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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


NÚCLEO DE PRÁTICA JURIDICA
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO

ABSTRATIVIZAÇÃO DOS EFEITOS DAS DECISÕES DO SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL, NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIO-
NALIDADE

ORIENTANDO –
ORIENTADORA – PROFª

GOIÂNIA
2019
ABSTRATIVIZAÇÃO DOS EFEITOS DAS DECISÕES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL, NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIO-
NALIDADE

Primeiro capítulo apresentado à disciplina Trabalho de Cur-


so II, da Escola de Direito e Relações Internacionais, Curso
de Direito, da Pontifícia Universidade Católica (PUC).
Prof.ª Orientadora –

GOIÂNIA
2019
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................. 00
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 00
CAPÍTULO I – O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DI-
REITO BRASILEIRO..........................................................................00
1.1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ......................................................... 00
1.2. CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................... 00
1.2.1. SISTEMA AMERICANO..............................................................00
1.2.2. SISTEMA AUSTRÍACO..............................................................00
1.3 REFERÊNCIA HISTÓRICA DO CONTROLE DE CONSTITUCIO-
NALIDADE NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS.............................00
CAPÍTULO II – CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE .. 00
2.1. CONTROLE DIFUSO NOS TRIBUNAIS...............................00
2.2. EFEITOS DA DECISÃO.......................................................00
2.2.1. EFEITOS QUANTO AO ASPECTO TEMPORAL................00
2.2.2. EFEITOS QUANTO AO ASPECTO SUBJETIVO................00
2.3. O FUNCIONAMENTO PROCESSUAL DO CONTROLE DIFU-
SO E A ATUAÇÃO DO SENADO..................................................00
CAPÍTULO III – ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO .... 00
3.1. O FENÔMENO DA ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFU-
SO DE CONSTITUCIONALIDADE NAS DECISÕES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL.........................................................................00
3.2. OS BENEFÍCIOS, À CELERIDADE, ECONOMIA E EFICÁCIA
PROCESSUAIS..................................................................................00
3.3. OS PREJUÍZOS À PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO...................00
CONCLUSÃO ......................................................................................... 00
REFERÊNCIAS ...................................................................................... 00
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CAPÍTULO I
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO BRASILEIRO

1.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Antes de adentrar no tema específico do trabalho, é preciso entender al-


guns pressupostos que o circundam, contudo sem exaurir toda matéria. O ordena-
mento jurídico é um sistema que pressupõe ordem e unidade visando à harmonia
num todo. Sendo deflagrada essa harmonia, haverá mecanismos capazes de resta-
belecê-la. Um dos mecanismos na busca da ordem e harmonia do ordenamento ju-
rídico é o controle de constitucionalidade.

Não se pode falar em controle e não se remeter a um dos princípios basi-


lares do Estado Democrático de Direito, qual seja, o princípio da supremacia consti-
tucional, não é adequado usufruir de um mecanismo tão eficaz tendo como parâme-
tro uma lei ou ato normativo infraconstitucional, tem que haver uma hierarquia supe-
rior neste caso a carta magna ocupando o ápice.

Nos ensinamentos de José Afonso da Silva (2014, p.47), o princípio da


supremacia da Constituição denota a estruturação do Estado, a organização de seus
órgãos, é nessa vertente que está a superioridade constitucional em relação as de-
mais normas:

Significa que a constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país,


a que confere validade, e que todos os poderes estatais são legítimos na
medida em que ela os reconheça e na proporção por ela distribuídos. É, en-
fim, a lei suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria estru-
turação deste e a organização de seus órgãos; é nela que e acham as nor-
mas fundamentais de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em re-
lação às demais normas jurídicas.

É inegável a importância que se tem a supremacia da constituição, ao vi-


sar à proteção aos direitos fundamentais de Estado, buscando o bem comum, a or-
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ganização e a prevalência de um Estado Democrático. Destarte, a supremacia se faz


necessária diante das demais normas que compõe o ordenamento jurídico brasileiro,
pois é fundamental uma norma superior para validar outra inferior.

