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Staff
Janeiro 2022
THE SEAL’S SECRET LOVER
de
Anne Calhoun
SINOPSE
Mas quando Jack desiste, seu melhor amigo e companheiro SEAL Keenan
Parker toma seu lugar.
Keenan deixou a Marinha, mas nunca foi além de Istambul, muito menos
em direção a um futuro viável.
Até que faça isso, ele vai mostrar a Rose coisas que ela não sabia sobre si
mesma.
Ele pode dar seu coração e seu futuro para a mulher que prometeu a seu
melhor amigo que nunca tocaria?
Dedicatória
Rose Powell iria matar seu irmão mais novo. Se pudesse. Como se
tivesse uma chance contra um SEAL da Marinha endurecido pela
batalha com três implantações atrás dele. Mas ela conhecia um truque ou
dois que poderia usar em Jack, que fugiu de levar sua avó e suas melhores
amigas em um tour turbulento pela Turquia.
— Todo mundo tem tudo? — Rose perguntou pelo que parecia ser
a ducentésima vez desde que ela se encontrou com a Bucket List Babes1
no aeroporto de Lancaster.
Por mais estressada que estivesse, Rose teve que sorrir com a
imagem que as três apresentavam enquanto as seguia pelo corredor até à
ponte. Sua avó e suas duas melhores amigas estavam vestidas com roupas
1
Livro de Dannie Foutain, que relata histórias de vida de algumas pessoas e compartilham suas lista de
desejos( bucket list).
Mas no livro e como se fosse um grupo de amigas cujo nome se inspirou no livro.
de viagem quase idênticas, com bolsos com zíper nas costas, quadris e
coxas, sapatos preferidos de caminhada resistentes para viajantes do
mundo todo, e pulôveres de lã de meio zíper bordados com
BUCKET LIST BABES na gola. Conduzindo Miss Daisy na Turquia, em LL
Bean.
Pela terceira vez, Rose verificou sua própria bolsa, uma bolsa de
couro resistente, garantindo que tinha seu laptop, fones de ouvido
com isolamento de ruído Bose, telefone celular, tablet, adaptadores e
tudo o mais que não poderia perder se a bagagem delas fosse deixada
para trás em Munique, ou pior, Lancaster. Com o telefone na mão, ligou e
observou-o procurar uma conexão. Embora estivesse aparentemente de
férias, sua promoção a Diretora Sênior de Operações e Logística da Field
Energy Company significava que não podia se dar ao luxo de desistir no
momento. Não era um bom momento para voltar aos anos 1990,
tecnologicamente falando. Ergueu os olhos de seu telefone teimosamente
silencioso para ver três rostos enrugados de olhos brilhantes olhando para
ela com expectativa.
— É uma pena que Jack esteja muito ocupado com o curso para vir
junto, — disse vovó.
Powell.
Não era bom. Nada bom, porque ela tinha uma regra sobre os
militares. Não saía com eles. Era filha de um oficial de carreira do Exército
e irmã de um SEAL da Marinha. Eles eram homens extraordinários, e
homens extraordinários não se encaixavam em seu plano estratégico para
sua vida muito comum. Não adiantava seguir por aquele caminho quando
estava muito familiarizada com o beco sem saída.
— É muito gentil de sua parte usar sua licença para ser nosso guia,
— disse vovó quando todos apertaram as mãos.
O fato de Keenan fazer essa pergunta não era um bom sinal. Jack e
Keenan costumavam ser melhores amigos, da maneira estranha como os
homens eram melhores amigos - apelidos, cerveja, horas de Call of Duty e
assistir esportes. Mas Keenan estava na Turquia e Jack estava de volta em
Lancaster, e Rose não tinha ideia do que tudo isso significava. — Bem, —
disse ela com cuidado, — ele não está aqui e não vai falar sobre por que
deixou a Marinha. Tudo o que sabemos é que uma missão correu mal e
outro SEAL morreu.
2
O BUD / S é um curso de treinamento que consiste em uma orientação de três semanas seguida por
três fases, cobrindo condicionamento físico, mergulho de combate e guerra terrestre,
respectivamente. Oficial e pessoal alistado passam pelo mesmo programa de treinamento. Ele é
projetado para desenvolver e testar sua resistência, liderança e capacidade de trabalhar em equipe .
— Eu cuido disso, — disse Keenan quando alcançou a primeira
mala. — Quantas malas cada?
— Você não sabe se sua mala não vai sair, — ele apontou
razoavelmente.
