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Manual de Exame

Musculoesquelético
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca
Projeto de Extensão: ‘’Heróis também precisam de cuidados - Atendimento da
Clínica Médica no Corpo de Bombeiros Militar no Pará’’

Dr. Cezar Augusto Muniz Caldas

Graduação em Medicina e Residência em Clínica Médica pela UFPA e


Residência em Reumatologia e Doutorado em Ciências Médicas pela FMUSP.
Professor da Faculdade de Medicina da UFPA

Rodrigo Barros Fonseca

Bolsista PIBEX. Graduando em Medicina pela UFPA.

Apoio:
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MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

APRESENTAÇÃO

A dor é a queixa mais comum em casos de afecções musculoesqueléticas e


principal causa de afastamento e incapacidades em trabalhadores no mundo todo.
As dores musculoesqueléticas podem ocorrer em condições agudas e crônicas,
ser localizadas ou difusas, decorrer do comprometimento de estruturas
articulares, tendíneas, ósseas, dos músculos e suas fáscias.
Dessa forma, a realização cautelosa e organizada do exame físico do sistema
musculoesquelético é fundamental durante o processo de identificação dos
acometimentos envolvidos nos casos encontrados na rotina médica. Este manual,
portanto, objetiva fornecer auxílio para melhor compreensão e execução do
exame físico do sistema em questão, aos profissionais e estudantes atuantes na
área médica.
Assim, o material consta com a descrição de exames físicos a serem realizados
durante a avaliação das queixas musculoesqueléticas e será dividido em duas
etapas principais:

a) Princípios gerais do Exame Musculoesquelético (EME)


b) Exames Específicos da Avaliação Musculoesquelética

Antes de iniciar, lembremos da regra: a coleta da história clínica (anamnese) do


paciente, realizada de forma completa, cronológica e organizada é fundamental
para direcionar o examinador a realizar as investigações adequadas ao quadro
clínico descrito pelo paciente durante o ato de examinar. Com uma história clínica
bem feita, espera-se que este manual possa ser útil para auxiliar no exame físico
musculoesquelético.
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MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO


Índice

I. Exame de Observação e Investigação da Queixa Musculoesquelética...........................05


05
1) Princípios Gerais do Exame Musculoesquelético......................................................05
05
II. Exame Específico Musculoesquelético............................................................................07
07
1) Exame físico das mãos e punhos...............................................................................07
07
2) Exame físico dos cotovelos.......................................................................................13
13
3) Exame físico dos ombros...........................................................................................17
17
4) Exame físico da coluna cervical.................................................................................22
22
5) Exame físico da coluna torácica e lombar...................................................................26
26
6) Exame físico do quadril e sacroilíaca.........................................................................29
29
7) Exame físico dos joelhos...........................................................................................35
35
8) Exame físico dos pés e tornozelos.............................................................................40
40
Referências consultadas......................................................................................................47
47
ANEXOS.................................................................................................................................48
48
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I. Exame de Observação e Investigação da Queixa Musculoesquelética
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

1) Princípios Gerais do Exame Musculoesquelético

O início do exame de observação e investigação do sistema musculoesquelético deve


ser capaz de fornecer parâmetros às demais fases do exame físico específico, pois o ponto
inicial desta investigação se dá a partir das queixas, as quais podem envolver tanto as
articulações, quanto os nervos e a musculatura associada ao movimento. Nesta fase inicial, a
inspeção, a palpação e a avaliação do espectro da amplitude e movimentação são
características fundamentais a serem avaliadas, fornecendo dados que, combinados com a
história pregressa e atual do paciente, são capazes de direcionar o melhor prosseguimento do
exame musculoesquelético.

Para isso, é importante, se possível, que o paciente esteja parcialmente despido e


confortável, à maneira que preserve o pudor do mesmo e seja feita uma solicitação respeitosa
explicando sobre a importância para uma melhor execução e observação durante o exame
físico.

a) Inspeção geral do sistema musculoesquelético

O exame de observação que conta com a etapa da inspeção pode ser realizado desde a
entrada do paciente ao consultório até o momento da realização do exame físico. As principais
características que estão associadas às queixas musculoesqueléticas a serem avaliadas são
vistas ainda em posição estática, ou seja, de repouso. A busca por alterações com
características mais relevante estão relacionadas à:

• Simetria: observar se há presença de deformidades, atrofias musculares,


alterações de postura ou forma;
• Edema visível: inspecionar se há presença de “inchaço” localizado ou difuso, e
se está restrito ou se ele se estende para além da articulação;
• Alterações na pele: observar se há aliterações de cor, ou contusões presentes;
• Alterações de amplitude de movimento e marcha.

Tais características devem ser sempre analisadas de forma comparativa, tomando


como base um ponto de referência entre as regiões a serem inspecionadas e observadas. A
presença de assimetrias, por exemplo, é um forte indicativo de que alguma anormalidade
possa estar relacionada a determinada condição encontrada e irá direcionar o exame físico
específico.

b) Palpação geral do sistema musculoesquelético

Durante a palpação busca-se avaliar a presença de alterações relacionadas à temperatura


e à sensibilidade da região investigada.
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• Temperatura: o aumento ou diminuição de temperatura deve ser investigado por

O Exame Musculoesquelético
meio da palpação da região, geralmente realizada com a região dorsal da mão do
examinador, contudo, vale ressaltar que as terminações nervosas existem em
maior quantidade na região palmar, sendo esta útil para tentar melhor discriminar
alterações mais discretas. Se notada alguma diferença de temperatura, é
fundamental avaliar se ela está restrita à uma região ou se ela se estende, pois
caracterizam diferentes tipos de alterações. O calor articular é um achado objetivo e
depende da gravidade e agudeza da inflamação manifestada.

(É importante observar se fatores externos podem estar envolvidos na mudança de


temperatura, por exemplo o uso de bandagens)

• Eritema (vermelhidão articular): geralmente as articulações anormais


(inflamadas) vistas na prática clínica musculoesquelética não estarão
avermelhadas. Quando este achado está presente é associado a infecções e/ou
artrite cristalina.

• Edema (inchaço): pode ser decorrente de uma sinovite - edema decorrente de um


derrame articular ou da membrana articular espessada, que podem indicar
presença de artrite.

• Sensibilidade: também deverá ser investigada se é difusa ou localizada. Se difusa,


provavelmente pode ter como causa um aumento local de temperatura, caso seja
local, deve-se investigar a estrutura subjacente que pode estar envolvida com esta
alteração. A sensibilidade dolorosa não configura diagnóstico de Artrite, se não
houverem outros achados de anormalidades visíveis e palpáveis associados.

c) Amplitude e Movimentação geral do sistema musculoesquelético

Esta etapa é dividida em duas fases a de movimentação ativa e a passiva.

- A Movimentação ativa tem como ponto de partida os movimentos iniciados pelo


paciente, a fim de se observar a presença de alguma limitação de movimento ou a presença de
dor durante a realização. Este movimento testa a função do membro de forma integrada
(avaliação de inervação intacta, músculos, tendões e mobilidade articular)

- Movimentação passiva corresponde à etapa iniciada pelo examinador e possui como


função avaliar e testar a mobilidade articular. É importante realizá-la com cuidado para não
causar desconfortos exagerados ao paciente.

(A observação da expressão dolorosa durante a movimentação ativa é fundamental para


servir de parâmetro de grau da dor e/ou disfunção antes do início da movimentação passiva)
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II. Exame Físico Específico Musculoesquelético
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Nesta etapa, levando-se em consideração a realização da coleta da anamnese e exame


físico geral do sistema musculoesquelético, serão realizados exames direcionados e
manobras específicas para cada queixa ou hipótese diagnóstica que está sendo considerada
pelo examinador.

1) Exame físico das mãos e punhos

Revisão: Anatomia da mão e punho

3 2
4 Falange distal
Falange média
5 1 Falange proximal
Metacarpo

Trapézio
Trapezóide
Escafóide
Capitato
Semilunar
Hamato
Piramidal
Psiforme

Ulna
Rádio

Sesamóide do Polegar
Articulação Interfalangiana do Polegar

(Atentar-se às articulações interfalangeanas (proximais e distais), às


metacarpofalangeanas e articulações do carpo)

a) Inspeção das mãos

Objetivo: Inspecionar as características anatômicas das mãos e punhos do examinado. O


paciente deve ser instruído a abrir as mãos a fim de que se possa realizar a observação das
superfícies dorsais e palmar.

Avaliar presença ou não de:

• Deformidade óbvia (ex. formato das mãos, assimetria, proporcionalidade - desvio


ulnar dos quirodáctilos, dedos em “Z”, dedos em “boutonnière”, dedos em “pescoço de
cisne”, estes relacionados com a Artrite Reumatóide; ou nódulos, por exemplo, os
Heberden e Bouchard, estes relacionados com a Osteoartrite)
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• Edema visível

O Exame Musculoesquelético
• Atrofias da região dorsal e palmar (ex. Atrofia de músculos interósseos e neuropatias,
respectivamente)

FLEXÃO EXTENSÃO

Figura1. Flexão e extensão dos dedos das mãos. (fonte:https://blog.cancaonova.com/roquesavioli/5-


exercicios-para-manter-suas-maos-em-ordem/)

Solicitar ao paciente que execute a abertura e fechamento das mãos (extensão e flexão
dos dedos) e avaliar se as IFD, IFP e MCF se estendem normalmente e por completo

Figura 2. Supinação e pronação dos antebraços. (fonte: https://natamorais.


files.wordpress.com/2010/10/manejos2014.pdf)

Solicitar que o examinado realize os movimentos de pronação e supinação dos


antebraços.

b) Palpação da mão e punho

Objetivo: Realizar a palpação das IFPs, IFDs, MCFs e carpais.


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MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Avaliar presença ou não de:

• Sinais flogísticos articulares


• Nódulos de Heberden (IFD)
• Nódulos de Bouchard (IFP)
• Cistos, nódulos reumatóides
• Nódulos em face palmar

Figura 3. Identificação e palpação das IFDs. (fonte:http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-


artigo/207/Tratamento-para-rejuvenescimento-das-maos-com-hidroxiapatita-de-calcio)

Sugere-se que a palpação das IFDs seja iniciada no sentido do 5º dedo para o 2º, de forma
a que no final seja trocada para a outra mão ainda não examinada, a fim de avaliar
comparativamente ambas, em uma sequência ordenada. Em seguida, deve-se examinar as
IFPs.

