Você está na página 1de 7

AS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS E SISTEMA

DE COTAS NO ENSINO SUPERIOR: SURGIMENTO E


DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
AUTHORSHIP
INTRODUÇÃO
Adriana Vilhena Monteiro As políticas de ações afirmativas e o sistema de cotas
Mestranda em Educação e membro do GEPLAGE pela no ensino superior no Brasil é uma temática que vem
UFSCar – Campus Sorocaba, pós-graduada em Gestão de
Pessoas, graduada em Secretariado Executivo Trilíngue. sendo debatida há bastante tempo. A expressão ação
Atualmente é servidora do quadro técnico administrativo
da Universidade Federal do Acre.
afirmativa chega no Brasil com uma diversidade de
sentidos, reflexo das discussões e contexto histórico
ORCID:https://orcid.org/0000-0002-8854-4883
E-mail: adriana.vilhena@hotmail.com dos países que a desenvolveram. As políticas de ações
Recebido em: Aprovado em: afirmativas assumem formas de acordo com o contexto
2020-12-10 2021-01-15
DOI: https://doi.org/10.24115/2763-762X20211136p.69-75 e demandas dos segmentos a que se dirigem. São
ações que buscam reparar ou diminuir eventuais
desigualdades. As principais áreas contempladas por ações afirmativas são o mercado de
trabalho, o sistema educacional, especialmente o ensino superior, e a representatividade
política. E, para o acesso dos grupos aos quais se destina, essas ações afirmativas, assumem a
figuração de cotas, que estabelecem um percentual ou número a ser ocupado por aquele
grupo específico em área específica.
Diante disso, neste artigo, abordaremos o sistema de cotas no contexto do ensino superior no
Brasil na esfera da Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012, com a proposta de analisar de forma
breve o seu histórico. A pesquisa revelou que a presente temática compõe uma série de
discursos polêmicos e complexos, a favor e contra, no sentido de incluir as classes menos
favorecidas nesse nível de ensino.
Para a execução deste trabalho fez-se uma pesquisa exploratória qualitativa com base nas
bibliografias sobre a temática e a sua estrutura se apresenta em seis seções, sendo esta
introdução a primeira. A segunda, é, Histórico das ações afirmativas: dos Estados Unidos Ao
Brasil, que traz questões centrais como definição e conceito, origem histórica da expressão,
as formas adotadas. A terceira, discorre sobre ações afirmativas no brasil. A quarta aborda a
política de cotas no ensino superior do Brasil. Nas considerações finais, analisa-se que o aluno
cotista, ao ingressar no ensino superior público, necessita de ações complementares para a
sua vida acadêmica.

HISTÓRICO DAS AÇÕES AFIRMATIVAS: DOS ESTADOS UNIDOS AO BRASIL


A expressão se origina nos Estados Unidos, que nos anos 60 viviam internamente uma fase de
reivindicações democráticas, cuja bandeira central era a busca pela igualdade de
oportunidades. No período, as leis segregacionistas vigentes começam a ser eliminadas e o
movimento negro surge como uma das forças atuantes principais. É então nesse contexto que
a ideia de ação afirmativa é concebida, exigindo que o Estado assumisse ações
antissegregacionistas e que oferecesse melhores condições para a população negra.
Por sua vez, em 1972, o presidente Richard Nixon incorporou a ação afirmativa como política
através da Lei da Oportunidade Igual no Emprego, sancionada como emenda à Lei dos
Direitos Civis, de 1964. Essa legislação determinou que todos os órgãos públicos, todas as
empresas que prestavam serviço para o governo federal e todas as instituições que recebiam
de alguma forma auxílio do governo federal deveriam estabelecer metas e prazos para admitir
pessoas de minorias raciais e mulheres. (BRANDÃO, 2005).
Contudo, a experiência com ações afirmativas não ficou restrita somente aos Estados Unidos.
Outros países como Índia, Malásia, Austrália, Canadá, Nigéria, Argentina, dentre muitos
outros, também tiveram as suas, e o seu público-alvo variava conforme as situações que iam
se apresentando, abarcando grupo como minorias étnicas, raciais, mulheres, portadores de
deficiência, indígenas.
Assim, políticas de ações afirmativas assumem formas de acordo com o contexto e demandas
dos segmentos a que se dirigem, como: ações voluntárias; ações obrigatórias; programas
governamentais ou da iniciativa privada, leis ou orientações que partiram de decisões jurídicas
ou afins, podendo ser por tempo limitado ou não. São ações que buscam reparar ou diminuir
Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
• 70 As políticas de ações afirmativas e sistema de cotas no ensino superior: surgimento e desenvolvimento no Brasil