— Você está sendo ridícula, mas sei por experiência própria que
isso não vai impedi-la, — disse vovó sem tirar os olhos de seu guia de
botânica.
— Sim. — Ela viu seu telefone pousado virado para baixo na mesa
ao lado do vidro. — Posso usar o seu?
Com a cabeça ainda nas mãos, ela olhou para ele. — Achei que não
tivesse se realistado.
Ele ainda não falou sobre isso. Ela mal sabia sobre Keenan, mas ele
parecia ainda menos provável falar sobre seus sentimentos do que Jack.
Ele confundiu o silêncio dela com petulância. — Se houver uma
emergência, é claro que você pode usá-lo, — disse ele com relutância. —
Uma verdadeira emergência. Como se alguém morresse ou algo
queimasse até ao chão.
— Você não disse ao seu chefe que ia ficar fora do país por duas
semanas?
Ele apenas soltou uma risada suave que disse a ela que sabia tudo
sobre fazer promessas e quebrá-las. — Você quer uma bebida?
Não foi uma boa ideia. — Você está tendo outra? — ela se
equivocou. A risada se suavizou em um sorriso, esperando pacientemente
se recompor com sua mente própria.
Ela nem mesmo fingiu não saber o que quis dizer. Ela assumiu o
trabalho de sua mãe alcoólatra para garantir que Jack tivesse uma infância
razoavelmente normal. Se ele achou divertido, e não uma razao de culpa
porque se tornou o irmão mais novo despreocupado, então ela se saiu
bem. Mas a verdade era que Jack estava diferente agora, e não tinha ideia
de como ajudá-lo. Na verdade, planejou usar esta viagem para passar um
tempo com vovó e com seu irmão mais novo radicalmente alterado.
Ele riu novamente, uma risada baixa e suave que teceu com o
vinho aquecendo suas veias. — Qualquer coisa é engraçada quando
envolve a palavra ‘Turquia’. Vamos descobrir algo, Jetlag, — ele disse. —
Amanhã.
— Tudo ficará bem. Estamos oito horas à frente deles. Vou fazer o
check-in antes de sairmos e ver o que aconteceu no final do dia, então
novamente quando chegarmos ao próximo hotel, será de manhã cedo
para eles. Ou algo assim, — ela disse, porque estava se confundindo. Ela
engoliu o resto de seu vinho e estendeu a mão para a garrafa. — Vai ficar
tudo bem.
A mão de Keenan se fechou em torno da dela. — Você
provavelmente sabe disso, mas beber tanto vinho tinto depois de vinte e
quatro horas de viagem não é a melhor ideia.
Ou Jack iria matá-lo. Qualquer uma das coisas era possível, neste
exato momento, Rose olhando para ele, a garrafa suspensa sobre sua taça
de vinho, vazia o suficiente para que apenas uma lasca de líquido
espirrasse pelo gargalo em direção à abertura. Ainda segurando o pulso
dela, olhou de volta, usando o tique-taque dos segundos para memorizar
seu rosto, em parte por hábito, em parte porque estava cativado. Seu
cabelo e seus olhos eram do mesmo tom de rico castanho escuro, uma cor
que nunca tinha visto nos olhos de ninguém antes. Sua pele pálida
testemunhava uma vida dentro de casa, dedos delgados pousados sobre
um teclado, afiadas como navalhas cortando problemas em tiras
organizadas. Se ela tivesse começado o dia em Lancaster com qualquer
maquiagem no rosto, já teria passado há muito tempo, deixando-a com
uma boca rosa pálida. A cor em suas bochechas atribuiu ao vinho, ou
talvez ao fato de que tinha acabado de fazer uma proposta sem rodeios à
irmã de Jack Powell.
Ela tinha estado um pouco fora de foco no final, mas agora seus
olhos se aguçaram. Por um longo momento ficaram congelados, Rose com
a garrafa na mão, Keenan encontrando seu olhar. A única coisa que se
moveu foi o vinho, fluindo suavemente para a frente e para trás ao longo
do gargalo.
Não tanto quanto gostou da luz em seus olhos. — Estou bem com
isso, sim, — disse ele.
— Acho que quero ficar sóbria para isso, — disse ela, e puxou o
pulso dele para colocar a garrafa na mesa. Mas não disse mais nada. Ela
não trouxe Jack para a conversa, ou sua avó, ou estabeleceu quaisquer
outros parâmetros, muito menos limites. Em vez disso, o olhou bem nos
olhos e deixou o silêncio fluir entre eles como o vinho na garrafa, algo no
nível físico sendo perguntado e respondido.
— Devemos?
