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Implementação da Política

Monetária no Brasil
Henrique de Campos Meirelles

Comissão de Finanças e Tributação


Câmara dos Deputados, fevereiro de 2006
1
Implementação da
Política Monetária no Brasil

I. Importância do Controle da Inflação


II. Alternativas de Regimes Monetários
III. Implementação do Regime de Metas no Brasil
IV. Trajetória das Metas de Inflação no Brasil
V. Resultados da Política Monetária

2
Implementação da
Política Monetária no Brasil

I. Importância do Controle da Inflação

3
Importância do Combate à Inflação

• Experiência internacional mostra que inflação baixa é


pré-condição para o crescimento, isto é, países só
crescem de forma sustentada com estabilidade de
preços

4
Crescimento e Inflação

1990-2004 (variação média anual)

PIB (%) Inflação (%)


China 9,3 5,3
Cingapura 6,5 1,6
Coréia 5,9 4,9
Índia 5,7 7,6
Chile 5,5 8,5
Tailândia 5,1 3,9
México 3,1 15,2
Brasil 2,0 146,3

Fonte: FMI 5
Importância do Combate à Inflação

• Brasil tem uma experiência ainda curta e recente de


baixa inflação

6
Brasil: Inflação Anual

2500

2000

1500
Plano Real
%

1000

500

5,7
0
1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2005

7
Brasil: Inflação Mensal

90
80
70
Plano Real
60
50
40
%

30
20
10
0
-10
1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2005

8
Importância do Combate à Inflação

• Apesar da queda do patamar inflacionário após a edição do


Plano Real em 1994, observamos repiques inflacionários
em 1999, 2002/2003 e, em menor escala, 2004;
• Cultura inflacionária e mecanismos de indexação (formais
ou informais) ainda persistem na economia brasileira;
• Quadro de estabilidade de preços precisa ser consolidado
em maior escala.

9
Brasil: Inflação em 12 Meses (1998-2006)

18

15

12

9
%

0
jan jan jan jan jan jan jan jan jan
98 99 00 01 02 03 04 05 06
10
Importância do Combate à Inflação

• O controle da inflação também é objetivo indispensável


para a política social, já que as faixas mais pobres da
população sofrem relativamente mais os efeitos perversos
da inflação;
• O repique inflacionário no segundo semestre de 2002 e
primeiro semestre de 2003, por exemplo, provocou forte
erosão no poder de compra dos salários.

11
Salário Real Médio (2003-2005)

4
+2,0%
2

0
-2 -0,7%

-4
%

-6
-8
-10

-12
-12,2%
-14

2003 2004 2005


Fonte: IBGE, Bacen 12
Correlação Salário Real e Inflação

14 1050
12
Inflação > Expectativa

Surpresa Inflacionária
1025

Média Móvel 3 meses, R$


10
8
1000
6 Salário Real Médio (IBGE)
4
975
2
0 950
Expectativa

-2
IPCA <

-4 925
jan jun nov abr set fev jul dez
03 03 03 04 04 05 05 05

Fonte: IBGE, Bacen 13


Importância do Combate à Inflação

• Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios (PNAD) do IBGE atestam a importância do
controle da inflação para a melhora da distribuição de renda;
• O único ano desde 1995 em que a parcela da renda dos 50%
mais pobres não subiu foi justamente 2002, marcado por
forte aceleração inflacionária.

14
Participação dos 50%
Mais Pobres na Renda

15,5

15,0

14,5

14,0
%

13,5

13,0

12,5

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fonte: IBGE (não houve pesquisa em 2000) 15


Importância do Combate à Inflação

• Em resumo, além de aumentar o horizonte de


previsibilidade dos agentes econômicos, reduzindo a
incerteza e favorecendo o investimento, a queda da
inflação favorece a preservação do poder de compra dos
salários e contribui para a melhora na distribuição de
renda, sustentando a demanda agregada e assegurando
maior crescimento ao longo do tempo.

16
Implementação da
Política Monetária no Brasil

II. Alternativas de Regimes Monetários

17
Regimes Monetários

• Como já destacado, a política monetária visa assegurar a


estabilidade de preços, criando as pré-condições para o
crescimento de longo prazo;
• Entre as alternativas de regimes monetários, o controle da
taxa de câmbio e a definição de metas para agregados
monetários foram usados em diversos países, e
gradualmente abandonados.