Percebe-se que a Constituição é o ápice da pirâmide, norteando as de-


mais leis e atos normativos infraconstitucionais, elucidando-o o ordenamento jurídico
num todo. Outro elemento primordial que fortalece a supremacia constitucional é
justamente a rigidez da qual terá um procedimento mais sofisticado e dificultoso para
a modificação da Constituição Federal, ou seja, mais solene que o processo legisla-
tivo de normas infraconstitucionais. Trazendo como benefício, por exemplo a proibi-
ção de reformas constitucionais importunas.

Logo, o controle de constitucionalidade é a defesa da Supremacia contra


atos, normas e omissões opostas ao texto constitucional. Intimamente ligado ao
princípio da rigidez. Evidenciando assim a importância deste mecanismo para a
conservação e ordem do Estado Democrático de Direito.

Superado as premissas basilares do controle de constitucionalidade entra


como fator imprescindível, a existência de um ou mais órgãos indicados pela Consti-
tuição competentes para exerce-lo.

Na Constituição de 1988, esse órgão é o Supremo Tribunal Federal, evi-


denciando a centralização das resoluções de controle de constitucionalidade, no Po-
der Judiciário.

Além deste, tem-se ainda outros meios de verificação do controle da su-


premacia constitucional nos demais Poderes da Federação, o legislativo verificará,
por meio das comissões de constituição e justiça, verificando se determinado projeto
de lei não fere a Constituição.

Enquanto no Poder Executivo o controle se passa após a aprovação de


determinado projeto de lei, o Chefe do Executivo deverá sancioná-lo ou vetá-lo. Ao
considerar tal projeto de lei inconstitucional se dá o veto jurídico impossibilitando
dessa forma o ingresso de determinada lei inconstitucional no ordenamento jurídico.
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Deste modo, os Poderes legislativo e executivo quanto ao momento em


que é realizado o controle se dá de forma prévia ou preventiva. Comportando ainda
exceção a regra, na tentativa de criar um projeto de emenda constitucional (PEC)
que tende a abolir cláusula pétrea disposto no artigo 60 da Constituição Federal de
1988, sua mera tramitação é inconstitucional.

Portanto, parlamentares contrários a tal devaneio, tendo o direito líquido e


certo ao devido processo legislativo, deverão impetrar Mandado de Segurança direto
no Supremo tribunal Federal para obstar o andamento da PEC. Deste modo o Su-
premo (Poder judiciário) obstando, estará fazendo controle prévio de constitucionali-
dade.
Já o Poder judiciário, considerado o principal e quiçá mais efetivo modo
de realizar o controle de constitucionalidade e/ou inconstitucionalidade, será realiza-
do de forma repressiva ou posterior por via de exceção no controle difuso e por via
de ação no controle concentrado, tais institutos serão abordados com mais enfoque
adiante.
A exceção ao momento repressivo do controle se encontra quando o Pre-
sidente da República expede decreto regulamentar disposto no artigo 84 da consti-
tuição federal de 1988, excedendo a função regulamentar de determinada lei e cri-
ando uma norma abstrata e genérica.

Por conseguinte, o controle de constitucionalidade é exercido em quais-


quer dos poderes, cada qual com suas peculiaridades, regras e exceções sendo um
mecanismo de extrema relevância, na busca da verificação de compatibilidade e ga-
rantia de conservação de um Estado Democrático frente a constituição.

1.2 NULIDADE x ANULABILIDADE DAS LEIS E ATOS NORMATIVOS

A teoria da nulidade consagrada no sistema americano e adotada no Brasil é


tida como majoritária entre os doutrinadores e juristas brasileiros. Pressupõe que toda
lei em desconformidade com a constituição deve ser expurgada do ordenamento jurídi-
co desde a sua edição.
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De acordo com Luís Roberto Barroso (2012, p.33) se dada lei inconstitucio-
nal puder reger dada situação produzindo efeitos regulares e válidos, isso acarretaria
negatividade de vigência da Constituição neste mesmo período, ocasionando contradi-
ção e sacrificando o postulado sobre o qual se assegura.

