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CAPÍTULO I
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1. Introdução
A aplicação da planificação permite identificar, desde o início do processo, as lacunas de
informação e, eventualmente, preenchê-las. Ela contribui para testar a viabilidade das políticas
de desenvolvimento do sector, fornecendo elementos objectivos de apreciação das opções
possíveis e, facilitando, assim, as decisões sobre as políticas e estratégias educativas. Permite,
ainda, avaliar melhor os custos e fornecer a informação macroeconómica e financeira que
confere ao plano nacional de acção a credibilidade exigida.
Tendo em conta aos princípios, critérios e regras que se devem ter durante o processo de
planificação, procuramos saber se existe uma ligação entre o abandono de tais escolas e a
possível má planificação dos tais edifícios naquele local. A presente monografia, intitulada
“Implicações da inobservância dos critérios básicos de planificação, caso específico dos edifícios
escolares, teve lugar na província de Niassa, concretamente no Distrito de Mecula, nos períodos
compreendidos entre 2016/20”.
Sendo a planificação da educação,
“Um instrumento que permite traduzir osobjectivos políticos, em termos quantitativos, para
facilitar a tomada de decisões no sector da Educação. Ela permite também fornecer as
informações mais úteis relativas aprovável evolução das necessidades financeiras e das despesas
resultantes do desenvolvimento do sistema educativo”Oliveira, (1996, p.21)
Portanto, esta, é, responsável pelo sucesso do sistema educativo em qualquer parte do mundo, ou
seja, uma boa planificação, permite que o sector da educação possa fazer uma óptima previsão
dos edifícios escolares, da população estudantil e dos recursos a ter em conta nos anos
subsequentes.
Para melhor compreensão do trabalho, este está estruturado em 4 capítulos, onde, no primeiro
tratam-se dos Aspectos Introdutórios do trabalho, no segundo é a parte reservada a
Fundamentação Teórica, onde fazemos menção de alguns conceitos ligados ao tema, no terceiro
é a parte da Metodologia de Trabalho e, por fim, encontramos o quarto e último capítulo que se
reserva a Análise e Interpretação dos Dados colhidos no terreno, conclusão sugestões e a
respectiva bibliografia.
1.2. Problematização
As infra-estruturas escolares do distrito de Mecula não estão a acompanhar o crescente número
de alunos que todos os anos ingressam para o ensino, obrigando à superlotação das salas de aula,
demonstrando assim que as infra-estruturas sejam um dos factores da problemática referida e
como resultado disso, oferecer a educação que não seja de boa qualidade.
A planificação e a tomada de decisão no sentido mais abrangente possível, são vitais para o
ensino e interagem com todas as funções executivas. Portanto pode-se afirmar que a planificação
não é somente uma necessidade mas acima de tudo um imperativo que se impõe a todo o
autêntico planificador.Como é evidente quando se fala na planificação afloram se várias
questões, nomeadamente “o que se pretende planificar, o que se deve ter em conta quando se
planifica, o que se faz quando se planifica ou o que pode influenciar a planificação.
Deste modo, ela constitui um pilar decisivo do sucesso educativo visto que baseia na reflexão e
antecipação da acção de todo o processo educativo. A importância da planificação pode ser
apreciada através da grande variedade de actividades educacionais que são afectadas pelos
planos e decisões micros.
1.3. Justificativa
Um ambiente escolar com infra-estruturas adequadas, limpas, pintadas e organizadas faz o aluno
se sentir acolhido, disposto a usufruir o que o espaço oferece e empenhado em aprender mais,
contribuindo na melhoria dos resultados educativos.
Todo espaço que cerca o estudante tem de ser atractivo e passar alguma informação. Por isso é
importante que os jovens gostem de ficar na escola, se sintam à vontade e não queiram ir embora
o mais rápido possível tudo por conta das infra-estruturas existente.Dessa forma justifica-se o
tema escolhido, também pela relevância do assunto na área de planificação e gestão educacional
nas vertes Académica, Social e Pessoal.
O estudo se demostra ser relevante no âmbito académico pois, serve de suporte nas áreas
relacionadas com Planificação de Educação bem como em Carta Escolar e Micro-Planificaçãoda
Educação. Ainda é importante na academia porque a realização deste trabalho vai ajudar
aprofundar os conhecimentos sobre o tema em questão e aumentar o nível de competência
académica nesta área.Com relação a relevância social, este estudo tem como principal finalidade
conhecer quais são implicações da inobservância dos pressupostos básicos da planificação e
como isso afecta no desenvolvimento do sistema educativo nacional.
