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UFOP/NUPEC-FG
P E R FU R A Ç Ã O D E R O C H A S
OURO PRETO
Março, 2006.
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Módulo Operação de Mina: Desmonte e_Perfuração de Rocha
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ÍNDICE
1 Perfuração de Rochas...................................................... 1
1.1 Objetivo.............................................................................. 5
1.2 Aplicações da Perfuração................................................ 6
1.3 Principais Métodos de Perfuração.................................. 6
Perfurações por percussão
Perfuratrizes Pneumáticas
Perfuratrizes Hidráulicas
Martelos de Fundo (Down Therhole – DTH)
1.4 Rotação/ Trituração.......................................................... 11
1.5 Rotação/ Corte.................................................................. 11
1.6 Fonte de Energia............................................................... 12
1.7 Sistema de Rotação.......................................................... 13
1.8 Sistema de Avanço e Elevação....................................... 14
1.9 Principais Características das Brocas........................... 15
1.10 Características dos Furos................................................ 16
Diâmetro dos Furos
Profundidade dos Furos
Retilinidade do Furo
Estabilidade do Furo
1.11 Perfuração Vertical X Inclinada ....................................... 19
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Diâmetro Crítico
Gases Gerados pelos Explosivos
Resistência à Água
2.4 Classificação dos Explosivos........................................... 37
Altos Explosivos
Baixos Explosivos
Agentes Detonantes
Explosivos Defragrantes
2.5 Altos Explosivos com Base de Nitroglicerina................. 39
Dinamites
Gelatinas
Semigelatinas
2.6 Agentes Detonantes.......................................................... 41
Explosivos Granulados
ANFO
ANFOLAL
Lamas (Slurries) e Pastas Detonantes
Emulsões
ANFO Pesado ( Heavy ANFO)
Explosivos Permissíveis
2.7 Critérios Gerais de Seleção de um Explosivo 45
comercial............................................................................
Guia para Seleção de Explosivos disponíveis no Mercado
Brasileiro
3 Acessórios de Iniciação.................................................... 48
3.1 Introdução........................................................................... 48
3.2 Histórico.............................................................................. 48
3.3 Generalidades.................................................................... 48
3.4 Principais Acessórios Transmissores de Energia......... 49
Estopim de Segurança
Espoleta simples
Espoletas Elétricas
Cordel Detonante
Retardo Bidirecional não elétrico para Cordel Detonante
Sistema não elétrico com Linha Silenciosa
Detonador Eletrônico
4 Mecanismo de Ruptura de Rocha.................................... 58
Fase Dinâmica
Fase semi-estática
Trituração de Rocha
Fraturamento Radial
Reflexão de Onda de Choque
Extensão e Abertura das Fendas Radiais
Fratura por Cisalhamento
Ruptura por Flexão
5 Plano de Fogo – A Céu Aberto 62
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5.1 Introdução........................................................................... 62
5.2 Desmonte em Banco.......................................................... 62
5.3 Variáveis Geométricas de um Plano de Fogo................. 67
Considerações sobre o Desmonte de Rochas
5.4 Exemplos de Cálculo de Plano de Fogo.......................... 74
6 Estudo de Fragmentação de Rocha................................. 81
7 Efeito dos Retardos nos Desmontes de Rochas............ 85
8 Métodos de Avaliação do Desempenho do Desmonte 89
de Rochas...........................................................................
Referências Bibliográficas................................................ 90
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1. PERFURAÇÃO DE ROCHA
1.1 OBJETIVO
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Perfuratrizes Pneumáticas
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.
A profundidade máxima alcançada por este sistema não supera os 30 metros,
devido as perdas de energia na transmissão das ondas de choque do martelo
para a coroa. A cada haste adicionada na coluna de perfuração maior é a perda
de energia devido a reflexão da energia nas conexões e luvas de perfuração.
O campo de aplicação das perfuratrizes pneumáticas de martelo de superfície
está se reduzindo cada vez mais, devido à baixa capacidade de perfuração em
rochas duras, à profundidade (em torno de 15 m), ao diâmetro de perfuração (de
50 a 100 mm) e ao alto consumo de ar comprimido, aproximadamente, 2,4 m3/min
por cada cm de diâmetro, além de apresentar alto desgaste das ferramentas de
perfuração: hastes, punhos, coroas, mangueiras etc., em função da freqüência de
impacto e na forma de transmissão da onda de choque do pistão de grande
diâmetro (Svedala Reedrill, sd.).