eventuais desigualdades. E as principais áreas contempladas por ações afirmativas são o


mercado de trabalho, o sistema educacional, especialmente o ensino superior, e a
representatividade política. As ações afirmativas, contudo, para o acesso dos grupos aos quais
se destina, assumem a figuração de cotas, que estabelece um percentual ou número a ser
ocupado por aquele grupo específico em área específica, como veremos mais adiante, com o
recorte voltado para o ensino superior no Brasil.

AÇÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL


O histórico das políticas de ações afirmativas no Brasil também chega por meio de questões
voltadas para discriminação e desigualdades raciais. Em 1988, ano que marcou o centenário
da abolição da escravatura, bem como a Constituição Federal Brasileira (sétima), as lideranças
negras começaram a desenvolver um intenso trabalho de combate ao preconceito, uma vez
que na Constituição Federal Brasileira de 1988, já estavam previstos em mais de um artigo o
crime de discriminação. Essa carta magna garante a promoção do bem a todos,
independentemente de cor, raça, sexo, idade, e pode ser considerada como um ponto de
partida para as discussões de políticas públicas voltadas para a educação, uma vez que
nomeia a educação como o primeiro dos direitos sociais no seu art. 6º.
Efetivamente as discussões e debates em torno das políticas de ações afirmativas ganharam
volume a partir de 1990, quando a sociedade passou a cobrar do governo que solucionasse
a questão com a participação de agremiações colaboradoras do movimento negro. O debate
ganhou também mais proporções por meio de propostas apresentadas pelo governo
brasileiro na III Conferência Mundial Contra o Racismo: A Xenofobia e Formas Correlatas de
Intolerância, que se realizou no período de 31 de agosto a 08 de setembro de 2001 em
Durban, África do Sul.
Contudo, as cotas de ações afirmativas no Brasil não se voltam apenas para as questões raciais.
Temos ainda Brandão (2005), que aponta na CF outros artigos, tais como o art.37, inciso VIII,
que estipula cotas de até 20% para portadores de deficiência no serviço público civil da União
e o art. 7, inciso XX, que prevê a concessão de incentivos específicos para empresas que
contratarem mulheres. Já para Arbache (2006), as ações afirmativas buscam prevenir a
discriminação e incluir uma ampla série de mecanismos para criar oportunidades iguais, bem
como reduzir o racismo em termos gerais. Para Lima (2009, p. 86), essas políticas são medidas
que beneficiam as minorias diante dos recursos escassos em diferentes setores sociais,
incluindo a universidade.
Em âmbito geral, as políticas de ações afirmativas têm sido
entendidas como meio de beneficiar grupos socialmente
desfavorecidos e ou discriminados na consecução de recursos
escassos em distintos setores sociais, inclusive na universidade por
meio de cotas e outros projetos de índole assistencialista, com muita
ênfase no final da década de 1990 e primeira década do século XXI.
(LIMA, 2009, p. 86).
Assim, é de entender dos autores que as políticas de ações afirmativas de cotas são vistas
como mecanismos político-sociais em formato de ações reparatórias que buscam corrigir
situações de desigualdade, exclusão, discriminação, proporcionando igualdade de
oportunidades a grupos socialmente marginalizados no campo social, econômico,
educacional. No contexto educacional, o sistema de cotas permite que grupos, antes
considerados excluídos, passem a ter acesso ao ensino superior público.

A POLÍTICA DE COTAS NO ENSINO SUPERIOR DO BRASIL


Estudos feitos por Henriques (2001) mostram que entre os matriculados em alguma instituição
de ensino superior brasileira compreendido, entre 1929 e 1999, 97% eram brancos, 2%
negros e 1% descendentes de orientais. Esses dados alarmantes chamam a atenção da
sociedade brasileira para vários fatores de estratificação das oportunidades relacionadas à
raça. Assim,
[...] no Brasil, a condição racial constitui um fator de privilégio para
brancos e de exclusão e desvantagem para os não-brancos. Algumas
cifras assustam quem tem preocupação social aguçada e

Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
Adriana Vilhena Monteiro • 71

compromisso com a busca de igualdade e equidade nas sociedades


humanas. (HENRIQUES, 2001, p. 132).

