo III
DOS CONTRATOS
Seção I
Disposições Preliminares
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e
pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral
dos contratos e as disposições de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,
expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos
termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
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Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a
forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia
autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do
contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no
parágrafo 3o deste artigo.
767
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica
e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado
para até dez por cento do valor do contrato.
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato
e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o
contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos
créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que
isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua
duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições
mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
III - (Vetado).
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração
estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão
ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação,
mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em
processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no
interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta
Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução
do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade
superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até
doze meses.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão
ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão
ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Importante
769
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Da Formalização dos Contratos
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório
de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o
de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a
5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em
regime de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa
ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos
na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo
de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o
disposto no art. 26 desta Lei.
770
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo
processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o
pagamento dos emolumentos devidos.
Seção III
Da Alteração dos Contratos
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas,
nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica
aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do
modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento
de bens ou execução de obra ou serviço;
771
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção IV
Da Execução dos Contratos
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução
total ou parcial.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das
faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser
solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou
serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou
incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.
773
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais
e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em
cada caso, pela Administração.
774
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Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que
não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de
funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo,
os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do
objeto do contrato correm por conta do contratado.
Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências
contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
775
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja
culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver
sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução
será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências,
sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato
próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados
na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta
Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das
multas e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da
Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato,
podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa
do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério,
aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL
Seção
Disposições Gerais
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta
Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e
nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato
ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus
autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego,
função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que
transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder
Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos
nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da
Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação
pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados
pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle
direto ou indireto.
778
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Das Sanções Administrativas
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,
na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente
o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do
respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia
defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente
com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de
5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de
Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação
ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
779
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser
aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no
recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos
ilícitos praticados.
Seção III
Dos Crimes e das Penas
Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata,
nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o
objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou
Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias
úteis da intimação do ato.
Importante
Importante
780
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos
os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na
imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos
dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo,
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público,
atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no
prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato
recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse
mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida
dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de
responsabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre
sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos
estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-
se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente
disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente
no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço
técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a
Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste
para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico,
insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados,
documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento,
fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
781
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao
órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização
e pagamento.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram
contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação
consorciados.
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da execução do
contrato.
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por
esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando
os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e
regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de
controle interno nela previsto.
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal
de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na
aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão
solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas,
cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração
interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas.
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas
concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida
da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da autoridade
competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concorrência, à
convocação dos interessados, ao procedimento e à análise da documentação.
Anotações
782
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos
operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência,
observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade
competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes
e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração
Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso;
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases
programadas;
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos
próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia
Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação
aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
impropriedades ocorrentes:
I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente
recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local,
realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão
competente do sistema de controle interno da Administração Pública;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no
cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais
de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio,
ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe
repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber,
nas três esferas administrativas.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior
editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta
Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração
Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os
respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo
Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a
variação geral dos preços do mercado, no período.
#EuQuero
#EuPosso
#EuConsigo
784
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados
anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art.
65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5o, com relação ao pagamento
das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias
contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos
por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-
se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e
os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de
garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei,
no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a
ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços
públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o
assunto.
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art. 7o serão dispensadas
nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram
previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente.
Busque sempre o
progresso, não a perfeição.
785
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio
Grande do
FAÇO SABER, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do Estado,
TÍTULO I
DAS DISPO SIÇÕ ES PRELIMINARES
Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos servidores públicos civis do
Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as categorias que, por disposição constitucional, devam
reger-se por estatuto próprio.
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Art. 3º - Cargo Público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria,
consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante
retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.
786
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 5º -Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau
a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antiguidade.
Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a
organização em carreira.
Importante
787
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 8º - Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica realizada
pelo órgão de perícia oficial.
§ 1º Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo, nos
termos da lei.
§ 2º Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica,
no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiverem ciência.
§ 3º O servidor da Administração Pública Estadual, ao tomar posse em novo cargo, sem
interrupção de exercício, será submetido à avaliação médica pericial, sendo dispensada a
apresentação de exames complementares, desde que não tenha alteração de riscos relacionados
ao ambiente de trabalho e a nova posse ocorra no prazo máximo de 2 (dois) anos.
Art. 9º -Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que
terá caráter informativo.
TÍTULO II
DO PRO VIMENTO, PROMOÇÃO, VACÂNCIA, REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
Capítulo I
Do Provimento
788
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
Do Recrutamento e Seleção
Seção I
Disposições Gerais
Seção II
Do Concurso Público
Art. 12 -O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomeação em cargos de
provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento.
§ 1º -As condições para realização do concurso serão fixadas em edital, que será publicado no
Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação.
§ 2º -Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos estaduais de
provimento efetivo.
§ 3º -As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos para o
exercício do cargo.
§ 4º -Serão considerados como títulos somente os cursos ou atividades desempenhadas pelos
candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os pontos
a eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos
do concurso.
§ 5º -Os componentes da banca examinadora deverão ter qualificação, no mínimo, igual à exigida
dos candidatos, e sua composição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado.
789
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 14 -O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado,
uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.
Parágrafo único. Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de
validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para
o mesmo cargo.
Capítulo III
Da Nomeação
Capítulo IV
Da Lotação
Art. 17 -Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos órgãos em que,
efetivamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fixados para cada
repartição ou unidade de trabalho.
§ 1º -A indicação do órgão, sempre que possível, observará a relação entre as atribuições do
cargo, as atividades específicas da repartição e as características individuais apresentadas pelo
servidor.
§ 2º -Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas a pedido ou "ex-officio",
atendendo ao interesse da Administração.
§ 3º -Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para funções gratificadas,
a lotação será compreendida no próprio ato.
790
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo V
Da Posse
Art. 18 -Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizado com a assinatura do termo no prazo
de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado.
§ 1º -Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a
posse começará a fluir a partir do término do afastamento.
§ 2º -A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 3º -No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de
outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 20 -Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada sem efeito a
nomeação.
Capítulo VI
Do Exercício
Art. 22 -Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até
30 (trinta) dias contados da data da posse.
§ 1º -Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo
estabelecido neste artigo.
§ 2º -Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe
exercício e providenciar nos elementos necessários à complementação de seus assentamentos
individuais.
§ 3º -A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a consequente
exoneração do anterior, não interrompem o exercício.
§ 4º -O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e aproveitamento,
será contado a partir da publicação do ato no Diário Oficial do Estado.
791
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 23 -O servidor removido ou redistribuído "ex-officio", que deva ter exercício em outra
localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo
necessário ao deslocamento para a nova sede.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo
a que se refere este artigo será contado a partir do término do afastamento.
Art. 25 -O servidor poderá afastar-se do exercício das atribuições do seu cargo no serviço público
estadual, mediante autorização do Governador, nos seguintes casos:
I - colocação à disposição;
II - estudo ou missão científica, cultural ou artística;
III - estudo ou missão especial de interesse do Estado.
§ 1º -O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da administração direta,
autarquias ou fundações de direito público do Estado, para exercer função de confiança.
§ 2º -O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da administração
indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de
confiança.
§ 3º -Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança, prevista nos
parágrafos anteriores:
I - os afastamentos de servidores para o Sistema Único de Saúde;
II - os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do serviço,
para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja previsão em
convênio.
§ 4º -Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do mesmo,
o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.
§ 5º -O servidor estável poderá ser autorizado a, no interesse da Administração Pública e em
campo de estudo vinculado ao cargo que o servidor exerce, e desde que a participação não possa
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-
se, com a respectiva remuneração ou subsídio, para participar de programa de pós-graduação
“stricto sensu” em instituição de ensino superior, no País ou no exterior, conforme regulamento.
792
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 26 -Salvo nos casos previstos em lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30
(trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado
em inquérito administrativo.
Art. 27 -O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou funcional
será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto nos §§ 1.º e 2.º, bem
como no inciso IV e §§ 2.º e 3.º do art. 80.
§ 1º -Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo exercício, sendo-lhe
ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.
§ 2º -O servidor preso para cumprimento de pena decorrente de condenação por crime, se esta
não for de natureza que determine a demissão, ficará afastado do cargo, sem direito à
remuneração, até o cumprimento total da pena, fazendo jus seus dependentes ao benefício de
que trata o art. 259-A desta Lei Complementar.
Capítulo VII
Do Estágio Probatório
Art. 28 - Estágio probatório é o período de 3 (três) anos em que o servidor, nomeado em caráter
efetivo, deve ficar em observação, e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua
confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:
I - disciplina;
II - eficiência;
III - responsabilidade;
IV - produtividade;
V - -assiduidade.
Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos neste artigo, os quais poderão ser desdobrados
em outros, serão apurados na forma do regulamento.
Importante
793
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo VIII
Da Estabilidade
Art. 31 -O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado, ou mediante processo administrativo em que lhe tenha sido assegurada ampla
defesa.
Importante
794
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo IX
Do Regime de Trabalho
Art. 32 -A autoridade máxima de cada órgão ou Poder determinará, quando não discriminado
em lei ou regulamento, o horário de trabalho dos órgãos públicos estaduais.
Parágrafo único. Parágrafo único. Pode ser autorizado o regime especial de tele trabalho, a
critério da Administração, na forma prevista em regulamento, e desde que, cumulativamente:
I - exista mecanismo de controle de produtividade;
II - sejam cumpridas as metas individuais e coletivas de produtividade, previamente fixadas;
(Inciso incluído pela Lei)
III - as atribuições do cargo e as atividades do setor não exijam a presença física do servidor.
Art. 32-A -A pedido do servidor, a jornada de trabalho poderá ser reduzida entre 25% (vinte e
cinco por cento) e 50% (cinquenta por cento), mediante a concordância do titular do órgão ou
entidade a que o servidor estiver vinculado. (Artigo incluído pé lá Le i
§ 1º -A incidência do regime diferenciado de que trata o “caput” acarretará a redução da
remuneração na mesma proporção da redução da jornada de trabalho.
§ 2º -A redução da jornada de trabalho dependerá da conveniência e oportunidade do serviço e
poderá, a qualquer tempo, ser revogada, por decisão do titular do órgão, ou cancelada, a pedido
do servidor.