18
Regimes Monetários

• Controle da taxa de câmbio:


9O controle da taxa de câmbio foi utilizada diversas vezes
no Brasil e em outras economias, culminando em geral
com crises cambiais;
9Exemplos recentes: Reino Unido (1992), México (1994),
Tailândia, Coréia do Sul, Filipinas e Indonésia (1997),
Rússia (1998), Argentina (2002) e Brasil em diversas
ocasiões (a mais recente, em 1999).

19
Regimes Monetários

• Metas de agregados monetários:


9 Evidência empírica comprova que correlação entre inflação
e quantidade de moeda é instável no curto prazo;
9 A instabilidade da demanda por agregados monetários, a
endogeneidade de sua oferta e inovações financeiras
levaram ao abandono da opção de metas de agregados
monetários;
9 Exemplo: Reino Unido nas décadas de 70 e 80, Alemanha e
Suíça até a década de 90.

20
Regimes Monetários

• Na busca de alternativas, consolidaram-se nos últimos


15 anos duas mudanças institucionais que ajudaram a
reduzir a inflação em diversos países:
1. Adoção da política de metas de inflação;
2. Autonomia operacional da autoridade monetária.

21
Regimes Monetários

• Regime de metas de inflação:


9 O Banco Central se compromete a atuar de forma a
garantir que a taxa de inflação esteja em linha com uma
meta pré-estabelecida, anunciada publicamente;
9 Política de metas é um mecanismo de coordenação de
expectativas, tendo a vantagem de ser mais transparente
e ser melhor entendida pela sociedade.

22
Regime de Metas de Inflação

• O regime de metas de inflação foi formalmente adotado pela


Nova Zelândia em 1989/1990, seguida pelo Canadá e pelo
Chile em 1991 e por Israel e Reino Unido em 1992;
• Atualmente, é seguido em 22 países (entre desenvolvidos e
emergentes), além do Banco Central Europeu.

23
Inflação Anterior à Adoção das Metas (%)
Países que Seguem Metas de Inflação

40 Peru
36
32
28 Chile
24
20 México
Israel

Polônia
16
12 Nova Colômbia
República Tcheca Hungria Turquia
8 Zelândia Canadá Coréia do Sul Filipinas
África
Islândia
do Sul
4 Reino Unido BRASIL
Suécia Noruega
Austrália Tailândia Suíça
0
1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2006
Ano de Adoção do Regime de Metas
24
Regime de Metas de Inflação

• Diversos países adotaram o regime de metas para


assegurar permanentemente os ganhos advindos da
baixa inflação (por exemplo: Reino Unido, Suécia,
Austrália e Canadá);
• Outros países adotaram o regime de metas em ambiente
de inflação elevada, para conduzir à desinflação gradual
da economia (por exemplo: Chile, Israel, Colômbia e
República Tcheca, além do Brasil).

25
Regime de Metas de Inflação

• Resultados mostram uma queda pronunciada da inflação,


em especial nos países emergentes que adotaram a
política de metas para conduzir o processo
desinflacionário;
• Em qualquer caso, a autoridade monetária necessita de
autonomia operacional para perseguir a meta.

26
Regime de Metas de Inflação
Inflação Média nos Países que Seguem Regime de Metas
(desde a sua adoção)
24

20

16
Países Emergentes
%

12

8
Países Desenvolvidos
4

0
1990 1993 1996 1999 2002 2005
27
Regime de Metas de Inflação

• Alguns exemplos de sucesso:


9 Países desenvolvidos:
•Nova Zelândia
•Reino Unido
9 Países Emergentes:
•Chile
•Israel

28
Nova Zelândia

• Pioneira na adoção do regime de metas de inflação,


implantado em 1989/90;
• Contexto: Inflação alta e volátil ao longo de toda a década de
80, chegando próximo a 20% no final da década;
• Em 1989, formalizada a autonomia do Banco Central;
• Resultados: a inflação convergiu rapidamente para o objetivo,
mantendo-se no intervalo das metas por quase todo o período.