2. Contextualização
As origens da planificação da Educação são muito antigas. Sem recorrer a Platão, que no seu
livro a República, propôs um sistema de educação ligado aos objectivos políticos, pode-se dizer
que a preparação anual dos orçamentos representa uma forma rudimentar de planificação
Zabalza (1992).
Contudo, os métodos mais refinados surgiram no primeiro Plano Quinquenal Soviético
(1928/1932), onde apareciam as previsões das necessidades em especialistas. Na sua concepção
de uma planificação integral do crescimento, a ex-União Soviética procurou ligar o
desenvolvimento da educação ao desenvolvimento da economia, sem se abstrair dos factores
sociais e políticosArtinez, (1981). Assim, procurou erradicar o analfabetismo, elevar o nível
geral de escolarização da população através da extensão progressiva da escolaridade obrigatória,
enquanto a expansão do ensino superior e técnico profissional foram determinados pela procura
do pessoal qualificado.
1
Frente de Libertação de Moçambique,
2
Plano Prospectivo Indicativo
17
O SNE3 em resposta ao PPI devia planificar na criação de condições para a formação de uma
rede escolar mais adequada e eficaz, garantindo-se desta forma a efectivação da escolaridade
obrigatória, estratégia fundamental para erradicação do analfabetismo, para a formação de
técnicos básicos e médios, necessários para os projectos agro-industriais, e para elevar a
formação dos trabalhadores dos sectores considerados prioritários da economia nacional.
Segundo a ideia acima, podemos perceber que no contexto económico, planificar consiste em pôr
actividade produtiva ao serviço de toda colectividade. A planificação deve conduzir a
correspondência em cada momento, a actividade produtiva às necessidades sociais aferidas.
Planificar é um trabalho fundamental em qualquer área, pois, permite unir uma determinada
teoria pedagógica com a prática. É o que possibilita pensar de maneira coerente a sequência de
aprendizagem que se quer lograr com os estudantes. É organizar com antecedência tudo que
orienta a acção futura para assegurar o objectivo.
“Educação, compreende a formação de convicção, atitudes, hábitos e forma de comportamento. É
uma instituição social-chave que se acredita poder fazer uma diferença significativa na forma
como as sociedades funcionam e os indivíduos se comportam”. (Lemmar, 2006, p.52).
Etapa é definida como sendo a fase de um trabalho ou de uma marcha que se executa sem parar.
3
Sistema Nacional de Educação
18
Outrossim, nem sempre há clareza sobre a planificação do trabalho pedagógico. O que se tem
são apenas algumas chaves que orientam a compreensão sobre em que consiste a planificação e
qual é a sua respectiva importância.
Contudo, muitas vezes não se compreende o significado de planificar antes de levar a cabo as
tarefas, porque se tem de se assumir esta tarefa como uma estratégia com a qual há que cumprir
frente à direcção ou à unidade técnica-pedagógica.
Assim, Barbosa etall (1996) afirmam que a planificação se transforma numa mais bem mecânica,
que não coincide em todo o desenrolar das actividades na prática. Entretanto, a chave está em
compreender a planificação como um “modelo prévio”, em lugar de entendê-la como uma
imposição. A planificação é o que se quer fazer em teoria, em que o resultado na prática é muitas
vezes diferente. Porém, não obter resultados desejados não significa que a planificação seja
pouco adequada, senão, há que modificar os aspectos nele segundo o contexto em que se
enquadra.
“Apesar das controvérsias existentes, está comummente aceite a necessidade dos planificadores
estabelecerem os seus planos com base num diagnóstico detalhado, claro e pertinente do sistema
educativo”. (Modulo I Planificação, s/d, p.67).Para os planificadores educacionais, o termo
“diagnóstico” significa determinar o modo de funcionamento de um sistema educativo e a
maneira em que não parece ter atingido os objectivos que tinham sido fixados.
Também há que pensar na finalidade do que estamos fazendo, os alunos devem reconhecer
algum tipo de motivação frente à nova aprendizagem (o “para quê”). Finalmente, deve-se
considerar também a forma mais adequada para trabalhar com os alunos, pensando em
actividades que poderão converter o conhecimento em algo abrangente e interessante para um
grupo, dentro de um determinado contexto (o “como”)Oliveira, (2005). É desta forma que se
recomenda modificar as planificações em cada ano, de acordo com os grupos com que se
trabalhará.