A questão da desigualdade social e do racismo sempre foram bandeiras de luta de muitos


movimentos sociais. Em meio a esse contexto, surgiu, então, a política de cotas, que para
Menin et al. (2008) se coloca como uma ação afirmativa que tem como princípio motivador o
alcance da igualdade real entre negros e brancos. Por isso, Piosevan (2009), afirma que a
Política de Cotas busca remediar um passado discriminatório, objetivando acelerar o processo
de inclusão com o alcance da igualdade substantiva por parte de grupos vulneráveis como as
minorias étnicas e raciais. Na mesma direção, Guimarães (2003) comenta que esta medida do
governo não somente levou em conta o contexto histórico, mas também a atual situação do
ensino público, que se encontra estagnado em relação ao ensino privado, impossibilitando a
camada social mais pobre, com grande percentual negro, a ingressar no ensino público
superior.
Foi crescente o número de universidades que decidiram pelas cotas em dez anos e é
necessário destacar que, até 2008, 51% das universidades públicas estaduais e 41,5% das
universidades federais brasileiras haviam adotado alguma ação afirmativa. A maioria destas
instituições incluiu no seu sistema de ingresso uma reserva de vagas para estudantes oriundos
do sistema público de ensino, negros (pretos e pardos), indígenas, pobres ou portadores de
necessidades especiais. E algumas universidades públicas adotaram um sistema de pontos
(bônus) sem indicar algum percentual de reserva de vagas.
No ensino superior, no Brasil, a reserva de vagas é inaugurada pelo estado do Rio de Janeiro,
no ano de 2000, com a aprovação da Lei Estadual nº 3.524, de 28 de dezembro de 2000, que
estabelecia a reserva de 50% das vagas das universidades do estado do Rio de Janeiro e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) para estudantes das redes públicas
municipal e estadual. Depois, em 2001, “a Lei Estadual nº 3.708 determinou a reserva de 40%
do total de vagas dessas duas universidades para quem se auto declara negro ou pardo”.
(BRANDÃO, 2005).
Tais iniciativas desencadearam outras semelhantes na Universidade do Estado da Bahia
(UNEB) e na Universidade de Brasília (UnB), ao destinarem respectivamente, 40% e 20% das
vagas para candidatos que se declarassem negros. Em 2010, um novo debate surgiu acerca
das ações afirmativas do sistema de cotas no ensino superior. Naquele ano, a Conferência
Nacional de Educação decidiu que as cotas sociais eram de interesse da população. Com isso,
o documento do projeto de lei, em trâmite à época, apontou que 50% das vagas das
universidades brasileiras deviam ser guardadas para os estudantes egressos da rede pública,
surgindo a polêmica se desse percentual haveria um recorte racial.
Em agosto de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.711, exposta abaixo, e regulamentada pelo
Decreto nº 7.824 do mesmo ano. No referido documento foi garantida a reserva de 50% do
total das vagas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de
educação, ciência e tecnologia para alunos de escolas públicas com renda familiar bruta igual
ou inferior a um salário mínimo per capta e metade para alunos de escolas públicas, mas com
renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos casos, será levado também em
conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos pardos e indígenas no estado,
de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.

Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério


da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos
de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de
suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino
médio em escolas públicas.
Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste
artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes
oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um
salário-mínimo e meio) per capita.
Art. 2º (VETADO).
Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
• 72 As políticas de ações afirmativas e sistema de cotas no ensino superior: surgimento e desenvolvimento no Brasil

Art. 3º Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata


o art. 1º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados
pretos, pardos e indígenas e por pessoas com deficiência, nos termos da
legislação, em proporção ao total de vagas no mínimo igual à proporção
respectiva de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na
população da unidade da Federação onde está instalada a instituição,
segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE. (BRASIL, 2012).