Ele espiou pelo olho mágico. Rose estava do outro lado, a cabeça
inclinada para o lado, a queda suave de seu cabelo atrás da orelha. Abriu a
porta e viu o olhar dela passar rapidamente sobre ele, ombros, abdômen,
o cós do short visível logo acima do cós da calça cargo. — Achei que
verificar a vovó fosse um código para mudar de ideia, — disse ele.
Uma sobrancelha se ergueu. — Vou te dizer se eu mudar de
ideia. Enfim, por que iria? Ambos somos adultos consentidos. Você tem
preservativos?
Jack disse claramente a ela sobre a vida nos SEALs. Como se fosse a
qualquer lugar sem camisinha. — Eu tenho preservativos, — ele disse
sério.
Uma mão subiu para segurar sua nuca enquanto a outra deslizou
ao longo de seu antebraço. Então ela virou o rosto para ele, procurando
sua boca. Ele deu a ela, o contato irritantemente incompleto com seu
rosto torcido sobre o ombro. Ela girou mais cento e oitenta graus, de volta
ao ponto de partida, mas desta vez suas mãos seguraram seu rosto para
mantê-lo perto.
Desta vez foi ele, pressionando-os juntos das coxas ao peito, como
se o contato de corpo inteiro fluísse do beijo. Seus lábios se abriram sob
os dele, sua língua cintilando contra o céu de sua boca, sua língua. Ela
tinha gosto de vinho tinto e desejo, e por um momento foi imobilizado
pelo contato elétrico das mãos dela em sua mandíbula, seus lábios contra
os dele. Seu coração saltou e gaguejou quando ela alisou as palmas das
mãos por seus ombros e peito, até ao botão de sua calça.
Sorrir durante o sexo era novo para ele, mas sorria, a configuração
de lábios e dentes contra sua boca aberta e faminta quebrando um pouco
a tensão. — Espere, — ele murmurou. — Espere por isso.
Ele queria dizer sim, ou melhor, inferno, sim, mas o que saiu foi um
estrondo profundo, um som que nunca tinha se ouvido fazer antes. Um
calor repentino e espesso percorreu seus nervos, mais como estar
mergulhado em lava do que chocado. Ele empurrou em sua mão, amou o
jeito que ela empurrou de volta, lidando com ele quase tão rudemente
como ele se controlaria. Se espremeu contra ela, usando seu corpo para
protegê-la, pressionando além do limite e se tornando possessivo,
territorial, dominante, meio que esperando que ela fugisse, colocasse um
espaço entre eles, restabelecesse algumas regras malditas.
Ele estava perto demais para isso. Algum dia ele a deixaria
trabalhar duro com as mãos e a boca, mas não esta noite. Isso era muito
cru, muito quente, muito inesperado para desperdiçar com qualquer coisa
menos do que sexo de contato total.
— Cama. Agora, — ele disse, e deu um passo para trás, fora de seu
alcance.
— OK. Claro, — disse ele, pronto para prometer tudo o que tinha
que prometer para ficar exatamente onde estava. Ele fechou os olhos e se
concentrou no calor enlouquecedor, na deliciosa pressão envolvendo
apenas a cabeça de seu pênis. Nenhuma coisa mais. Podia sentir os
músculos delicados de sua vagina tremendo, então cedendo, dando boas-
vindas em vez de resistir. Ele deslizou mais um centímetro, e ela ficou
tensa novamente, mais, adivinhou, em antecipação à dor do que pela
própria dor. Então continuou indo, deslizando mais fundo, até que ela
pegou tudo o que tinha.
Ele podia sentir isso chegando. Suas costas arquearam, seu rosto
se contraiu, um gemido baixo vibrando em sua garganta. Quando a cabeça
desabou, puxou sua mão livre da dela e colocou a mão sobre sua boca,
dirigiu nela duas vezes mais, e deixou a explosão levar os dois.
3
Também conhecido como afegão ou afegane é uma das línguas nacionais do Afeganistão e um dos
idiomas oficiais das províncias ocidentais do Paquistão.
A próxima coisa que ouviu foi um som indistinto de Rose. — Huh?
— ele disse, não a declaração mais coerente que ele já tinha feito.
— Cuida do quê?
Rose tirou os olhos do e-mail que estava enviando para Hua Li, sua
funcionária de maior confiança. Se alguém podia falar doce com o TI para
acelerar seu pedido para obter seu serviço internacional o mais rápido
possível, esse alguém era Hua. Eles foram avisados de que passeios de
balão de ar quente no início da temporada podiam ser muito frios, então
vovó estava enrolada em calças de passeio leves, uma camisa de botão e
um suéter grosso.