De acordo com Oliveira, (2005, p. 76), a planificação como sendo um processo de previsão e
organização antecipada de acções destinadas a atingir os objectivos previamente traçados, tem
como objectivos os seguintes:
Determinar previamente as metas a atingir;
Determinar as acções que conduzem à essas necessidades;
Determinar onde se realizam essas acções;
Determinar o tempo de realização de cada uma delas;
Determinar o método para realizá-las;
Determinar as pessoas responsáveis pelas mesmas;
Definir o plano e as políticas a delimitar;
Determinar em linhas gerais os métodos para obter a planificação;
Facilitar a realização da planificação.
d. O plano é universal, portanto, não pode ser monopólio duma unidade orgânica dum
indivíduo. É muito importante a participação colectiva, especialmente, a daqueles que
terão que executar o planificado. Exemplos no contexto Moçambique.
“A boa efectivação da planificação é sujeita a uma gama de princípios que orientam a mesma,
dentre vários destacam-se os seguintes”:
i. Continuidade e sequência – o passado deve ser uma escola de aprendizagem, dai que a
comunidade deve, em princípio, ser orientadora da dinâmica, da coerência e da unidade
de todos elementos de intervenção social para saber cada momento, onde estamos, de
onde vimos, mediante um feeadback avaliador e criativo;
ii. Univocidade/ reversibilidade – para que uma planificação resulte eficaz, é necessário que
o desenho dos seus objectivos esteja elaborado/proposto com precisão, univocidade e
coerência em relação ao significado global da terminologia. A ambiguidade engendra
confusão, resulta equívoca e com frequência a actuações discrepantes. Todas as
actividades podem trocar-se por outras ou inclusivamente suprir-se;
iii. Flexibilidade – a planificação, tanto na sua elaboração como na sua aplicação, deve
permitir uma permanente revisão para que a sua eficácia seja melhorada (processo
sistemático). Admite a impossibilidade real de controlar todos os elementos de distorção
que podem ocorrer em qualquer programa de intervenção social;
iv. Variedade/diversidade – a planificação deve ser original e criativa ao longo do seu
desenvolvimento e diversificada na sua execução; necessita estar aberta a novas
estratégias, a novas experiências e a inovações que ajudem a execução dos objectivos
sociais/educativos propostos;
v. Compreensibilidade semântica – a terminologia deve ser clara e não oferecer dúvidas na
hora da sua aplicação (inteligibilidade);
21
2.5.1.Diagnóstico
2.5.1.1. Identificação dos dados de base/pré-planificação
A primeira fase de planificação consiste na identificação de dados de base relativos ao sector de
educação e ao contexto macroeconómico. Tais dados de base relativos ao sector de educação e
ao contexto macroeconómico correspondem:
População em idade escolar;
O acesso a planificação na educação;
O pessoal docente e não docente;
A orientação pedagógica;
Os espaços educativos;
A situação do desenvolvimento económico;
As despesas nacionais com a educação.
Nem sempre os dados de base são encontrados na educação, há que considerar outros sectores
governamentais. Todavia, estes não são suficientemente necessários e não apresentam detalhes
inerentes à planificação educacional. Porém, a sua importância é fundamental para a construção
do modelo de planificação e a verificação da sua fiabilidade no momento de elaboração de um
plano de desenvolvimento da educação é esquecida, Machado (1991).
22
No caso dos educadores, os dados quantitativos constituem informações indispensáveis para que
a construção do modelo de plano tenha credibilidade ao público e seja relevante aos políticos
decisivos. Há que referir que, neste contexto, não é fácil a acessibilidade e interpretação destes
dados. Portanto, Machado (1991) refere que, quanto maior for a qualidade dos dados do ano mais
recente, maior será o grau de refinamento e fiabilidade, isto é, no caso de haver uma informação
indispensável a uma correcta planificação ou revelar pouco credível, serão necessárias novas
pesquisas, onde os planificadores responsáveis por este processo deverão fazer uma lista de
verificações (checklist) da informação anterior para poder detectar a informação em falta, de
modo a manter a essencial.
Sem estes dados, não será possível desenvolver um tipo de planificação com qualidade e com
validade.
O produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB) de acordo com o país;
A proporção das despesas correntes da educação em relação ao PIB e o Orçamento do
Estado (dos anos mais recentes e como previsão para os próximos anos);
As taxas médias de crescimento anual do PIB e do Orçamento do Estado e;
A proporção possível das despesas da educação em relação ao Orçamento do Estado.