Perfuratrizes hidráulicas
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1.4 Rotação/Trituração
1.5 Rotação/Corte
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Cabeça Rotativa
Estabilizador
bit
corrente direta;
cilindros hidráulicos.
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Retilinidade do furo
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Estabilidade do furo
melhor fragmentação;
diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento das ondas
de
choque na parte crítica do furo (linha de greide, pé da bancada);
maior lançamento;
permite maior malha;
permite redução da Razão de Carregamento que pode ser obtida pelo uso de
explosivos de menor densidade;
maior estabilidade da face da bancada;
menor ultra-arranque.
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Malha Triângulo Eqüilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15.
São indicadas para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da
energia do explosivo na área de influencia do furo, maximizando a fragmentação.
O centro do triângulo eqüilátero, o ponto mais crítico para fragmentação, recebe
igual influência dos três furos circundantes.
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A tabela 1 apresenta um resumo dos fatores que devem ser avaliados durante o
processo de seleção do método e equipamento de perfuração. Durante o
processo de seleção do método e do equipamento de perfuração é necessário
discutir e adequar estes fatores às características da jazida ou mina, de forma a
se fazer a melhor escolha.
Tabela 1 - Fatores para seleção dos diferentes tipos de perfuratrizes. Fonte: Moraes, 2001
Fatores Perfuratriz rotativa Perfuratriz de martelo de superície Perfuratriz de martelo de fundo de furo
165 a 228 em rocha macia a
Diâmetro do furo, média 250 a 432 em todas 152 a 228 em formações média a muito dura;
38 a 127.
mm formações, incluíndo muito diâmetros menores em furos longos.
dura.
Formações na faixa de Media a muito dura. Restrições em rochas
Tipo de rocha Média a muito dura.
macia a muito dura. muito fraturadas.
Profundidade
Maior que 60 m. Menor que 20 m. Maior que 60 m.
máxima do furo, m
O ar tem dupla função: limpeza do furo e
Grandes vazões para se ter acionamento do martelo. Não pode usar A taxa de penetração aumenta com o
Volume de ar
uma limpeza eficiente do pressões tão altas como no martelo de aumento da pressão de ar, mas o volume de
requerido
furo. fundo. Máquinas hidráulicas reduzem ar requerido também.
bastante o consumo de ar.
Baixo em formações macias Altas taxas de penetração podem ser
Avanço (pulldown)
a muito alto em rochas alcançadas com menores pressões de Boa penetração com menos carga de avanço.
requerido
duras. avanço.
Rotação para o bit é aproximadamente
Opera com menores velocidades de rotação:
Requer alta velocidade em de 100 a 120 rpm para furos de 64 mm,
Velocidade de 30 a 50 rpm para rocha macia; 20 a 40 para
rocha macia e velocidades em rocha macia; em rocha dura, 75 a
rotação, rpm rochas intermediárias e 10 a 30 rpm para
mais baixas em rocha dura. 100 rpm para furos de 64 mm e 40 a 50
rochas duras.
rpm para furos de 127 mm.
Aumenta com o aumento do Taxas iniciais mais altas que o método Taxas relativamente constantes ao longo do
diâmetro da broca; diminui de martelo de fundo. Taxa cai com cada furo. Maiores taxas em rochas duras, na faixa
Taxa de penetração
com o aumento da haste adicionada. Taxa decresce com o de diâmetro de 152 mm a 228 mm,
resistência da rocha. aumento do diâmetro. comparando-se com o método rotativo.
Ruído é crítico: imacto do martelo e ar Nível de ruído é mais baixo que o método de
Níveis de ruído Geralmente baixo. comprimido. Máquinas hidráulicas martelo de superfície. Ruído é dissipado
possuem menor nível de ruído. dentro do furo.
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1.14 CÁLCULO DOS COMPONENTES DA PERFURATRIZ
a) Número de furos por dia (Nf )
VA
NF
A x E x H f x 365
sendo:
VA = volume anual (m3); A = afastamento (m); E = espaçamento (m);
Hf = comprimento do furo (m).
PT = Nf x Hf x Nd (m)
sendo:
Nf = número de furos por dia; Hf = comprimento do furo (m);
Nd = número de dias trabalhados durante o ano.