O calor vibrava por ela, muito cedo em um dia muito longo para
ser qualquer coisa além de uma provocação. Deveria bloqueá-lo. Em vez
disso, ela se inclinou. — É assim que você chama?
— Minhas definições são bastantes flexíveis, — ele admitiu, com
um sorriso irônico na boca.
— Claro que ele está vindo. Você tem que vir, — disse vovó. — Ver
a Capadócia do ar está na lista de desejos de todos.
Para seu crédito, Keenan fechou a boca e disse a única coisa que
poderia dizer. — Sim, senhora.
Não foi fácil olhá-lo nos olhos, algo que ela achava simples ao lidar
com os homens com quem trabalhava. Não era porque ela estava com
vergonha, ou mesmo intimidada por ele. Foi porque ele a viu vulnerável e
fora de controle, agora ele viu dentro dela, talvez até mesmo viu atraves
dela.
— Você não tem que fazer isso. Eu não sou rápida, — disse ela. —
Não posso correr dez minutos, estou indo bem, mas isso é na esteira.
Ele riu, brilhante, real, cabeça para trás. — Meu ego pode suportar
vir em segundo lugar para um telefone celular funcional.
Sabichão. Rose ficou na ponta dos pés, olhando para o céu sem
nuvens, um azul nítido e frio que parecia durar para sempre. O passeio de
balão era diferente de estar em um avião; Além do barulho ocasional
quando o balonista aumentava a chama acima de suas cabeças, o passeio
foi tão silencioso que Rose ouviu zumbido em seus ouvidos. — Não
consigo vê-la, — disse ela, sua voz desaparecendo no vasto céu pálido.
— Quais rebeldes?
***
Ele olhou para Vovó, que já estava assentindo, então para Rose. —
Montei o itinerário depois que Jack saiu, mas antes que soubesse que
você iria substituí-lo. Eu estava isegura de dirigir à noite em um país
estranho, onde poderia ter dificuldade em ler os sinais de trânsito.
***
Dez minutos depois, teve tempo suficiente para pensar sobre quão
pouco poderia fazer sem acesso ao telefone celular ou a capacidade de ler
ou compreender a linguagem que flui ao seu redor. Ela vagou pelas
barracas montadas fora da entrada, examinando os lenços coloridos,
cerâmicas, estátuas e símbolos de mau-olhado disponíveis para
compra. De forma mais prática, pegou um livro em inglês no site. No
momento em que voltou ao seu lugar, Keenan estava de volta com o guia,
mas nenhuma Bucket List Babes.
— O quê?
Ela levou Keenan até a parte de trás da casa de chá, então subiu
uma ligeira elevação coberta por grama alta que se curvava com a
brisa. Acima no alto, apontou para a meia distância, onde três jaquetas de
lã brilhantes amontoadas.
— Vovó, Marian e Florence são todas membros vitalícios do
Lancaster Garden Club, — disse ela. — Sanitários primeiro, depois o
espaço verde mais próximo.
— Ela vai querer identificar essas flores. O que você sabe sobre a
flora da Turquia? — Rose perguntou, os olhos ainda no grupo.
Ele olhou para ela, incrédulo. — Você mata a única planta que não
precisa regar?
— Sim.
***
Não era tanto o lado físico quanto a obstinação mental. Ele não
desistiu. Desistentes não passaram pelo BUD/S. Se decidisse levá-la a um
lugar escuro e delicioso que um dia atrás ela não tinha ideia que queria
explorar, ele a levaria lá. De novo e de novo e de novo …
Mas Keenan não era seu chefe, ou um par. — Deve ter sido difícil,
— disse ele.
Disse isso tão seriamente que ela quase pensou que poderia estar
brincando com ela. Então ele virou a cabeça para olhar para ela, lançando
seu perfil em sombras e luz. Ou ele tinha a melhor cara de pôquer do
mundo ou estava falando sério. No final, não se importou se Keenan
Parker pensasse que era a vadia mais rígida do mundo.
Com o laptop na mão, Rose olhou por cima do ombro. Vovó não
era uma fotógrafa amadora ruim. O álbum foi rotulado como ‘Bucket List
Turquia’, e ela estava organizando as fotos por data e depois por local.
— Vocês três são tão ruins quanto adolescentes, — disse Rose com
ternura.
— Trabalho?
— O quê?
— Há alguém?
— Amigas?