Por isso, é fundamento do princípio da supremacia constitucional, que concede


efeitos ex tunc ao declarar a inconstitucionalidade, de modo que, estabelece o
desfazimento brde todos os atos passíveis de retroação ocorrida na vigência da
lei se limitando a reconhecer uma situação preexistente.

Parafraseando a supremacia tem-se como norte a Constituição Americana


que passou a ser notada com superioridade em face da legislação ordinária após o
emblemático caso Marbury v. Madison passando a compatibilizar os demais atos nor-
mativos dos casos concretos com suas normas superiores.

Portanto, o fato de tal decisão ter inaugurado o controle de constitucionali-


dade moderno, evidenciando mais uma vez a força do princípio da supremacia da
Constituição como aborda Luís Roberto Barroso (2012, p. 22).

Marbury v. Madison, portanto, foi a decisão que inaugurou o controle de consti-


tucionalidade no constitucionalismo moderno, deixando assentado o princípio
da supremacia da Constituição, da subordinação a ela de todos os Poderes es-
tatais e da competência do Judiciário como seu intérprete final, podendo invali-
dar os atos que lhe contravenham.

Em regra, não se admite efeitos válidos à lei inconstitucional, devendo com isso
todas as relações jurídicas construídas embasadas nela voltar ao status quo ante. Con-
tudo, na prática algumas situações se tornam irreversíveis e exigem atenuações a teo-
ria da nulidade.
Exemplo disso, a Lei n. 9.868 de 10 de novembro de 1999 ao ampliar a compe-
tência discricionária relativa à pronúncia de nulidade e o caráter retroativo da decisão.

1.2.2 SISTEMA AUSTRÍACO

O modelo europeu inspirado nos ensinamentos de Hans Kelsen, na


Constituição da Áustria de 1920 possuindo uma corte constitucional específica para
fazer essa análise diferente do modelo americano onde o controle se dá de forma
incidental.
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Neste caso o controle ocorre de forma abstrata, ou seja, não depende de


um caso concreto, é uma comparação das normas que são objeto de controle com
as normas constitucionais- se a norma não for compatível com a constituição é
anulada.

Visto que na Europa tem uma tendência em não se ter confiança no ju-
diciário, o modelo adotado foi criar um órgão de controle que está fora da estrutura
do judiciário. O referido órgão decide em um prazo considerado super rápido es-
tando previsto para ser concretizado em 30 dias que pode se estender e se se per-
cebe que a fundamentação não é muito profunda como acontece com outras for-
mas de controle.

1.3 REFERÊNCIA HISTÓRICA DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

É importante expor algumas considerações sobre a evolução histórica do


controle de constitucionalidade nas Constituições brasileiras, permitindo assim com-
preender elementos teóricos que abordem o controle de constitucionalidade no de-
correr da nossa história constitucional.

Nesse sentindo, a Constituição Imperial de 1824 não trouxe a previsão do


sistema de controle constitucionalidade, se tratando da primeira Constituição brasi-
leira e sendo inspirada na Constituição francesa que eram fortalecidas pela supre-
macia do Parlamento. A única forma de controle exercido na época em tese, era pe-
la Assembléia Geral do Império, enfraquecido, pois se tinha um quarto poder que se
tratava do Poder Moderador que possibilitava a faculdade ao imperador de desfazer
os atos praticados pelos outros órgãos que iam a desencontros com sua própria von-
tade. Tornando assim o controle um instituto obsoleto.

Conforme estabelecido no artigo 981, da Constituição de 1824, que ao

1 Art. 98. O P o d e r M o d e r a d o r é a c h a v e d e t o d a a o r g a n i z a ç ã o p o l i t i c a , é d e l e -
g a d o p r i v a t i v a m e n t e a o I m p e r a d o r como Chefe Supremo da Nação e seu primeiro represen-
tante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio, e harmonia dos
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Imperador competia à função de coordenação, devendo manter a independência, a


harmonia e o equilíbrio entre os demais poderes. Atribuindo ao Imperador o papel de
solucionar os conflitos envolvendo os Poderes do Império por meio do Poder mode-
rador, inviabilizando deste modo a função do exercício de fiscalização da constituci-
onalidade das leis pelo Judiciário.