A Lei 12.711/2012 de aplicação imediata, porém gradual e progressiva, ficou estabelecido,


inicialmente, que em 2013 as instituições teriam que reservar pelo menos 12,5% do número
de vagas ofertadas, devendo chegar à oferta total ao longo dos próximos 4 anos. Esta lei
uniformizou decisões variadas em mais de cinquenta instituições federais que, desde 2014,
adotaram sistemas de cotas para estudantes oriundos do sistema público de ensino, negros e
indígenas. A democratização do acesso à educação superior, ainda se configura como um
problema não resolvido, sendo um misto de mérito e privilégio: mérito intelectual e privilégio
econômico. Pesquisas têm evidenciado que:
O acesso à educação é geralmente apresentado pelos estudiosos como um
dos principais fatores associados ao alcance de melhores oportunidades no
mercado de trabalho e, consequentemente, um melhor rendimento. Para um
grande contingente da população, o aumento da escolaridade é visto como
o principal caminho de mobilidade social ascendente dos indivíduos. Diante
deste quadro, ganha ainda mais importância a análise das oportunidades
educacionais de brancos e negros no Brasil, e, principalmente, sobre a
relação entre este desempenho e a alocação dos dois grupos no mercado
de trabalho, como veremos mais adiante. (HERINGER, 2002, p. 60).
Para César (2003, p. 42), as cotas à universidade podem “proporcionar aos brasileiros que
estiveram por cinco séculos fora de qualquer processo emancipador, a possibilidade de
ascender na pirâmide social brasileira”. É de se notar que o sistema de cotas em universidades
públicas brasileiras provocou polêmicas que atualizam o debate secular sobre políticas
públicas. Nesse sentido, foi menos recorrente a crítica à adoção de ações afirmativas para
diversos grupos e populações marginalizadas, do que quando as ações afirmativas se
reportavam especificamente à população negra, principalmente no que concerne ao sistema
de cotas. Aí, o debate foi colocado em dois polos: cotas raciais versus cotas sociais. Como
bem coloca Jocélio Teles,
Implicitamente, o processo de adoção das ações afirmativas e seus
significados remetem à emergência de termos definidores do que seriam
políticas diferenciadas para grupos e populações excluídas. E as
universidades públicas tornaram-se o lócus privilegiado na sociedade
brasileira para se entender a forma como discursos de manutenção de status
e poder apareciam na esfera pública. Lugar de reprodução das
desigualdades, a academia teve que sair das suas vestais e responder com
propostas e ações. E, assim, entrou em cena a elaboração de políticas
internas direcionadas para a inclusão social e racial no sistema de graduação
do ensino superior. Inicialmente, denominada reserva de vagas,
popularmente se disseminou como política de cotas. É desse modo que
podemos compreender tanto o surgimento quanto a adoção de termos e
expressões como diversidade, ações afirmativas e sistema de cotas.
(SANTOS, 2012, p. 10).
O sistema de cotas em universidades públicas brasileiras é uma temática de natureza polêmica
e traz o debate secular sobre políticas públicas direcionadas para a população menos
favorecida. Transformar o espaço da educação superior, que é um lugar de contradições e
reprodução socioeconômica das classes mais abastadas, em um lugar mais inclusivo, requer
permear etapas que perpassam pela restauração de direitos, oportunidades e tratamento
distinto e adequado. E é nesse bojo que surgem novos desafios, dentre eles o de que não
basta apenas ingressar, é também necessário garantir a permanência desses grupos no
interior das universidades.

Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
Adriana Vilhena Monteiro • 73

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Governo Federal reforçou a política de assistência estudantil em 2013. No orçamento
daquele ano foi previsto um aumento para o Programa Nacional de Assistência Estudantil
(Pnaes) o que permitiu serem investidos pelo menos R$ 600 milhões em assistência estudantil.
No compasso desse investimento, o MEC, à época, articulou com os reitores a política de
acolhimento dos alunos cotistas por meio de programas de tutoria e nivelamento sinalizando
com a necessidade de políticas que garantissem mais do que simplesmente o acesso dos
estudantes, querendo, desta forma, transformar o espaço da educação superior, que é um
lugar de contradições e reprodução socioeconômica das classes mais abastadas, em um lugar
mais inclusivo.
Um dos focos das críticas à adoção das ações afirmativas no ensino superior tem sido a política
de permanência de estudantes de baixo poder aquisitivo que ingressaram por esse novo
sistema de cotas, cuja origem social revela a dificuldade de se desenvolverem a contento em
seus cursos. As políticas de ações afirmativas e sistema de cotas favoreceram o ingresso dos
alunos de escola pública e grupos considerados menos favorecidos nas universidades
públicas. Contudo, o aluno cotista precisa ter outros complementos, como a assistência
estudantil e mesmo a pedagógica para alcançar o tripé: ingresso, permanência e sucesso
acadêmico.
A considerar que essa temática é bastante polêmica e complexa e nada indica que deixará de
ser e considerando o cenário da educação em 2020 e 2021, em que o mundo atravessa a
pandemia pelo novo coronavírus; e considerando ainda que as agenda de políticas públicas
do atual governo federal pode ter outras prioridades a partir deste divisor de águas, é certo
que muitas pesquisas e debates ainda serão encampados.