— Ele sempre teve uma queda pelo tipo doce e sério. De qualquer
forma, eu fiquei, fiz um estágio na Field Energy e entrei em seu programa
de treinamento de gestão depois de me formar.
— Mas... a Marinha?
— Sim, senhora.
— Seis pés abaixo em um cemitério perto de Fort Hood. Ele era KIA
logo depois que me formei no BUD/S. Estava ficando um pouco velho para
missões na ativa, mas achava que tinha mais uma nele. Seu sonho de vida
era morrer com seus amigos. — Ele encolheu os ombros. — Acho que ele
fez isso.
— Ela fugiu quando eu tinha sete anos. — Ele olhou para ela. —
Parece pior do que foi. Facilitou minha vida. Me deu foco.
Ele entregou o livro para ela, os dedos roçando os dela, seu joelho
pressionando contra o dela e não se movendo quando ele se sentou. O
simples contato, aquecido através de duas camadas de roupa, sutilmente
a lembrou de que ele sabia algo sobre ela, algo que não sabia que queria
ou gostava. Ela podia, percebeu, confiar nele porque não tinha sido
explicitamente todo fodão macho alfa com ela. Se ele viesse para ela,
dissesse Você sabe que gostou, baby, eu tenho o que você precisa bem
aqui, ela não teria pensado duas vezes nele.
A coisa certa a fazer era devolver o livro a ele e voltar para o andar
de cima para realmente trabalhar. Essa foi a coisa prática, prática e
sensata a fazer. Em vez disso, ela virou o livro para ver o título.
— A Ilíada, — disse ela. — Preparação para esta viagem? — Eles
estavam visitando Tróia depois de Éfeso, mas mesmo enquanto ela
folheava a contracapa e folheava o livro, sabia que ele carregava aquilo
por muito mais tempo do que nas últimas semanas. Os cantos da capa e
das páginas estavam embotados, empoeirados e manchados com o que
parecia ser café. Cheirava aos pertences de Jack quando ele voltou para
casa, uma combinação distinta de suor, sujeira e esforço sobre-humano.
— Pena que você não pode trabalhar com isso, — ele brincou.
— Se eu achasse que poderia improvisar, eu o faria, — disse ela. —
Mas vou baixar o livro e ler.
— Todos eles?
Ela meio que esperava que ele repetisse sua fala da noite anterior,
que pudesse tirar sua mente disso. Ele não fez isso. Em vez disso, ele a
observou por um longo momento, até que ela desviou o olhar.
Ela olhou para o laptop. Quarenta e dois por cento. Isso era um
fato, o lugar onde ela se sentia segura. Durante uma conversa, ela
baixou quarenta e dois por cento de seu e-mail, e esses e-mails conteriam
situações que ela poderia controlar, emoções que ela poderia controlar.
Então ele puxou, fazendo com que ela tropeçasse de volta para
ele. Em algum lugar no fundo de sua mente, ela sabia que ele estava
usando uma fração de sua força, mas tudo que seu corpo animal conhecia
era o raio de luxúria louca e quente que a atravessou quando se deparou
com seu corpo rígido.
Ela virou o rosto para o lado, observou a mão dele estender a mão
vagarosamente e colocar o laptop e o livro na mesinha de cabeceira,
bloqueando a tela vermelha do relógio. Ele tinha feito tudo isso enquanto
segurava o laptop dela e a Ilíada. Oh meu Deus, sim.
No momento em que ele terminou, ela estava flexível sob ele, seu
corpo quente e solto em torno de uma espiral apertada de necessidade
em seu estômago. — Vamos ver se você gosta do jogo tanto quanto eu, —
ele sussurrou.
Com uma mão, ele desabotoou o cinto e o botão, em seguida,
enrolou os dedos em sua cintura e calcinha, depois, puxou sua calça jeans,
calcinha e sapatos e os jogou no chão. Ele puxou a blusa dela para expor a
maior parte de sua barriga. Deveria parecer estranho, descoberta da
cintura para baixo, espalhada para ele. Deveria ter parecido estranho,
quando Keenan, ainda completamente vestido e com total controle de seu
corpo, se inclinou para dar um beijo em sua barriga, logo abaixo de seu
umbigo.
Grande erro. Ele puxou para fora e fez uma pausa, seu pênis grosso
e corado e brilhando com seus sucos, aumentando sua consciência do
delicioso alongamento enquanto ele deslizava de volta para dentro. O
fogo ondulou pelas terminações nervosas, redando em seus mamilos, a
pele sensibilizada de sua garganta, fazendo seus lábios formigarem. Ela
sentiu como se seu cabelo estivesse em pé, umedecida pelo suor e
grudada em suas bochechas e ombros.