A B
Figura 4. (A) Palpação das IFPs. (B) Palpação das IFPs em flexão parcial auxilia na
abertura do espaço articular sob o polegar do examinador. (fonte:(A) https://docplayer.com.br/111450237-
Exame-fisico-das-maos-em-reumatologia.html. (B) Lawry, George V. Exame Musculoesquelético Sistemático)
10
Figura 5. (A) Palpação das

O Exame Musculoesquelético
M C F. ( B ) F l e x ã o
a r t i c u l a ç ã o M C F. ( C )
Palpação da primeira
articulação CMC. (D)
Rotação suave do
primeiro metacarpal sobre
o trapézio do paciente -
A B Teste de Atrito da primeira
articulação CMC.
(fonte: (A) https://docplayer.com.br/
111450237-Exame-fisico-das-maos-
em-reumatologia.html. (B, C e D) Lawry,
George V. Exame Musculoesquelético
Sistemático)

C D

O exame das Metacarpofalangeanas (MCFs) segue a mesma sequência das IFDs e IFPs
(do 5º ao 2º dedo), porém com as mãos do paciente em leve flexão para melhor palpação das
articulações MCFs - Figura 5 (A). Em seguida, deve-se examinar cada polegar, como
mostrado nas figuras acima, a fim de realizar a palpação da primeira articulação
carpometacarpal (CMC) e avaliar se há presença de dor ou desconforto durante o exame.

A próxima etapa corresponde à palpação do punho. Pode-se iniciar pela palpação carpal e
seguir de acordo com as imagens abaixo.

A B C D

E F G

Figura 6. Sequência de palpação do punho. (fonte: McRae, Ronald. Exame Clínico Ortopédico)
11
c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação passiva e ativa das mãos. O paciente


deve ser instruído a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar presença ou não de:


• Movimentos dolorosos
• Movimentos simétricos
• Edemas palpáveis ou nódulos subcutâneos

d) Manobras específicas do exame das mãos

1. Teste de integridade dos tendões flexores superficiais dos quirodáctilos:


O examinador mantém os dedos extendidos e pede para o paciente flexiona-los,
como ilustra a figura, o 2º quirodáctilo fletiu, mostrando o tendão patente.

Figura 7. Teste de integridade dos tendões flexores superficiais dos quirodáctilos.


(fonte: https: //www.youtube.com/watch?v=EbbnYOJxqsU)

2. Teste de integridade dos tendões flexores profundos dos quirodáctilos:


O examinador mantém a extensão das IFP, solicitando ao paciente a flexão dos
dedos. Como mostra a figura abaixo, ocorre a flexão da IFD, tendo como interpretação, a
preservação do tendão.

Figura 8. Teste de integridade dos tendões flexores profundos dos quirodáctilos.


(fonte: https://www.youtube.com/watch?v=EbbnYOJxqsU)

3. Teste de Tinel:
Corresponde à presença de sintomas durante a percussão repetida sobre o nervo
mediano ao passar pelo túnel do carpo. Positivo quando há dor irradiada para o primeiro,
segundo e terceiro quirodáctilos. Sugere compressão do nervo mediano ao nível do
punho, sendo indicativo de Síndrome do túnel do carpo (STC).
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O Exame Musculoesquelético
Figura 9. (A) Teste de Tinel. (B) Anatomia Nervo Mediano. (fonte: (A) https://
ortopediaonline.med.br/teste-de-tinel-sindrome-do-tunel-do-carpo/. (B) https://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/tag/teste-
de-tinel/)

4. Teste de Phalen
Corresponde à presença de sintomas, no território do nervo mediano, durante os
primeiros 60 segundos na posição de flexão completa das mãos, uma contra a outra. É
mais um indicativo de STC.

Figura 10. Teste de Phalen. (fonte: https://docplayer.com.br/74464648-Ortopedia.html)

5. Teste da Compressão Carpal


Corresponde à presença de sintomas, no trajeto do nervo mediano, durante os
primeiros 30 segundos durante a compressão realizada pelo examinador sobre o Túnel do
carpo. Sendo indicativo de STC.

Figura 11. Teste da Compressão Carpal. (fonte:https://www.ptmedical.pt/sindrome-tunel-carpico/)


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6. Manobra de Finkelstein
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Com o punho fechado e polegar flexionado sobre os quatro dedos, o paciente será
submetido a uma força de desvio ulnar no punho por meio de uma movimentação passiva.
O teste pode ser ''positivo'' em muitas pessoas, é importante realizá-lo de maneira
simétrica e levar em consideração a queixa clínica do paciente.

Figura 12. Manobra de Finkelstein. (fonte: http://takecareyouhealth.blogspot.com/2014/)

2. Exame físico dos Cotovelos


Revisão: Anatomia do cotovelo 2 3
1

Úmero
Epicôndilo Medial
Processo Olecraniano
Epicôndilo Lateral
Tróclea
Capítulo
Processo Coronóide
Cabeça do Rádio
Tubérculo Radial
Ulna
Rádio

Lig. Colateral Radial


Lig. Anular do Rádio
Recesso Sacciforme da Membrana Sinovial
Lig. Colateral Ulnar

Atentar-se aos Nervos Ulnar, N. Mediano e N. Radial (1, 2 e 3, respectivamente)

a) Inspeção do cotovelo
Objetivo: Inspecionar as características anatômicas dos cotovelos do examinado em
posição de aperto de mão.

Avaliar presença ou não de:

• Edema
• Deformidade óbvia
14
• Verificar a presença da pequena depressão normal presente entre o olécrano e

O Exame Musculoesquelético
epicôndilo lateral, visível, principalmente, durante a extensão completa.

b) Palpação do cotovelo

Objetivo: Realizar a palpação das estruturas do cotovelo.

Inicialmente, em posição de ‘’aperto de mãos’’, busca-se localizar os epicôndilos e o


olécrano, e identificar a bursa olecraniana, de modo a prosseguir com a palpação destas
estruturas (Epicôndilo Lateral, Epicôndilo Medial e Olécrano). A observação de resposta
dolorosa pelo paciente é fundamental durante a execução destas manobras, com exceção do
olécrano, a qual apresenta, geralmente, resposta dolorosa somente em casos de fraturas. Em
seguida, é realizada a palpação da região lateral situada entre a cabeça do rádio e o úmero a
fim de avaliar a presença de sensibilidade. Observe as imagens a seguir:

A B C

D E F

Figura 13. Sequência palpação do cotovelo. (fonte: McRae, Ronald. Exame Clínico Ortopédico)
15
c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação passiva e ativa dos cotovelos. O


paciente deve ser instruído a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar presença ou não de:


• Movimentos dolorosos
• Movimentos simétricos
• Edemas palpáveis ou nódulos subcutâneos

Solicitar que o paciente realize extensão e flexão de cada cotovelo, de forma ativa.

d) Manobras específicas do exame dos cotovelos

1) Teste de Mill
Palpa-se o epicôndilo lateral do cotovelo, enquanto realiza o movimento de flexão do
punho, pronação do antebraço e completa a extensão do cotovelo.

Figura 14.Etapas do Teste de Mill. (fonte: https://www.youtube.com/watch?v=XG9xIGJidsw)

2) Teste de Cozen
o
Extensão do punho sob resistência, com o cotovelo pronado, fletido a 90 e estabilizado.

Figura 15. Teste de Cozen. (fonte: https://ebramec.edu.br/wp-content/uploads/2018/07/TCC-Ana-Celia-19.02.2018.pdf)


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3) Testes de Epicondilite medial
Realizar flexão do punho contra resistência, com o antebraço pronado.

O Exame Musculoesquelético
Figura 15. Teste de Epicondilite Medial. (fonte: Cooper, Grant. Manual de medicina musculoesquelética)

A B

Figura 16. Teste de Epicondilite Medial (A) Flexão do punho contra resistência, com o
o
cotovelo supinado, fletido a 90 e estabilizado (B) Extensão passiva do cotovelo,
supinação e extensão do punho.

4) Teste do túnel cubital ou ulnar


Manter durante 60 segundos o cotovelo fletido em supinação com extensão do punho.
Caso haja sintomatologia similar à queixa do paciente (dor / dormência / formigamento na
região medial do cotovelo, quarto e quinto dedos), considera-se positivo.

Figura 17. Teste do túnel cubital ou ulnar


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3. Exame físico dos ombros
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Revisão: Anatomia do ombro

Acrômio
Clavícula
Espinha da escápula
Processo coracóide
Borda medial da escápula
Cavidade glenóide
Cabeça umeral
Tubérculo do úmero
Borda lateral da escápula
Ângulo inferior da escápula
Diáfise umeral

a) Inspeção dos ombros


Objetivo: Inspecionar as características anatômicas dos ombros do examinado
anteriormente, lateralmente e posteriormente. O paciente poderá estar sentado ou em pé.

Avaliar presença ou não de:

• Edema
• Deformidade óbvia ou assimetria de repouso
• Erupções ou anormalidades cutâneas
• Atrofia dos músculos supraespinal ou infraespinal

Solicitar ao paciente que levante os braços acima da cabeça, lentamente, e inspecionar se


há alterações nas estruturas durante o movimento (ritmo, momento e simetria de movimento).
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Atenção para a inspeção nos seguintes planos,
• Anterior: articulação esternoclavicular, articulação da clavícula, articulação acrômio-

O Exame Musculoesquelético
clavicular, músculo deltóide
• Lateral: região do músculo supraespinal, articulação glenoumeral
• Posterior: inspeção das escápulas e simetria

b) Palpação dos ombros

Objetivo: Realizar a palpação das estruturas dos ombros.

Geralmente iniciada pela palpação das faces anterior lateral da articulação glenoumeral. A
continuação do exame se dá pela palpação da diáfise superior do úmero e a cabeça através
da axila. Por conseguinte, a articulação acromioclavicular, geralmente palpável, e pode
também apresentar crepitações durante a abdução, é examinada a fim de verificar a presença
de sensibilidade dolorosa. Avaliar integridade das estruturas do manguito rotator e/ou da
bursa subdeltóidea e, por fim, realizar a palpação da região clavicular.

