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CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS NO

PAPEL MILIMETRADO

Laboratório de Física I
Professor Eduardo de Almeida

2021
1
Gráficos no papel milimetrado


Na fıs
́ ica normalmente se estuda a variação entre duas
grandezas, registradas como um par de dados (x,y).

Na mecânica as principais variáveis são posição (x),
velocidade (v), aceleração (a), tempo (t), massa (m) e força
(F).

Na termodinâmica a pressão, volume e temperatura são
grandezas em estudo.

2
Porque apresentar os dados experimentais na
forma de gráficos?

Nas tabelas temos dificuldades em observar algum padrão
de comportamento

Procuramos encontrar alguma relação matemática entre as
grandezas em análise.

4
Gráfico de funções

6
Ligue um gráfico a sua função!

A C ( ) y= A + B x
( ) y= A + B x +C x 2
( ) y= A e x
( ) y= A ln x

D
B

7
Gráfico de funções
y → Equação de uma reta muito
utilizada na física.
→ Dizemos que o
comportamento é linear

y=A+B x

8
Gráfico de funções
y Função parabólica
y = A + B x +C x 2

Com C < 0.
Pode representar o movimento
de um lançamento de projétil.

9
Gráfico de funções
Função exponencial
y = A e cx

→ Decaimento radioativo N = N 0 e− λ t
l constante de desintegração
→ Lei de Beer I = I 0 e−k x

Pode representar o crescimento


da disseminação de um vírus em
uma população
10
Gráfico de funções
Função logaritmo natural
y = A ln x

Pode ser utilizado em


problemas que envolvam
massa variável, como foguetes
m0
v= v 0 +u ln( )
m

11
Gráfico de funções
Função gaussiana (normal)
2
−( x − x̄)
1 2σ
2

ρ ( x )= e
√2 π σ
→ Distribuição de erros aleatórios

12
Gráfico de funções
Função sinc
sin x
y=A
x
Pode ser utilizado no
tratamento de sinais
digitais, como filtros.

13
Gráfico de funções
Função potencial de Yukawa

e− x
y=A
x
Representa o potencial de
interação entre dois núcleos.

14
Gráfico de funções
Função inverso do quadrado da
distância
A
y=

Pode representar a força gravitacional


m1 m 2
F =G

Pode representar a força eletrostática


q1 q 2
F=K

15
Formatação de gráficos

16
Formatação de um gráfico
Foram coletados estes dados
Considere um experimento para experimentais:
verificação da Lei de Ohm
V = Ri V (V) I (A)
20 0,043
25 0,054
32 0,069
54 0,117
81 0,145
98 0,213
106 0,230
110 0,239
17
120 0,260
Formatação de um gráfico

→ Neste gráfico
apresentamos vários erros
que devem ser evitados.

18
Forma correta para se apresentar um gráfico!

Verificação da Lei de Ohm

mA

19
Verificação da Lei de Ohm

V → Os dados ocupam maior


área no gráfico
→ Maior clareza nos valores
das escalas.
→ Aumentou-se a fonte.
mA
→ Mudança na unidade de
corrente de A para mA.
→ Indicação das unidades
logo abaixo das escalas
→ Foi adicionado um título.
→ Pode-se ter legendas e
outras informações que julgar
20
necessário
ATENÇÃO AS ESCALAS

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Sonda Voyager foi lançada em 1977
Revista Science 15/09/2013
“Sonda Voyager deixa o Sistema Solar”
Mas qual é a fronteira do
sistema solar?
Quanto tempo levará para
sair do Sistema solar?
Nuvem de Oort

100 bilhões de cometas


Voyager 1 levou 36 anos
para chegar até aqui!

Quanto tempo mais levará


para chegar nos limites
do sistema solar?
Voyager 1 está no espaço interestelar, mas ainda
está dentro dos limites do sistema solar
Vayager 1 vai levar mais 30 mil anos para sair dos
ELABORAÇÃO DE GRÁFICOS NO PAPEL
MILIMETRADO

26 / 54
Papel milimetrado

A espessura das linhas


indicam suas escala de 1, 5,
10 e 50 mm.

10mm

1mm

5mm
50mm
27
Papel monolog
Y

X = log(z)

Pode ser usado para


linearizar gráficos que
apresentam comportamento
exponencial 28
Papel log log

Não achei figura com resolução


adequada!