Seu ritmo era tão lento, e ela percebeu que ele estava totalmente
imerso em como seu corpo se agarrava ao dele, quente, apertado e
úmido. Mas ele não era como outros homens que entravam nela depois
que ela gozou, usando seu corpo para gozar. Keenan estava totalmente
imerso em como seu corpo o fazia se sentir, e era a coisa mais quente que
ela já tinha visto.
Os músculos de seu pescoço tremiam. Sua cabeça caiu de volta no
travesseiro. Ele estava assistindo ela vê-lo transar com ela. Quando seus
olhos se encontraram, seu pênis pulsou dentro dela, forçando-o a
desacelerar, então parar totalmente para fechar os olhos e respirar.
Ela esperou até que ele erguesse a cabeça e olhasse para ela. O
suor escorria de sua têmpora até ao queixo. Ela ergueu os dedos e juntou
a umidade nas pontas, em seguida, levou-os aos lábios. A língua dele
estalou para fora, e ela rapidamente ergueu a cabeça, tocando a ponta de
sua língua na dele, em seguida, lambendo o suor de sua boca.
Ele fechou a mão em seu cabelo. Boca pairando sobre a dela para
que cada respiração e contato visual fizessem seus lábios formigarem, ele
entrou nela. Cada golpe atingiu seu clitóris com tanta força que ela se
arqueou e gritou. Então se enterrou dentro dela. A pressão cortante
desencadeou outra onda de choque que a enviou em uma longa queda no
vazio.
CAPÍTULO CINCO
Ele quase pediu que ela ficasse. Quase. Mas se sua avó acordasse e
encontrasse a cama de Rose vazia, ela se preocuparia. Ou não. Vovó
parecia muito esperta, mesmo que todos estivessem fingindo ser cegos
como morcegos.
***
— Ela sempre foi capaz de lidar com isso, — disse vovó. — Olha, aí
está ela.
Ele pegou café para ela enquanto ela servia uma tigela de sopa de
lentilha tradicional, borrifou limão e acrescentou um lado de tâmaras e
doces. — Obrigada, — disse ela quando se sentou e viu o café esperando
por ela.
— Então, Konya.
— Estou feliz por você ter vindo, — ela disse. — Parece uma pena
viver tão perto de tanta história e não visitá-la.
— Não.
— Comecei o livro ontem à noite, — disse ela. — Foi por isso que
cheguei tarde.
Ele não tinha certeza do que fazer com a expressão nos olhos
dela. A única coisa que sabia com certeza era que, com base nas sombras
sob eles, ela adormeceria no Land Rover, provavelmente a dez minutos de
Konya.
— Preparada? — disse ele olhando para o relógio. As Babes já
estavam fazendo as malas.
Vovó olhou por cima do ombro para Rose, então apontou para
cima. O vento carregou suas palavras, mas sua linguagem corporal e seu
sorriso animado soaram alto e claro.
— Estou tão feliz por estar aqui para ver isso, — disse Rose. Seu
elástico não conseguia manter seu cabelo confinado, e fios dele voaram
por sua bochecha e grudaram em sua boca. Ela puxou-os para fora, então
deu a Keenan um sorriso doce. — Tão feliz.
Para Jack. Ele disse a si mesmo que estava fazendo isso porque
Jack pediu, não porque ele não conseguia parar de observar Rose. Seu
cabelo estava descoberto. Algumas mulheres turcas usavam
o hijab; Cobrir o cabelo ou não era um tema quente entre as mulheres na
Turquia, com as mulheres modernas frequentemente optando por não
cobrir o cabelo na vida diária, enquanto os muçulmanos mais fervorosos e
mulheres mais velhas optavam por usar o hijab.
Mas mesmo se Rose tivesse coberto seu cabelo, mesmo que seu
cabelo não tivesse um tom distinto de castanho avermelhado, ele saberia
onde ela estava por alguma bússola interior que estava lentamente se
realinhando para ela como o verdadeiro norte.
4
Um dervixe é um praticante aderente ao islamismo sufista, que segue o caminho ascético da "Tariqah",
conhecidos pela sua extrema pobreza e austeridade. Neste aspecto, os dervixes são similares às ordens
mendicantes dos monges cristãos e dos sadhus hindus, budistas e jainistas.
— Minha casa parece muito distante agora, — ela concluiu. — Isso
é o que eu acho.
Ele deu uma risada baixa, então deu as costas para a parede e
esperou enquanto ela olhava mais de perto.
