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Lista de Questões 2 - PPE

PROVA: 1. A reforma do Estado em muitos países nas últimas décadas, incluindo, neste escopo, a
privatização de empresas públicas em setores de infraestrutura, tornou a regulação um tema
altamente relevante na teoria econômica. Sobre a regulação econômica:
a) apresente as suas principais características;
Resposta obtida em aula: questão de diferença temporal (a priori) e é ativa, porque precisa seguir uma
cartilha. Determina o que vai acontecer. Visa
 
Resposta completa: A regulação econômica reside em corrigir falhas de mercado existentes numa
economia. Essas falhas de mercado podem ser: monopólio natural, concorrência imperfeita, assimetria de
informação, entre outras. Sobre essas falhas, o governo age de maneira a diminuir ou acabar com a falha
fazendo com que haja um aumento do bem estar econômico. As principais características da regulação
econômica residem em dois pontos fundamentais. A primeira diz respeito à diferença temporal, ou seja, a
regulação econômica é feita a priori. Os órgãos governamentais não vão esperar as empresas, que já
tenham uma vantagem de mercado (do tipo de monopólio natural), explorar ao máximo o potencial de
monopólio para agir em sequencia. Muito pelo contrário, o governo sabendo que existe a falha de mercado
age com antecedência para que a exploração por parte da empresa não ocorra. O segundo ponto, diz
respeito ao tipo de politica de regulação. Como o governo age com antecedência, a politica de regulação é
ativa, ou seja, já é predeterminada nos contratos de concessão da exploração do bem ou serviços. E as
empresas tem que seguir a risca tudo que esta determinada no contrato como se fosse uma cartilha, se
não, pode ser considerado um violação de contrato e a empresa perde a concessão de exploração.
Prof. Robson: Para setores particulares é preciso regulação, setores que tem problema de
monopólio natural, no Brasil somente fez sentido quando os setores foram privatizados. As regras
são estabelecidas antes, a priori.

b) destaque as suas principais diferenças com relação às políticas de defesa da concorrência;


Resposta completa: A política de defesa da concorrência visa promover um aumento na concorrência em
mercado monopolizado, oligopolizados ou que haja forte concentração de mercado por parte de uma ou
algumas empresas. Através dela que conselhos governamentais (como é o exemplo do CADE no Brasil)
decidem fusões e aquisições de empresas, julgam processos sobre praticas abusivas ao consumidor ou
praticas que inibem a concorrência. Já as politicas de regulação são aplicadas em mercados onde não há a
possibilidade de concorrência direta, como é o caso dos setores de infraestrutura, onde o monopólio natural
é muito comum. Nesses casos, uma agencia reguladora age sobre um determinado setor ditando o que a
empresa pode e o que não pode fazer, o quanto ela pode cobrar e como vão funcionar os reajustes ao
consumidor, etc.
Prof. Robson: Uma é a priori e a outra a posteriori.

c) discorra sobre os principais tipos de política de regulação aplicados historicamente no mercado


(principalmente regulação da taxa de retorno e price-cap);
Resposta obtida em aula: Taxa de retorno é muito comum em países como os EUA onde de concede uma
taxa de retorno justa e a empresa regulada vai ter a segurança de investir, já que não se envolve riscos (o
governo banca o risco). O problema é que a empresa vai forçar a base de capital e vai tentar justificar para
o governo que tudo na empresa é importante. O price-cap é o preço limite mais um fator X de eficiência.
 