A B C

D E

Figura 18. (A) Palpação das faces anterior e lateral da articulação glenoumeral. (B)
Palpação da diáfise superior e cabeça do úmero pela axila. (C) Palpação da articulação
acromioclavicular. (D) Palpação das estruturas do manguito do ombro e/ou bursa
subdeltóidea acompanhada do movimento de abdução. (E) Palpação da clavícula. (fonte:
McRae, Ronald. Exame Clínico Ortopédico)
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c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação passiva e ativa dos ombros. O paciente


deve ser instruído a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar presença ou não de:


• Movimentos dolorosos
• Movimentos simétricos
• Edemas palpáveis ou nódulos subcutâneos

Testar a amplitude de movimento da articulação glenoumeral com paciente em posição


sentado, por meio destas manobras:

- Flexão passiva e ativa dos ombros (pode ser realizada durante o Teste de Neer)
- Abdução e adução passiva e ativa dos ombros
- Extensão ativa posterior
- Rotação interna
- Rotação externa
- Teste de Apley

Figura 19. Teste de Apley. (Fonte: https://pt.slideshare.net/pauloalambert/dor-em-membros-superiores)

d) Manobras específicas do exame dos cotovelos


1) Teste de Hawkins-Kennedy
Realizar flexão do ombro e cotovelo a 90º e rotacionar internamente o ombro.

Figura 20. Teste de Hawkins-Kennedy. (Fonte: https://blogpilates.com.br/category/reabilitacao/membros-

superiores/feed/)
20
2) Teste de Neer
Rotação interna do ombro e flexionado, de forma passiva, até 180º.

O Exame Musculoesquelético
Figura 21. Teste de Neer. (Fonte: https://ortopediaeombro.com.br/manguito-rotador/)

(Solicitar antes do Teste de Neer que o paciente realize flexão ativa do ombro)

3) Teste de Jobe
Ombros posicionados em 90º de abdução e 30º de adução horizontal, cotovelos
estendidos e polegares para baixo. O examinador realiza uma força contrária à resistência do
paciente.

Figura 22. Teste de Jobe. (Fonte: https://campcursos.com.br/teste-de-jobe/)

4) Teste de Speed
Ombro flexionado a 90º, o cotovelo quase estendido por completo e aplica-se uma
resistência à flexão do ombro.

Figura 23. Teste de Speed. (Fonte: https://www.medicina.ufmg.br/alo/wp-content/uploads/sites/23/2019/11/reumato-


roteiro-12-11-2019.pdf)
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5) Teste de Yergason
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

O Cotovelo é flexionado até 90º, sendo estabilizado próximo ao tórax. O examinador


segura a mão do paciente em posição de aperto de mãos e solicita que ele realize uma
supinação contra resistência.

Figura 24. Teste de Yergason. (fonte: Cooper, Grant. Manual de medicina musculoesquelética)

6) Teste de O’Brian
Ombros flexionados até 90º com cotovelo em extensão total. Primeiramente o braço é
aduzido em 15º ao longo do corpo. É realizada uma rotação interna do ombro apontando o
polegar para baixo (para o chão), é aplicada uma força contra resistência. Em seguida realiza-
se o mesmo procedimento, mas em rotação externa e polegar apontado para cima.

Figura 25. Sequência do Teste de O’Brian. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qkDvVBi0gg)

7) Teste de Gerber
Solicita-se que o paciente posicione o dorso da sua mão na região lombar (nível L3) e que
o mesmo a afaste, para verificar integridade do tendão subescapular.

Figura 26. Teste de Gerber. (Fonte: https://ortopediaeombro.com.br/manguito-rotador/)


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8) Teste de Yokum
Nessa manobra, é solicitado que o paciente coloque ativamente sua mão sobre o ombro

O Exame Musculoesquelético
oposto. Em seguida o paciente eleva seu cotovelo, de forma ativa até a altura de seu nariz. A
manobra também pode ser feita passivamente, com o auxílio do examinador.

Figura 27. Teste de Yokum. (Fonte: https://docplayer.com.br/14986304-Reumatismos-de-partes-moles-diagnostico-e-


tratamento.html)

4. Exame físico da coluna cervical


Revisão: Anatomia da coluna cervical

Occiptal
Arco anterior do Atlas (C1)
Dente do Áxis (Processo odontóide)
Processo espinhoso (C2)
Processo articular superior
Processo articular inferior
Lâmina do arco vertebral
Processo espinhoso (C7)
Corpo vertebral (T1)

a) Inspeção da coluna cervical


Objetivo: Inspecionar as características anatômicas da coluna cervical do examinado. O
examinador deve estar atento à postura, os movimentos e o comportamento do paciente
durante a coleta da história clínica.

Avaliar presença ou não de:


• Postura adequada
• Alinhamento adequado em repouso
• Assimetria ou deformidade
23
• Presença de lordose cervical normal
• Inspecionar as características da pele (íntegra, sem cicatrizes, com ou sem lesões)
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

• Erupções cutâneas (Vesículas características de Herpes-Zoster)

b) Palpação da coluna cervical


Objetivo: Realizar a palpação das estruturas da coluna cervical.
A palpação terá início a partir da localização da protuberância occiptal maior (ínio),
buscando-se avaliar a presença ou não de sensibilidade. Em sequência, seguirá pela linha
média ao longo dos processos espinhosos (Occiptal C2 T1). Realizar a palpação dos
locais de inserção muscular subocciptal em cada lado da protuberância occiptal maior, o
trapézio médio e superior na base do pescoço, o supraespinal médio e ao longo da borda
escapular médio.

Figura 28. Sequência palpação da coluna cervical. (A) Identificação da protuberância


occiptal. (B) Palpação da inserção do músculo subocciptal. (C) Palpação do trapézio médio e
superior na base do pescoço. (D) Palpação do supraespinal médio. (E) Palpação da borda
escapular medial. (Fonte Lawry, George V. Exame Musculoesquelético Sistemático)

c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação cervical. O paciente deve ser instruído


a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar:
• Flexão do pescoço
• Extensão do pescoço
• Rotação à direita e à esquerda
• Flexão lateral (inclinação lateral para cada ombro)
• Presença de sensibilidade dolorosa (intensidade e localização)

(Estas manobras, se executadas de forma ativa, porém de forma limitada, sugere-se que
seja atribuída uma força leve e passiva do examinador a fim de avaliar o desencadeamento de
sensibilidade dolorosa, tendo como sugestão para um local de origem da dor, a coluna
cervical)
24
d) Manobras específicas do exame da coluna cervical

O Exame Musculoesquelético
1) Testagem especial (suspeita de irritação nervosa - realizar exame neurológico)

A dor cervical quando acompanhada de dor em algum dos membros superiores deverá ser
submetida a uma avaliação de reflexos, de força e sensibilidade da extremidade superior.
Serão examinados, bilateralmente, os reflexos biciptais (C5) - Teste de flexão do cotovelo -,
braquiorradiais (C6) - Teste de extensão do punho-, triciptais (C7) - Teste de extensão do
cotovelo -, e força dos interósseos (C8) - Teste de flexão dos dedos.

2)Teste de Spurling (manobra de compressão)


É realizada uma rotação passiva na cabeça do paciente, para o lado da dor e estendida.
Em seguida uma leve pressão para baixo é efetuada, por 60 segundos, pressionando a raiz
nervosa afetada.

Figura 29. Teste de Spurling. (Fonte: https://www.drgotfryd.com.br/cervicobraquialgia-entenda-as-principais-causas-


e-sintomas/)

3) Manobra da distração

Manobra que alivia o espasmo muscular pelo relaxamento da musculatura contraída e


consequente alívio da dor, que pode ser originada por compressão radicular por estreitamento
dos forames de conjugação. O examinador deve se colocar por detrás ou ao lado do paciente,
o qual deve estar sentado, faz-se a tração cervical com os dedos apoiados no ângulo
mandibular e na região occipital; é positiva se ocorrer alívio da dor.

Figura 30. Manobra de distração. (Fonte: https://pt.slideshare.net/otaviobh/semiologia-ortopedica-tjmg)


25
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

4) Teste de Hoffman
É realizada a flexão passiva do dedo médio e observa-se a ocorrência ou não de flexão
involuntária do dedo polegar e indicador, se houver o sinal é dado como positivo. Este teste é
utilizado para avaliar a presença de possíveis sinais relacionados ao neurônio motor superior, tal
qual a mielopatia cervical, porém não é tão específica quanto o sinal de Babinski.

Figura 31. Teste de Hoffman. (Fonte: https://pt-br.facebook.com/papodefisioterapeutaa/photos/sinal-de-hoffman-o-sinal-


de-hoffmann-se-caracteriza-por-um-teste-cl%C3%ADnico-que-ind/918709891543941/)

5) Sinal de Babinski
Realizar a avaliação dos reflexos plantares extensores, através da utilização de um material
(cabo do martelo de reflexos ou com a ponta de uma caneta) para deslizar sobre toda a extensão
plantar do pé do paciente a fim de procurar por uma resposta plantar extensora e/ou elevação do
hálux e/ou extensão dos demais dedos do pé examinado. Isto pode ser sugestivo de lesão de
neurônio motor superior.