Vovó estava saindo quando ela entrou. Rose fez uma pausa para
mostrar a vovó a direção de Florence e Marian, então sacudiu um lenço
brilhante para cobrir seu cabelo e entrou. Keenan recusou a oferta de chá
e mudou de posição para que pudesse ficar de olho nas Babes tomando
chá do lado de fora da loja de presentes. Ele tinha que dar crédito às
senhoras mais velhas. O vento soprava forte o suficiente para fazer as
cadeiras deslizarem ao longo das grandes lajes de granito que
pavimentavam a casa de chá, mas elas apenas se sentaram em suas bolsas
e pacotes, fecharam os zíperes e beberam o chá.
***
Exceto que era muito bom. Como se fosse responsável por seres
humanos comuns fazendo coisas cotidianas. Quase normal.
— Boa noite, — disse ela por cima do ombro, seu olhar sonolento,
suave.
Keenan.
Mindy
— Keenan, não tenho ideia de por que você acha que estamos tão
preocupados com banheiros, — disse Marian.
Ela fez uma pausa nos banheiros romanos para coçar atrás das
orelhas de um dos dezenas de gatos vadios do local quando Keenan
apareceu, correndo facilmente ao longo do mármore irregular. Ele parou
ao lado dela, nem mesmo respirando com dificuldade, mas seu corpo bem
treinado começou a suar. O cheiro, tão familiar agora, a fez tremer por
dentro.
— E um sistema de esgoto.
Os Babes foram até a entrada das casas com terraço. Sem dizer
uma palavra, Rose e Keenan caminharam ao longo da Harbor Street,
parando no teatro ao ar livre. — Sentava vinte e quatro mil pessoas, —
disse Rose, olhando para o guia. — Concursos de teatro e gladiador.
***
Tróia.
— Preparadas?
Rose. Ele não abriu os olhos, apenas inalou o cheiro dela. Sua pele,
a tênue aura de rosas daquela sala fora do tempo. — Não tenho onde
colocar um.
— Você tem um apartamento em Galata, — ela disse
razoavelmente.
5
Caso passageiro
Ela fez aquele zumbido suave, coçando atrás das orelhas do
gato. Ele sabia que estava ouvindo coisas, mas teria jurado que ela e o
gato estavam ronronando.
***
***
Então ele puxou a mão livre, usando o choque do corpo dela por
ter sido abandonada no pico para sentar e tirar o resto de suas roupas. O
ar frio roçou sua pele aquecida. De olhos fechados, ela absorveu os sons
de um homem se preparando para o sexo, seu zíper raspando, então o
som característico de um pacote de preservativo se abrindo. Ela
simplesmente ficou lá e deixou as ondas de excitação lavarem sobre ela,
até que ele a montou e colocou a cabeça cega de seu pênis contra as
dobras de seu sexo, cutucando-a até que deslizou para dentro. Era tão
repentino, chocante e excitante como da primeira vez, forçando um
gemido de sua garganta para a escuridão.
Ele tomou seu tempo, seus bufos suaves e respiração áspera tão
eróticos quanto a maneira como seu pênis a esticava, estimulando os
nervos até que ela estava tensa, estremecendo, fortemente tensa. A
fricção deslizante e alongada a impulsionou para cima, para cima, até
explodir. A boca dele abafou seus gritos agudos, e então ela caiu na
escuridão.
***
O sorriso não alcançou seus olhos. — Estou bem, — disse ela com
um suspiro. — Realmente, muito bem. Tão bem, na verdade que não
quero me mover.
Ele a beijou então, um beijo doce que parecia tão roubado quanto
aqueles no muralha de rosas escondido em Éfeso. — Rose, — ele
começou.
***
6
é um estreito no noroeste da Turquia ligando o mar Egeu ao mar de Mármara. Assim como o estreito
de Bósforo, ele separa a Europa (neste caso, a península de Galípoli) da Ásia
— É menor do que pensei que seria, — disse ele após um longo
silêncio. Expressar o pensamento foi mais fácil com Rose ao seu lado. —
Isso inspirou o poema épico mais poderoso de toda a história
humana? Achei que seria... maior.
Um sorriso curvou seus lábios. — Você está dizendo que não iria
para a guerra por mim? Que meu rosto não vai lançar mil navios?
***
Rose saiu da loja de presentes com uma sacola que enfiou na mala,
guardada no compartimento traseiro do Land Rover. — Quanto tempo
para Istambul? — ela perguntou.
— De nada.
***
***
***
Trabalho?
Trabalho.
Compreendo.