MP = NH x TP x DM x RMO x U
sendo:
NH = número de horas/dia trabalhado por uma perfuratriz;
TP = taxa de penetração (m/h);
DM = disponibilidade mecânica da perfuratriz (%);
RMO = rendimento da mão-de-obra (%);
U = utilização do equipamento (%).
d) Número de perfuratrizes necessárias (NP)
PT
NP
365 x MP
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Exemplo
VA 1000
. .000
NF 22
A x E x H f x 365 2,5 x 5 x 10 x 365
PT = Nf x Hf x Nd = 22 x 10 x 365 = 80.300 m
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c) Metros diários perfurados por uma perfuratriz (MP)
PT 80.300
NP 1,26
365 x MP 365 x 174,08
Hf C 10 3
K 2,17
2C 2x3
PT x K 80.300 x 2,17
NH e NL 116
vida util 1500
PT 80.300
NP 32
vida util 2.500
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h) Número de coroas (NB)
PT 80.300
NC 32
vida util 2500
A D
CTP
M VP
sendo:
A = custo da ferramenta de perfuração (brocas e cortadores);
M = vida útil da ferramenta em metros;
D = custo horário da perfuratriz (custo de propriedade e custo operativo);
VP = velocidade de penetração (m/h).
Exemplo do CTP
Uma perfuratriz trabalha em uma mina de cobre a céu aberto, com uma broca de
diâmetro de 12¼”. Considerando os seguintes dados:
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- Velocidade de penetração da broca normal: 25,0 m/h
- Custo da broca normal: US$ 5.356
- Velocidade de penetração da broca especial XP: 27,5 m/h
- Custo da broca especial XP: US$ 6.169
- Vida útil da broca: 3.000 m
Broca normal:
US $ 5.356 US $ 450 / h
CTP US $ 19,785 / m
3.000 m 25 m / h
US $ 6169
. US $ 450 / h
CTP US $ 18,420 / m
3.000 m 27,5 m / h
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2.1 INTRODUÇÃO
2.2 EXPLOSIVOS
Definição
Ingredientes de um explosivo
(a) Explosivo básico (ou explosivo base) é um sólido ou líquido que, submetido a
uma aplicação suficiente de calor ou choque, desenvolve uma reação
exotérmica extremamente rápida e transforma-se em gases a altas
temperaturas e pressões. Exemplo típico de explosivos básico é a nitroglicerina
C3H5O9N3, descoberta em 1846 pelo químico italiano Ascanio Sobrera.
(b) Os combustíveis e oxidantes são adicionados ao explosivo básico para
favorecer o balanço de oxigênio na reação química de detonação. O
combustível (óleo diesel, serragem , carvão em pó, parafina, sabugo de milho,
palha de arroz etc.) combina com o excesso de oxigênio da mistura explosiva,
de forma que previne a formação de NO e NO2; o agente oxidante (nitrato de
amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, nitrato de sódio etc.) assegura a
completa oxidação do carbono, prevenindo a formação de CO. A formação de
NO, NO2 e CO é indesejável, pois além de altamente tóxicos para o ser
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humano, especialmente em trabalhos subterrâneos, esses gases reduzem a
temperatura da reação “ladrões de calor” e conseqüentemente, diminuem o
potencial energético e a eficiência do explosivo.
(c) os antiácidos geralmente são adicionados para incrementar a estabilidade do
produto à estocagem, exemplo: carbonato de cálcio, óxido de zinco.
(d) os depressores de chama (cloreto de sódio) normalmente são utilizados para
minimizar as possibilidades de fogo na atmosfera da mina, principalmente nas
minas onde ocorre a presença do gás metano (grisu).
(e) os agentes controladores de densidade e sensibilidade dividem-se em:
químicos (nitrito de sódio, ácido nítrico) e mecânicos (micro esferas de vidro).
No controle do pH do explosivo utilizam-se a cal e o ácido nítrico.
(f) os agentes cruzadores (cross linking) são utilizados juntamente com a goma
guar para dar uma forma de gel nas lamas e evitar a migração dos agentes
controladores da densidade. Exemplo: dicromato de sódio.
Densidade de um explosivo
Energia de um explosivo
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pulverização da rocha nas paredes do furo, rompimento da rocha, produção de
calor e luz, movimento da rocha, vibração do terreno e sobrepressão atmosférica.
No passado, a energia de um explosivo era medida em função da porcentagem
de nitroglicerina (NG) contida no mesmo. Um explosivo que possuía 60% de (NG)
em peso era qualificado como tendo força de 60%. Acontece que os modernos
explosivos, especialmente os agentes detonantes, não possuem NG nas suas
formulações, daí a necessidade de se estabelecer um novo padrão de
comparação. Na atualidade, os seguintes conceitos são utilizados:
ETx
RWS
ETp
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ETx x x
RBS x RWS x
ETp p p
RBS = 1,28 ou RBS = 128. Uma unidade de volume da emulsão possui 28%
a mais de energia quando comparada com a mesma unidade de volume do
ANFO.