Figura 32. Sinal de Babinski. (Fonte: https://farmaciasaude.pt/reflexo-de-babinski/)

(Lembrar-se que a extensão do hálux em crianças de até 1 ano de idade éde caráter
fisiológico)
26
5. Exame físico da coluna torácica e lombar
Revisão: Anatomia da coluna cervical

O Exame Musculoesquelético
Figura 33. Anatomia da coluna vertebral. (Fonte: https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/coluna-vertebral/)

Figura 34. Nervos espinhais. (Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt /sistemas/sistema-nervoso/sn-


periferico/nervos-espinhais/)

a) Inspeção da coluna torácica e lombar


Objetivo: Inspecionar as características anatômicas da coluna torácica e lombar do
examinado. O examinador deve estar atento à postura, os movimentos e o comportamento do
paciente durante a coleta da história clínica.
Avaliar presença ou não de:
• Postura adequada
• Alinhamento adequado em repouso
• Assimetria ou deformidade
27
• Abaulamentos, prolapsos, edema
• Inspecionar as características da pele (íntegra, sem cicatrizes, com ou sem lesões)
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

• Erupções cutâneas (Vesículas características de Herpes-Zoester)


• Observar o nivelamento dos ombros e quadris
• Observar a marcha do paciente (claudicação, ritmo, fases de balanço e apoio e
inclinações)

Durante a inspeção da coluna torácica e lombar, se notado desvio escoliótico, pode-se


realizar a observação do desvio com o paciente sentado a fim de determinar a origem da
escoliose. Se for persistente tal alteração, com o paciente em posição sentado, solicita-se que o
paciente se curve para frente e caso desapareça o desvio, há um forte indicativo de escoliose de
origem postural.
A B C D E

Figura 35. Tipos de desvios da coluna vertebral. (A) Normal (B) Lordose (C) Cifose (D)
Normal (E) Escoliose (Fonte: https://br.123rf.com/photo_86133130_types-of-deformation-of-the-spine-scoliosis%20-lordosis%20-
kyphosis.-correct-and-incorrect-posture.-vect.html)

A B C D E

Figura 36. Tipos de escoliose. (A) Normal (B) Escoliose lombar (C) Escoliose torácica
(D) Escoliose toraco-lombar (E) Escoliose combinada. (Fonte: https://pt.dreamstime.com/tipos-de-vetor-da-
escoliose-image136869948)

Na inspeção da marcha, deve-se perguntar ao paciente se há DOR em qualquer região ou


local específico durante a deambulação e solicita-se ao paciente que ele caminhe primeiramente
sobre o calcanhar e, posteriormente, na ponta dos pés e observar atentamente o padrão de
marcha executado e se há presença de sensibilidade dolorosa ou não.

b) Palpação da coluna torácica e lombar


Objetivo: Realizar a palpação das estruturas da coluna torácica e lombar.

Realizar o deslizamento com as polpas digitais na pele, sobre a região torácica e lombar, a
fim de observar a resposta de sensibilidade ao toque. Em seguida, palpar os processos
espinhosos da porção superior da coluna torácica em direção à coluna lombar até o sacro.
28
c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade

O Exame Musculoesquelético
Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação lombosacral. O paciente deve ser
instruído a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar:
• Flexão lombar
• Extensão lombar
• Flexão lateral (inclinação lateral para cada joelho)
• Rotação lombar à direita e à esquerda
• Presença de sensibilidade dolorosa (intensidade e localização)

(Estas manobras, se executadas de forma ativa, porém de forma limitada, sugere-se que
seja atribuída uma força leve e passiva do examinador a fim de avaliar o desencadeamento de
sensibilidade dolorosa)

d) Manobras específicas do exame da coluna lombar


1) Teste de Lasegué (Elevação da perna reta)
Em posição supina elevar a perna do paciente com o joelho estendido, segurando-a na
altura do tornozelo. O teste é considerado positivo se houver irradiação ou exacerbação da dor
o
no trajeto L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de 30 a 70 (Figura 10). Este achado é reforçado caso
ao flexionar o joelho, haja diminuição ou desaparecimento da dor (manobra de Bragard ou
Sinal do arco da corda).

Dor articular lombar

Compromet. discal

Compr. extradural

Figura 37. Teste de Lasegué. (A) Teste de Lasegué (B) Arco da dor durante a manobra
(Fonte: (A) https://www.drgotfryd.com.br/lombociatalgia-principais-causas-e-sintomas/ (B) https://ortopediaonline.med.br/teste-de-

lasegue/)
29
2) Teste de Adams
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Solicita-se ao paciente que ele realize uma flexão da coluna lombar, estando com as mãos
unidas, pés lado a lado e joelhos estendidos.

Figura 38. Teste de Adams. (Fonte: https://minhacoluna.com/escoliose-muito-alem-de-uma-postura-desleixada/)

3) Teste de Schöber
Para se aferir o grau de restrição da flexão anterior da coluna): mede-se o desvio, em flexão,
de dois pontos – o ponto inferior ao nível da junção lombossacral e o ponto superior 10 cm acima
desse nível. Considera-se alterado se o desvio dessa linha for inferior a 5 cm.

Figura 39. Teste de Schöber. (Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-1128.html)

6. Exame físico do quadril e sacroilíaca


Revisão: Anatomia do quadril e sacroilíaca

Articulação sacroilíaca
Acetábulo
Cabeça do fêmur
Trocanter maior
Trocanter menor
Forame obturador
Sínfise púbica
30
Nervos clúnios superiores

O Exame Musculoesquelético
Nervo glúteo superior
Nervo glúteo inferior
Nervo ciático
Nervo femoral cutâneo posterior

a) Inspeção do quadril e sacroilíaca


Objetivo: Inspecionar as características anatômicas do quadril e sacroilíaca do
examinado. O examinador deve estar atento à postura, os movimentos e o comportamento do
paciente durante a coleta da história clínica.

Avaliar presença ou não de:


• Postura adequada ou com desvios
• Contraturas
• Observar a marcha do paciente (claudicação, ritmo, fases de balanço e apoio e
inclinações)
• Deformidades e hipotrofias
• Inspecionar as características da pele (íntegra, sem cicatrizes, com ou sem lesões)

Sugere-se que você examine o paciente anteriormente, em perfil e posteriormente. De


acordo com as seguintes imagens:

A B C

Figura 40. Inspeção do quadril e sacroilíaca. (Fonte https://www.todamateria.com.br/partes-do-corpo-humano/)

(A) Observar se há inclinação da bacia, atrofia muscular ou deformidade rotacional


(B) Observar se há acentuação importante da lordose lombar
(C) Observar se há presença de escoliose, atrofia de músculos glúteos, cicatrizes de
trajetos sinusais (secundários à Tuberculose)
31
- Teste de Trendelenburg
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Solicitar ao paciente que apoie o seu peso sobre um dos pés a afim de observar se há desvio
do nível das cristas ilíacas ou se há um desvio da pelve no lado oposto ao pé em que ele (a) está
apoiado. Se estiver desnivelado, o Sinal de Trendelenburg é positivo. Você deverá repetir o
exame para o lado oposto.

Figura 41. Sinal de Trendelenburg. (Fonte: https://traumatologiaeortopedia.com.br/informe/sinal-de-trendelenburg/)

b) Palpação do quadril

Objetivo: Realizar a palpação anterior e posterior das estruturas do quadril.

Com o paciente em decúbito dorsal, realizar a palpação com os dedos na região da cabeça
do fêmur, abaixo do ligamento inguinal e lateralmente à artéria femoral e observar se há
sensibilidade. Em seguida, realize uma leve rotação medial e lateral a fim de observar a presença
de crepitações da articulação coxofemoral. Por conseguinte, posicionar os dedos polegares
sobre às espinhas ilíacas anterosuperiores de cada lado e os demais em direção à mesa de
exames, sobre o trocânter maior e aplicar uma força firme na região lateral de cada trocânter. Por
fim, deslizar os dedos até região de inserção do glúteo médio e aplicar uma pressão firme. Deverá
ser observada em todas as etapas a presença de sensibilidade dolorosa à palpação.

Figura 42. Palpação do quadril.


(A) Palpação da região da cabeça do fêmur.
(B) Ligamentos e músculos do quadril.
(C)Palpação anterosuperior das espinhas ilíacas e
trocanter maior.
( F o n t e : h t t p s : / / w w w. m e d i c i n a . u f m g . b r / a l o / w p - c o n t e n t / u p l o a d s
/sites/23/2019/11/2019-AULA-exame-QUADRIL-12-11-2019.pdf)
32
c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade

O Exame Musculoesquelético
Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação do quadril. O paciente deve ser instruído
a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar:
• Flexão e extensão do quadril
• Adução e abdução do quadril
• Rotação externa e interna do quadril
(A) Flexão e extensão do quadril.

(B) Adução e abdução do quadril.

(C) Rotação externa e rotação


interna do quadril.

Figura 43. Movimentação nos planos do quadril. (Fonte: (A) https://www.slideshare.net/drandrecipriano/ exame-
fisico-do-quadril-ac-112930781, (B) e © https://www.medicina.ufmg.br/alo/wp-content/uploads/sites/23/2019/11/2019-AULA-exame-

QUADRIL-12-11-2019.pdf)

d) Manobras específicas do exame do quadril e sacroilíaca


1) Teste de Thomas
Flexione totalmente o quadril sadio, observando a retificação da lordose lombar. A flexão da
coxa e joelho contralateral indica a positividade do teste.

Figura 44. Teste de Thomas. (Fonte: https://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/tag/teste-de-thomas/)


33 2) Manobra de estiramento femoral
Com o paciente em decúbito ventral, o joelho é flexionado e em seguida, segurando no
tornozelo, a coxa do paciente é elevada da maca (Figura 11). A dor reproduzida na face anterior
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

da coxa indica comprometimento de L2 e L3, a dor na face medial da coxa indica acometimento
da raiz L4.

Figura 45. Manobra de estiramento femoral. (Fonte: https://pt.slideshare.net/danielcpimentel5/procedimentos-


espinhais-guiados-por-neuroimagem)

3) Manobra de Ely
Com o paciente em decúbito ventral, flexiona-se o joelho passivamente. O teste é positivo
quando há a flexão do quadril com elevação da pelve do lado a ser examinado. (não encostar na
região glútea)

Figura 46. Manobra de Ely. (Fonte: https://pt.slideshare.net/danielcpimentel5/procedimentos-espinhais-guiados-por-


neuroimagem)

4) Teste de Patrick (ou FABERE - Flexão, abdução, rotação externa)


Com o paciente em decúbito dorsal, solicita-se que ele ‘’realize um quatro’’ (flexão do quadril e
joelho a 90º) com o pé posicionado sobre o joelho contralateral. O examinador deverá apoiar
uma mão no joelho fletido e a outra no quadril oposto e exercer uma pressão com ambas as
mãos contra a mesa de exame. Dor ao nível da região inguinal ipsilateral indica patologia
coxofemoral e a dor na região lombar contralateral pode indicar acometimento de sacroilíaca. A
dificuldade de abduzir a coxa também pode refletir o encurtamento da musculatura adutora do
quadril

Figura 47. Teste de Patrick ou FABERE. (Fonte https://www.slideshare.net/SemioOrto/modulo-12-61906947)


34
5) Teste de Ober
Com o paciente deitado em decúbito lateral e com o membro a ser examinado posicionado

O Exame Musculoesquelético
para cima, faz-se a flexão do joelho, extensão e abdução do quadril. Considera-se o teste
positivo quando o examinador retira o apoio sob o membro e este não cai em direção à maca.