29
Nova Zelândia: Inflação e Metas

IPC (variação acumulada em 4 trimestres)


20
18
16
14 Introdução do Regime de Metas para Inflação
12
10
%

8
6
4 3,0 3,0
2,0
2
0 1,0
0,0 0,0
-2
4T 2T 4T 2T 4T 2T 4T 2T 4T 2T 4T
80 83 85 88 90 93 95 98 00 03 05
30
Nova Zelândia: Crescimento do PIB
Antes do Regime de No Regime de
Metas Metas

3 2,9
2,6

2
%

Média 1980-1989 Média 1990-2004

31
Reino Unido

• Contexto: adoção do regime de metas de inflação em 1992,


após o colapso e a saída da Libra Esterlina do Sistema
Monetário Europeu Æ necessidade de uma nova âncora
nominal;
• Em 1997, o regime é consolidado com a autonomia formal do
Banco da Inglaterra;
• Resultados: inflação baixa e o mais longo ciclo de crescimento
econômico do País desde o início do século passado.

32
Reino Unido: Inflação e Metas

Preços ao Consumidor (variação acumulada em 4 trimestres)


9
Introdução do Regime de Metas para Inflação
8
7

6
Autonomia do Banco da Inglaterra
5
%

4,0
4

3 2,5
2,0
2
1,0
1

0
1T 3T 1T 3T 1T 3T 1T 3T 1T 3T 1T 4T
89 90 92 93 95 96 98 99 01 02 04 05
*Em 2003, mudança da meta acompanhada por mudança do índice de referência 33
Reino Unido: Crescimento do PIB
Antes do Regime de No Regime de
Metas Metas

3 2,8

2 1,9
%

Média 1980-1991 Média 1992-2004

34
Chile

• Contexto: Inflação alta e ampla indexação da economia nas


décadas de 70 e 80;
• Em 1989, o Banco Central ganha autonomia operacional e
financeira;
• Adoção do regime de metas de inflação em 1991
9 1991-1998: Versão “light” (com bandas cambiais )
9 Desde 1999: Versão “rígida” (com câmbio flutuante)
• Resultados: queda acentuada da inflação ao longo de todo o
período, com forte crescimento econômico.
35
Chile: Inflação e Metas

IPC (variação acumulada em 12 meses)


31
Introdução do Regime de Metas para Inflação
27

23
19
%

15
11

7
3 4,0
2,0
-1
jan out jul abr jan out jul abr jan dez
90 91 93 95 97 98 00 02 04 05

36
Chile: Crescimento do PIB
Antes do Regime de No Regime de
Metas Metas
6 5,7

4
3,4
%

0
Média 1980-1990 Média 1991-2004
37
Israel

• Contexto: inflação crônica e ampla dolarização da economia


na década 80 Æ planos heterodoxos não conseguem debelar
inflação de forma definitiva;
• Banco Central autônomo desde sua fundação, em 1954;
• Em 1992, adoção de metas de inflação com bandas cambiais;
• Flutuação do câmbio a partir de 1997;
• Queda gradual da inflação para a atual meta: 1%-3%.

38
Israel: Inflação e Metas

IPC (variação acumulada em 12 meses)


22
Introdução do Regime de Metas para Inflação
17
14,5

12 11,0
10,0
%

10,0
7 8,0
7,0 4,0 3,5 3,0
2
2,0 1,0
3,0 2,5
-3
jan abr jul out jan abr jul out jan abr jul out dez
91 92 93 94 96 97 98 99 01 02 03 04 05

39
Israel: Crescimento do PIB
Antes do Regime de No Regime de
5 Metas Metas

4,1
4 3,8

3
%

0
Média 1980-1991 Média 1992-2004

40
Implementação da
Política Monetária no Brasil

III. Implementação do Regime de


Metas no Brasil

41
Implementação do Regime
de Metas no Brasil
• Regime instituído em junho de 1999, complementando a
transição para o câmbio flutuante:

9 Índice de referência: IPCA (mede variação do custo da cesta


de consumo representativa da população com renda até 40
salários mínimos em 12 regiões metropolitanas do país) ;

9 Metas definidas para o ano-calendário, dois anos à frente;

9 Metas estabelecidas com intervalo de tolerância, sem


cláusulas de escape.