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Como exemplo, considere a mistura ideal do nitrato de amônio (N2H403) com o
óleo diesel (CH2):
Necessidades de oxigênio: -3
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Hf = Hp - Hr
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Composto Hf (kcal/mol)
H20 -57,80
CO2 -94,10
CO -26,40
N 0
NO + 21,60
NO2 + 8,10
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VOD 2
PF x 10 6
4
sendo:
PF = pressão produzida no furo, quando o explosivo está completamente
acoplado ao furo (GPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VOD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s).
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Sensibilidade à iniciação
Diâmetro crítico
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A toxidez dos gases da explosão é avaliada pelo balanço de oxigênio (BO). Isto
quer dizer que, o oxigênio que entra na composição do explosivo pode estar em
falta ou em excesso, estequiometricamente, resultando uma transformação
completa ou incompleta. Quando a transformação é completa, os produtos
resultantes são CO2, H2O e N2, todos não tóxicos. Na realidade pequenas
proporções de outros gases (NO, CO, NH3 e CH4 etc.) também são gerados, mas
não comprometem a boa qualidade dos produtos finais.
A pesquisa do BO de um explosivo, apresenta uma grande importância prática,
não só do ponto de vista da formação dos gases tóxicos, mas, porque ela está
correlacionada com a energia da explosão, o poder de ruptura e outras
propriedades do explosivo usado. O máximo de energia é conseguido quando o
BO é zero. Na prática, esta condição é utópica (Reis, 1992).
Os explosivos podem ser representados pela fórmula geral: CaHbOcNdXe, onde X
é um metal.
Consideremos o caso da decomposição de um explosivo que não recebe
elementos metálicos. Para uma transformação completa, teríamos:
Equilibrando a equação:
a = x; b = 2y; d = 2x + y; c = 2x + y c = 2a + b/2 ,
Nitroglicerina: C3H5O9N3
Oxigênio existente na molécula: 9 átomos
Oxigênio necessário: c = 2a + b/2 = 2 x 3 + 5/2 = 8,5 átomos
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BO = 3,52%
Resistência à água
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(c) Agentes detonantes são misturas cujos ingredientes não são classificados
como explosivos. Exemplo: ANFO, ANFO/AL, lama, ANFO Pesado, emulsões.
Primário Secundário
Explosivos deflagrantes
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Dinamites
Dinamite guhr
Dinamites simples
Dinamites amoniacais
Dinamite guhr
Dinamite simples
Resultante da mistura: Nitroglicerina + Serragem + Oxidante + Estabilizante.
Como se vê, a serragem substitui o kieselguhr como absorvente e nitrato de sódio
é, em geral, o oxidante usado. Como estabilizante, ou antiácido, usa-se o
carbonato de cálcio, com cerca de 1%. A dinamite simples produz boa
fragmentação. Em contrapartida, apresenta um alto custo e gera gases tóxicos.
Dinamites amoniacais
Gelatinas
A gelatina também foi descoberta por Alfred Nobel, em 1875. A gelatina é um
explosivo bastante denso de textura plástica, parecendo uma goma de mascar,
constituída de nitroglicerina + nitrocelulose + nitrato de sódio. São utilizadas
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Gelatinas amoniacais
As gelatinas amoniacais têm formulações semelhantes àquelas das gelatinas,
porém o nitrato de amônio substitui, parcialmente, a nitroglicerina e o nitrato de
sódio. Essas gelatinas foram desenvolvidas para substituir as gelatinas, com
maior segurança no manuseio e custo menor de produção, porém menos
resistentes à água.
Semigelatinas
Constituem um tipo intermediário entre as gelatinas e as dinamites amoniacais,
combinando a baixa densidade das amoniacais com a resistência à água e a
coesão das gelatinas, em grau mais atenuados. As composições são
semelhantes àquelas das gelatinas amoniacais, com variações nas proporções de
nitroglicerina, nitrato de sódio e nitrato de amônio, este em porcentagens mais
altas. Os gases variam de excelentes a pouco tóxicos. Existem diversas variantes
comerciais.