Figura 48. Teste de Ober. (Fonte http://jeffersonleal.com.br/effe/userfiles/file/Aulas%2016-08-10/EXAME


%20DO%20QUADRIL%20E%20DA%20PELVE.pdf)

6) Teste do câmbio
Com o paciente em decúbito lateral é realizada a abdução do quadril. Se houver bloqueio
da abdução (impacto do trocânter contra o ílio), realiza-se a flexão do quadril e novamente a
abdução.

Figura 49. Teste do câmbio. (Fonte https://slideplayer.com.br/slide/40791/)

7) Teste de Craig
O paciente posicionado em decúbito ventral e o trocânter do fêmur é palpado. O ângulo é
medido quando o trocânter se apresentar mais lateral (sente o deslocamento do trocânter). O
ângulo é formado pela perna e a linha vertical. O teste é usado para avaliar a anteversão
femoral.

Figura 50. Teste de Craig. (Fonte https://www.imta.ch/en/blog/post/clinical-relevance-of-femoral-antetorsion-and-


acetabular-retroversion-for-the-treatment-of-hip-and-lower-quadrant-impairments/)
35
7. Exame físico do joelho
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Revisão: Anatomia do joelho


Patela
Côndilo femoral medial
Incisura intercondilar
Côndilo femoral lateral
Compartimento articular lateral
Tubérculo tibial lateral
Tubérculo tibial medial
Platô tibial lateral
Platô tibial medial
Bolsa suprapatelar
Articulação femoropatelar
Linha áspera
Côndilo lateral
Côndilo medial

a) Inspeção dos joelhos


Objetivo: Inspecionar as características anatômicas dos joelhos do examinado.

Avaliar presença ou não de:


• Cicatrizes, erupções, eritema ou outras anormalidades cutâneas
• Deformidades ou mau alinhamento (nódulos ou tumefações, genu valgum, genu varum
ou genu recurvatum)
• Derrames pequenos, médios ou grandes (Bolsa pré-patelar, regiões medial,
superolateral e suprapatelar)
• Deformidade nos músculos do quadríceps (contraídos e relaxados)
• Sinal de rechaço patelar

Solicita-se também durante a inspeção, que o paciente realize um movimento de


agachamento (se houver sensibilidade dolorosa, deverá ser realizado com o auxílio do
examinador). Inspecionar o movimento durante toda as fases de execução (agachamento e
retorno) e perguntar ao paciente se houve a presença de dor ou desconforto e localizá-la.
36

O Exame Musculoesquelético
Figura 51. Deformidades do joelho. (Fonte https://www.blogs.unicamp.br/femurdistal/2017/01/16/minha-filha-tem-
perna-torta-parte-1/)

b) Palpação dos joelhos

Objetivo: Realizar a palpação das estruturas dos joelhos


A palpação terá início a partir da verificação da temperatura, com a face palmar da mão,
na região examinada do joelho, realizada de forma comparativa. Em seguida, pode-se palpar o
músculo do quadríceps com uma mão sobre a musculatura e a outra abaixo do joelho e solicitar
que o paciente realize uma contração do membro examinado, a fim de avaliar o tônus
muscular.

Figura 52. Avaliação de tônus muscular. (Fonte: McRae, Ronald. Exame Clínico Ortopédico)

Deve-se também palpar toda a articulação a procura de pontos dolorosos e sinais de


abaulamentos. Dor no pólo superior da patela sugere tendinopatia do tendão do quadríceps, no
pólo inferior indica inflamação do ligamento patelar, dor na interlinha articular do joelho pode
indicar patologia meniscal e dor localizada, cerca de 1 cm abaixo da interlinha articular, na face
medial do joelho, sugere bursite da pata de ganso, local de inserção do tendão do
semitendinoso, grácil e sartório.

Figura 53. Avaliação de sinal de abaulamento. (Fonte https://www.slideshare.net/SemioOrto/modulo-10-


61906945)
37
A patela deve ser mobilizada, observando-se deslocamento excessivo como encontrado
nas síndromes de hipermobilidade ou mesmo patelas fixas, encontradas em doenças com grave
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

acometimento articular, como a osteoartrite. A presença de derrame articular pode ser percebida
pelo teste de pressão patelar, no qual, com o joelho em extensão, a mão esquerda do examinador
desloca o líquido do recesso suprapatelar e com os dedos da mão direta, pressiona a patela
contra o fêmur. Na presença de líquido, é notada a flutuação da patela (Sinal da Tecla positivo).

Figura 54. Mobilização da patela (Fonte Manual de exame físico reumatológico)

Figura 55. Teste de pressão patelar. (Fonte Manual de exame físico reumatológico)
Para derrames menores, o bulge test (teste de abaulamento) é útil. O líquido é deslocado
pela palma da mão direita da face medial ou lateral do joelho até o recesso suprapatelar. Com a
mão esquerda o líquido é deslocado do recesso suprapatelar para baixo. O líquido deslocado
abaulará a face livre do joelho.

Figura 56. Teste de abaulamento (bulge test). (Fonte Manual de exame físico reumatológico)

c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação dos joelhos. O paciente deve ser instruído
a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar:
• Flexão e extensão, rotação interna e externa dos joelhos

Figura 57. Avaliação do espectro de movimentos do joelho. (Fonte Dicionário de Testes e sinais do
membro inferior - Dr Samuel Riback)
38
d) Manobras específicas do exame dos joelhos
1) Teste de McMurray

O Exame Musculoesquelético
Com o paciente em posição de decúbito dorsal, com quadril e joelho totalmente flexionados
e quadril a 90º. O examinador posiciona uma mão segurando o pé do paciente e com a outra
localiza a interlinha articular para, em seguida, rotacionar a tíbia do paciente externamente, de
modo a aplicar uma força em valgo e internamente, aplicando uma força em varo,
repetidamente ao longo do movimento de extensão. (Cuidado em joelhos bloqueado)

Figura 58. Teste de McMurray. (Fonte: https://www.facebook.com/pontodafisioterapia/posts/2690812747811032/)

2) Teste de compressão e distração de Apley no joelho


Com o paciente em decúbito ventral e joelho flexionado a 90º. O examinador estabiliza a
coxa do paciente com uma das mãos e, com a outra, rotaciona interna e externamente a tíbia
enquanto aplica uma força compressiva (tração contra a mesa de exame) e, posteriormente,
uma força de distração (fora da mesa).

Figura 59. Teste de compressão e distração de Apley no joelho. (Fontehttps://www.facebook.com


/FisioterapeutaViniciusAzambuja/posts/775384802597597/)

3) Teste de Lachman
Com o paciente em decúbito dorsal, o examinador flexiona o joelho do paciente a 20º - 30º.
O médico estabiliza o fêmur com uma mão, e, com a outra, desloca anteriormente a tíbia.

Figura 60. Teste de Lachman. (Fonte https://campcursos.com.br/teste-de-lachman/)


39
4) Teste da gaveta anterior (Finochietto) e posterior
• Anterior - com o paciente em decúbito dorsal, o examinador posiciona o joelho do paciente
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

em 90º e senta sobre os pés do examinado e então realiza o movimento de deslocamento


anterior da tíbia.
• Posterior - com o paciente em decúbito dorsal, o examinador posiciona o joelho do
paciente em 90º e senta sobre os pés do examinado e então realiza o movimento de
deslocamento posterior da tíbia.

Figura 61. Teste da gaveta anterior e posterior. (Fonte https://www.facebook.com/pilatestudiobh/photos/teste-da-


gaveta-anterior-para-o-ligamento-cruzado-anterior-em-dec%C3%BAbito-dorsal-jo/1151729781619632/)

5) Estresse em valgos e varo


Os ligamentos colaterais mediais e laterais ajudam a manter a estabilidade do joelho,
devendo ser testados por manobras de estresse, respectivamente, estresse em valgo e estresse
em varo. A frouxidão destes ligamentos pode ser constitucional, devendo sempre ser testado de
maneira comparativa com o outro lado.

Figura 62. Teste de estresse em valgos e varos, respectivamente. (Fonte https://www.youtube


.com/watch?v=j_Ke0bmsJXE&feature=emb_rel_end)

6) Teste de Wilson
Com o paciente em decúbito dorsal, e quadril e joelhos flexionados passivamente até 90º, o
examinador solicita que o paciente realize extensão ativa dos joelhos, enquanto ele realiza
rotação interna, se houver dor entre 20º e 30º de extensão durante o movimento de rotação
combinada, o teste é positivo.

Figura 63. Teste de Wilson. (Fonte Dicionário de Testes e sinais do membro inferior - Dr Samuel Riback)
40
7) Teste do deslocamento da patela (GLIDE)
Com o paciente em decúbito dorsal, o examinador realiza o deslizamento lateral e medial

O Exame Musculoesquelético
da patela, em direção cranial e caudal.

Figura 64. Teste do deslocamento da patela. (Fonte https://www.youtube.com/watch?v


=0VXNx4yuWEo&app=desktop)

8. Exame físico dos pés e tornozelos


Revisão: Anatomia dos pés e tornozelos
Falange distal hálux
Falange proximal hálux
Osso sesamóide
Primeiro metatarso
Cuneiforme medial
Navicular
Cuneiforme intermédio
Cabeça do tálus
Cuneiforme lateral
Cubóide
Calcâneo

Falange distal hálux


Metatarsos
Cuneiforme
Navicular
Tálus
Calcâneo
Tuberosidade do calcâneo
Cubóide

(Atentar-se às estruturas articulares do tornozelo)


41
a) Inspeção dos tornozelos e dos pés
Objetivo: Inspecionar as características anatômicas dos tornozelos e dos pés do examinado.
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Avaliar presença ou não de:


• Deformidade óbvia ou edema visível em tornozelos ou nos pés
• Cicatrizes, deformidades posturais (ex. flexão plantar secundária), contusões, aspecto de
alteração de cor em pele e unhas, proeminência em base de metatarsos, na superfície
dorsal, calosidades
• Alterações em maléolo medial, maléolo lateral e linha articular anterior e região plantar
dos pés
• Postura normal ou alterada (em rotação interna, encurtamento de membros, em valgo,
eversão, inversão)
• Dificuldades em movimento tibiotalar (dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo)
• Alterações na marcha

Figura 65. Postura dos pés em rotação interna e externa. (Fonte: http://suelencastrofisioterapia.
blogspot.com/2017/04/as-criancas-que-pisam-com-os-pes-para_29.html)

b) Palpação dos tornozelos e pés

Objetivo: Realizar a palpação das estruturas dos tornozelos e pés.