Resposta completa: Historicamente, os EUA é o país mais antigo a utilizar politicas de regulação em sua
economia. Nesse país, o principal tipo de politica de regulação utilizado foi a regulação da taxa de retorno.
Nela, o governo limita a empresa do setor a ter uma taxa de retorno especifica e justa do ponto de vista
econômico. Essa taxa de retorno é aquela em que os agentes econômicos não saem perdendo com seja
eles os consumidores ou a empresa. Este tipo de politica serviu como garantia para as empresas investirem
fortemente no setor com tecnologia e pesquisa. Seria como se o governo, limitando a taxa de retorno,
bancasse os riscos que a empresa teria ao longo de sua existência e ampliação e com isso a empresa
investiria sem maiores problemas já que esse risco ficou para o governo. Porém, há um pequeno problema
nesse tipo de política. A empresa poderia forçar a base de capital dela mesma, fazendo com que o governo
bancasse tudo o que a empresa quisesse, alegando que tudo que a empresa faz é importante. A outra
política de regulação muito usada, principalmente no Brasil, é a politica de price-cap ou preço teto. Neste
tipo de política, a empresa regulada tem um preço que ela pode cobrar por seus serviços ou produtos e todo
ano há um reajuste, chamado de fator X. Esse fator X esta ligado aos ganhos de produtividade que a
empresa adquire quando trabalha no setor. Neste caso com o passar do tempo do price-cap é diminuído o
fator X fazendo com que os consumidores não sejam lesados e não haja lucros exorbitantes. No Brasil, a
politica funciona um pouco diferente porque ao invés do preço cair devido aos ganhos de produtividade (o
fator X) os preços sobem, devido as indexações de contratos aos níveis de inflação.
Prof. Robson: Para infra-estrutura necessidade de tx de retorno, infra estabilizada melhor price-cap.
PROVA: 2. . A mesma reforma do Estado, juntamente com o avanço da globalização econômica e
financeira dos mercados, entre outros desenvolvimentos importantes, tornou a política de defesa da
concorrência altamente relevante para os mais diversos países. Sobre a defesa da concorrência:
a) apresente as suas principais características;
R: A política de defesa da concorrência, como o próprio nome já diz, visa manter os mercados competitivos
e através de ações que promovam maior concorrência entre empresas. Essas políticas se dão através de
órgãos que fiscalizam os mercados para ver se não esta ocorrendo problemas e são diferentes dos órgãos
reguladores, pois nesses órgãos de defesa da concorrência as ações ocorrem a posteriori, ou seja, as
análises e medidas são tomadas após ocorrer o problema em questão. Para tanto, são chamados técnicos,
economistas e juristas para verificar a validade das acusações de que empresa X ou Y esta praticando atos
contrários à concorrência de mercado.

b) discorra sobre importantes falhas de competição que podem ocorrer nos mercados;
R: Há duas grandes áreas de falhas de competição. A primeira é combater e eliminar possíveis falhas de
mercado como Cartel, Truste (conluio), Externalidades Negativas, Preços predatórios, Subsídio cruzado,
Dumping, Barreiras à entrada, Práticas restritivas verticais (holding), Venda casada, Discriminação de
preços, Contratos de exclusividade e Fixação de preços de revenda, entre outros. Todas são importantes,
mas as mais importantes são Cartel, truste, e Práticas restritivas verticais (holdings). No cartel, um grupo de
empresas do mesmo setor, como por exemplo, postos de combustível, combinam uma faixa de preço,
normalmente altas para vender seus produtos ou serviços. No truste, as empresas de um determinado setor
se juntam formando um só, criando assim, uma empresa monopolizadora e com alto poder de precificação
de seus produtos ou serviços. E o holding é a dominância de uma determinada empresa numa cadeia
econômica completa ou semi-completa. O holding é mais fácil de entender quando se usa exemplos.
Quando uma empresa domina uma cadeia produtiva, ou seja, ela controla desde as matérias primas até a
distribuição para o mercado passando pela produção, pode ser caracterizado com holding.

c) discorra sobre a necessidade de se avaliar atos de concentração na atividade econômica.


R: A outra parte fundamental da política de defesa da concorrência diz respeito à avaliação de fusões e
aquisições de empresas. Neste tipo de avaliação, os órgãos desempenham com muita autoridade seu papel
que é o de avaliar e ver os prós e contras de duas ou mais empresas se fundirem ou até mesmo, um
empresa esteja em um processo de aquisição por outra. Isto se torna necessário visto que caso as fusões e
aquisições fossem liberadas sem qualquer regulação ou critério, teríamos uma concentração muito grande
de mercado nas mãos de poucas e grandes empresas, diminuindo assim a concorrência e afetando
diretamente o mercado.

3. Tanto as políticas de regulação quanto as políticas de defesa da concorrência apresentam um


histórico muito distinto entre os Estados Unidos e os países europeus. Discorra sobre esta afirmação
e destaque a importância dessas diferenças históricas nas reformas institucionais e/ou regulatórias
ocorridas nos diversos países nas últimas décadas.
R: Nos EUA há regulação econômica e de defesa da concorrência desde o século XIX. Isso quer dizer que
os EUA têm experiência com politica regulatória a mais de 150 anos. Isso os torna o país com a legislação
mais avançada nesse quesito. A primeira grande lei de regulação foi a Lei Sherman que proibia a formação
de Trustes (Lei antitruste) que é do século XIX. Na Europa as políticas de regulação são muito mais
recentes e só foram implementadas de algumas décadas para cá assim como as políticas de defesa da
concorrência. Neste mesmo período em que a Europa se modernizava enquanto Estado, vários países
entraram nesta onde e também começaram a avançar neste sentido. Um exemplo são os países da
América Latina, em especial o Brasil que da década de 90 criou várias agencias reguladoras e criou órgãos
de defesa da concorrência para melhor e ampliar a competitividade em vários setores da economia
brasileira.