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EXPLOSIVOS GRANULADOS
ANFO
Entre os explosivos granulados, há um universalmente conhecido, formado pela
mistura pura e simples de nitrato de amônio (94,5%) e óleo diesel (5,5%)
denominado ANFO, sigla esta resultante dos vocábulos ingleses Ammonium
Nitrate e Fuel Oil. As proporções acima, consideradas ideais, foram determinadas
pelos americanos Lee e Akre, em 1955. As maiores vantagens do ANFO são:
ocupar inteiramente o volume do furo, grande insensibilidade aos choques,
poucos gases tóxicos e redução do preço global do explosivo (US$ 0,30/kg). As
maiores desvantagens: falta de resistência à água, baixa densidade (0,85 g/cm3)
e necessidade de um iniciador especial. A reação ideal do ANFO (N2H403 - Nitrato
de amônio e CH2 - Óleo diesel) quando o balanço de oxigênio é zero, pode ser
expressa por:
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ANFO/AL
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FASE CONTÍNUA
Água 15 - 20%
Nitrato de Amônio e/ou de Sódio/Cálcio 65 – 80%
Goma + Agentes Cruzadores 1 – 2%
FASE DESCONTÍNUA
Óleo Diesel 2 - 5%
Alumínio 0 - 10%
Agentes de Gaseificação 0,2 %
EMULSÕES
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Tabela 8 - Composição típica do ANFO Pesado com resistência à água (Katsabanis, 1999).
EXPLOSIVOS PERMISSÍVEIS
São assim chamados os explosivos que podem ser usados em algumas minas
subterrâneas, nas quais podem acontecer emanações de metano que, com o ar,
forma uma mistura inflamável, ou então, em minas com poeiras carbonosas em
suspensão.
A tabela 9 apresenta um resumo das principais propriedades dos explosivos
industriais.
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Tabela 9 - Algumas propriedades dos explosivos industriais. Fonte: (Fernandéz, 2000)
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tabela 10 e 11 mostram a aplicação de cada explosivo e acessório,
respectivamente.
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3. ACESSÓRIOS DE INICIAÇÃO
3.1 Introdução
3.2 Histórico
Os acessórios surgiram a partir do momento em que o homem tendo
conhecimento do poder do explosivo, pólvora negra, que até então era utilizada
em armas de fogo e em fogos de artifícios, decidiu utilizá-la na atividade de
mineração. No ano de 1613, Morton Weigold sugeriu a utilização de explosivos
nas minas da região da Saxônia. Porém sua idéia não obteve sucesso. Em
fevereiro de 1627, Kaspar Weindl, nascido na região do Tirol, nos Alpes
austríacos, realizou uma detonação na mina real de Schemnitz, em Ober-
Biberstollen, na Hungria, sendo esta, a primeira detonação em mineração que se
tem notícia. Provavelmente, Kaspar Weindl utilizou um acessório, também de
pólvora negra, para iniciar a carga explosiva. Possivelmente este primeiro
acessório teria sido uma trilha, que descia acesa ao furo, preenchido por pólvora
negra. O sistema era muito inseguro e impreciso (Rezende, 2002).
3.3 Generalidades
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Estopim de Segurança
Acessório desenvolvido para mineração, por William Bickford, na Inglaterra, no
ano de 1831. O estopim de segurança, ou estopim, conduz chama com
velocidade uniforme a um tempo de queima constante de 140 s ( 10 s) por
metro, para ignição direta de uma carga de pólvora ou detonação de uma
espoleta simples. Constituída de um núcleo de pólvora negra, envolvida por
materiais têxteis que, por sua vez, são envolvidos por material plástico ou outro,
visando sua proteção e impermeabilização.
Para se iniciar o estopim, poder-se-á usar palitos de fósforos comuns e isqueiros.
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Espoleta simples
Alfred Nobel, conhecedor do poder da nitroglicerina, por vários anos tentou criar
uma carga de iniciação que pudesse detonar este explosivo. Após várias
tentativas fracassadas, utilizando-se de uma mistura de pólvora negra e
nitroglicerina, observou que a nitroglicerina molhava a pólvora negra reduzindo
assim a capacidade de queima. Então, no ano de 1863 ele desenvolveu o que
seria chamado do primeiro protótipo da espoleta simples.
A espoleta simples consta de um tubo, de alumínio ou cobre, com uma
extremidade aberta e outra fechada, contendo em seu interior uma carga
detonante constituída por uma carga chama primária, ou de ignição, cujo
explosivo é a azida de chumbo Pb (N3)2, e uma carga básica de PETN -
Tetranitrato de pentaeritritol (C2H4N2O6). A razão destas duas cargas, é devido ao
fato de que a azida de chumbo é um explosivo fulminante que pode ser iniciado à
custa de uma fagulha. A azida de chumbo, uma vez iniciada pela faísca do
estopim, faz detonar a carga de PETN. Os tipos mais comuns das espoletas
encontradas no mercado são do tipo n.º 6 (massa de 0,325 g de PETN e 0,3 g
de misto iniciador) e a n.º 8 (massa de 0,5 g de PETN e 0,3 g de misto iniciador).