Art. 33 -Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir
serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.
§ 1º -Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais
estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo.
§ 2º -O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25% (vinte e cinco
por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor.
§ 3º -Pel. serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito à remuneração ou
folga, nos termos do regulamento.
Art. 34 -Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e
as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo 113.
Parágrafo único. A hora de trabalho noturno será computada como de cinquenta e dois minutos
e trinta segundos.
795
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo X
Da Promoção
Art. 36 -As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreira, obedecerão aos
critérios de merecimento e antiguidade, alternadamente, na forma da lei, que deverá assegurar
critérios objetivos na avaliação do merecimento.
Art. 38 -Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou
indevidamente a promoção.
Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a
que tiver direito.
Capítulo XI
Da Readaptação
796
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 40 - Se o resultado da inspeção médica concluir pela incapacidade para o serviço público,
será determinada a aposentadoria do readaptando.
Capítulo XII
Da Reintegração
Capítulo XIII
Da Reversão
797
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo XIV
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Seção I
Da Disponibilidade
798
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Do Aproveitamento
Art. 53 - Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o
aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de
30 (trinta) dias.
Capítulo XV
Da Recondução
Importante
799
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo XVI
Da Vacância
Capítulo XVII
Da Remoção e da Redistribuição
Seção I
Da Remoção
Art. 59 -A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas,
previamente, as chefias envolvidas.
800
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Da Redistribuição
Importante
Capítulo XVIII
Da Substituição
801
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO III
DOS DIREITO S E VANTAGENS
Capítulo I
Do Tempo de Serviço
Art. 62 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em
anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
Art. 63 - Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento,
ou dos regimes funcionais.
802
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
XV - moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês,
mediante pronta comunicação à chefia imediata;
XVI - (REVOGADO).
Importante
803
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
Das Férias
Art. 68 -Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o
acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago
antecipadamente.
§ 1º -O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao
servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes
do início do referido período.
§ 2º -Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos períodos utilizará a
faculdade de que trata este artigo.
Art. 69 -Durante as férias o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como
se estivesse em exercício.
Art. 70 -O servidor que opere direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas,
próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atribuições, a
20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis.
Art. 71 -Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.
Art. 72 -As férias somente poderão ser interrompidas por motivos de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse
público.
Art. 73 -Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe
assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas as eventuais parcelas
correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos.
804
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
805
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo III
Do Vencimento e da Remuneração
Art. 78 -Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo,
correspondente ao padrão fixado em lei.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento básico, importância inferior
ao salário mínimo.
806
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 81 -Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a
remuneração ou provento.
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de
pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma
definida em regulamento.
Art. 82 -As reposições e indenizações ao erário deverão ser descontadas em parcelas mensais
não excedentes a 30% (trinta por cento) nem inferiores a 10% (dez por cento) da remuneração,
subsídio ou proventos.
Art. 83 -Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o servidor
que for demitido ou exonerado.
Parágrafo único. A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida
ativa.
Capítulo IV
DAS VANTAGENS
Art. 86 -As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de
concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento.
Art. 87 -Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não poderá receber, a qualquer título, seja
qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas
quais tenha sido mandado servir.
807
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 88 -As vantagens de que trata o art. 85 não são incorporadas à remuneração do servidor
em atividade, nem aos proventos dos inativos.
§ 1º - (R e voga).
§ 2º -Aos titulares de cargo de confiança optantes por gratificação por exercício de função já
incorporadas nos termos da lei, é facultada a opção pela percepção da gratificação de
representação correspondente às atribuições da função titulada.
§ 3º -Os servidores que incorporaram gratificação por exercício de função em atividade e os
servidores inativos terão seus vencimentos e proventos revistos na forma estabelecida neste
artigo.
Seção I Lembrar:
DAS INDENIZAÇÕ ES
Subseção I
DA AJUDA DE CUSTO
808
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 93 -Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo do Estado que for nomeado para
cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou
entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou municípios, o servidor não receberá ajuda
de custo do Estado.
Art. 94 -O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não
se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.
Subseção II
DAS DIÁRIAS
Art. 95 -O servidor que se afastar temporariamente da sede, em objeto de serviço, fará jus,
além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas de
alimentação e pousada.
§ 1º -Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter
permanente.
§ 2º -A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede.
§ 3º -Não serão devidas diárias nas hipóteses em que o deslocamento da sede constituir
exigência permanente do serviço, nem quando o deslocamento se der para distâncias inferiores
a 50 km (cinquenta quilômetros).
Art. 96 -O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede, fica
obrigado a restitui-las
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto
para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no
"caput".
Art. 97 -As diárias que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o valor
básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fazer jus, na forma do
regulamento.
#FocoNaAprovação!
809
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Subseção III
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPO RTE
Art. 98 -Será concedida indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a
utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das
atribuições próprias do cargo, conforme previsto em regulamento.
Seção II
Dos Avanços
Art. 99 -Por triênio de efetivo exercício no serviço público, o servidor terá concedido
automaticamente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na
forma da lei.
§ 1º -O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que
permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117.
§ 2º -O disposto no “caput" e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja primeira
investidura no serviço público estadual ocorra após 30 de junho de 1995, hipótese em que será
observado o disposto no parágrafo seguinte.
§ 3º -Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao servidor será concedido
automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na forma
da lei.
Seção III
Das Gratificações e Adicionais
Art. 100 -Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações e adicionais por tempo de serviço
e outras por condições especiais de trabalho:
I - gratificação por exercício de função;
II - gratificação natalina;
III - gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei;
IV - gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;
V - gratificação por exercício de serviço extraordinário;
VI - gratificação de representação, na forma da lei;
VII - gratificação por serviço noturno;
VIII - adicional por tempo de serviço;
IX - gratificação de permanência em serviço;
X - abono familiar;
XI - outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.
810
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Subseção I
Da Gratificação por Exercício de Função
Art. 101 -A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou
assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.
Subseção II
Da Gratificação Natalina
Art. 104 -Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções
uma gratificação natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de
dezembro.
§ 1º -A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da
remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício,
considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral.
§ 2º -O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de
dezembro de cada exercício.
§ 3º -A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de suas funções, sem prejuízo da
remuneração e demais vantagens.
§ 4º -O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de pagamento das
obrigações pecuniárias relativas à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta,
deduzidos os descontos legais.
§ 5º -A indenização de que trata o § 4º será calculada com base no índice oficial de remuneração
da caderneta de poupança, “pro-rata die”, e paga juntamente com o valor total ou parcial da
referida gratificação.
811
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 105 -O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
de exercício, calculada na forma do § 1º do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da
exoneração.
Art. 106 -É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo incidirá sobre
as parcelas que compõem seu provento.
812
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Subseção III
Da Gratificação por Exercício de Atividades Insalubres, Perigosas ou Penosas
Art. 107 -Os servidores que exerçam suas atribuições com habitualidade em locais insalubres ou
em contato com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida fazem jus a uma
gratificação, nos termos da lei.
§ 1º -O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou porosidade
deverá optar por uma delas nas condições previstas em lei.
§ 2º -O direito às gratificações previstas neste artigo cessa com a eliminação das condições ou
dos riscos que deram causa a sua concessão.
§ 3º -Será devida aos servidores públicos civis ocupantes de cargo de provimento efetivo uma
gratificação pelo exercício de suas funções em locais insalubres ou em contato com substâncias
tóxicas radioativas, denominada gratificação de insalubridade, calculada em razão do grau de
exposição, a incidir sobre o vencimento básico do cargo titulado, nos seguintes percentuais:
I - 10% (dez por cento), se mínimo o grau de exposição;
II - 20% (vinte por cento), se médio o grau de exposição; e
III - 40% (quarenta por cento), se máximo o grau de exposição.
§ 4º -A gratificação de que trata este artigo não se incorporará à remuneração nem aos proventos
de inatividade, sendo devida apenas enquanto o servidor estiver prestando o serviço nas
condições especiais.
§ 5º -A existência das condições especiais de que trata o “caput” e o grau de exposição do
servidor serão aferidos pelo órgão oficial de perícia, com revisão periódica, na forma do
regulamento.
Art. 109 -Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias
radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante
não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos
a cada 6 (seis) meses de exercício.
813
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Subseção IV
Da Gratificação por Exercício de Serviço Extraordinário
Art. 110 -O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por
cento) em relação à hora normal de trabalho.
Art. 111 -A gratificação de que trata o artigo anterior somente será atribuída ao servidor para
atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do
artigo 33.
Art. 112 -O valor da hora de serviço extraordinário, prestado em horário noturno, será acrescido
de mais 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora normal. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 15.450, de 17 de fevereiro de 2020)
Subseção V
Da Gratificação por Serviço Noturno
Art. 113 -O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o
disposto no artigo 34.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno
corresponder ao horário normal de trabalho.
Subseção VI
Da Gratificação de Permanência em Serviço
Art. 114 -Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria voluntária com proventos integrais e
cuja permanência no desempenho de suas funções for julgada conveniente e oportuna para o
serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de
permanência em serviço de valor correspondente a 10% (dez por cento) do seu vencimento
básico.
§ 1º -Fica assegurado o valor correspondente ao do vencimento básico do Padrão 16 do Quadro
Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quando a aplicação do
disposto no "caput" deste artigo resultar em um valor de gratificação inferior ao desse vencimento
básico.
§ 2º -A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de
base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou proventos
da inatividade.
§ 3º -A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos,
sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor,
ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de
conveniência e oportunidade do Governador.
814
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 4º -O servidor, a quem for deferida a gratificação de que trata o "caput” deste artigo, poderá
ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o período da concessão
da gratificação de permanência em serviço.
§ 5º -Não se aplica o disposto no “caput” aos servidores que percebam remuneração na forma
de subsídio conforme
Subseção VII
Do Adicional por Tempo de Serviço
Art. 115 -O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público,
contados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze
por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei.
Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de
15% (quinze por cento), anteriormente concedido.
§ 2º -(REVOGADO).
§ 3º -(revogado).
Art. 116 -Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo de serviço federal,
estadual ou municipal, prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público.
Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o servidor
tiver exercido serviços transferidos para o Estado.
Art. 117 -Na acumulação remunerada, será considerado, para efeito de adicional, o tempo de
serviço prestado a cada cargo isoladamente.