Posicionar o dedo indicador ou polegar da mão do examinador e realizar a palpação entre o


tendão extensor longo do hálux e o tendão extensor longo dos dedos. Realizar a estabilização do
pé com a outra mão.

Figura 66. Palpação dos tornozelos. (Fonte: Manuel do exame físico em Artrite Reumatóide, Brenol VC, Torigoe
DY, Romeiro LD, Mota LMH)
42
Realizar palpação da articulação subtalar utilizando uma das mãos para fazer
movimento de dorsiflexão do pé e fixar a articulação do tornozelo. O examinador posiciona os

O Exame Musculoesquelético
dedos indicadores, polegar e médio da outra mão em cada lado da articulação subtalar.
Mobilizar a articulação em inversão e eversão do calcâneo em 5º a 10º

Figura 67. Palpação do tornozelo. (Fonte: Manuel do exame físico em Artrite Reumatóide, Brenol VC, Torigoe
DY, Romeiro LD, Mota LMH)

Realizar a palpação da articulação mediotársica fixando o pé com uma das mãos e, com a
outra, posicioná-la no mediopé com o polegar de um lado e os dedos indicador e médio do
outro lado. Mobilizar as articulações em inversão e eversão do mediopé. Ou ainda, pode ser
examinado utilizando os dedos polegares para palpar a superfície dorsal das articulações.

Figura 68. Palpação da articulação mediotársica. (Fonte: Manuel do exame físico em Artrite Reumatóide,
Brenol VC, Torigoe DY, Romeiro LD, Mota LMH)

Palpar as articulações MTF individualmente, iniciando do 5º dedo em direção ao 2º, com o


dedo indicador em superfície dorsal e o polegar, na superfície plantar da articulação

Figura 69. Palpação da articulação MTF. (Fonte: Manuel do exame físico em Artrite Reumatóide, Brenol VC,
Torigoe DY, Romeiro LD, Mota LMH)
43
Na palpação das MTF e IF de cada Hálux, sugere-se que coloque a primeira articulação MTF
em leve flexão para facilitar a palpação da linha articular.
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

Figura 70. Palpação da MTF e IF do Hálux. (Fonte Exame Musculoesquelético, Lawry GV)

c) Avaliação do espectro de movimento e mobilidade

Objetivo: Avaliar a capacidade de movimentação dos tornozelos e pés. O paciente deve ser
instruído a executar os movimentos conforme for solicitado.

Avaliar:
• Dorsiflexão, flexão plantar
• Inversão e eversão

Figura 71. Dorsiflexão e flexão plantar. (Fonte: https://ensinandomusculacao.blogspot.com/2016/06/como-


desenvolver-panturrilhas.html)

Figura 72. Inversão e eversão. (Fonte: https://www.ctborracha.com/borracha-sintese-historica/aplicacoes/calcado


/classificacao-do-calcado/funcionalidade-biomecanica/)
d) Manobras específicas
44
1) Teste da gaveta anterior no tornozelo

O Exame Musculoesquelético
O examinador deve estabilizar o tornozelo em 20º de flexão plantar com uma mão e, com a
outra, deslizar o calcâneo anteriormente. O deslize excessivo antero-posterior é considerado
positivo para lesão de LTFA (Ligamento talofibular anterior)

Figura 73. Teste da gaveta anterior no tornozelo (Fonte: https://www.leandrosilverio.com.br/2017/08/


recuperacao-torcao-de-tornozelo-grau-3.html)

2) Teste da inclinação talar


O examinador deve inverter o tornozelo e comparar a sensibilidade dolorosa e fouxidão em
relação ao tornozelo assintomático. O aumento de frouxidão é indicativo de lesão no LCF
(Ligamento calcaneofibular).

Figura 74. Teste da inclinação talar. (Fonte: https://www.leandrosilverio.com.br/2017/08/recuperacao-torcao-de-


tornozelo-grau-3.html)

3) Teste do aperto (Squeeze Test)


O examinador aplica uma pressão direta sobre os interespaços dorsal e plantar com uma
mão e junta as cabeças metatarsais, pressionando-a com firmeza.

Figura 75. Teste do aperto. (Fonte http://www.reumatologiachuc.pt/images/folheto.pdf)


45
4) Teste de Thompson
Com o paciente em decúbito ventral , solicita-se que ele deixe a perna sintomática em
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

extensão, de modo que o joelho esteja apoiado na mesa de exames, porém com a perna
pendente. O examinador deve realizar uma leve compressão nos músculos da panturilha. No
membro nao lesionado o pé realiza uma flexão plantar, enquanto que no lesionado o pé não
realiza flexão plantar.

Figura 76. Teste de Thompson. (Fonte https://www.clinicaecirurgiadope.com.br/artigos/23?artigo=32)

5) Teste de Jack
Com o paciente em posição em pé, realiza-se a extensão ativa da articulação MTF do Hálux e
observa-se a variação do retropé e a acentuação do arco longitudinal do pé.

Figura 77. Teste de Jack. (Fonte https://www.youtube.com/watch?v=CyJxNDahgKU)

6) Teste Kelikian - Ducroquet


O examinador deve realizar pressão com os polegares na região plantar do antepé,
acentuando o arco plantar. Em caso de retração rígida os dedos não se movem e o teste é dado
como positivo.

Figura 78. Teste de Kelikian - Ducroquet. (Fonte https://docplayer.com.br/70112098-Biomecanica-e-exame-fisico-


do-pe-e-tornozelo.html)
46
7) Teste da ponta dos pés
Solicita-se que o paciente fique na ponta dos pés a fim de observar a face posterior e medial

O Exame Musculoesquelético
dos pés, observando se há varização progressiva normal do retropé à medida que aumenta
sua elevação em relação ao solo.

Figura79. Teste da ponta dos pés. (Fonte https://corpoacorpo.com.br/fitness/treino-sob-medida/exercicios-para-


prevenir-a-dor-do-salto/3282)

8) Teste de Tinel no tornozelo


Com o paciente em decúbito ventral e o joelho posicionado em flexão de 90º, o examinador
percute o nervo tibial posteriormente ao maléolo medial. É positivo se for referida dor ou
parestesia.

Figura 80. Teste de Tinel no tornozelo. (Fonte https://drlucasfonseca.med.br/sindrome-tunel-tarso/)


47
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
MANUAL DE EXAME MUSCULOESQUELÉTICO

1. COORPER, Grant; HERRERA, Joseph. Manual de Medicina Musculoesquelética. 2. Ed.


Porto Alegre: Artmed, 2009. 272 p.

2. BRENOL, Claiton; TORIGOE, Dawton; ROMEIRO, Leonardo; MOTA, Lícia. Manual


Exame Físico em Artrite Reumatóide. São Paulo : Abbvie, 2015. 18 p.

3. LAWRY, V. George. Exame Musculoesquelético Sistemático. 1. Ed. Porto Alegre :


AMGH, 2012.

4. MCRAE, Ronald. Exame Clínico Ortopédico. 6. Ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2011. 325 p.

5. PESTANA, Ênio M. D. Coleção Articular Membros inferiores. São Paulo, 2013. 53 p.

6. PESTANA, Enio M. D. Coleção Articular Membros superiores. São Paulo, 2013. 43 p.

7. PESTANA, Enio M. D. Coleção Articular coluna e anatomia aplicada. São Paulo, 2013.
39 p.

8. RIBAK, Samuel. Dicionário de Testes e Sinais do Membro Inferior. São Paulo :


PhOENIX. 29 p.

9. RIBAK, S. Dicionário de Testes e Sinais do Membro Superior. São Paulo : PhOENIX. 33


p.
Anexos

A seguir você encontrará um conjunto de fluxogramas para fins didáticos, os


quais buscam direcionar para alguns possíveis diagnósticos, de acordo com as
características do exame físico e da anamnese coletadas. Busca-se por meio
deles fornecer um retrato mais objetivo da relação entre a queixa e de como ela
deve ser investigada.
Entretanto, é fundamental ressaltar que durante o processo de produção do
manual, feito para facilitar o aprendizado e execução do EME, algumas
informações podem sofrer com a simplificação excessiva, de modo que estes
fluxogramas não possuem objetivo de substituir as ferramentas teóricas
presentes em livros didáticos ou textos mais detalhados, e sim, somar-se a estes a
partir da experiência clínica e leitura de materiais prévios pelos autores.
Ao utilizar os fluxogramas, você poderá ter ideias para novas “vias”, novas
setas e sinais e sintomas importantes que não foram contemplados. Nestas
situações, faça você mesmo suas vias e seus complementos, aprofunde, melhore
o material de acordo com o seu aprendizado. O processo de diagnóstico é uma
aprendizagem constante e certamente você será capaz de refina-lo com a sua
própria experiência.

OBS: Para melhor compreensão dos fluxogramas a seguir, será convencionado que:
+ Sim
- Não
Cezar Augusto Muniz Caldas
• Acometendo os 3 primeiros Dor na(s) mão(s) sem Rodrigo Barros Fonseca

dedos e a metade radial do história de trauma


quarto dedo na face palmar
com ou sem
Dormência ou
• Fraqueza na mão + - Sinovite? +
formigamento?
- Acometendo Inter
falangeanas distal?
Teste de Tinel (FIG. 9) e/ou (FIG. 4)
Teste de Phalen (FIG. 10) e/ou
-
Teste da compressão (FIG. 11) • Acometendo Inter
carpal posi vos falangeanas distais, com o • Acome mento de
sem acome mento de Inter interfalangeana proximal e/ou
• Metacarpofalangeanas e/ou
Síndrome do falangeanas proximais e/ou
Túnel do Carpo • Nódulos de Heberden e/ou
Bouchard +
Artrite
reumatóide
Osteoartrite

Artrite rea va Aguda


Dedo trava / tranca / fica bloqueado / fica
preso, enga lha em flexão com ou sem + Diarréia?
Doença inflamatória
Nódulo palpável sob a cabeça de um ou Crônica
intes nal
mais metacarpos -
Dedo(s) em ga lho

Psoríase • Lombalgia de caráter


Rizartrose Teste de atrito (Grind) inflamatório e/ou
posi vo (FIG. 5 - D) Dor na tabaqueira • Entesite
anatômica ou na base Artrite psoriá ca
Tenossinovite de D’ Teste de Finkelstein do polegar
Quervain posi vo (FIG. 12) Espondilite
anquilosante
• Febre e/ou

+
Bursite Olecraniana • Aumento de volume em região
• Eritema local?