42
Implementação do Regime
de Metas no Brasil

• No caso do Brasil, as metas são definidas pelo Conselho


Monetário Nacional (CMN). Ao Banco Central, cabe a
responsabilidade de cumprir as metas, utilizando a taxa de
juros de curtíssimo prazo como instrumento.

43
Implementação do Regime
de Metas no Brasil

• Pré-condições:

9 Estabelecimento de uma única meta/objetivo;

9 Credibilidade das metas e do índice utilizado;

9 Autonomia operacional do Banco Central;

9 Regime de câmbio flutuante.

44
Implementação do Regime
de Metas no Brasil
CMN estabelece a
meta de inflação

Banco Central é responsável


por seu cumprimento

Copom fixa a taxa de


juros de curto prazo

Taxa de juros afeta a


inflação com defasagens
45
Implementação do Regime
de Metas no Brasil

• As decisões de política monetária em qualquer economia


sofrem dois condicionantes principais:

9 Defasagem entre a decisão e o efeito da política;

9 Incerteza sobre o futuro.

46
Implementação do Regime
de Metas no Brasil
• O Banco Central determina a taxa de juros de curtíssimo prazo
(taxa Selic) e a a transmissão da política monetária se dá
através das taxas de mercado em diferentes horizontes, que
não são controladas pela autoridade monetária;

• É possível ocorrer um descasamento entre a taxa Selic e as


taxas de mercado, se os mercados antecipam mudanças da
política monetária, ou em períodos de incerteza ou ainda em
períodos em que a política monetária perde credibilidade.

47
Selic e Swap 360 Dias

33
31
29 Taxa Selic

27 Taxa Swap 360 dias

25
%

23
21
19
17
15
jan jan jan jan jan jan fev
00 01 02 03 04 05 06

48
Transparência da Política Monetária

• Uma comunicação eficaz e o compromisso com a


transparência são fundamentais para a política monetária;
• Como atesta documento do Banco da Inglaterra:
“O sucesso do banco central é largamente determinado
por sua credibilidade. O que determina a eficácia da
política monetária não é apenas sua habilidade de tomar
a decisão certa na hora certa. De forma a coordenar
expectativas, o banco central necessita explicar essas
decisões de forma racional e consistente”.

49
Transparência da Política Monetária

• O Banco Central do Brasil é reconhecido internacionalmente


pelo pioneirismo e excelência de sua política de comunicação
e transparência;
• Instrumentos de comunicação:
9 Atas das reuniões do Copom divulgadas uma semana após
a reunião, explicando detidamente os condicionantes da
reunião;
9 “Relatório de Inflação” trimestral;
9 “Carta Aberta” do Presidente do Banco Central ao Ministro
da Fazenda, no caso da meta de inflação não ser cumprida.

50
Implementação da Política
Monetária no Brasil
• Na implementação da política monetária, o Banco Central
avalia detidamente uma série de indicadores, como:
9 Evolução da economia global;
9 Cenário doméstico de atividade, preços, crédito, finanças
públicas e balanço de pagamentos;
9 Mercado de trabalho;
9 mercado monetário;
9 Expectativas dos agentes privados;
9 Modelos de projeção para a inflação.
51
Canais de Transmissão da Política
Monetária: Visão Geral
Taxasde
Taxas de
Mercado Investimento
Investimento
Mercado Privado
Privado

Preçodos
Preço dos
Ativos
Ativos Consumode
Consumo de
BensDuráveis
Bens Duráveis
TAXA
TAXA Demanda
Demanda INFLAÇÃO
INFLAÇÃO
Selic
Selic Expectativas
Expectativas Agregada
Agregada
Exportações
Exportações
Líquidas
Líquidas
Crédito
Crédito

Choques
Choques Preços
Preços
externos Taxade
Taxa de Externos
externos Câmbio Externos
Câmbio
52
Implementação da
Política Monetária no Brasil

IV. Trajetória das Metas de Inflação


no Brasil

53
Metas de Inflação no Brasil: Visão Geral

12

10

6
%

0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

54
Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

• A trajetória para as metas no Brasil foi definida pelo CMN,


tendo por fundamento a convergência gradual da taxa de
inflação da economia brasileira para níveis próximos aos
vigentes nos nossos principais parceiros comerciais. Essa
trajetória foi revista, em função de choques adversos que
atingiram a economia e alteraram a velocidade de
convergência para a meta de inflação de longo prazo.