***
Quando Rose desceu os degraus do hotel às sete da manhã
seguinte, celular na mão e GPS fornecendo direções para um Starbucks a
poucos metros de distância, onde poderia obter seu primeiro macchiato
de caramelo grande em quase uma semana, a última pessoa que esperava
ver do outro lado da rua pavimentada era Keenan.
— Desculpe. É o trabalho.
— Mais um dia.
***
— Posso ver por que você mora aqui, — disse Rose. Eles
ficaram cotovelo a cotovelo na amurada do barco de cruzeiro, à deriva por
árvores repletas de flores de cerejeira rosa em meio a mansões
elaboradas e habitações lotadas. O céu estava em um tom irreal de azul, o
sol brilhava como spray espalhado pelas ondas. Keenan parecia em casa
com o vento em seu rosto e o movimento do barco.
O som que saiu de seu peito soou como uma risada, mas na
verdade era todo o ar deixando seus pulmões, porque foi nesse exato
momento que soube que estava se apaixonando por ela. Pela irmã de Jack
Powell, sexualmente pragmatica ou pragmaticamente sexy. No
comando. Vivendo em outro continente.
Esta noite era diferente. Esta noite não era em um quarto de hotel
anônimo, mas no que passava por sua casa. A luz da lua cheia entrava pela
porta francesa que dava para sua varanda, caindo em uma faixa larga
sobre o piso de madeira marcado e a cama. Ele cruzou a sala, abriu a porta
e fez um som suave de ch-ch-ch. Com um mrowr áspero, Edjer, também
conhecido como filho da puta, quase todo negro com peito branco e uma
listra no nariz, saltou agilmente da prateleira de vime da varanda de Asra
para a grade da sua, e de lá para o chão. Ele jogou um pouco de comida
seca de gato em uma tigela e foi recompensado com um assobio e um
golpe. — De nada, filho da puta, — ele murmurou, a risada suave de Rose
mascarando as palavras.
Ele se virou para encontrá-la parada bem atrás dele. Ela agarrou
seu pulso e puxou-o para a cama, pedindo-lhe gentilmente que se
sentasse. Então ela montou nele. Suas mãos agarraram o quadris dela,
firmando-a no colchão enquanto o beijava, lento, quente e profundo, sua
língua acariciando a dele até que ficou duro, desesperado. Seus braços
envolveram suas costas esguias.
Era a hora de ir. Sabia antes de abrir os olhos que Keenan estava
ao lado dela, seus lábios contra sua orelha. — Estou acordada, — ela disse
grogue. — Estou indo.
— Não. — Sua voz estava rouca de sono, talvez com outra coisa
também. Mas se aprendeu alguma coisa criando Jack e uma vida inteira
trabalhando com homens, era quando empurrar e quando recuar. Ela não
tinha nada a ganhar dando conselhos, oferecendo sugestões, interferindo
mais do que ela tinha. Apenas Keenan poderia decidir fazer aquela viagem
final, aquela que o traria para casa.
***
Seu queixo caiu ao mesmo tempo que seu coração saltou várias
batidas. Ele estava vestido com um terno marinho, camisa branca
impecável e uma gravata listrada de azul e vermelho sutil, sua barba bem
aparada.
Não vou corar. Não vou corar. Não cheguei aos trinta anos como
diretora sênior para ficar vermelha como uma colegial em uma reunião do
comitê de contratação.
Kelly pigarreou e pegou a caneta. — Keenan, por que você não nos
conta um pouco sobre você?
***
Ele virou o rosto para ela, seus olhos eram ilegíveis por trás das
sombras de lâmina espelhada, o menor indício de hesitação na torção de
sua boca. — Pensei nisso, — disse ele, — mas queria ver seu rosto quando
me visse. Caso você tenha mudado de ideia.
— Não mudei de ideia, — disse ela. — Tenho pesquisado
empregos em Istambul, verdade seja dita. Mas algo dentro de mim disse
que você chegaria aqui, de uma forma ou de outra.
— É claro que ainda quero você, — disse ela. — Mas tenho mais
uma pergunta da entrevista para você.
— Manda.
Ele apontou para o asfalto sob seus pés. — Tenho dirigido por aí a
tarde toda. Lancaster não é tão chato, mas quis dizer bem aqui. Neste
estacionamento, com você. — Seu rosto ficou sério. — Eu me apaixonei
por você no momento em que você se aproximou de mim e disse que
estava sofrendo de fuso horário como o inferno. Estou voltando para casa,
para você.
Keenan era tudo que não sabia que queria e muito mais.
— Por quê?
FIM
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