A cápsula de cobre só é usada para casos particulares, porque a presença de
umidade contendo gás carbônico, a azida de chumbo pode se transformar em
azida de cobre, que é muito mais sensível e, portanto, mais perigosa.
Espoletas Elétricas
As exigências do mercado com relação à necessidade de um acessório que
oferecesse um maior controle da detonação levaram H. Julius Smith a inventar a
espoleta elétrica em 1876. A grande idéia que este cientista teve foi a de utilizar o
conceito da lâmpada e da espoleta simples, para criar a espoleta elétrica. Esta
novidade, que poderia ser chamada de cruzamento entre os dois acessórios,
tinha como princípio de funcionamento uma fonte de energia elétrica que gerava
um aquecimento pelo efeito joule, em uma ponte de fio altamente resistente,
incandescente, capaz de desencadear a detonação da carga explosiva de ignição
da cápsula, formada por uma pequena substância pirotécnica.
A espoleta elétrica é um iniciador ativado por corrente elétrica.
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Cordel Detonante
Histórico
França – 1879
Tubos finos de chumbo, carregados com nitrocelulose que depois eram
estirados.
Áustria – 1887
Fulminato de mercúrio, misturado com parafina, envolto por uma fiação de
algodão; VOD = 5000 m/s.
França – 1906
Melinte (trinitro fenol fundido misturado com pó de nitrocelulose); VOD = 7000
m/s.
Alemanha – 1910
TNT fundido envolvido por tubos flexíveis de estanho; VOD = 5400 m/s.
Europa – 1920
Pentaeritritol (nitropenta) envolvido por uma fiação de algodão parafinado ou
coberto com betume ou uma capa de chumbo.
Cobertura de chumbo – anos 50.
Cobertura Plástica – Meados da década de 50.
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Definição
O cordel detonante é um acessório de detonação consistindo, essencialmente, de
um tubo de plástico com um núcleo de explosivo de alta velocidade - nitropenta
(C5H8N4O12) - e de materiais diversos que lhe dão confinamento e resistência
mecânica.
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O sistema não elétrico de iniciação, com linha silenciosa, foi desenvolvido por P.
A. Person, nos laboratórios da empresa Nitro Nobel, na Suécia, entre 1967 e
1968. Consiste basicamente de uma espoleta comum, não elétrica, conectada a
um tubo de plástico transparente, altamente resistente, com diâmetro externo e
interno de 3 mm e 1,5 mm, respectivamente. O tubo plástico contém, em média,
uma película de PETN pulverizada de 20 mg/m de tubo, que, ao ser iniciada, gera
uma onda de choque, causada pelo calor e expansão dos gases dentro do tubo,
que se propaga com uma velocidade, aproximadamente, de 2000 m/s. Essa
reduzida carga explosiva, geradora da onda de choque, que se desloca através
do tubo, não chega a afetar o lado externo do mesmo, porém, inicia a espoleta
instantânea ou de retardo. O sistema oferece inúmeras vantagens quando
comparado a outros acessórios. Entre elas, baixo ruído, é insensível à corrente
elétricas e parasitas, não destrói parte da coluna de explosivo dentro do furo,
diferentemente do cordel, seu tubo não detona nenhum tipo de explosivo
comercial, permite a iniciação pontual, contribuindo para diminuir a carga por
espera.
Esse sistema apresenta a seguinte desvantagem em relação ao cordel detonante:
quando a coluna de explosivos encartuchados perde o contato, a depender do
“Air Gap”, alguns cartuchos podem não ser iniciado.
Detonador Eletrônico
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de azida de chumbo, como carga primária, ponte de fio de alta resistência
(inflamador) e um circuito eletrônico que contém um microchip inteligente e dois
capacitores eletrônicos - um para assegurar a autonomia do detonador e o
segundo para iniciar o inflamador. Ideal para uso nos altos explosivos comerciais
sensíveis à espoleta, podendo também, ser usado para a detonação de boosters.
Programação da unidade
Ligação no campo
Após os fios de cada espoleta serem conectados a uma unidade de programação,
três parâmetros de identificação são atribuídos para cada detonador: número do
furo, seqüência de saída e o tempo de retardo. Existe a possibilidade em qualquer
instante ser checado ou modificado o seu tempo de retardo. Após a programação
de cada detonador, elas são conectadas à linha de desmonte através de um
conector. Duas linhas, então, são conectadas à maquina detonadora, que
armazena todos os dados contidos na unidade de programação. Caso ocorra
curto-circuito ou existam fios desconectados, um aviso é dado pela máquina
detonadora, bem como sugestões para sanar o problema.