55
Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

¾ Estratégia delineada pelo CMN no lançamento do regime


previa rápida desinflação:

ƒ Metas de Inflação fixadas em 1999/2001


1999 Æ 8% +/- 2%

2000 Æ 6% +/- 2% Resolução no 2.615, de junho de 1999

2001 Æ 4% +/- 2%

2002 Æ 3,5% +/- 2% Resolução no 2.744, de junho de 2000

2003 Æ 3,25% +/- 2% Resolução no 2.842, de junho de 2001

56
Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

ƒ Choques levaram à revisão da estratégia original


2003 Æ 4% +/- 2,5% Resolução nº 2.972, de junho de 2002
(alterando a meta de inflação e o intervalo
2004 Æ 3,75% +/- 2,5% de tolerância fixados em 2001)

ƒ 2003: Trajetória de metas ajustadas

2003 Æ 8,5% Carta Aberta ao Ministro da Fazenda,


de janeiro de 2003 (meta ajustada)
2004 Æ 5,5%

57
Trajetória das Metas de Inflação no Brasil

ƒ Desinflação permitiu retorno à estratégia anterior

2004 Æ 5,5% +/- 2,5% Resolução no 3.108, de junho de 2003


(adota a meta ajustada do Bacen para
2004 como nova meta do CMN, com
2005 Æ 4,5% +/- 2,5% intervalo de tolerância de 2,5 p.p., e fixa
a meta de 2005)

ƒ Retorno ao intervalo de tolerância original

2006 Æ 4,5% +/- 2% Resolução no 3.210, de junho de 2004

2007 Æ 4,5% +/- 2% Resolução no 3.291, de junho de 2005

58
Implementação da
Política Monetária no Brasil

V. Resultados da Política Monetária

59
Resultados da Política Monetária

• No período de metas de inflação, caíram os níveis e a volatilidade


da inflação e da taxa de juros, assim como a volatilidade da taxa de
crescimento do PIB, em comparação com o período entre a
estabilização (Plano Real) e a implementação do regime de metas;

• A taxa média de crescimento do PIB subiu, comparativamente ao


período de câmbio fixo;

• A taxa de juro caiu de forma expressiva.

60
Volatilidade de Inflação,
PIB e Taxa de Juros
Inflação, PIB e Taxa Selic
Média, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação

Período Inflação PIB Taxa Selic


Média D.P. C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V.

Anterior ao Regime de Metas


4T94 – 2T99 10,4 9,9 95% 2,0 6,2 310% 35,4 14,1 40%

Regime de Metas
3T99 – 4T05* 8,2 5,6 68% 2,4 3,7 154% 18,9 2,7 15%
Regime de Metas (exclusive período de choques externos: 3T01 a 2T03)
3T99 – 4T05* 6,6 3,1 47% 3,2 3,4 107% 17,0 1,0 6%

*PIB até 3T05, todos os dados trimestrais anualizados, 61


Taxa de Juros (Swap 360 dias)

30

25

20
%

15

10

0
1997 / 1999 2000 / 2003 2004 / 2006

62
Inflação x Metas

• 1999/2000: a inflação ficou dentro do intervalo de tolerância


estabelecido pelo CMN;

• 2001/2002: choques adversos de grande magnitude atingiram


a economia, desviando a inflação da trajetória das metas;

• 2003: efeitos defasados dos choques de 2001/2002 ainda


impactaram a taxa de inflação;

• 2004/2006: a inflação retorna à trajetória das metas.