Em 1891, com a promulgação Constituição e inspirado claramente no


modelo norte-americano pelo famoso caso Marbury v. Madison em 1803 nos Esta-
dos Unidos, surge o controle jurisdicional de constitucionalidade de lei ou ato norma-
tivo, exercido por qualquer juiz ou tribunal, desde que observadas às regras de com-
petência, visto hoje como Controle Difuso de constitucionalidade.

Nessa época o Princípio da Separação dos Poderes era visto de forma


mais rígida e respeitável diferente do ocorrido com a constituição anterior, dessa
forma o controle era exercido com mais aptidão. Embora este controle fosse feito de
forma mais branda, já que os juízes e o próprio STF hesitavam em exercer a sua
competência de controle por pensarem estar afrontando a separação dos poderes.

Todavia, em 1893, Rui Barbosa publica um livro intitulado “Os atos in-
constitucionais do Congresso e do Executivo ante a Justiça Federal” fundamentando
de forma detalhada a teoria do controle e evidenciando que atos em conflito com a
Constituição enfraqueciam a Supremacia Constitucional. A partir de então, conside-
rado como principal marco do Controle de constitucionalidade no Brasil, os juízes
começaram a deliberar com certa liberdade da qual não acreditavam deter ao tratar
de Controle antes da referida publicação.

A constituição de 1934 teve como fundamento a Constituição de Weimar


e manteve o sistema difuso de constitucionalidade consagrado no ordenamento an-
terior. Contudo, trazendo importantes inovações para o sistema jurídico brasileiro ao
criar a primeira forma de controle concentrado, a ação direta de inconstitucionalidade
interventiva, conhecida por representação interventiva, cuja legitimidade era exclusi-
va do Procurador-Geral da República.

Desta forma, em caso de ofensa aos consagrados princípios do art. 7º, I,

demais poderes políticos.


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a a h, da Constituição de 19342, detinham uma resolução judicial peculiar nos confli-


tos federativos, conferindo-se ao Supremo Tribunal o poder de efetivar a interven-
ção, ressalvando que para tal feito houvesse a declaração de constitucionalidade da
lei interventiva federal.

Passou a exigir que a declaração de inconstitucionalidade estivesse con-


dicionada à decisão da maioria absoluta dos membros do tribunal (art. 179) 3, criando
assim a cláusula de reserva de plenário objetivando dessa forma decisões mais se-
guras e amadurecidas. Conferindo ao Senado Federal atribuir efeitos erga omnes às
decisões proferidas pelo Supremo tribunal, suspendendo a execução, no todo ou em
parte, de qualquer lei ou ato, ao serem declarados inconstitucionais pelo Poder Judi-
ciário (art.91, VI e art. 96)4.

Inspirado na Constituição polonesa de 1935, a Constituição de 1937 em-


bora tenha mantido o controle difuso de constitucionalidade e os demais direitos
consagrados em constituições anteriores. Foi estabelecido no art. 96, parágrafo úni-
co, que caso houvesse a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma
e a juízo do Presidente da República poderia submetê-la novamente ao exame do
Parlamento, caso fosse necessária ao bem estar do povo ou até mesmo a promoção
ou defesa de interesse nacional. Deste modo, seria primordial a confirmação do Le-
gislativo por dois terços de votos em cada uma das Câmaras, com essa afirmativa a
decisão do tribunal ficaria sem efeito.

Objetivando um modelo fraco de controle, afrontando a separação dos


poderes e logo a autonomia de cada. Evidenciando um enorme retrocesso na Cons-
tituição de 1937, a qual não inovou apenas retrocedeu.