+
Infectada posterior do cotovelo
- • Limites bem demarcados
Bursite Olecraniana Dor no cotovelo sem
Posterior
história de trauma

+
+
Lateral Medial

+
Anterior
-
• Dormência e formigamento Dor na face -
constantes no quarto e quinto Sinal do “OK’
• Dor à palpação ao nível do epicôndilo anterior do
dedos e/ou anormal
lateral antebraço
• Teste de Cozen (FIG. 15) e/ou Teste de • Percussão do túnel ulnar
Thomsen e/ou Supinação contra- reproduzindo os sintomas (teste
resistência (FIG. 17) e/ou Teste de Mill posi vo) e/ou • Dor e dormência nos 3 primeiros
(FIG. 13) e/ou Extensão de dedo médio • Flexão máxima do cotovelo por dedos e face radial do quarto
menos de um minuto dedo e/ou
reproduzindo os sintomas e/ou • Percussão 4cm distal a fossa
• Sinal de Froment posi vo antecubital reproduzindo os
- sintomas

+
Síndrome do túnel Síndrome do

+
Epicondilite Lateral ulnar Síndrome do
+

pronador nervo
interósseo
• Dor à palpação ao nível do anterior
epicôndilo medial (FIG. 12 - B)
• Teste para epicondilite medial
Sem melhora com o
posi va (FIG. 15)
tratamento Dor noturna e/ou Fraqueza na
extensão do primeiro dedo e/ou
Fraqueza na extensão das Epicondilite Medial Dor difusa
- metacarpofalangeanas Limitação funcional em
todos os movimentos
+

Percussão 7,5 cm distais ao


Artrite de cotovelo Rubor e calor

+
Síndrome do túnel epicondilo lateral reproduzindo os
radial sintomas (teste posi vo)
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca
Tendinopa a Dor a palpação ao nível do sulco
+ Dor no(s) + Restrição acentuada dos movimentos Capsulite
bicipital biciptal e/ou Teste de Speed ombro(s) e dor intensa adesiva
(FIG.23) posi vo e/ou Teste
. de Mais comum em pacientes com
Yergason (FIG.24)posi vo diabetes e acima dos 40 anos

Hipotrofia muscular em
Sensação de instabilidade
volta do ombro Artropa a glenoumeral
+
do ombro ou de que o
Redução da amplitude de
+
ombro está escapando
movimentos
Crepitação à mobilização
Associado a quadro de
Sinal do sulco posi vo e/ou
poliartrite?
Teste de apreensão posi vo e/ou
Teste da gaveta posi vo
Artrite Reumatóide
+ -
Instabilidade do ombro
Artrite + Associação com febre,
sép ca eritema e/ou calor local?
Dor a palpação ao
nível da ar culação -
Artropa a
+
esternoclavicular esternoclavicular + + Osteoartrite
com ou sem edema
local
Teste do Teste do
infraespinhoso ou subescapular ou
Dor a palpação ao Pa e posi vos Gerber (FIG. 26)posi vos
Artropa a nível da ar culação +
acromicoclavicular acromioclavicular
com ou sem edema + Tendinopa a do Tendinopa a do
local infraespinhoso subescapular
+
Teste de impacto de Neer posi vo (FIG. 21)
e/ouTeste de Hawkins (FIG. 20)posi vo Em caso de sobreposição dos
e/ou Teste de Yocum (FIG. 27) posi va + Síndrome do diagnós cos, chamamos de
e/ou Teste do supraespinhoso ou Jobe Impacto Síndrome do Manguito rotador
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca (FIG. 22) posi vos
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca

• Irradiação para o(s) RAIZ C5


Dor na coluna

+
membro(s) superior(es) • Reflexo bicipital
cervical

+
Sinal de Hoffman posi vo (FIG. 32) em trajeto de um hipoa vo
Sinal de Babinski presente dermátomo • Redução de força do
Clono no tornozelo • Piora com teste de deltoide
- Reflexo patelar hipera vo Spurling (FIG. 30) • Sensibilidade de
Reflexo aquileo hipera vo • Melhora com a manobra reduzida ao nível do
Sinal de - Lhermi e de distração (FIG. 31) deltoide
posi vo

+
Pontos RAIZ C6
miofasciais > 35 anos Cervicalgia Mielopa a Radiculopa a • Reflexo es lo radial
postural cervical cervical raiz... hipoa vo

+
• Redução de força do
bíceps
Síndrome Espondilose • Sensibilidade de
miofascial cervical reduzida ao nível do
• Mais de 50 anos
polegar e indicador

+
• História prévia
de neoplasia Neoplasia
RAIZ C7
• Redução de peso
• Reflexo es lo radial
• Piora a noite
tricipital
• Irradiação para o(s) membro(s) • Redução de força do

+
superior(es) em trajeto de um ou mais tríceps
dermátomos Caráter
Espondiloartrite • Sensibilidade de
inflamatório
• Redução de amplitude do pulso radial reduzida ao nível do
• Hipotrofia de região hipotenar dedo médio

+
• Sem alteração com teste de Spurling ou Subluxação
Poliartrite
manobra de distração atlantoaxial RAIZ C8
• Teste de Adson posi vo • Redução de força da
• Teste de Roos posi vo musculatura
Febre Infecção
interóssea

+
+ +
• Sensibilidade de
Trauma Fratura reduzida ao nível do
Síndrome do
dedo anular e
desfiladeiro torácico
mínimo
• Início após esforço sico Dor na coluna lombar ou Testes de simulação RAIZ L4
maior ou esforços lombalgia + posi vos • Irradiação pela face medial
repe dos e/ou do joelho até a face medial
• Dor difusa na região do tornozelo e/ou
lombar e/ou Trauma Fratura
Simulação • Reflexo patelar hipoa vo
• Espasmo muscular e/ou e/ou
Febre Infecção
• Redução da amplitude de Caráter • Redução de força na
movimento mecânico inversão do pé e/ou
> 50 anos
História de neoplasia • Sensibilidade reduzida ao
Perda de peso Neoplasia nível na face medial do
Lombalgia mecânica tornozelo e pé
comum + inexplicável
Piora a noite
RAIZ L5
Pior à extensão da coluna • Irradiação pela face lateral
Estenose canal Claudicação dos membros Irradiação pica para
lombar + membros inferiores? da coxa, anterior da perna e
inferiores • Dor com irradiação para pé e/ou
os dois membros • Redução à extensão do hálux
+ + inferiores em trajeto de e/ou
um ou mais dermátomos • Sensibilidade reduzida na
• Com ou sem dor nas nádegas
Caráter com ou sem fraqueza região dorsal do pé e/ou
• Teste de FABER ou Patrick +
inflamatório e/ou dormência • Piora ao caminhar sobre os
posi vos e/ou + • Teste de Lasègue posi vo calcanhares
• Teste de compressão das
bilateralmente
sacroilíacas posi vo e/ou
Espondiloartrite • Anestesia em sela RAIZ S1
• Dor à palpação das sacroilíacas
• Disfunção urinária e/ou • Irradiação pela face
intes nal posterior da coxa, perna e
Irradiação para um dos pé e/ou
membros inferiores em • Reflexo aquileo hipoa vo
trajeto de um dermátomo Síndrome da
cauda equina e/ou
Sacroiliíte com ou sem fraqueza e/ou • Redução de força na eversão
dormência do pé e/ou
Radiculopa a • Sensibilidade reduzida ao
+ Lombar nível na face lateral do
Dor a palpação na nádega tornozelo e pé, e face
Síndrome do piriforme reproduzindo a irradiação plantar do pé e/ou
Teste de • Piora ao caminhar na ponta
Teste de FAIR posi vo - Lasègue dos pés
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca

Dor no(s) quadril(s)

Medial da coxa Febre


+
Lateral da coxa

+
+
Virilha

+
Limitação funcional
para todos os
Tendinite/bursite do movimentos
iliopsoas • Irradia em direção ao joelho
Abdução forçada do • Pior ao deitar sobre o lado
quadril? acome do

+
Artrite

+
• Pior com caminhadas e
Piora à flexão do sép ca
corridas
quadril • Dor a palpação sobre o
Dor ao realizar adução Caráter
Teste do estalo grande trocânter
contra resistência e/ou mecânico
do quadril
Dor ao nível da virilha com • Piora com movimento de
posi vo
manobra de Patrick ou chute, pivô ou caminhar
FABER Bursite • Parestesias e/ou
trocantérica • Dormência e/ou
• Formigamento e/ou
• Queimação na face medial da
Distensão dos > 40 anos
coxa
adutores da coxa • Parestesias e/ou
• Dormência e/ou • Dor ao alongamento do
músculo pec neo
+
• Formigamento e/ou

+
- • Queimação
Na face lateral e anterior da
coxa Neuropa a do
Osteoartrite Ruptura labral do obturador
quadril
Meralgia
parestésica
Dor difusa Dor no(s) joelho(s) - 01 Trava ou Dor a palpação na
Limitação funcional Bloqueia interlinha ar cular e/ou
Edema e/ou rubor Teste de McMurray e/ou
e/ou calor teste de Apley posi vos
Teste de
Wilson
posi vo Lesão de
Artrite menisco
Artrite
Poliartrite reumatóide Osteocondrite
dissecante
Crepitação Osteoartrite

Monoartrite Febre e mal Artrite Instabilidade


aguda estar geral Sép ca
Teste de Lachman Lesão do ligamento
História de trauma e/ou teste da gaveta cruzado anterior
Monoartrite aguda e/ou presença ou torção posi vos e/ou posterior
Gota
recorrente de tofo

Psoríase Artrite psoriá ca Dor a palpação na porção


Dor a palpação na porção
lateral do joelho e/ou medial do joelho e/ou
• Lombalgia de caráter Espondilite manobra de estresse em manobra de estresse em
inflamatório e/ou anquilosante varo posi va valgo posi va
• Entesite

Lesão do Lesão do
Diarréia Crônica ligamento ligamento
colateral colateral medial
lateral
Aguda
Doença inflamatória
intes nal
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca
Artrite rea va
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca

Dor no côndilo Lateral Dor no(s) joelho(s) - 02


femoral lateral
Dor ao nível
Síndrome Medial da bursa
da banda anserina
ilio bial
Posterior Bursite da
pata de
Dor e ganso
aumento de
volume