Importante
815
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Subseção VIII
Do Abono Familiar
Art. 118 -Ao servidor ocupante de cargo efetivo, bem como aos inativos vinculados pelo Regime
Próprio de Previdência Social do Estado, será concedido, observado o disposto neste artigo, abono
familiar pelos seguintes dependentes:
I - filho menor de 18 (dezoito) anos;
II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprovadamente incapaz;
III - filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e
quatro) anos;
IV - cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração.
§ 1º -O abono familiar de que trata o “caput” será pago nos seguintes valores:
I - R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) por dependente enquadrado nos incisos II e IV do
“caput” deste artigo;
II - R$ 120,00 (cento e vinte reais) por dependente enquadrado nos incisos I e III do “caput”
deste artigo.
§ 2º -Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que,
mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.
§ 3º -São condições para percepção do abono familiar que:
I - os dependentes relacionados neste artigo vivam efetivamente às expensas do servidor ou
inativo;
II - a invalidez de que tratam os incisos II e IV do "caput" deste artigo seja comprovada mediante
inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.
§ 4º -No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não exclui o do
outro.
§ 5º -Será deduzido do valor do abono familiar devido por dependente enquadrado nos incisos I
e III do “caput” deste artigo o equivalente a 13,5% (treze inteiros e meio por cento) do montante
da remuneração mensal bruta do servidor que exceder a 7 (sete) vezes o menor vencimento
básico inicial do Estado, limitado ao valor do benefício.
Art. 119 -Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será devido o abono familiar.
Art. 120 -A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei.
Parágrafo único. As alterações que resultem em exclusão de abono deverão ser comunicadas
no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.
816
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção IV
Dos Honorários e Jetons
Art. 121 -O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário de
expediente a que estiver sujeito, as funções de:
-membro de banca de concurso;
-gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;
-treinamento de pessoal;
-professor, em cursos legalmente instituídos.
Capítulo V
Das Concessões
Seção I
Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cursos, Congressos e Similares
Art. 123 -É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração,
nos seguintes casos:
I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino
superior, 1º e 2º graus;
II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.
Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar
perante a chefia imediata as datas em que se realizarão as diversas provas e seu
comparecimento.
Art. 124 -O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou
capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado,
quando houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as
atribuições do cargo ou função exercidos.
Art. 125 -Ao Servidor poderá ser concedida licença para frequência a cursos, seminários,
congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da
remuneração e demais vantagens, desde que o conteúdo programático esteja correlacionado às
atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.
Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de
interesses particulares ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo, ressalvada a hipótese
de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento.
817
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 126 -Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegurada,
na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado,
em qualquer época, independente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do
servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização
judicial.
Seção II
Da Assistência a Filho Excepcional
Art. 127 -O servidor, pai, mãe ou responsável por pessoa com deficiência, física ou mental, em
tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período
de até 50% (cinquenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.
Parágrafo único. A licença será concedida pelo prazo de até 12 (doze) meses, mediante laudo
de perícia médica oficial, podendo ser renovada pelo mesmo período, sucessivamente.
Capítulo VI
Das Licenças
Seção I
Disposições Gerais
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 129 -A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para
tratamento de saúde e por motivo de doença em pessoa da família, e por junta oficial, constituída
de 3 (três) médicos, nos demais casos. (Redação dada pela Lei Complementar nº 15.450, de 17
de fevereiro de 2020)
Seção II
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 130 -Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou "ex-officio",
precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital
ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
§ 1º -Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência
do servidor ou no
Estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§ 2º -Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médico particular, quando ficar
comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da localidade.
§ 3º -O atestado referido no parágrafo anterior somente surtirá efeito após devidamente
examinado e validado pelo órgão de perícia médica competente.
§ 4º -O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento
de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.
§ 5º -No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao
serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.
§ 6º -O resultado da inspeção será comunicado imediatamente ao servidor, logo após a sua
realização, salvo se houver necessidade de exames complementares, quando então, ficará à
disposição do órgão de perícia médica.
§ 7º -A critério do órgão de perícia oficial do Estado, o servidor poderá ser convocado para
avaliação presencial.
§ 8º -A licença para tratamento de saúde de até 15 (quinze) dias, no período de 1 (um) ano,
poderá ser dispensada de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, ou
mesmo de homologação dos atestados, na forma de regulamento.
Art. 131 -Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do
cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do
laudo.
Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remuneração, sem
prejuízo, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, da pena prevista no art. 191, inciso IV,
observado o disposto no art. 26, ambos desta Lei Complementar.
819
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
820
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção III
Da Licença por Acidente em Serviço Anotações
821
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção IV
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 139 -O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente,
descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2.º grau, desde que comprove ser
indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício
do cargo.
§ 1º -doença será comprovada por meio de inspeção de saúde realizada pelo órgão de perícia
médica competente.
§ 2º -A licença por motivo de doença em pessoa da família por período de até 15 (quinze) dias,
dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia
oficial do Estado, ou mesmo de homologação dos atestados, na forma de regulamento.
Seção V
Da Licença à Gestante, à Adotante, e à Paternidade
Art. 141 - À servidora gestante será concedida licença de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo
da remuneração, a contar da data do nascimento.
§ 1º - Em caso de natimorto, nascimento com vida seguido de óbito (nativo o) ou de óbito da
criança durante o período de licença gestante, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de
afastamento, a partir do término da licença nojo.
§ 2º - O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da Unidade
de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.
§ 3º - Ao término da licença a que se refere o “caput” deste artigo, é assegurado à servidora
lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em 1 (um)
turno, quando seu regime de trabalho obedecer a 2 (dois) turnos, ou a 3 (três) horas consecutivas
por dia, quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.
822
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 143 - À servidora adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de guarda
ou da adoção pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
-(REVOGADO).
-(REVOGADO).
-(REVOGADO).
- (R EVOGADO.
Art. 144 - Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor terá direito à licença-paternidade
de 30 (trinta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, inclusive em casos de natimorto.
Parágrafo único. O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da
alta da Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.
Seção VI
Da Licença para Prestação de Serviço Militar
Art. 145 -Ao servidor convocado para a prestação de serviço militar será concedida licença, nos
termos da legislação específica.
823
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Art. 146 -Ao servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, poderá ser concedida
licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem
remuneração.
§ 1º -A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do
serviço.
§ 2º -O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de
imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado,
considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.
§ 3º -O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.
§ 4º -Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior,
contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.
Seção VIII
Da Licença para Acompanhar o Cônjuge
Art. 147 -O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem
remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de
solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para
o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo federal, estadual ou municipal.
§ 1º -A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser
renovada a cada 2(dois) anos.
§ 2º -O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de serviço
para qualquer efeito.
§ 3º -À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio do
cônjuge.
Art. 148 -O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hipótese da transferência de que
trata o artigo anterior, em repartição da Administração Estadual Direta, Autárquica ou
Fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.
Sucesso é o acúmulo de
pequenos esforços repetidos
todos os dias!
824
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção IX
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
Art. 149 -É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista
em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de
classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração
do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea "f".
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei.
Seção X
Da Licença-Prêmio por Assiduidade
Art. 150 -O servidor que, por um quinquênio ininterrupto, não se houver afastado do exercício
de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por
assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício.
§ 1º -Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de serviço
os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.
§ 2º -Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea "b", e XV do artigo 64,
somente serão computados, como de efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período
máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois) meses, por
motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor,
tudo por quinquênio de serviço público prestado ao Estado.
§ 3º -O servidor que à data de vigência desta Lei Complementar detinha a condição de estatutário
há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção
do tempo de serviço público prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas
no período aquisitivo limitado a 31 de dezembro de 1993.
Art. 152 -A apuração do tempo de serviço normal, para efeito da formação do quinquênio,
gerador do direito da licença- prêmio, será na forma do artigo 62 desta lei.
Art. 153 -O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não poderá ser superior
a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho.
825
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção XI
Da Licença para Concorrer a Mandato Público Eletivo e Exercê-lo
Art. 154 - O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da
legislação eleitoral.
Art. 155 - Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse.
Seção XII
Da Licença Especial para Fins de Aposentadoria
Art. 157 -Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da
aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se
do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.
§ 1º -O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem
sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.
§ 2º -O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para
todos os efeitos legais.
826
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo VII
Da Aposentadoria
Art. 159 - A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo anterior, será automática e declarada
por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade limite de permanência no
serviço ativo.
827
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 160 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do
respectivo ato.
§ 1º -A aposentadoria por invalidez será precedida por licença para tratamento de saúde, num
período não superior a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 2º -Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o exercício do
cargo, ou de se proceder à sua readaptação, será o servidor aposentado.
§ 3º -O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da
aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.
Art. 161 - O provento da aposentadoria será revisto na mesma proporção e na mesma data em
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrente da
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
Art. 162 - O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acometido
de qualquer das moléstias especificadas no § 1º do artigo 158, passará a perceber provento
integral.
Art. 163 - Com prevalência do que conferir maior vantagem, quando proporcional ao tempo de
serviço, o provento não será inferior:
-ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estava sujeito o servidor;
-a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais casos.
Art. 164 - O servidor em estágio probatório somente terá direito à aposentadoria quando
invalidado por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercício de suas atribuições,
acometido de moléstia profissional ou nos casos especificados no § 1º do
Artigo 158 desta lei.
828
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 166 - O servidor, vinculado à previdência social federal, que não tiver nesta feito jus ao
benefício da aposentadoria, será aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei,
permanecendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário, até a implementação
das condições de aposentadoria, caso em que caberá ao Estado pagar somente a diferença, se
houver.
Capítulo VIII
Do Direito de Petição
Art. 168 -O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado
por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 169 -Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que
houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato.
§ 1º -O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de
reformar o despacho, a decisão ou o ato.
§ 2º -O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.
Art. 170 -Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de
reconsideração.
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato.
§ 2º - O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente
subordinado o requerente.
§ 3º - Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do despacho,
decisão ou ato houver sido o Governador.
§ 4º -A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.
829
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 173 -A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.
Art. 174 -A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for
de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.
§ 1º -Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o
servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefias superiores.
§ 2º -A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.
Art. 175 -Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento,
na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.
Art. 176 -São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de
força maior, devidamente comprovado.
Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos
impeditivos da vontade do interessado ou da autoridade competente para decidir.
Lembrar:
830
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
Capítulo I
Dos Deveres do Servidor
831
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
Das Proibições
832
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo III
Da Acumulação
Art. 181 - O servidor detentor de cargo de provimento efetivo quando investido em cargo em
comissão ficará afastado do cargo efetivo, observado o disposto no artigo anterior.
Art. 182 - Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das
posições ocupadas.
Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a manifestação optativa do
servidor, a Administração sustará o pagamento da posição de última investidura ou admissão.
833
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo IV
Das Responsabilidades
Art. 183 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e
administrativamente.
Art. 184 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.
§ 1º - A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no
artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública,
em ação regressiva.
§ 3º - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor nesta
qualidade.
Art. 186 - As sanções civis, penais e administrativas poderão acumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si,
Assim como as instâncias civil, penal e administrativa.
Lembrar:
Capítulo V
Das Penalidades
834
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 188 - A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional
ou quando ocorrer procedimento público inconveniente.
Art. 189 - A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas
as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:
I -na violação das proibições consignadas nesta lei;
II -nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;
III -quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;
IV -como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante;
V -que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou
receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado;
VI -que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;
VII -responsável pelo retardamento em processo sumário;
VIII -que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar;
IX -que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela
autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
X -que descumprir a vedação estabelecida no art. 134.
§ 1º -A suspensão não será aplicada enquanto o servidor estiver afastado por motivo
de gozo de férias regulamentares ou em licença por qualquer dos motivos previstos no artigo
128.
§ 2º -Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida
em multa na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor
a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.
§ 3º -Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao
servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo período.
§ 4º -A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo de serviço, exceto para fins de
concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco
por cento) e licença-prêmio.
Art. 190 -Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão
automaticamente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha
praticado nenhuma nova infração.
Parágrafo único. O cancelamento do registro, na forma deste artigo, não gerará nenhum direito
para fins de concessão ou revisão de vantagens.
835
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 191 -O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:
I -ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de
readaptação;
II -indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;
III -ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria
ou de terceiros;
IV -abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;
V -ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 (sessenta) dias, intercalados,
durante um ano;
VI -improbidade administrativa;
VII -transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a
sua gravidade, efeito ou reincidência;
VIII -falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões
pessoais ou danos de monta;
IX -incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;
X -acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XI -aplicação irregular de dinheiro público;
XII -reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;
XIII -lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;
XIV -revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fato ou informação
de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em
processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;
XV -corrupção passiva nos termos da lei penal;
XVI -exercer advocacia administrativa;
XVII -prática de outros crimes contra a administração pública.
Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão
judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal.
Art. 192 -O ato que demitir o servidor mencionará sempre o dispositivo legal em que se
fundamentar.
Art. 193 -Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com a nota "a bem
do serviço público", a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a
XIV do artigo 191.
836
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 194 -Uma vez submetido a inquérito administrativo, o servidor só poderá ser exonerado, a
pedido, ou aposentado
Voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.
Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por
abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço.
Art. 197 -A aplicação das penas referidas no artigo 187 prescreve nos seguintes prazos:
I -em 12 (doze) meses, a de repreensão;
II -em 24 (vinte e quatro) meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de
cargo e por ausências sucessivas ao serviço;
III -em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de
disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.
IV -(REVOGADO).
§ 1º -O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do fato, por superior
hierárquico.
§ 2º -Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo de prescrição começa a fluir a
partir da data em que o servidor reassumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço.
§ 3º -Quando as faltas constituírem, também, crime ou contravenção, a prescrição será regulada
pela lei penal.
837
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Capítulo I
Das Disposições Gerais
Art. 198 -A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público estadual ou prática
de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários
ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de se tornar co-
responsável, assegurada ampla defesa ao acusado.
Art. 199 -As denúncias sobre irregularidades serão objeto de averiguação, desde que contenham
a identidade do denunciante e sejam formuladas por escrito, para fins de confirmação de
autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
penal a denúncia deverá ser arquivada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer
punição consignada nesta lei.
Art. 200 -As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de:
I -sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua determinação ou para apontar o
servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada, documentalmente
provada ou manifestamente evidente;
II -inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível das
penas disciplinares de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação da
aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar comprovada a
ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria.
838
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
Da Sindicância
Art. 201 -Toda autoridade estadual é competente para, no âmbito da jurisdição do órgão sob
sua chefia, determinar a realização de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser concluída
no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por até igual período.
§ 1º -A sindicância será sempre cometida a servidor de hierarquia igual ou superior à do
implicado, se houver.
§ 2º -O sindicante desenvolverá encargo em tempo integral, ficando dispensável de suas
atribuições normais até a apresentação do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo.
Art. 203 -A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado dos elementos que
instruírem o processo, decidirá pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade
cabível de sua competência, ou pela instauração de inquérito administrativo, se estiver na sua
alçada.
Parágrafo único. Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquérito for de
autoridade de outra alçada ou competência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para
apreciação das medidas propostas.
Importante
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo III
Do Afastamento Preventivo
Art. 204 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade ou infração funcional, a autoridade instauradora do processo administrativo
disciplinar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das atividades do seu cargo,
pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo o qual cessarão
definitivamente os seus efeitos, mesmo que o processo administrativo disciplinar ainda não tenha
sido concluído.
Capítulo IV
Do Processo Administrativo Disciplinar em Espécie
Art. 205 - O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Estado para apurar
responsabilidade de servidor por irregularidade ou infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre
efetivamente investido.
Art. 206 - O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3
(três) servidores estáveis, com formação superior, sendo pelo menos um com titulação em
Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o
seu presidente.
§ 1º -O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não poderá ser
escolhido entre os componentes da mesma.
§ 2º -Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem
estarem ligados ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação.
§ 3º -Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de secretário, o servidor que tenha
feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3º grau.
§ 4º -Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva do Governador do Estado ou de
dirigente máximo de autarquia ou fundação pública, o processo administrativo-disciplinar será
conduzido por Procurador do Estado, na condição de Autoridade Processante, observando-se, no
que couber, as demais normas do procedimento.
§ 5º -Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no inciso IV do artigo 115 da
Constituição Estadual, que deverá ser emitido também nos casos em que o processo for
encaminhado à decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública.
840
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Art. 207 -A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurando
o sigilo absoluto e, necessário à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
Art. 208 -O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de mais de uma comissão, podendo
esta ser incumbida de mais de um processo disciplinar.
Art. 209 -O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la não poderá fazer
parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusação como da defesa.
Art. 210 -A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de todos os seus
membros.
Parágrafo único. A ausência, sem motivo justificado, por mais de duas sessões, de qualquer
dos membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de imediato, a substituição do
faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumprimento do dever
funcional.
Art. 212 -O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não poderá exceder a
60 (sessenta) dias, contados da data da publicação do ato que constituir a comissão, admitida a
sua prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho excepcional assim o
exigirem.
§ 1º -Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempo integral, ficando
seus membros e respectivo secretário dispensados de suas atividades normais, até a entrega do
relatório final.
§ 2º -As reuniões da comissão serão registradas em atas, detalhando as deliberações adotadas.
Art. 213 -O processo administrativo disciplinar, instaurado pela autoridade competente para
aplicar a pena disciplinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data
em que for publicada a designação dos membros da comissão.
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Art. 214 -Todos os termos lavrados pelo secretário da comissão, tais como, autuação, juntada,
intimação, conclusão, data, vista, recebimento de certidões, compromissos, terão formas
processuais, resumindo-se tanto quanto possível.
Art. 215 -Será feita por ordem cronológica de apresentação toda e qualquer juntada aos autos,
devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas.
Art. 216 -Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de antecedentes do indiciado.
Art. 217 -No processo administrativo disciplinar, poderá ser arguida suspeição, que se regerá
pelas normas da legislação comum.
Art. 218 -Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrativa, a autoridade
que determinar a instauração do processo administrativo disciplinar providenciará para que se
instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
Parágrafo único. Idêntico procedimento compete à autoridade policial quando se tratar de
crime praticado fora da esfera administrativa.
Art. 219 -As autoridades administrativas e policiais se auxiliarão, mutuamente, para que ambos
os inquéritos se concluam dentro dos prazos fixados nesta lei.
Art. 220 -A absolvição do processo crime, a que for submetido o servidor, não implicará na
permanência ou retorno do mesmo ao serviço público se, em processo administrativo disciplinar
regular, tiver sido demitido em virtude de prática de atos que o inabilitem moralmente para aquele
serviço.
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Art. 222 -As irregularidades processuais que não constituírem vícios substanciais insanáveis,
suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua
nulidade.
Art. 223 -A nulidade poderá ser arguida durante ou após a formação da culpa, devendo fundar-
se a sua arguição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente.
Capítulo V
Do Inquérito Administrativo
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 225 -Quando o inquérito administrativo for precedido de sindicância, o relatório desta
integrará a instrução do processo como peça informativa.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração praticada
consta capitulada como ilícito penal, a autoridade competente providenciará no encaminhamento
de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do
processo disciplinar.
Art. 226 -Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações,
investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
§ 1º -A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da capacidade técnica especializada,
observadas as provas de habilitação estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas
estranhas ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a prestarem assessoramento
técnico.
§ 2º -Para os exames de laboratórios, por ventura necessários, recorrer-se-á aos
estabelecimentos particulares somente quando inexistirem oficiais ou quando os laudos forem
insatisfatórios ou incompletos.
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Seção II
Dos Atos e Termos Processuais
Art. 228 -O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria e demais peças
existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver,
para interrogatório e acompanhamento do processo.
§ 1º -A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via postal, com antecedência mínima
de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualificação
e a tipificação da infração que lhe é imputada.
§ 2º -Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, à vista de, no
mínimo, 2 (duas) testemunhas.
§ 3º -Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital,
publicado no órgão oficial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis contados a
partir da primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo.
§ 4º -Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á à citação por
hora certa, na forma dos artes. 227 a 229 do Código de Processo Civil.
§ 5º -Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereço em outra
localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o
comprovante de registro e o aviso de recebimento.
§ 6º -A citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretário da comissão,
apresentado ao destinatário o instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma
delas, passe recibo devidamente datado na outra.