2 Art. 7.º Compete privativamente aos Estados: I - decretar a Constituição e as leis por que se devam
reger, respeitados os seguintes principios: a) fórma republicana representativa; b) independencia e coor-
denação de poderes; c) temporariedade das funcções electivas, limitada aos mesmos prazos dos cargos
federaes correspondentes, e prohibida a reeleição de Governadores e Prefeitos para o periodo immedia-
to; d) autonomia dos Municipios; e) garantias do Poder Judiciario e do Ministerio Publico locaes; f) presta-
ção de contas da administração; g) possibilidade de reforma constitucional e competencia do Poder Legis-
lativo para decretal-a; h) representação das profissões;
3 Art 179. Só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus juizes, poderão os tribunaes declarar a

inconstitucionalidade de lei ou acto do poder publico.


4 Art 91. Compete ao Senado Federal: IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer lei

ou acto, deliberação ou regulamento, quando hajam sido declarados inconstitucionaes pelo Poder Judicia-
rio;
Art 96. Quando a Côrte Suprema declarar inconstitucional qualquer dispositivo de lei ou acto governa-
mental, o Procurador Geral da Republica communicará a decisão ao Senado Federal para os fins do art.
91, n. IV, e bem assim á autoridade legislativa ou executiva, de que tenha emanado a lei ou o acto.
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Resultante do movimento de redemocratização, a Constituição de 1946,


restabeleceu a tradição do controle de constitucionalidade como atribuição típica do
Poder Judiciário consagrada na Constituição de 1934.

A constituição de 1965 (Emenda Constitucional 16 à Constituição de


1946), a representação de inconstitucionalidade passou a ser manejada para fins de
intervenção e para a defesa do sistema jurídico atacando a inconstitucionalidade de
lei em tese (controle concentrado).

Com a imposição da Constituição de 1967, não houve grandes inovações


mantendo ao controle de constitucionalidade brasileiro o sistema difuso e a ação
direta de inconstitucionalidade.

Levando-se em consideração o fato do Brasil sair de um período de Dita-


dura Militar, a Constituição de 1988 ampliou significativamente os mecanismos de
proteção judicial, se destacando os avanços ao tratar de controle de constitucionali-
dade. Uma vez que no período Militar os direitos e garantias fundamentais assumi-
am categorias secundárias.

Sendo necessário dotar os cidadãos do máximo de instrumentos proces-


suais hábeis a tutelar os direitos fundamentais, protegendo-os de normas incompatí-
veis com a Constituição Federal. Fazendo valer a Supremacia Constitucional e a
proteção dos direitos Fundamentais.

Foi preservado o pressuposto da intervenção federal, destinada a verifica-


ção da compatibilidade de direito estadual com os princípios sensíveis dispostos no
art. 34, VII, c/c o art. 36, III, da Constituição Federal. Consagrando o habeas corpus
como instrumento processual destinado a proteger o indivíduo contra atos arbitrários
do Poder Público que restringem o direito de ir e vir de cada cidadão (CF, art. 5º,
LXVIII).

Outro instrumento visando à objetivação dos direitos fundamentos se en-


contra no Mandado de Segurança que se destina a garantir direito líquido e certo
quando oportunamente não for protegido por habeas corpus ou habeas data. Crian-
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do como já mencionado o habeas data que visa garantir o direito de autodetermina-


ção sobre informações.

Um importante avanço no que tange o controle se deu a possibilidade de


impetrar mandado de injunção, remédio especial que pode ser utilizado contra a
omissão de órgão com poder normativo que impeça a efetivação de direito constitu-
cionalmente consagrado. Ao lado do Mandado de injunção foi introduzido o controle
abstrato da omissão.

O grande avanço do advento da Constituição de 1988 se verifica com a


criação da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
federal. Reduzindo o significado de controle de constitucionalidade incidental ou di-
fuso ao ampliar a legitimação da ADI permitindo desta forma que praticamente todas
as controvérsias constitucionais relevantes sejam submetidas ao Supremo Tribunal
Federal por meio do controle abstrato.

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