4. Até alguns anos atrás as políticas de regulação e de defesa da concorrência tinham características
e aplicações bastante distintas nos diversos setores da atividade econômica (políticas de regulação,
para setores de monopólio natural ou que produzem externalidades, e políticas de defesa da
concorrência, para os setores potencialmente competitivos). Recentemente, no entanto, essas
políticas estão apresentando novas características e aplicações. Discorra sobre esta afirmação. Dê
exemplos.
R: As políticas de regulação e de defesas começaram a se misturar nos últimos anos. Não há mais setores
em que apenas o órgão de regulação delimita os limites legais da empresa atuas. Os setores estão se
fundindo e gerando empresas que tem capacidade de atuar em vários ramos distintos. Por isso, a
interferência dos órgãos de defesa da concorrência é necessária, pois se deve ter um melhor
acompanhamento dessas empresas e as agencias atuando de modos diferentes não poderiam fazer os dois
ao mesmo tempo. Um exemplo disso é o setor de telecomunicações e energia elétrica. Os setores são
constituídos de monopólio natural (os cabos pertencem a apenas uma empresas) e a distribuição e oferta
de serviços são feita por várias empresas. Neste panorama, o setor tem controle de órgãos regulatórios (No
Brasil a regulação do setor de telecomunicações é feito pela Anatel) e também está sujeito as análises do
órgão que controla a defesa da concorrência (No Brasil esse papel pertence ao CADE). Há também outros
setores de infraestrutura como o de abastecimento de água, internet, etc.

5. Como deve ser conduzida a política (de regulação e de defesa da concorrência) em setores em
transição estrutural. O que acontecerá se a(s) autoridade(s) institucional (is) competente(s)
regular(em) ou liberalizar(em) de forma demasiada o mercado. Dê exemplos.
R: Os setores de transição são aqueles setores que a estrutura não é nem de total monopólio e nem de
concorrência perfeita. Com isso as políticas de regulação e defesa devem atuar nesses setores de maneira
muito justa e concisa ao ponto de acerta na medida certa a dose de regulação para que a empresa não se
sinta intimidada a investir no setor e nem liberada demais para fazer o que quiser. Quando ocorre muita
regulação a empresa se sente presa e inibida a entrar ou investir no mercado. Quando há uma liberalização
maior a empresa toma conta do espaço da do e começa a criar deformações no mercado. Um exemplo de
setor assim é o setor de telecomunicações. Ela esta em uma estrutura de transição entre telecomunicações
e outros serviços como internet, voip, gestão de dados, etc. Para que haja um acerto, o governo tem que
acerta literalmente "na mosca" para conseguir um equilíbrio satisfatório sem que a empresa se sinta
desestimulada e nem muito liberalizada para atuar da forma que quiser.

6. A regulação e a defesa da concorrência apresentam importantes particularidades no setor


financeiro. Discorra sobre esta afirmação, destacando tais particularidades.
R: O mercado financeiro sofreu grandes transformações a partir dos anos 70. Houve a criação de mercados
específicos de risco (hedge), mercado de commercial papers, opções, derivativos em geral, entre outros.
Além disso, houve um impulso no processo de securitização, tornando assim os mercados mais seguros e
desregulados. Contudo, no setor financeiro, a regulação é necessária (vide as crises de 1929 e 2008) e se
dá de maneira diferente. Depois dessas várias crises no setor financeiro, os países resolveram se reunir e
acordar entre eles características, propostas e delimitações ao setor financeiro. Esses acordos foram
chamados de acordos de Basiléia, uma cidade que fica na Suíça. O Basiléia I foi feito em 1988 e teve
principais características: garantir a solidez e a estabilidade do sistema financeiro internacional e assegurar
a competição em condições de igualdade entre os bancos internacionais. Para que os objetivos fossem
alcançados foram tomadas duas medidas importantes: a primeira foi a padronização do conceito de capital
dos bancos e a segunda foi o estabelecimento de requerimentos mínimos de capital. Em 2004 foi feito o
acordo de Basiléia II, que reafirmava o Basiléia 1 e propunha modificações baseados em três pilares
básicos: Requerimento mínimo de capital, avaliação dos supervisores da adequação de capital e divulgação
pública.

7. Nos últimos anos as políticas sociais vêm ganhando espaço na agenda política brasileira. Discorra
resumidamente sobre o avanço desta política no país.
Não será cobrada na prova.

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