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Precisão
Segurança
O detonador eletrônico é imune à eletricidade estática, a sinais de rádio e à
detonação pré-matura pelos detonadores apresentarem as seguintes
características eletrostáticas e eletromagnéticas, respectivamente: 2000 pF – 10
KV – 0 , 150 KHz a 1 GHz/40 V/m.
Benefícios
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A finalidade desmonte por explosivo é de converter a rocha em vários fragmentos menores para
que possam ser escavados, transportados e britados pelos equipamentos
disponíveis. Para isso, são necessários 4 fatores: i) fragmentação suficiente; ii)
deslocamento, movimentação e lançamento da pilha ; iii) redução dos problemas
ambientais; iv) mínimo de dano ao maciço remanescente .
FASE DINÂMICA
A fase dinâmica do processo de fragmentação corresponde a ação das ondas de
choque. Inicia pela deflagração da reação química do explosivo,
termodinamicamente instável.
Para SCOTT (1996), a fase dinâmica corresponde à fase de choque representada
pelas ondas de tensão P (compressão) e S (cisalhamento) associadas à rápida
aceleração da explosão da parede do furo. A passagem da onda de tensão em
volta do furo estabelece um estado de tensão semi-estático.
A fase dinâmica finda com o surgimento gradativo das fraturas tangenciais a partir
das faces livres.
Quando a onda de choque compressiva possui energia suficiente para alcançar a
face livre e retornar refletida com amplitude de tensão superior a resistência de
tração do maciço rochoso, resulta em fragmentação adequada.
FASE SEMI-ESTÁTICA
Esta fase corresponde a ação da pressão dos gases de detonação. Trata-se do
trabalho mecânico realizado durante o processo de expansão ou descompressão
dos gases da detonação. Ao percorrem pelas fendas e pelas microfissuras
resultantes da fase dinâmica, os gases gerados da detonação agem através da
ação de cunhas, propagando fendas e fraturas, conforme ilustrado na figura 9.
Assim, separam parte do maciço rochoso em fragmentos de rochas. A medida em
que os gases são liberados, ocorre o lançamento dos blocos, consumando-se o
desmonte de rocha propriamente dito (Magno, 2001).
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Trituração da rocha
Fraturamento radial
Durante a propagação da onda de choque, a rocha circundante ao furo é
submetida a uma intensa compressão radial que induz componentes de tração
nos planos tangenciais da frente da onda. Quando as tensões superam a
resistência dinâmica à tração da rocha, inicia-se a formação de uma zona densa
de fraturas radiais ao redor da zona triturada que rodeia o furo.
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5.1 Introdução
A partir da década de 50 desenvolveu-se um grande número de fórmulas e
métodos de determinação das variáveis geométricas: afastamento, espaçamento,
subperfuração etc. Estas fórmulas utilizavam um ou vários grupos de
parâmetros: diâmetro do furo, características dos explosivos e dos maciços
rochosos etc.
Não obstante, devido a grande heterogeneidade das rochas, o método de cálculo
do plano de fogo deve basear-se em um processo contínuo de ensaios e análises
que constituem o ajuste por tentativa.
As regras simples permitem uma primeira aproximação do desenho geométrico
dos desmontes e o cálculo das cargas. É óbvio que em cada caso, depois das
provas e análises dos resultados iniciais, será necessário ajustar os esquemas e
cargas de explosivos, os tempos de retardos até obter um grau de fragmentação,
um controle estrutural e ambiental satisfatórios.
Aplicações
As aplicações mais importantes são: escavação de obras públicas e mineração a
céu aberto.
Diâmetro da perfuração
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Altura do banco
A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve ser tomada levando-se
em consideração questões de ordem técnica e econômica, a saber:
a) as condições de estabilidade da rocha que compõe o maciço e a segurança
nas operações de escavação;
b) o volume de produção desejado, o qual determinará o tipo e o porte dos
equipamentos de
perfuração, carregamento e transporte;
c) a maximização da eficiência no custo total de perfuração e desmonte.
1º CASO 2º CASO
60 m
15 m
10 m
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Fica claro que todos os itens listados acima, sofreriam uma redução de 33 % se
optássemos pelo segundo caso no exemplo da figura 11.