Dados indispensáveis à planificação são os do ano de base (ou as taxas médias observadas nos
últimos anos escolares) sobre o fluxo de alunos, a saber:
Taxas de admissão no primeiro ano do ensino primário;
Taxas de promoção;
Taxas de repetência e desistência;
Taxas de transição;
Taxas de graduação de diferentes ciclos educativos.
São estes dados que serão projectados, com vista ao desenvolvimento do sistema educativo, de
acordo com os objectivos definidos durante as diversas consultas nacionais.
Portanto, as informações sobre opções políticas em matéria de educação são identificadas e/ou
refinadas na base do diagnóstico no sector da educação, isto é, no momento de análise do sistema
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Concluindo, podemos dizer que o diagnóstico do sistema educativo deve ser associado a outras
actividades e etapas e um processo de planificação da educação, em termos de sincronização e de
periodicidade. Um diagnóstico não pode ser uma actividade de pesquisa aprofundada, com um
ritmo próprio. Contudo, há vezes pressões exercidas sobre os planificadores, de forma a fazer um
trabalho de diagnóstico às presas. Nessas circunstâncias, os doadores não podem esperar por
mais tempo.Um diagnóstico de um sistema educativo, deve ser um tema de comunicação e
debate o vasto quanto possível.
Embora o planificador contribua para a definição das metas e objectivos políticos, estes não
dependem a prior dele. Esta é uma competência dos decisores políticos que definem as metas
educativas de acordo com o processo em curso, num contexto nacional. A formulação da política
em matéria de educação inscreve-se num processo.
25
“Este processo, parte da análise da situação actual e que se desenrola e completa-se através do
diagnóstico político”. Radie Cuenin(2001, p. 64).
A etapa da definição da política pode ser, do ponto de vista cronológico, subdividida em duas
partes: a fase de predefinição e a de adopção.
Fase da predefinição de políticas educativas – é a fase em que os decisores políticos têm a
atenção com os principais responsáveis que definem as linhas de orientação geral para o
desenvolvimento da educação;
Os objectivos quantitativos mais frequentes utilizados são as taxas de escolarização, fluxo
e admissão, as taxas de enquadramento, como por exemplo; de proporção
aluno/professor, a taxa de utilização dos espaços educativos, a proporção do orçamento
de educação relativamente ao Orçamento do Estado.
CAPITULO III
METODOLOGIA DE TRABALHO
3. Enfoque metodológico
A pesquisa tem um caráter exploratório quanto aos objectivos, já que, segundo Sampieri et. al.,
(2006, p.10) “estudos exploratórios são realizados se desejarmos pesquisar sobre alguns temas e
objectos com base em novas perspectivas e ampliar os estudos já existentes”. A opção pela
pesquisa exploratória para este trabalho tem haver com a natureza do tema e por levar em
consideração que estudos sobre o tema “implicações da inobservância dos critérios básicos de
planificação, caso especifico dos edifícios escolares”são pouco explorados a nível nacional.
Assim, segundo Gil (1996, p.45) “estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explicito”. Ainda de acordo com o Gil
(1991, p.45) “têm como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições”.
Neste tipo de pesquisa,procura-se identificar os factores que contribuem para a inobservância dos
critérios básicos na planificação dos edifícios escolares na Província de Niassa, caso concreto no
Distrito de Mecula.
30
3.2.1. Amostra
No que se refere a amostra, Lakatos e Marconi (2001, p.35) afirmam que se trata de “parte da
população que não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de
investigar uma parte dessa população”.
Neste caso, utilizou-se o método de amostragem, que consiste em obter um juízo sobre o total
(universo) mediante a compilação e exame de apenas uma parte da amostra seleccionada por
procedimentos científicos.
Amostra é portanto escolher uma parte (...) e de tal maneira que ela seja mais representativa
possível de tudo e a partir dos resultados obtidos, relativos a essa parte, pode inferir, mais
legitimamente possível, o resultado da população total,(Ventura apudIvalaetall2007, p. 40)
Para a presente pesquisa, foram usados como amostra 5 professores seleccionados ao acaso, 10
Membros da Comunidade da escola que se encontram na situação acima mencionada, 4 pessoas
pertencentes aos SDEJT de Mecula e 3 pessoas da Direcção Provincial da Educação de Niassa
que trabalham no sector de planificação.