§ 7º -Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à comissão, será dado como citado.
§ 8º -Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas, servidores, ou não, que,
presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 229 -Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo são insuficientes
para bem caracterizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a vítima ou o denunciante da
irregularidade ou infração funcional.
Art. 230 -Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia, com
defensor dativo designado pelo presidente da comissão, procedendo-se da mesma forma com
relação ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado da localidade de seu
domicílio.
Art. 231 -O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por intermédio de defensor, a assistir aos
atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar
convenientes.
Parágrafo único. O indiciado poderá requerer ao presidente da comissão a designação de
defensor dativo, caso não o possuir.
Art. 232 -O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis após o interrogatório, poderá
requerer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito).
§ 1º -Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentro do prazo de 3
(três) dias úteis, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do
processo.
§ 2º -No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente, podendo ser
promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações.
Art. 233 -As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente
da comissão, devendo apor seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será remetida
ao chefe da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora e local em que procederá à
inquirição.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 235 -O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à
testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.
§ 1º -As testemunhas serão inquiridas separadamente, se possível no mesmo dia, ouvindo-se
previamente, as apresentadas pelo denunciante; a seguir as indicadas pela comissão e, por
último, as arroladas pelo indiciado.
§ 2º -Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergentes entre si, proceder-se-á à
acareação dos depoentes.
§ 3º -Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estado civil, profissão,
se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas.
Art. 236 -Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fim de
evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.
Art. 237 -O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se lhe, porém,
reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
Art. 238 -A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos casos previstos em lei penal.
§ 1º -Se arrolados como testemunha, o Governador do Estado, os Secretários, os dirigentes
máximos de autarquias, bem como outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis
hierárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, hora e local previamente
ajustado entre o presidente da comissão e a autoridade.
§ 2º -Os servidores estaduais arrolados como testemunhas serão requisitados junto às
respectivas chefias e os federais e os municipais, bem como os militares, serão notificados por
intermédio das repartições ou unidades a que servirem.
§ 3º -No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a depor perante a
comissão, o presidente poderá solicitar à autoridade policial competente, providências no sentido
de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela autoridade, a matéria
reduzida a itens, sobre à qual devam ser ouvidas.
Art. 239 -Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à
autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual
participe, pelo menos, um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados e
apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial.
Art. 240 -O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o local onde
será encontrado.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 241 -Durante o curso do processo, a comissão promoverá as diligências que se fizerem
necessárias à elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peritos.
Parágrafo único. Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às solicitações da comissão.
Art. 242 -Compete à comissão tomar conhecimento de novas imputações que surgirem, durante
o curso do processo, contra o indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas
objetivando sua defesa.
Art. 243 -Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo secretário terão
forma sucinta e, quando possível, padronizada.
§ 1º -A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação mediante
despacho do presidente da comissão.
§ 2º -A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo desde a indicação do servidor, bem
como, após despacho do presidente, o mandato, revestido das formalidades legais que permite
a intervenção de procurador, se for o caso.
Art. 244 -Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indiciado, ou seu defensor legalmente
constituído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da intimação, apresentar defesa
por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei.
§ 1º -Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
§ 2º -O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério da comissão, quando
está a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação da inocência do indiciado.
Art. 245 -Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, dentro de 10 (dez) dias,
minucioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e mencionando as provas principais
em que se baseou para formular sua convicção.
§ 1º -O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do indiciado.
§ 2º -Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do prazo, contar-se-á
o destinado à feitura do relatório a partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.
§ 3º -No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separadamente, as
irregularidades, objeto de acusação, as provas que instruírem o processo e as razões de defesa,
propondo, justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso, a pena que
couber.
§ 4º -Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a
reprodução de fatos semelhantes ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que
lhe pareçam de interesse do serviço público estadual.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo VI
Do Processo por Abandono de Cargo ou por Ausências Excessivas ao Serviço
Art. 247 -É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levam o servidor a faltar
consecutiva e frequentemente ao serviço.
Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sob pena de se
tornar corresponsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administrativo da repartição que
promoverá as diligências necessárias à apuração da ocorrência.
Art. 248 -Quando o número de faltas não justificadas ultrapassar a 30 (trinta) consecutivas ou
60 (sessenta) intercaladas durante um ano, a repartição onde o servidor tiver em exercício
promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:
I -a solução, se ficar provada a existência de força maior, coação ilegal e circunstância ligada ao
estado físico ou psíquico do servidor, que contribua para não caracterizar o abandono do cargo
ou que possa determinar a justificabilidade das faltas;
II -a instauração de inquérito administrativo se inexistirem provas das situações mencionadas no
inciso anterior, ou existindo, forem julgadas insatisfatórias.
§ 1º -No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o prazo de 5 (cinco) dias para
apresentar defesa.
§ 2º -Para aferição do número de faltas, as horas serão convertidas em dias, quando o servidor
estiver sujeito a
Regime de plantões.
§ 3º -Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em abandonar o
cargo, ser-lhe-á permitido continuar em exercício, a título precário, sem prejuízo da conclusão do
processo.
§ 4º -É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou ausência excessiva ao
serviço, no decurso do correspondente processo administrativo-disciplinar, requerer sua
exoneração, a juízo da autoridade competente.
Notas
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo VII
Da Revisão do Processo
Art. 249 -O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez, a qualquer
tempo ou “ex-officio", quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar
a inocência ou inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º -O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem permite agravação da pena.
§ 2º -Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa de
sua família poderá requerer revisão do processo.
§ 3º -No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser requerida pelo respectivo curador.
Art. 252 -A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusão dos trabalhos.
Art. 253 -O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade nos termos do artigo 246,
no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, durante o qual poderá
determinar as diligências que julgar necessárias.
Art. 254 -Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direitos do servidor.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VI
DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR
Art. 255 -O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência médica, odontológica
e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, nos termos da lei.
Art. 256 -Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes benefícios, na forma
prevista nesta lei:
I -abono familiar;
II -licença para tratamento de saúde;
III -licença-gestante, à adotante e licença-maternidade;
IV -licença por acidente em serviço;
V -aposentadoria;
VI -auxílio-funeral;
VII -(REVOGADO).
§ 1º -Além das concessões, de que trata este artigo, será devido o auxílio-transporte,
correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para o seu local de
trabalho e vice-versa, nos termos da lei.
§ 2º - O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei. (Parágrafo vetado pelo Governador
do Estado e mantido pela Assembléia Legislativa no DOE de 08 de abril de 1994)
§ 3º -A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e dependentes de servidores, de zero a seis
anos, em creches e pré-escola.
Art. 257 - O auxílio-funeral é a importância devida à família do servidor falecido, ativo ou inativo,
em valor equivalente:
I - a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, considerados
eventuais acúmulos legais;
II - ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fixado no inciso anterior, quando
promovido por terceiros.
Parágrafo único. O processo de concessão de auxílio-funeral obedecerá a rito sumário e
concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o
pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa.
Art. 258 -Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenho de suas funções,
fora do local de trabalho, inclusive em outro Estado ou no exterior, as despesas de transporte do
corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de direito público.
851
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 259-A -Aos dependentes do servidor detento ou recluso será paga, durante o período em
que estiver privado de sua liberdade, sob o título de auxílio-reclusão, uma quantia mensal,
equivalente à metade da que lhes caberia a título de pensão por morte, limitada ao máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 1º -O benefício do auxílio-reclusão será devido a partir da data em que o servidor preso deixar
de receber remuneração decorrente do seu cargo e será pago enquanto o servidor for titular do
respectivo cargo efetivo.
§ 2º -O auxílio-reclusão será rateado em quotas iguais entre os dependentes do servidor.
§ 3º -Na hipótese de fuga do servidor, o benefício será restabelecido a partir da data da recaptura
ou da reapresentação à prisão, nada sendo devido aos seus dependentes enquanto estiver o
servidor evadido e durante o período da fuga.
§ 4º -Para a instrução do processo de concessão deste benefício, além da documentação que
comprovar a condição de servidor e de dependentes, serão exigidos:
I -documento que certifique o não pagamento da remuneração ao servidor pelos cofres públicos,
em razão da prisão; e
II -certidão emitida pela autoridade competente sobre o efetivo recolhimento do servidor à prisão
e o respectivo regime de cumprimento da pena, sendo tal documento renovado semestralmente.
§ 5º -Caso o servidor venha a ser ressarcido com o pagamento da remuneração correspondente
ao período em que esteve preso, e seus dependentes tenham recebido auxílio-reclusão, será
descontado do servidor o valor correspondente ao período de gozo do benefício, para fins de
restituição ao Estado, aplicando-se juros e atualização monetária.
§ 6º -Aplicar-se-ão ao auxílio-reclusão, no que couber, as disposições atinentes à pensão por
morte.
§ 7º -Se o servidor preso vier a falecer na prisão, o benefício de auxílio-reclusão será convertido
em pensão por morte.
Art. 260 -Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul a concessão de
benefícios e serviços, na
Forma prevista em lei específica.
Parágrafo único. Todo o servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamente, ser
contribuinte do órgão previdenciário de que trata este artigo.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO VII
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO
Art. 261 -Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a Administração
estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei.
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, consideram-se como necessidade
temporária de excepcional interesse público as contratações destinadas a:
I -combater surtos epidêmicos;
II -atender situações de calamidade pública;
III -atender a outras situações de urgência que vierem a ser definidas em lei.
Art. 261-A -Aplica-se ao pessoal contratado nos termos do art. 261 exclusivamente o disposto
nos artes. 64, incisos I, II, III, IV, VI e XV; 67 a 74; 76; 80, incisos I, II e III; 82 a 84; 85, incisos
I e IV; 87; 89, incisos II e III; 95 a 96; 98; 104 a 105; 110 a 113; 167 a 186; 187, incisos I, II e
VI; todos desta Lei Complementar, bem como as disposições específicas estabelecidas,
estritamente em razão da natureza da função, na lei que autorizar a contratação.
Parágrafo único. Aplica-se, ainda, no que couber, ao pessoal contratado nos termos do art.
261, o disposto nos arts. 130, 131, 134, 135, 136, 138, 141 e 143, referentes ao período não
coberto pelo Regime Geral de Previdência Social.
TÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS
Capítulo I
Das Disposições Gerais
Art. 263 -Poderão ser conferidos, no âmbito da administração estadual, autarquia e fundações
de direito público, prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que possibilitem o
aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem como concessão de
medalhas, diploma de honra ao mérito, condecoração e louvor, na forma do regulamento.
Art. 264 -Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
prazo vencido em dia em que não haja expediente.
Parágrafo único. Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco
por cento) serão pagos a partir do primeiro dia do mês em que for completado o período de
concessão.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 265 -Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor não
poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional,
nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
Art. 266 -Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento,
como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as
comissões legais.
Art. 267 -É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até segundo grau,
salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo, porém,
exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.
Art. 268 -Serão assegurados ao servidor público civil os direitos de associação profissional ou
sindical.
Art. 269 -Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que
vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união
estável como entidade familiar.
Art. 270 -A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato ou
portaria do Governador do Estado, ou de outra autoridade com competência para tal, somente
produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial.
Art. 271 -Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos a sanções
disciplinares por crítica irrogada em quaisquer escritos de natureza administrativa.
Parágrafo único. A requerimento do interessado, poderá a autoridade suprimir as críticas
irrogadas.
Art. 272 -O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão profissional e for suspenso do
exercício da profissão, enquanto durar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva
responsabilidade técnico-profissional.
Art. 273 -O Poder Executivo regulará as condições necessárias à perfeita execução desta lei,
observados os princípios gerais nela consignados.
Art. 274 -O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às fundações de direito público,
respeitada, quanto à prática de atos administrativos, a competência dos respectivos titulares.
Art. 275 -Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de direito público poderão praticar
atos administrativos de competência do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas
respectivas atuações.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Capítulo II
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 276 -Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidade de servidores
públicos, os servidores estatutários da Administração Direta, das autarquias e das fundações de
direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como os servidores estabilizados
vinculados à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943.
§ 1º -Os servidores celetistas de que trata o "caput" deverão manifestar, formalmente, no prazo
de 90 (noventa) dias após a promulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime jurídico
por esta estabelecido.
§ 2º - Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções correspondentes aos
extranumerários e contratados de que trata este artigo, ficam transformados em cargos de
provimento efetivo, em classe inicial, em número certo, operando-se automaticamente a
transposição dos seus ocupantes, observada a identidade de denominação e equivalência das
atribuições com cargos correspondentes dos respectivos quadros de pessoal.
§ 3º -Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidores celetistas, a
transformação da respectiva função será para o cargo de provimento efetivo em classe
correspondente.
§ 4º -Os cargos de provimento efetivo resultantes das disposições deste artigo, excetuados os
providos na forma do artigo 6º, terão carreira de promoção própria, extinguindo-se à medida que
vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos cargos são providos no sistema
de carreira, indistintamente, por servidores celetistas e estatutários.
§ 5º -Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consideradas as situações de fato em
desvio de função.
§ 6º -Os contratados por prazo determinado terão seus contratos extintos, após o vencimento
do prazo de vigência.
§ 7º -Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste artigo, fica assegurada ao servidor,
a título de vantagem pessoal, como parcela autônoma, nominalmente identificável, a diferença
resultante entre a remuneração básica da função
Anteriormente desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e a do cargo
da classe inicial da categoria funcional para a qual foi transposto.
#VaiDarCerto!
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 277 -São considerados extintos os contratos individuais de trabalho dos servidores que
passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes assegurada
a contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os efeitos, exceto para os
fins previstos no inciso I do artigo 151, na forma da lei.
§ 1º -O servidor que houver implementado o período aquisitivo que lhe assegure o direito a férias
no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante o
disposto no § 2º deste artigo.
§ 2º -Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamentares de que trata o § 1º do artigo
67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício no regime anterior.
§ 3º -O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha completado o quinquênio de que
trata o artigo 150 desta Lei Complementar, terá assegurado o cômputo desse período para fins
de concessão de licença-prêmio, inclusive para os efeitos do inciso I do artigo 151 da mesma Lei.
Art. 278 -Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, dos
servidores celetistas que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei,
poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente sobre a matéria.
Parágrafo único. O saldo da conta individualizada de servidores não optantes pelo FGTS
reverterá em favor do Estado ou da entidade depositante.
Art. 279 -Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do Plano de Carreira do Magistério
Público Estadual, na forma prevista no art. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de a abril de 1974.
Art. 280 - As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de 1980, que não conflitarem com os
princípios estabelecidos por esta lei, permanecerão em vigor até a edição de lei complementar,
prevista no art. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 281 -A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos empregados portuários e
hidroviários, vinculados à entidade responsável pela administração de portos de qualquer
natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar o regime da
Le i nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação portuária federal e a política nacional de
salários, observado o quadro de pessoal próprio.
Importante
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 283 -Os graus relativos aos cargos organizados em carreira a que se refere esta lei,
enquanto não editada a lei complementar de que trata o art. 31 da Constituição do Estado,
correspondem as atuais classes.
Art. 284 -Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal e da
Constituição Estadual, o direito à livre organização sindical e os seguintes direitos, entre outros,
dela decorrentes:
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o final do mandato, exceto se
a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das
mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral da categoria.
Art. 285 -No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulgação desta lei, o
Poder Executivo deverá encaminhar ao Poder Legislativo, projeto de lei que trate do quadro de
carreira dos funcionários de escola.
Art. 286 -As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão à conta de dotações
orçamentárias próprias.
Art. 287 -Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplementares necessários à cobertura das
despesas geradas por esta lei.
Art. 288 -Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos a contar de
1º de janeiro de 1994.
Art. 289 -Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são
revogadas as disposições em contrário.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Dispõe sobre o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, da
Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe –, criado pela Lei n.º 9.228, de 1º de
fevereiro de 1991, e dá outras providências.
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1.º Esta Lei Complementar dispõe sobre o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do
Estado do Rio Grande do Sul, da Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe – , criado
pela Lei n.º 9.228, de 1.º de fevereiro de 1991, e alterações.
Art. 2.º Integram o quadro de cargos de provimento efetivo da Organização Básica do Quadro
Especial de Servidores Penitenciários as categorias funcionais de Agente Penitenciário
Administrativo, Agente Penitenciário, Técnico Superior Penitenciário e Quadro de Cargos em
Extinção.
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA DO QUADRO DE CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO
Art. 3.º Dos atuais 700 (setecentos) cargos de Auxiliar de Serviços Penitenciários, criados pela
Lei n.º 9.228/1991 e alterações, ficam extintos 100 (cem) cargos e 600 (seiscentos) cargos são
transformados em cargos de Agente Penitenciário Administrativo nos graus “A”, “B”, “C” e “D”,
conforme Anexo I, sendo asseguradas aos atuais detentores todas as vantagens e os direitos nos
graus correspondentes.
Parágrafo único. Fica criado o Grau “E” na categoria funcional de Agente Penitenciário
Administrativo, com a criação de 100 (cem) cargos, conforme Anexo I.
Art. 4.º Os atuais 700 (setecentos) cargos de Monitor Penitenciário, criados pela Lei n.º
9.228/1991, e alterações, são transformados em cargos de Técnico Superior Penitenciário, na
forma constante do Anexo I, sendo assegurados aos atuais detentores todas as vantagens e os
direitos nos graus correspondentes.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Parágrafo único. Ficam criados 256 (duzentos e cinquenta e seis) cargos na categoria funcional
de Técnico Superior Penitenciário, conforme segue: comp 2
I. 189 (cento e oitenta e nove) cargos no Grau “A”;
II. 64 (sessenta e quatro) cargos no Grau “B”; e
III. 3 (três) cargos no Grau “C”.
Art. 5.º Na categoria funcional de Agente Penitenciário, ficam criados o Grau “E” e 1.783 (mil,
setecentos e oitenta e três) cargos, na forma a seguir: (Vide Lei Complementar n.º 15.453/20)
I. 552 (quinhentos e cinquenta e dois) cargos no Grau “A”;
II. 296 (duzentos e noventa e seis) cargos no Grau “B”;
III. 261 (duzentos e sessenta e um) cargos no Grau “C”;
IV. 244 (duzentos e quarenta e quatro) cargos no Grau “D”; e
V. 430 (quatrocentos e trinta) cargos no Grau “E”.
Art. 7.º A categoria funcional de Monitor Penitenciário, criada pela Lei n.º 6.502, de 22 de
dezembro de 1972, e extinta pela Lei n.º 9.228/1991, permanece em extinção e os cargos no
Grau “E” extinguir-se-ão progressiva e sucessivamente, até o último vagar.
Art. 8.º A estrutura do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande
do Sul passa a ser a constante do Anexo I.
CAPÍTULO III
DAS ESPECIFICAÇÕES DAS CATEGORIAS FUNCIONAIS
Art. 9.º As especificações das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial de Servidores
Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul são as que constituem o Anexo II.
Art. 10. Para o provimento do cargo de Técnico Superior Penitenciário, serão exigidas as
graduações de nível superior nas áreas de Administração, Arquitetura, Ciências da Computação,
Ciências Contábeis, Ciências Jurídicas e Sociais, Ciências Sociais, Educação Física, Enfermagem,
Engenharia Agronômica, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Farmácia, Fisioterapia, Estatística,
Odontologia, Terapia Ocupacional, Tecnologia em Segurança Prisional, Nutrição, Pedagogia,
Psicologia, Serviço Social e Sistemas de Informação e outros que a Susepe definir para prover a
estrutura técnica organizacional que se fizer necessário.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DO PROVIMENTO E DA GESTÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL E PROMOÇÕES
Seção I
Do Provimento
Art. 11. O provimento dos graus iniciais das categorias funcionais integrantes do Quadro de
Cargos de Provimento Efetivo será mediante concurso público de provas, ou de provas e títulos,
realizadas em quatro fases eliminatórias e sucessivas, consideradas as peculiaridades das
respectivas categorias:
I. provas de conhecimento;
II. prova de capacidade física;
III. avaliação psicológica; comp 3
IV. investigação da vida pregressa.
§ 1.º Além das fases acima, o edital de abertura do concurso público estabelecerá outros
requisitos imprescindíveis para provimento dos cargos.
§ 2.º A prova de títulos, quando houver, nos termos do edital, terá caráter classificatório.
Art. 12. O recrutamento, a seleção e a formação de candidatos para provimento de cargos e
funções, em diferentes níveis de atuação da Susepe, são de competência da Escola do Serviço
Penitenciário.