REFERÊNCIAS
ABREU, E. N. N. Políticas de ações afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ): o curso de pedagogia em debate. 2018. 231 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Educação, Departamento de Ciências e Humanas e Educação [DCHE] –
Campus Sorocaba, Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/9832/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20
-%20MESTRADO%20-%20ELISANGELA%20ABREU%20-
%202018.pdf?sequence=2&isAllowed=y. Acesso: 20 mar. 2021.

ARBACHE, A. P. R. B. A Política de cotas raciais na Universidade Pública Brasileira: um


desafio ético. 2006. Tese. (Doutorado em Educação/ Currículo), Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Disponível em:
https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/9883/1/Tese%20Ana%20Paula%20R%20B%20Arba
che.pdf. Acesso: 20 mar. 2021.

BRANDÃO, C.F. As cotas na universidade pública brasileira: Será esse o caminho? Campinas:
Autores Associados, 2005.

BRASIL. Decreto Nº 7.824, de 11 de outubro de 2012. Regulamenta a Lei nº 12.711, de 29 de


agosto de 2012, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições
federais de ensino técnico de nível médio. Brasília, DF, 2012. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/d7824.htm. Acesso: 20
mar. 2021.

BRASIL. Lei Nº 12.711, de 29 de dezembro de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas


universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá
outras providências. Brasília, DF, 2012. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso: 20
mar. 2021.

CÉSAR, M. A escola inclusiva enquanto espaço-tempo de diálogo de todos e para todos. In


D. Rodrigues (Ed.), Perspectivas sobre inclusão: da educação à sociedade (p. 117-149).Porto:
Porto Editora. 2003.
Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
• 74 As políticas de ações afirmativas e sistema de cotas no ensino superior: surgimento e desenvolvimento no Brasil

GOMES, J. B. B. Ação afirmativa e princípio da igualdade: O direito como instrumento de


transformação social: a experiência dos EUA. Rio de Janeiro: Renovar. 2001.

GUIMARÃES, A. S. A. Acesso de negros às universidades públicas. Caderno Pesquisa, São


Paulo, n. 118, Mar. 2003.

HENRIQUES, R. Desigualdade racial no Brasil: evolução das condições de vida na década de


90. Rio de Janeiro: IPEA. 2001. (Texto para discussão, nº 807). Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_0807.pdf. Acesso: 20 mar.
2021.

HERINGER, R. Desigualdades raciais no Brasil: síntese de indicadores e desafios no campo


das políticas públicas. Vol. 18. (suplemento 57-65). Cadernos de Saúde Pública. 2002.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v18s0/13793.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021.

LIMA, P. G. Ações afirmativas como eixo de inclusão de classes sociais menos favorecidas à
universidade brasileira: um terceiro olhar entre pontos e contrapontos. 2009. 191 f. Tese. Pós-
Doutorado - Pós-doutorado em Filosofia e História da Educação, pelo Programa de Pós-
Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp,
Campinas, 2009. Disponível em:
http://media.wix.com/ugd/af82db_a86b3ad0ce204c05838f82765576c208.pdf. Acesso: 20
mar. 2021.

MAGGIE, Y.; FRY, P. A reserva de vagas para negros nas universidades brasileiras.
Estudos avançados, São Paulo, v. 18, n. 50, abr. 2004. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9971/11543.. Acesso: 20 mar. 2021.

MENIN, M. S. S. et al. Representações de estudantes universitários sobre alunos cotistas:


confronto de valores. Educação Pesquisa, São Paulo, vol.34, no. 2, ago. 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ep/a/Pvvd7WZL4hLCFD5F58H9VxG/?lang=pt&format=pdf. Acesso:
20 mar. 2021.

MINAYO, M. C. de S. (org). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis:


Vozes, 2004.

MOEHLECKE, S. Ação afirmativa: Histórias e debates no Brasil. Cadernos de Pesquisa, n. 117,


pág. 197-217/novembro/ 2002. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/cp/n117/15559.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021.