63
Inflação x Metas

18
Inflação acum.
16
em 12 Meses
14 Consenso do
12 Mercado

10
%

8
6
4
2
0
jan jan jan jan jan jan jan jan
00 01 02 03 04 05 06 07

64
Inflação x Metas

• No período de metas, dois grupos de preços apresentaram


dinâmicas bastante distintas:

9 Preços livres;

9 Preços administrados.

65
Inflação, Preços Administrados
e Preços Livres
25
IPCA
Administrados
20
Livres

15
%

10

0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

66
Preços Livres

• Dentre os preços livres, dois grupos principais:


9 Preços comercializáveis internacionalmente: trajetória
vinculada à taxa de câmbio;
9 Preços não-comercializáveis: serviços;
• Após forte aceleração, a inflação de preços comercializáveis
apresentou recuo a partir de 2003, acompanhando a
apreciação cambial;
• Já os preços não-comercializáveis têm apresentado maior
rigidez nos últimos anos.

67
Preços Livres Comercializáveis
vs. Não-comercializáveis

22 10
Comercializáveis

18 9

Não-comercializáveis 8
14

%
%

7
10
6

6 5

2 4
jan jul jan jul jan jul jan jul jan
02 02 03 03 04 04 05 05 06
68
Preços Livres Comercializáveis
vs. Taxa de Câmbio
22 3,8
Comercializáveis

18
3,4

14 Taxa de Câmbio

R$/US$
3,0
%

10

2,6
6

2 2,2
jan jul jan jul jan jul jan jul jan
02 02 03 03 04 04 05 05 06
69
Preços Administrados

• O grupo de preços administrados inclui gasolina, gás de cozinha,


eletricidade, telefone, tarifas de transporte urbano, impostos
estaduais e municipais, entre outros;
• Representa cerca de 33% do IPCA;
• Dinâmica diferente dos demais preços:
9 Maior repasse da taxa de câmbio para a inflação (seja direta ou
indiretamente, via IGPs);
9 Maior componente inercial;
• Pressão do grupo de administrados reflete também aumento do
preço internacional do petróleo.

70
Quadro Inflacionário de 2005

• Medidas de inflação subjacente acompanhadas pelo Banco


Central (núcleo de inflação) mostram comportamento mais
benigno no 2o semestre de 2005, após a forte aceleração de
2002 e, em menor escala, de 2004;

• Da mesma forma, o índice de difusão da inflação (% de itens


com aumento mensal de preços) apresenta tendência de
queda;

• Os preços no atacado caíram em 2005, após variação de


dois dígitos em 2004.
71
Núcleos de Inflação

Média Móvel de 3 Meses


1,8

1,6 Exclusão
Médias aparadas com suavização
1,4
Médias aparadas sem suavização
1,2
%

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2
jan jul jan jul jan jul jan jul jan
02 02 03 03 04 04 05 03 06

72
Núcleos de Inflação

Acumulado em 12 Meses
12 13
Médias aparadas
11 sem suavização 12
Médias aparadas
10 11
com suavização
Exclusão
9 10

%
%

8 9

7 8

6 7

5 6
jan mai set jan mai set jan mai set jan mai set jan
02 02 02 03 03 03 04 04 04 05 05 05 06
73
Indice de Difusão

88

Linha de Tendência
78

68
%

58

48
jan jul jan jul jan jul jan jul jan
02 02 03 03 04 04 05 05 06
74
Expectativas de Inflação

• A política monetária tem conseguido manter as expectativas


de inflação sob controle;

• Somente no segundo semestre de 2002, as expectativas de


inflação ultrapassaram o limite superior do intervalo de
tolerância;

• Para 2006 e 2007, expectativas dos agentes privados estão


bem ancoradas à trajetória das metas.

75
Expectativas de Inflação
e Trajetória das Metas
15
Expectativa de Inflação para
os Próximos 12 Meses
12

Trajetória das Metas


9
%

jan jul jan jul jan jul jan jul jan jul dez
02 02 03 03 04 04 05 05 06 06 06
76
Expectativas de Inflação

6,4

6,0

2005
5,6
%

5,2

4,8
2006
2007
4,4
jan mar mai jul set nov fev
05 05 05 05 05 05 06
77
Implementação da Política
Monetária no Brasil
Henrique de Campos Meirelles

Comissão de Finanças e Tributação


Câmara dos Deputados, fevereiro de 2006
78

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