Importante
860
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Seção II
Da Gestão de Desempenho Funcional e Promoções
Art. 15. As promoções dos servidores penitenciários consistem na passagem de um grau para o
imediatamente superior àquele a que pertence, nas respectivas categorias funcionais e realizadas
nas modalidades de merecimento e antiguidade, alternadamente, e nos casos previstos das
promoções extraordinárias, da Lei Complementar n.º 11.000, de 18 de agosto de 1997.
Art. 16. Os atos de promoção terão como data base para publicação o mês de setembro.
Art. 17. Os percentuais para as promoções serão de 50% (cinquenta por cento) por merecimento
e de 50% (cinquenta por cento) por antiguidade.
Art. 19. A promoção na modalidade de antiguidade caberá ao servidor penitenciário que contar
mais tempo de efetivo exercício no grau, na respectiva categoria funcional e no cumprimento dos
requisitos a serem definidos por regulamento.
Art. 20. No prazo de cento e oitenta dias, a contar da data da publicação desta Lei
Complementar, o Poder Executivo deverá regulamentar as disposições desta seção.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO V
DA LOTAÇÃO E DA JORNADA DE TRABALHO
Seção I
Da Lotação
Art. 21. A lotação de cargos se dará no âmbito da Superintendência dos Serviços Penitenciários.
Parágrafo único. O servidor penitenciário poderá ser posto à disposição da Secretaria da
Segurança Pública e dos órgãos vinculados, por prazo determinado de até um ano, podendo ser
renovado por igual período e precedida de autorização, sem prejuízo da situação remuneratória.
Seção II
Da Jornada de Trabalho
Art. 22. A jornada de trabalho para todas as categorias funcionais é de 40 horas semanais.
CAPÍTULO VI
DOS VENCIMENTOS E DOS REAJUSTES SALARIAIS
Art. 24. Os vencimentos dos cargos das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial de
Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em Extinção, de que trata
a Lei n.º 9.228/1991, serão constituídos de uma parte básica, acrescida de um percentual
considerado como fator de valoração a título de risco de vida para todos os efeitos legais.
Parágrafo único. O fator de valoração a título de risco de vida, nos termos da Lei n.º 11.648,
de 19 de julho de 2001, corresponde ao índice de 222% (duzentos e vinte e dois por cento), que
incidirá sobre o vencimento, acrescido dos quinquênios ou avanços e dos adicionais por tempo
de serviço de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento), quando devidos, assim
como da parcela correspondente à função gratificada, quando for o caso.
862
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 24-A. Os vencimentos dos cargos das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial
de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em extinção, de que
trata a Lei n.º 9.228/1991, poderão ser fixados por Lei em parcela única, na forma de subsídio,
observado o estabelecido no inciso VI do art. 7.º e no § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, e
o limite único previsto no § 7.º do art. 33 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.
Parágrafo único. A alteração do valor nominal do subsídio de que trata o “caput” deste artigo
dependerá de lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, nos termos dos
incisos X e XI do art. 37 da Constituição Federal.
Art. 25. Fica acrescido às disposições da Lei n.º 12.201, de 29 de dezembro de 2004, para fins
de recomposição dos vencimentos do Agente Penitenciário Administrativo, o Grau “E” com fator
de 3,99 e ao do Agente Penitenciário, o Grau “E” com fator de 5,92.
CAPÍTULO VII
DO PORTE DE ARMA DE FOGO
Art. 26. Para todos os efeitos legais, os servidores ativos e inativos das categorias funcionais do
Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul têm direito a porte
de arma de fogo permanente, na forma do regulamento.
CAPÍTULO VIII
DA APOSENTADORIA
Art. 26-A. Serão aposentados voluntariamente, nos termos do art. 40, § 4.º, incisos II e III, da
Constituição Federal, com proventos integrais, após trinta anos de serviço, desde que contenham,
pelo menos vinte anos de exercício no cargo, computados para tal para ambos os casos, os
afastamentos previstos no art. 64 da Lei Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro de 1994,
os servidores titulares de cargos efetivos integrantes do Quadro Especial de Servidores
Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em Extinção, que ocupem as seguintes
funções:
I. Agente Penitenciário;
II. Agente Penitenciário Administrativo;
III. Técnico Superior Penitenciário;
IV. Monitor Penitenciário.
§ 1º Pode ser considerado, no cômputo dos vinte anos previstos no “caput” deste artigo, o
exercício em atividade de risco em outros cargos efetivos de carreiras do Estado.
§ 2º Compreendem-se por proventos integrais os valores correspondentes à totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, à época da concessão.
863
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 3º Os reajustes salariais, a qualquer título concedidos aos servidores ativos, serão igualmente
concedidos, nas mesmas datas e índices, aos servidores inativos, visando garantir a paridade
salarial.
Art. 26-A. Serão aposentados voluntariamente, nos termos do art. 40, § 4.º, incisos II e III, da
Constituição Federal, com proventos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que
contenham, pelo menos 20 (vinte) anos de exercício no cargo, se homem, e após 25 (vinte e
cinco) anos de serviço, desde que contenham, pelo menos 15 (quinze) anos de exercício no
cargo, se mulher, computados para tal, em ambos os casos, os afastamentos previstos no art.
64 da Lei Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, os servidores titulares de cargos
efetivos integrantes do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do
Sul e do Quadro em Extinção, que ocupem as seguintes funções:
I. Agente Penitenciário;
II. Agente Penitenciário Administrativo;
III. Técnico Superior Penitenciário;
IV. Monitor Penitenciário.
§ 1.º Pode ser considerado, no cômputo dos 20 (vinte) anos, se homem, e no cômputo dos 15
(quinze) anos, se mulher, previstos no “caput” deste artigo, o exercício em atividade de risco em
outros cargos efetivos de carreiras do Estado.
§ 2.º Compreendem-se por proventos integrais os valores correspondentes à totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, à época da concessão.
§ 3.º Os reajustes salariais, a qualquer título concedidos aos(às) servidores(as) ativos(as) serão
igualmente concedidos, nas mesmas datas e índices, aos(às) servidores(as) inativos(as), visando
garantir a paridade salarial.
CAPÍTULO IX
DA GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO
864
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 2º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos,
sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor,
ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de
conveniência e oportunidade do Governador.
§ 3º O(A) servidor(a), a quem for deferida a gratificação de que trata o caput deste artigo,
poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o período da
concessão da gratificação de permanência em serviço.
TÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 27. Ficam assegurados aos titulares da categoria funcional de Monitor Penitenciário. em
extinção. e de Técnico Penitenciário, extinto pela Lei n.º 9.228/1991, e aos titulares de cargos
do Quadro referido no art. 4o, o mesmo vencimento básico em cada grau correspondente, fixado
pela Lei n.º 12.201/2004, bem como os mesmos direitos e vantagens adquiridas por força de
legislação em vigor.
Art. 28. Ficam asseguradas aos servidores regidos por esta Lei Complementar condições de
salubridade no ambiente de trabalho e no desenvolvimento de suas atividades funcionais, bem
como o fornecimento de equipamentos de proteção individual, ficando também assegurada a
percepção de gratificação de insalubridade, na forma da lei, enquanto essas condições não forem
atingidas.
Art. 30. As funções gratificadas com lotação exclusiva na Superintendência dos Serviços
Penitenciários – Susepe – serão exercidas por servidores efetivos do Quadro Especial de
Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 30-A. A partir da data da publicação desta Lei Complementar até a data final da validade
do Concurso Público n.º 01/2006, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 13 de janeiro de
2006, e ratificado pelo Edital de Concursos n.º 02/2006, publicado no Diário Oficial do Estado do
dia 19 de janeiro de 2006, serão exigidas a escolaridade de nível fundamental e de nível médio,
respectivamente, para o provimento dos cargos de Agente Penitenciário Administrativo e de
Agente Penitenciário.
865
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 32. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, no que couber, aos inativos do
quadro instituído pela Lei n.º 6.502/1972, ficando assegurada a revisão dos seus proventos para
adequação.
Art. 33. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão à conta das
dotações orçamentárias próprias.
Art. 34. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Notas
866
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
DECRETO Nº 46.534, DE 04 DE
AGOSTO DE 2009
A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe
confere o artigo
82, incisos V e VII da Constituição do Estado,
DECRETA:
Art. 1° - Fica aprovado o Regimento Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul,
que é publicado em anexo ao presente Decreto, para atender às disposições da Lei de Execuções
Penais, Lei Federal n° 7.210/1984, visando estabelecer os princípios bá sicos da conduta,
disciplina e direitos dos presos no Sistema Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2° - Serão consideradas infrações disciplinares todas as ações ou omissões que desrespeitem
as normas constantes deste Regimento, considerando as especificidades da relação de especial
sujeição mantida pelo apenado com o Estado.
§ 1° - Não haverá infração disciplinar em razão de dúvida ou suspeita, devendo a mesma ser
apurada por meio do competente Procedimento Disciplinar e, comprovada, será aplicada a sanção
disciplinar adequada.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
TÍTULO II
DOS DEVERES E DOS DIREITOS
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
Art. 5° - São deveres do preso, além daqueles previstos no artigo 39 da LEP, os seguintes:
I - respeitar as normas vigentes em seu estabelecimento penal;
II - zelar pela manutenção dos equipamentos e pela estrutura do estabelecimento penal;
III - submeter-se à revista pessoal, de sua cela e pertences, sempre que necessário;
IV - abster-se de portar, fabricar e/ou consumir bebida alcoólica ou substância que possa
determinar reações adversas às normas de conduta, ou que cause dependência física ou psíquica;
V - manter comportamento ordeiro e disciplinado;
VI - acatar as determinações da autoridade administrativa;
VII - zelar pela higiene e conservação de seu alojamento;
VIII - observar as disposições contidas neste Regimento;
IX - abster-se de possuir, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
868
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS
Art. 7° - Todo preso terá direito à ampla defesa e ao contraditório nos procedimentos
disciplinares a que for submetido.
TÍTULO III
DA DISCIPLINA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
869
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
VIII - praticar qualquer fato previsto como crime doloso na lei penal vigente;
IX - possuir, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
§ 1° - As disposições deste artigo aplicam-se ao preso provisório e ao condenado no que couber.