Cisto de
Baker
Síndrome Dor na
patelofemoral Doença de
tuberosidade
Osgood
anterior
Schla er
da bia
H > 15o Aumento do Anterior
M > 20o ângulo Q

Dor no
pólo
Tendinite
Dor e edema inferior
Bursite patelar
acima da da
suprapatelar patela
patela

Dor e Dor e
edema edema
em abaixo
frente a da
patela patela

Bursite
pré- Bursite
patelar infrapatelar
Dor no tornozelo Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca
Síndrome do
Impacto
Edema e/ou História de
anterior do Dor a palpação Face
Calor e/ou Osteoartrite
+ +
tornozelo Dor a dorsiflexão anterior trauma
Rubor +-
+
História de torção Face Artrite
Poliartrite
do tornozelo e/ou lateral reumatóide
Teste da gaveta
Entorse anterior posi vo Monoartrite Febre e mal Artrite
e/ou aguda estar geral Sép ca
Frouxidão a
inversão do
tornozelo Monoartrite aguda e/ou presença
recorrente
Gota
+ de tofo
> 14 anos Face
Psoríase Artrite psoriá ca
de idade posterior
Face medial
Aguda Artrite rea va
+
10-14 anos de
idade Diarréia Doença
Teste de Parestesias na face medial do inflamatória
Crônica
Thompson tornozelo com ou sem
intes nal
posi vo Doença de irradiação para a face plantar
Sever e/ou Lombalgia de caráter
Espondilite
+
Dor noturna e/ou inflamatório e/ou
Teste de Tinel posi vo no Entesite anquilosante
Ruptura do Tendinopa a do túnel do tarso e/ou
tendão de Aquileo ou
Parestesia na face medial do
Aquiles Bursite
tornozelo com ou sem • Dor maléolo medial
retrocalcânea ou irradiação para a face plantar Tendinite do
Doença de e/ao longo do Flexor
Longo do Hálux com flexor longo do
Haglund hálux
+-
+- ou sem hálux
Síndrome do Impacto Síndrome do Túnel enga lhado
Dor a flexão plantar
+
posterior do tornozelo do Tarso
• Face medial
+
No hálux Dor no pé Doença de Köhler
+
• 3-10 anos de idade

Edema e/ou rubor Artrite


+
e/ou calor • Dor na face inferior do calcanhar
com ou sem irradiação pela face
+- plantar do pé
• Piora ao caminhar longas distâncias
+
• Dor a palpação da tuberosidade
• Rigidez • Desvio medial do Monoartrite Monoartrite aguda medial do calcâneo com ou sem
• Piora com hálux com aguda recorrente • Dor a dorsiflexão do pé
dorsiflexão do redução da
hálux contra amplitude de
resistência movimento Fasciíte
e/ou presença plantar
Febre e mal de tofo
estar geral
• Dor e/ou parestesias
Hálux rígido Hálux valgo sob os metatarsos
+ com irradiação para
Artrite Gota os dedos
Sép ca • Teste do aperto /
Squeeze posi vo

Neuroma de
Morton
+
• Dor na região
plantar do Metatarsalgia
Cezar Augusto Muniz Caldas antepé
Rodrigo Barros Fonseca
Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca

Dor em uma
Gota
ar culação

Artrite tuberculosa ou
Dor difusa • Sexo masculino e/ou
Artrite fúngica ou
Limitação funcional • Hipertensão arterial e/ou
Sinovite vilonodular ou
Edema e/ou rubor • Obesidade e/ou
Neoplasia e/ou calor • Insuficiência renal crônica e/ou
• Uso de diuré co azídico e/ou
• Consumo regular de álcool e/ou
Monoartrite • Diabetes e/ou

+
Crônica (> 4 semanas)
• Presença de tofo e/ou

+
• Mais de uma crise de monoartrite
Aguda (< 2 semanas)

+
- Recorrente?
• Mais frequente em mulheres, > 60 anos
• Início súbito, com pico em 24h
• Presença de tenossinovite e/ou • História de prótese ar cular e/ou • O joelho é a ar culação mais afetada
• Presença de vesículas • História de cirurgia ar cular e/ou • Fatores precipitantes: traumas, pós-op.,
hemorrágicas e/ou • Infecção de pele e/ou doenças clínicas agudas
• História prévia de poliartrite ou • Uso de drogas endovenosas e/ou • Crise por 1-2 semanas
poliartralgia migratória e/ou • Diabetes e/ou
• Sexualmente a vo • Uso crônico de cor cóide e/ou
• Artrite reumatóide e/ou Deposição de cristal de
• HIV / AIDS pirofosfato de cálcio
Artrite Sép ca (Pseudogota)
gonocócica
Artrite Sép ca
não gonocócica
• Mais frequente entre 5 e
18 anos e/ou Dor em mais de
Lúpus
• Dor torácica, dispneia uma ar culação
Eritematoso
e/ou Sistêmico
• Sopro cardíaco e/ou Limitação funcional
Febre Reumá ca • Coreia e/ou Edema e/ou rubor
• Nódulos subcutâneos e/ou calor • Mais frequente no sexo feminino e/ou
e/ou eritema marginado • Rash malar e/ou alopécia e/ou fotossensibilidade e/ou
e/ou lesões discóides e/ou a as orais e/ou
• Infecção de garganta ? Artrite • Derrame pleural e/ou pericárdico e/ou
Amidalite de repe ção. Psoriásica • Convulsões e/ou psicose e/ou mielite transversa e/ou
mononeurite periférica;
• Edema de membros inferiores e/ou oligúria e/ou
Miopa a Lesões cutâneas
Inflamatória hipertensão arterial.
eritêmato-descama vas
Idiopá ca
e/ou distrofia ungueal
• Mais frequente no sexo feminino e/ou
e/ou história pessoal • Fenômeno de Raynaud e/ou
Mais frequente no sexo feminino e/ou
Fraqueza muscular proximal e/ou de psoríase • Espessamento cutâneo e/ou
Disfagia alta e/ou • Microstomia e/ou
Heliotropo e/ou • Úlceras e/ou cicatrizes digitais e/ou
Pápulas de Go ron • Oligoartrite (2-4 ar culações) • Telangiectasias e/ou
• Poliartrite (5 ou mais • Lesões po sal e pimenta e/ou
ar culações) • Disfagia baixa

Esclerose
• Mais frequente no sexo • Lombalgia inflamatória • Mais frequente no sexo feminino entre 20 e 60 anos Sistêmica
feminino e/ou • Com ou sem dor nas nádegas e/ou
• Xerostomia e/ou • Teste de FABER ou Patrick • Acome mento de ar culações das mãos
• Xero almia e/ou posi vos e/ou (interfalangeanas proximais, metacarpofalangeanas e
• Paro dite de repe ção • Teste de compressão das punhos), poupando interfalangeanas distais e/ou
sacroilíacas posi vo e/ou • Pode acometer ar culação temporomandibular,
cotovelos, ombros, joelhos e tornozelos e/ou Artrite
• Dor à palpação das sacroilíacas
Reumatoide
e/ou • Presença de dedos em botoeira, dedos em pescoço de
Síndrome de • Entesites cisne, polegar em “Z”, desvio ulnar dos dedos e/ou
Sjögren • Limitação funcional de punhos e/ou cotovelos e/ou
joelhos e/ou tornozelos e/ou
Cezar Augusto Muniz Caldas • Nódulos subcutâneos em face extensora de cotovelos
Rodrigo Barros Fonseca Espondiloartrite e/ou joelhos.
Síndrome de Trombose venosa e/ou arterial e/ou Síndrome
História de asma e/ou rinite Púrpura de
Churg Strauss/
alérgica
- e/ou polipose nasal e/ou Livedo re cular e/ou an fosfolípide Henoch-Schölein/
Granulomatose
Mononeurite múl pla e/ou História de óbito fetal e/ou Vasculite por IgA
eosino lica com polineuropa a abortos espontâneos e/ou parto
poliangiíte
prematuro e/ou eclâmpsia
Mais frequente no sexo masculinoentre 3e 15 anos
e/ou pré-eclâmpsia e/ou Púrpura palpável, principalmente em
Mais frequente no sexo e/ou membros inferiores Náuseas e/ou vômito
feminino e/ou e/ou dor abdominal
Vasculite Astenia e/ou fraqueza e
crioglobulinêmica ou indisposição e/ou Astenia e/ou febre e/ou indisposição e/ou
Púrpura palpável em Eritema nodoso e/ou
• Oligoartrite (2-4 ar culações) Diarreia com muco e/ou sangue e/ou
membros inferiores
• Poliartrite (5 ou mais A as orais
ar culações)

Doença
Astenia e/ou fraqueza e ou indisposição
Inflamatória
e/ou
Limitação funcional Intes nal
Púrpura palpável e/ou
Edema e/ou hipertensão arterial e/ou Edema e/ou rubor Mais frequente no sexo feminino com
Dor abdominal e/ou sangramento e/ou calor menos de 40 anos e/ou
diges vo e/ou Redução de pulso periférico e/ou
Dispneia e/ou hemop se Diferença de pressão entre arterial nos
membros e/ou Arterite de Takayasu
Dor em mais de Sopro em artéria e/ou
uma ar culação Claudicação de membros superiores e/ou
Poliangiíte
inferiores e/ou
microscópica

Mais frequente no sexo masculino e/ou Febre e/ou astenia e/ou fraqueza e /ou indisposição e/ou
Astenia e/ou fraqueza e ou indisposição e/ou Mononeuropa a múl pla e/ou
febre e/ou Proptose e/ou olho vermelho e/ou Granulomatose
Hipertensão arterial e/ou Rinite e/ou epistaxe e/ou sinusite e/ou perfuração de septo de Wegener/
Poliarterite Livedo re cular e/ou úlceras cutâneas e/ou e/ou nariz em sela e/ou úlceras nasais e/ou orais e/ou
nodosa Granulomatose
Mononeurite múl pla e/ou polineuropa ae/ou Rouquidão e/ou estridor e/ou com poliangiíte
Edema periférico e/ou mialgia e/ou Hemop se e/ou
Dor tes cular e/ou Edema de membros e/ou hipertensão arterial e/ou
Dor abdominal e/ou sangramento via retal Púrpura palpável Cezar Augusto Muniz Caldas
Rodrigo Barros Fonseca

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