31
CAPITULO IV
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Este capítulo é reservado a análise e
interpretação de dados colhidos a
partir das técnicas levantadas no
capítulo metodológico.
33
Das 22 pessoas usadas como amostra para nossa pesquisa, somente alguns membros da
comunidade é que demostraram ter dificuldades em definir o que é planificação. Contudo, os
outros, professores, membros da Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano e
os membros dos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia conseguiram definir
bem o que é planificação.
Como podemos ver, eles têm mínimas noções sobre a planificação, o que de certa forma poderia
ajudar bastante no processo de planificação dos edifícios escolares que é nosso objecto de
estudo. Apesar da população e/ou membros da comunidade não saber definir o que é
planificação, acreditamos nós que se eles fossem explicados e envolvidos no acto de planificação
dos edifícios escolares onde eles são os beneficiários, eles perceberiam o que é e ajudariam
bastante nesse processo.
34
Elementos da amostra
Respostas
Pergunta
Percentagem
Comunidade
Professores
(%)
DPEDH
SDEJT
Tem alguma Sim 2 2 0 0 18.1%
formação ou Não 1 2 5 10 81.9%
capacitação na área Não me recordo 0 0 0 0 0%
de planificação?
Sob Total 3 4 5 10 100%
TOTAL 22 100%
Fonte: Autor, 2021
Vendo a tabela acima e tendo em conta a questão colocada, podemos perceber que somente
18.1% da nossa amostra é que tem uma formação e/ou capacitação em matéria de planificação.
Contudo, 81.9% correspondente a maioria não tem nenhuma formação e/ou capacitação nessa
área de planificação. Assim sendo, podemos a partir de já afirmar que quanto maior for o
entendimento sobre a planificação, melhor será a maneira de planificar. Um outro aspecto que
achamos interessante durante as nossas entrevistas com o nosso grupo alvo, tem a ver com
disparidade entre as políticas educacionais e a realidade que se vive naquele distrito. A
planificação é feita sem ter em conta a vários aspectos da população beneficiária de tais escolas.
Ao se fazer a planificação de construção dos edifícios escolares, os planificadores de educação
não fazem uma auscultação a população beneficiaria e muito menos fazem uma análise dos
dados demográficos da população que vive em tais locais onde pretendem construir essas
escolas. Portanto, concluímos nós que os planificadores não seguem os critérios básicos de
planificação dos edifícios escolares.
4.3. Critérios e/ou princípios usados para planificação dos edifícios escolares
Como forma de perceber melhor se os planificadores ligados a educação seguem alguns critérios
ou princípios básicos da planificação da educação, colocamos a seguinte questão:
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Quais são os critérios e/ou princípios que são usados pelos planificadores da educação
no acto de planificação dos edifícios escolares?
Quanto à esta questão, podemos perceber que os planificadores ao elaborarem seus planos para a
construção de escolas naquele distrito não obedecem os critérios básicos de planificação. É de
referir que único guião que eles obedecem é o Programa do Governo e o PES. Portanto, eles não
obedecem os outros critérios que são básicos para uma boa planificação, não só na área de
educação mas também em outras áreas.
Fora a essas regras acima destacadas, também deve-se ter em conta a vários princípios com o
destaque seguinte:
Realismo – o diagnóstico prévio deve estar solidamente apoiado ou fundamentado na realidade
social/educativa que desejamos mudar; irá pressupor uma coerência interna entre todos elementos
da planificação e uma possibilidade de aplicação real (possível). Sanchéz (1987) apud Braga
(1994, p. 52)
36
8
Total de Participantes
7
6
5 SIM
4 NÃO
3 Algumas vezes
2
1
0
DPEDH SDECT Professores Comunidade
Elementos da Amostra
Reparando a tabela acima, podemos perceber que das 22 pessoas que faziam parte da nossa
amostra, 8 correspondentes a 36.3% responderam que tem havido encontros com a comunidade
antes ou durante o processo de planificação no sentido de fazer uma auscultação. 41%
correspondente a 9 pessoas, disseram que durante o processo de planificação a comunidade
beneficiaria não é envolvida, e 22.7% da amostra disse que em alguns momentos ou seja
algumas vezes há esse envolvimento da comunidade nesse processo.
Segundo as observações obtidas no local e tendo em conta as várias conversas que tivemos com
a comunidade e alguns professores daquele distrito, podemos perceber que durante a planificação
dos edifícios escolares e não só, a presença da comunidade não se faz sentir em grande medida.