§ 2° - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da nordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório ou condenado, sem
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado conforme prevê o artigo 52 da LEP,
com a redação dada pela Lei Federal n° 10. 792/03.
§ 3º - Cometerá falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que descumprir,
injustificadamente, a restrição imposta; retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
e inobservar os incisos VI e VII deste artigo.
870
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO III
DA CONDUTA
Art. 14 - A conduta do preso será avaliada tendo em vista o seu grau de adaptação às normas
que regulam sua permanência na instituição.
§ 1° - A conduta do preso será classificada em:
I - NEUTRA;
II - PLENAMENTE SATISFATÓRIA;
III - REGULAR;
IV - PÉSSIMA.
§ 2° - Considerar-se-á como NEUTRA a conduta do preso desde a data de seu ingresso no
sistema prisional até 60 (sessenta) dias de sua permanência na instituição e, para penas inferiores
a 1 (um) ano, o prazo previsto neste parágrafo será implementado com o cumprimento de um
sexto da pena.
§ 3° - Considerar-se-á PLENAMENTE SATISFATÓRIA a conduta do preso que não tenha cometido
falta disciplinar, após ultrapassado o período previsto no parágrafo anterior, ou após o
atendimento do disposto no parágrafo sexto deste artigo.
§ 4° - Considerar-se-á REGULAR a conduta do preso que tenha cometido falta de natureza média
ou de natureza leve, ou que, tendo praticado falta de natureza grave, atenda ao disposto no
parágrafo sexto deste artigo.
§ 5° - Considerar-se-á PÉSSIMA a conduta do preso que tenha cometido falta grave, enquanto
não atender ao disposto no parágrafo sexto deste artigo.
§ 6° - A reclassificação progressiva de uma conduta para a conduta imediatamente superior, será
automática a contar da data do cometimento da falta disciplinar e em razão da quantidade da
pena aplicada, observando-se os seguintes prazos:
a) penas até 05 (cinco) anos: 30 (trinta) dias;
b) penas acima de 05 (cinco) anos, até 10 (dez) anos: 60 (sessenta) dias;
c) penas acima de 10 (dez) anos, até 20 (vinte) anos: 90 (noventa) dias;
d) penas acima de 20 (vinte) anos: 120 (cento e vinte) dias.
§ 7° - Em caso de cometimento da falta grave prevista no artigo 11, inciso II, deste Regimento,
o prazo para reclassificação da conduta será contado a partir da data do reinicio do cumprimento
da pena.
§ 8° - Em caso de transferência de estabelecimento, não haverá nova contagem de prazo para
efeito de classificação ou reclassificação da conduta e, será mantida, neste caso, a classificação
da conduta, computando-se o período de encarceramento no estabelecimento anterior.
§ 9° - 0 preso incluído no Regime Disciplinar Diferenciado, enquanto em tal situação permanecer,
terá sua conduta classificada como péssima e, idêntica classificação terá a conduta do preso
referido neste parágrafo, inicialmente, quando do retorno ao regime de origem.
871
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
§ 10 - Para efeito do disposto no artigo 112 caput da Lei Federal n ° 7.210/84, com alteração
prevista na Lei Federal n° 10.792/03, a conduta equivalente à expre ssão ostentar bom
comportamento é a plenamente satisfatória.
§ 11 - Não haverá prejuízo na classificação da conduta do preso caso não haja registro de falta
disciplinar devidamente apurada e a cientificação à autoridade judicial. Entretanto, o
Diretor/Administrador, ao emitir parecer sobre o comportamento do apenado, comunicará a
eventual existência de procedimento(s) disciplinar(es) em andamento. (Alterado pelo Decreto
47.594/2010)
§ 12 - Será considerado reincidente em falta disciplinar o preso que cometer nova falta, no
período de 1 (um) ano, a contar da data do cometimento da última falta disciplinar e, os casos
previstos no inciso II do artigo 11 deste Regimento, contar-se-á o prazo a partir do reinício de
cumprimento da pena.
§ 13º - Na hipótese do preso estar recolhido provisoriamente e sem pena aplicada, a
reclassificação progressiva de uma conduta para a conduta imediatamente superior dar-se-á no
prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 15 - Será obrigatória a realização da avaliação prevista neste artigo, para análise dos
benefícios de progressão de regime, do fechado para o semi-aberto e do fechado para livramento
condicional, nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa e, para tanto,
quando da emissão do documento que comprove o comportamento do apenado, previsto no
artigo 112 da Lei Federal n° 7.210/84, com as alterações introduzidas pela Lei n° Federal n° 10.7
92/03, o Diretor/Administrador do estabelecimento considerará o seguinte:
I - a classificação da conduta nos termos do artigo anterior;
II - manifestação formal, sucinta e individual de, pelo menos, três dos seguintes servidores com
atuação no estabelecimento prisional em que se encontrar recolhido o apenado:
a) Responsável pela Atividade de Segurança e Disciplina;
b) Responsável pela Atividade Laboral;
c) Responsável pela Atividade de Ensino;
d) Assistente Social;
e) Psicólogo.
Parágrafo único. A manifestação de que trata o inciso II deste artigo deverá acompanhar o
documento que comprove o comportamento do apenado a ser emitido pelo
Diretor/Administrador.
872
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO IV
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES Anotações
Seção I
Das Sanções
Seção II
Das Circunstâncias Atenuantes
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Seção III
Das Circunstâncias Agravantes
Seção IV
Da Aplicação das Sanções Disciplinares
874
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TÍTULO IV
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DA INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
Art. 20 - Verificada a prática da infração disciplinar, a mesma deverá ser registrada em Livro de
Ocorrências, descrevendo-se o fato com todas as suas circunstâncias, a tipificação, além da
identificação e qualificação do(s) infrator(es) e demais envolvidos.
875
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
II - no mesmo ato o apenado poderá indicar defensor, bem como as provas que pretende
produzir em audiência e, na hipótese do apenado não indicar defensor, o Conselho Disciplinar
cientificará da audiência de instrução e julgamento a defensoria pública elou profissional da área
jurídica que possa exercer a defesa e, se neste mesmo ato, o apenado indicar profissional da
área jurídica que esteja presente e disponível a acompanhar os atos do procedimento disciplinar,
será dispensado o decurso do prazo previsto no inciso anterior.
III - na audiência de instrução e julgamento, após a altiva do infrator, das testemunhas e da
produção de outras provas, será oportunizada a manifestação imediata da defesa;
IV - finda a audiência e com a conclusão do Conselho Disciplinar, os autos serão encaminhados,
para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, profira a decisão, da qual será cientificado o
apenado, ao:
a) Diretor/Administrador, quando se tratar de Conselho Disciplinar Ordinário;
b) Delegado Penitenciário Regional, quando se tratar de Conselho Disciplianr Itinerante;
c) Corregedor-Geral do Sistema Penitenciário, quando se tratar de Conselho Disciplianr
Permanente;
Parágrafo único. Se, diante da prova produzida em audiência, houver necessidade da realização
de diligências ou de complementação do conjunto probatório, será designada nova data para a
continuação da solenidade, aplicando-se também ao artigo 22, III, deste RDP.
Art. 24 - Os atos processuais havidos como essenciais serão registrados em documento próprio
que será firmado por todos os presentes, consignando-se, expressamente, as razões de defesa.
Art. 25 - Nos casos de falta disciplinar de natureza grave, deverá a autoridade administrativa
representar ao juiz competente, de acordo com o disposta no artigo 48, parágrafo único, da LEP,
para fins de regressão de regime, perda de remição, revogação ou suspensão de salda temporária
e conversão da pena restritiva de direito.
Art. 26 - Será nulo o Procedimento Disciplinar em que não houver a presença de, no mínimo,
dois terços dos membros do Conselho Disciplinar.
Art. 28 - Com exceção da advertência verbal, toda decisão final, em qualquer das hipóteses do
artigo 19 e seus parágrafos, será registrada em prontuário penal do preso.
Parágrafo único. Cópias dos procedimentos disciplinares instaurados por motivo de infração
disciplinar de natureza grave deverão ser encaminhadas ao Poder Judiciário para conhecimento,
excetuadas as hipóteses previstas no artigo 11, incisos II e VIII, deste RDP, que seguirão
procedimento próprio, nos termos do artigo 22, III, também deste RDP.
876
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
CAPÍTULO II
DOS RECURSOS
CAPÍTULO III
DO CONSELHO DISCIPLINAR
Art. 33 - Compete ao Conselho Disciplinar opinar sobre a conduta do preso, averiguar, processar
e emitir parecer sobre as infrações disciplinares.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Art. 37 - 0 Procedimento Disciplinar deverá ser concluído no prazo de 60 (sessenta) dias a contar
da sua instauração, podendo ser prorrogado por 30 (trinta) dias na hipótese de justificada
necessidade.
Parágrafo único. A prorrogação que trata o caput deste artigo será concedida pela autoridade
administrativa a quem o Conselho Disciplinar estiver vinculado e, caso o procedimento não seja
concluído no prazo previsto, será considerado prescrito.
TÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40 - É vedada a utilização de celas escuras ou quaisquer outras formas de punição que não
estejam previstas neste Regimento.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
DECLARAÇÃO UNIVERSAL
DOS DIREITOS HUMANOS
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III)
em 10 de dezembro 1948.
Preâmbulo
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da
lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra
a tirania e a opressão,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade
de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com
o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente
esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito
a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional
e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e
efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos
territórios sob sua jurisdição.
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
limitação de soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.
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SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da
lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres
ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato
delituoso.
881
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou
na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse
regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar
de nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado.
Importante
882
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente
ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à
realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
#Foco
883
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção
de seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas
de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua
família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos
e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego,
doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada
no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será
ministrada a seus filhos.
884
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e
liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às
limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
liberdades aqui estabelecidos.
Anotações
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PROMULGA A CONVENÇÃO
AMERICANA SOBRE DIREITOS
HUMANOS
(PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA)
DECRETO NO 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992
Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica), de 22 de novembro de 1969.
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por
cópia ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.
Importante
886
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Anotações
887
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
RESOLUÇÃO Nº 14,
DE 11 DE NOVEMBRO DE 1994
RESOLVE:
888
SUSEPE | LEGISLAÇÃO | CONCURSO 2021
Anotações
889