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b) devido aos mesmos desvios, há sempre um risco de acidentes com
ultralançamento;
c) a velocidade de perfuração efetiva cai com o aumento da profundidade
perfurada, tanto pela diminuição na velocidade de avanço como pelo aumento
no ciclo de introdução e remoção das hastes;
d) a altura da pilha de material detonado aumenta, demandando equipamentos
de carga de maior porte, ou causando aumento no ciclo de carregamento e
submetendo os equipamentos a um maior desgaste;
e) há um ligeiro aumento na razão de carga.
Granulometria exigida
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c) Material para o porto e barragens: granulometria que vai deste 0,5 t a 12 t por
bloco.
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sendo:
Afastamento (A) - É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou
a menor distância de uma linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano
de fogo essa é a mais crítica.
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A 0,01232 e 1,5 x De
r
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E 0,33 Hb 2 A
- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
(Hb 7 A )
E
8
E = 2xA
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- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
E = 1,4 x A
S = 0,3 A
Hb
Hf 1 xS
cos 100
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OT = D / 20
T = 0,7 A
f) VOLUME DE ROCHA POR FURO (V) - O volume de rocha por furo é obtido
multiplicando-se a altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo
espaçamento (E):
V = Hb x A x E
Hf
PE
V
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de 2
RL x e
4000
Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão concentrada
quando a de fundo, já que a rocha desta região não é tão presa.
A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da
carga de fundo (Hcf):
Hcc = Hc - Hcf
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CT = CF + CC
CT
RC ( Kg / m3 )
V
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Exemplo 1
Dados:
Rocha: granito
Altura da bancada: 15,0 m
Diâmetro da perfuração: 101 mm (4”)
Angulo de inclinação dos furos: 20
Explosivo utilizado: ANFO (94,5/5,5); = 0,85 g/cm3
Densidade da rocha: 2,7 g/cm3 = 2,7 t/m3
Condição de carregamento: furos secos.
A 0,0123 2 e 1,5 x D e
r
0,85
A 0,0123 2 1,5 x 101 2,6 m
2,7
Hb 15 20
Hf 1 xS 1 x 0,8 16,6 m
cos 100 cos 20
100
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Como Hb/A = 5,8 Hb/A > 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos
de uma mesma linha, a seguinte expressão será aplicada:
de 2
RL x e
4000
Para o ANFO:
2 2
de 3,14101
RL ANFO x e x 0,85 6,8 Kg / m
4000 4000
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CE 100,64 kg 100,64 kg
RC 3
716,81 g / m 3 265,48 g / t
V 140,4 m 140,4 m 3 x 2,7 t / m 3
Hf 16,6 m 0,12 m / m 3 m
PE 0,12 m / m 3 ou 0,04
V 140,4 m 3 2,7 t / m 3 t
Exemplo 2
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MP = NF x Hf = 32 x 16,6 = 531,2 m
TE = NF x CE = 32 x 100,64 kg = 3220,48 kg
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g) Custo por m3
Exemplo 3
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1,15
A 0,0123 2 1,5 x 64 2,0m
2,5
Hb 7,5 20
Hf 1 xS 1 x 0,6 8,2 m
cos 100 cos 15
100
Como Hb/A =3,8 Hb/A < 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos
de uma mesma linha, a seguinte expressão será aplicada:
(Hb 7 A ) 7,5 7 x 2
E 2,7 m
8 8
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H cc 6,8 m
NCe 11
Comp. do cartucho 0,610 m
Hf 8,2 m 0,20 m / m 3 m
PE 3
0,20 m / m 3 ou 0,08
V 40,5 m 2,5 t / m 3 t
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Carregamento Transporte
- menor enchimento das caçambas - atraso na pilha de deposição
- presença de blocos e lajes - pisos irregulares
- pilha baixa e compacta - ângulos acentuados das
- aumento nos custos da das vias de acesso
manutenção - aumento nos custos de
- aumento do ciclo dos caminhões, manutenção
escavadeiras e/ou pá carregadeira - desgastes dos pneus e/ou das
- aumento do desmonte secundário correias transportadoras
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Meio Ambiente
- excessivo pulso de ar
- maior ultralançamento
- excessiva poeira e gases
- excessiva vibração
- riscos de danos às instalações,
estruturas, equipamentos e
operários
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Figura 16: a) ligação em um banco que apresenta apenas uma face livre;
b) ligação em um banco que apresenta duas faces livres.
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Figura 17 - Ligação em “V” utilizada para se obter uma pilha mais alta e uma melhor
fragmentação, utilizando o sistema de iniciação de tubos de choque.
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Figura 18 - Sistema de iniciação “down -the-hole” utilizada para evitar cortes na ligação.
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