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Ademir Terra145
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
ademirterra@professor.uema.br
RESUMO
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Graduando em Geografia Licenciatura; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Geografia
Agrária- GEPGA; Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica - PIBIC-
FAPEMA pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.
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Professor adjunto do departamento de Geografia e História, coordenador do Grupo de Estudos e
Pesquisasem Geografia Agrária - GEPGA pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
U.E.B. Antônio Vieira, no município de São Luís – Maranhão, localizada na Rua Cônego
Ribamar Carvalho, no Jardim São Cristóvão, tendo como público alvo os alunos do
oitavo ano, da turma 82. Objetivando compreender a linguagem cultural e social desses
alunos e também analisar a relação da linguagem musical com os conteúdos da
ciência geográfica, considerando-se os estilos musicais dos alunos e analisando-se as
relações desses estilos com as regiões geográficas do Brasil às quais além de possuir
características autóctones, também refletem influências de outras partes do mundo.
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INTRODUÇÃO
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A necessidade de inovação nas metodologias do ensino tem sido recorrente em
razão da necessidade do desenvolvimento de aptidões que possam contribuir para que
os alunos participem ativamente na construção de conceitos facilitem o processo
de ensino/aprendizagem. Muitos professores ainda são resistentes ao uso de
novas metodologias em sala de aula e desta forma, continuam a lecionando de forma
tradicional, pois segundo Kimura (2010, p. 81) “não se trata de uma polaridade opondo
os chamados conteúdos geográficos e as metodologias de ensino. Ambos precisam
ser articulados criteriosamente para uma aprendizagem compreensiva do aluno”.
Desde o final dos anos 1990, que há uma discussão em torno da importância
do uso de atividades práticas no processo de aprendizagem com o intuito de contribuir
para uma melhor compreensão em torno dos conceitos científicos trabalhados em sala.
Dentre as muitas formas e recursos que podem e devem ser trabalhados, está a utilização
das novas tecnologias, como o uso das músicas e de outros meios, os quais são
importantes para a aprendizagem dos alunos.
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determinado conteúdo ligado à ciência geográfica.”
(MARCHIORETTO M. S, 2013)
É importante ressaltar que o professor deve ser criativo e saber moldar e até
reinventar a utilização de cada ferramenta de ensino. Segundo Pontuschka (2009),
“é oportuno que o professor da disciplina saiba lidar com as diferentes linguagens
utilizadas para a análise geográfica e tenha domínio das novas tecnologias para seu
posterior uso com os alunos”.
Uma observação pertinente a ser feita é que cerca de 80% desses estudantes
são de bairros e comunidades carentes, em que a grande maioria da população depende
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de programas sociais assistencialistas, tais comunidades localizam-se no entorno do
bairro São Cristóvão onde se localiza a escola (Figuras 1)
Mais de um terço dos alunos entrevistados, ou seja, 35,13% destes têm o funk
como seu estilo musical. O funk é um estilo musical bastante divulgado nas mídias
brasileiras, e de grande aceitabilidade e influencia social entre os jovens, em virtude
deste estilo musical apresentar letras fáceis e envolventes que retratam um pouco da
realidade social vivida por determinadas classes sociais, contudo o funk pode
ser comparado a uma planta exótica, pois ele não é “natural” da cultura e nem
da circunvizinhança (a produção dessas músicas) desses alunos e mesmo assim
está fortemente representada em todos os municípios dos estados e em todas as regiões
do país A aceitabilidade do gosto musical desses jovens por parte da sociedade local
é de
28%. Contudo para 17,14% dos alunos, seus estilos e escolhas musicais não são aceitos
principalmente por seus país, todavia, as características observadas desse grupo de
jovens, mostra que as músicas que eles mais ouvem são de letras fortes e com vários
aspectos ligados a análise psicológica de “rebeldia”, alguns deles trazem isso como
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características para chamar a atenção de seus familiares, pois se trata de jovens que
passam a maior parte do tempo sozinhos, ou longe de seus pais por vários motivos.
Todavia 60% dos alunos afirmam que não são criticados e que não sofrem qualquer tipo
de preconceito advindo da escolha de seu estilo musical.
Contudo, há que se questionar: Por que não se utilizar da música para melhorar
a atuação e a compreensão nas aulas? Talvez pela negligência da necessidade de uma
didática mais atraente para os alunos nas aulas, faça com que a Geografia, uma
importante ciência que poderia ajudar aos alunos para compreender melhor o espaço em
que habitam, socializam e onde a vida pulsa de modo particular para cada um, ainda
seja considerada uma disciplina enfadonha e metódica. Ou seja, ao invés de mostrar o
lado pujante da Geografia, muitas vezes a forma com que esta ciência é trabalhada,
cristaliza nos alunos uma visão de uma ciência descolada de sua realidade que
exige de cada aluno um exercício mnemônico exaustivo, não despertando no aluno
qualquer interesse.
✓ “Eu escuto funk, por que estas músicas me fazem sentir bem”.
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Contudo, entende-se que as músicas ouvidas e a influência musical buscada por
esses alunos tem o sentido de representação, ou seja, eles se veem representados através
das letras, pois, não raramente, retratam realidades semelhantes às vivenciadas por eles,
remetendo aos seus anseios e sentimentos. Para esses alunos independentes do
estilo musical ou da letra, a música é uma explosão de vários sentimentos. Para 97,14%
dos alunos a música é como uma grande “explosão de tolerância”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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popular como meio de mostrar aos alunos a situação de cada região, cada uma com suas
características, contradições e especificidades.
REFERÊNCIA
Contexto, 2008.
Curitiba – 2013.
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SELBACH, S. (supervisão geral) Geografia e Didática. Petrópolis, RJ: Vozes,
2010. (Coleção Bem Ensinar/ coordenação Celso Antunes).
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