PASSOS, G. O.; GOMES, M. B. A instituição da reserva de vagas na universidade pública


brasileira: os meandros da formulação de uma política. Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de
Janeiro , v. 22, n. 85, p. 1091-1114, Dec. 2014. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40362014000400010&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 13 mar. 2021.

PIOSEVAN, F. Ações Afirmativas sob a perspectiva dos direitos humanos. IN: DUARTE E. C.
P.; BERTÚLIO, D. L. L.; SILVA, P. V. B. Cotas Raciais no Ensino Superior: Entre o Jurídico e o
Político. Curitiba: Juruá Editora. 2009.

QUEIROZ, D. M.; SANTOS, J. T. Sistema de cotas: um debate. Dos dados à manutenção de


privilégios e de poder. Educação e Sociedade, Campinas (SP), 2006, vol.27, n.96 . Disponível
em: https://www.scielo.br/j/es/a/MzbHbC4jH9Ksd5R9g3pGMzR/?lang=pt&format=pdf.
Acesso: 20 mar. 2021.

SANTOS, J. T. S. Introdução. In: SANTOS, J. T. (org). Cotas nas universidades: análise dos
processos de decisão. Salvador: CEAO, 2012. em:
http://www.redeacaoafirmativa.ceao.ufba.br/uploads/ceao_livro_2012_JTSantos.pdf.
Acesso: 20 mar. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X
Adriana Vilhena Monteiro • 75

SAVIANI, D. O legado educacional do “longo século XX” brasileiro. In: SAVIANI, Dermeval. Et
al. O legado educacional do século XX no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. p.
9-57.

WEREBE, M. J. G. Grandezas e Misérias do Ensino no Brasil: 30 anos depois. São Paulo, Ática,
1994.

As políticas de ações afirmativas e sistema de cotas no ensino superior: surgimento e desenvolvimento no


Brasil
Policies for affirmative actions in higher education: advent and development in Brazil
Políticas de acciones afirmativas em la educación superior: adviento y desarollo em Brasil

Resumo Abstract Resumen


Este artigo tem o objetivo de analisar This article aims to present a brief Este artículo tiene como objetivo
breve histórico sobre a políticas de history on affirmative action analizar una breve historia de las
ações afirmativas, o sistema de cotas policies, the quota system in higher políticas de acción afirmativa, el
no ensino superior no Brasil e a education in Brazil and the sistema de cuotas en la educación
consequente obrigatoriedade das consequently obligation for federal superior en Brasil y el consiguiente
instituições federais de ensino higher education institutions to requisito obligatorio de las
superior a fim de ofertarem a reserva reserve a minimum of vacancies. instituciones federales de educación
de vagas. Por meio da abordagem Through the qualitative approach, superior para ofrecer la reserva de
qualitativa, foi utilizada a the methodology of exploratory plazas. A través del enfoque
metodologia de pesquisa research was used based on the cualitativo, se utilizó la metodología
exploratória com base nas bibliographies on the theme.The de investigación exploratoria basada
bibliografias sobre a temática. A research revealed that the present en las bibliografías sobre el tema.La
pesquisa revelou que a presente theme composes a series of investigación reveló que el presente
temática compõe uma série de controversial and complex tema compone una serie de
discursos polêmicos e complexos, a speeches, for and against, in the discursos polémicos y complejos, a
favor e contra, no sentido de incluir sense of including the less favored favor y en contra, en el sentido de
as classes menos favorecidas nesse classes in this level of incluir a las clases menos favorecidas
nível de ensino. Outras questões education.Other central issues such en este nivel educativo.Otros temas
centrais como definição e conceito, as definition and concept, historical centrales como la definición y
origem histórica da expressão, as origin of the expression, the forms concepto, el origen histórico de la
formas adotadas, grupos adopted, groups benefited, were expresión, las formas adoptadas, los
beneficiados, foram também also included in this article to better grupos beneficiados, también fueron
contemplados no presente artigo understand the theme. incluidos en este artículo para
para melhor compreender a comprender mejor el tema.
temática.

Palavras-chave: Política de cotas. Keywords: Quota policy. Affirmative Palabras-clave: Política de cuotas.
Ações afirmativas. Sistema de cotas. actions. Quota system. Social Acciones afirmativas. Sistema de
Inclusão social. inclusion. cuotas. Inclusión social.

Educação e Ensino Superior Online, vol.1, is.1, Jan./Apr., 2021, p.69-75 ISSN: 2763-762X

Você também pode gostar