Segundo este grupo de entrevistados, dizem que os planificadores ao em vez de fazer uma
auscultação a população no sentido de colher ideias e opiniões a respeito de construção de uma
escola, eles somente aparecem a informação que irão erguer uma escola, sem no entanto ouvir o
que a comunidade pensa a respeito disso.Assim sendo, concluímos nós que os planificadores ao
elaborarem seus planos, não observam os critérios e os princípios básicos de planificação, pois,
eles deveriam em primeiro lugar fazer o estudo demográfico da população (analisar as taxas de
natalidade e de mortalidade, analisar a evolução da população), ainda de referir que deveriam
fazer o estudo geográfico, e deveriam também ter conhecimentos antropológicos da população
37
no sentido de perceberem melhor a cultura da população. O estudo geográfico iria ajudar aos
planificadores a analisarem questões como: se a população é emigrante ou não, se é nómada e
muitos outros aspectos.
O que podemos verificar no terreno de acção e pelas respostas que obtivemos, é que esse estudo
em muitos casos não é feito pelos planificadores da educação, eles somente apegam-se a
questões políticas já traçadas a nível central.
4.5. Satisfação face aos critérios usados na planificação dos edifícios escolares
Gráfico 2: Satisfação face aos critérios usados na planificação dos edifícios escolares.
6
5
Total de Amostra
4
3
2
1
0
DPEDH SDECT Professores Comunidade
Observando a tabela, podemos chegar a uma conclusão bastante unânime em que todos eles
demostram não estar satisfeitos com os critérios de planificação usados na construção dos
edifícios escolares no distrito. Dos 5 professores, somente 1 demostrou estar satisfeito com o
processo de planificação que decorre no distrito. Os quatro restantes demostraram sua total
insatisfação com esse processo alegando que, uma vez que não se faz auscultação as
comunidades, os planificadores acabam colocando escolas bem distantes dos alunos e dos
professores. Assim sendo, mas uma vez os planificadores demostram não ter conhecimentos de
certos critérios de planificação pois a questão de acessibilidade nesse processo joga papel de
estrema importância. Portanto, acreditamos nós que os planificadores não têm noções de carta
escolar e micro planificação da educação.
38
Relativamente a esta hipótese, “Uma capacitação e/ou formação dos planificadores em matéria
de planificação da educação, melhora todo o processo acima referenciado”, é de salientar que
esta hipótese, de acordo com as conversas que tivemos com o nosso grupo alvo não foi
comprovada por unanimidade uma vez que houve disparidade nas respostas, como ilustra a
tabela 2.
39
CONCLUSÃO
Após colhermos varias opiniões e sensibilidades dos nossos entrevistados relativamente ao tema
do trabalho, concluímos que:
Se bem que as possibilidades oferecidas por um modelo de planificação sejam numerosas, não se
pode deixar de referir os seus limites. Qualquer que seja a quantidade e a qualidade dos
parâmetros utilizados, a planificação é, antes de mais, uma previsão virtual. Ela fornece
indicações quantificadas sobre a provável evolução de um sistema num dado período, mas não
permite atender a todos os parâmetros internos e externos que agem sobre o desenvolvimento da
Educação e, ainda menos, a todas as incertezas socioeconómicas.
SUGESTÕES
Tendo em conta que a UniRovuma oferece cursos de licenciatura em Ensino Básico que
abarca de certa forma muitos conteúdos ligados a planificação, sugerimos que a Direcção
Provincial através da parceria que tem com esta instituição peça apoio para sanar o
problema.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artinez, M. et all. (1981)Planejamento Escolar. (s/ed) São Paulo, Brasil: Edições Saraiva.
Braga, D. &Gandin, L. (1994) Temas para um Projecto Político – pedagógico (3ª Ed) Rio de
Janeiro, Brasil:
Gil, C. (2001) Métodos e técnicas de pesquisa social. (3ª Ed.) São Paulo, Brasil: Atlas Editora.
Lakatos, E. &Mariconi, M. (1991) Metodologia de Investigação Científica. (16ª Ed) São Paulo,
Brasil: Editora Atlas.
Lemmer, E.(2006) Educação contemporânea. Questões e tendências globais. (2ª ed), Maputo,
Moçambique:Texto Editora
Oliveira, M. etall. (1996) Introdução a Economia, 11º ano (3ª ed) Lisboa,Portugal: Texto
Editora.
APÊNDICES