Pode ser usado para


linearizar gráficos que
apresentam comportamento
exponencial 29
Exemplo: Lei de Ohm
V = Ri
→ Queremos fazer o gráfico de V versus I. V (V) I (A)
20 0,043
→ Devemos estabelecer a equivalência 25 0,054
entre 1 mm do papel milimetrado e as
32 0,069
respectivas grandezas V e I.
54 0,117
→ Devemos estabelecer uma escala de
81 0,145
equivalência para que o gráfico ocupe a
98 0,213
maior área possível.
106 0,230
110 0,239
120 0,26030
Fator de escala
Fator de escala
comprimento do eixo
λ=
valor máximo medido

22 cm
Fator de escala para a
corrente
300 mm
λI = =1153,8 mm/ A
0,260 A
λ I =1000 mm / A

30 cm
Fator de escala para a
tensão
200 mm
λV = =1,67 mm/ V
120 V
31
λV =(1,5 ou 1,0) mm / V ?
λ V =1,0 mm / V ou 1,5 mm / V ?
120 V
λ V =1,5 mm / V

λ V =1,0 mm / V
120 V
Ponto positivo:
100 Ponto positivo:
60
50 mm corresponde a 50 V.
Permite ocupar maior
Portanto proporciona
área da folha.
facilidade na leitura e 40
inclusão dos dados
50

20

32
Fator de escala, qual escolher?

Avaliamos que:

Ocupar maior área da folha permitirá traçar uma curva com
maior precisão.
● A escala com lv = 1,5 mm/V também é adequada
● Portanto devemos escolher lv = 1,5 mm/V como fator de
escala.

33
Registrando os pontos no gráfico
y =λ v V x =λ I I Observe a inclusão do
V =Ri
ponto (0,0), pois
Y(mm) X(mm)
V (V) I (A) 0 0
20 0,043 30 43 EX:
25 0,054 38 54
y =1,5 mm /V 32 V
32 0,069 48 69
54 0,117
y =48 mm
81 117
81 0,145 122 145
x=1000 mm / A 0,069 A
98 0,213 147 213
106 0,230
x =69 mm
159 230
110 0,239 165 239
34
120 0,260 180 260
EX: As divisões da escala
y =λv V EX:
mm x= λ I I
y =1,5 20 V
V mm mm
y =30 mm I(A) I(mA) x(mm) λ I =1000 =1
A mA
0,050 50 50
V (V) y(mm)
0,100 100 100 mm
20 30 x=1 50 mA
0,150 150 mA
40 60 150
0,200 200 200
60 90 x =50 mm
0,250 250 250
80 120
100 150
120 180

35
Os primeiros pontos
V (V) I (A) Y(mm) X(mm)

0 0

20 0,043 30 43

25 0,054 38 54

32 0,069 48 69

Interpretação: em y = 30 mm
corresponde a uma tensão de
20 V. Em x = 43 mm
corresponde a uma corrente de
0,043 A ou 43 mA. 36
Adicionar unidades e as marcações de escala

120 Tensão (v)

100

80

60

40

20

I [mA]
37
0 50 150 200 250
100
O gráfico pronto!

120 Tensão (v)

100

80

60

40

20

I [mA]
38
0 50 150 200 250
100
As marcações na escala
Tensão (v)

Porque não adotar marcações a cada


50V ? 100

R: Porque o valor de 50 V não


coincide com uma das principais
divisões do papel milimetrado e
também porque ficará com poucos 50
valores indicativos na escala,
apenas 0, 50 e 100 V.

39
0 50 100
Formas de registrar o ponto

→ Registrado na forma
de cruz
y2

y1
→ Registrado na forma
de um quadrado
x1 x2 40
ANÁLISE DO GRÁFICO

41
Análise do gráfico
120
→ Qual o comportamento dos 100
dados experimentais? 80
60
→ Neste caso observamos um 40
comportamento linear, ou seja, 20
podemos traçar uma reta da
forma 0 50 100 150 200
y=A+B x
y=A+B x
→ Comparamos com a previsão teórica
V = Ri V =0+ Ri
42
Equação da reta
y=A+B x
y
Para x = 0 obtemos o coeficiente
linear A
A y 0= A

No exemplo da figura ao lado A


= 1. Quando se tratar de dados
experimentais devemos nos
x atentar as unidades.

43
Equação da reta y=A+B x

→ Determinar o coeficiente angular B


y
Método 1: dados (y0, x0) e A
y 0− A
A B=
x0
Método 2: dados (y0, x0) e (y1, x1)
y 0= A + B x 0 y 1= A + B x 1

x y 1− y 0 = B ( x 1 − x 0 )

( y 1− y 0 )
B=
→ Experimentalmente damos preferência ao ( x 1− x 0 )
método 2 para determinação do coeficiente 44
angular.
Equação da reta ( y1− y 0 )
B=
( x1− x 0 )

y EXEMPLO:
C =( x 0 , y 0 )=(1,2)
Δ y=5−2 D=( x 1 , y 1 )=( 4,5)

(5−2)
Δ x= 4−1 B= B=1
( 4−1)

x Os pontos C e D devem ser


escolhidos considerando alguns
critérios que veremos a frente. 45
Equação da reta ( y1− y 0 )
B=
B=1 ( x1− x 0 )

y CO Δ y
tan α = =
Δ y=5−2 CA Δx

B= tan α
Δ x= 4−1
Portanto, B representa a
inclinação da reta.
x
46
Exemplos

47
Análise do gráfico

→ Já temos os dados experimentais 120


registrados no gráfico. 100
80
→ Observamos um comportamento 60
linear 40
→ Próximo passo: traçar uma reta 20
média
0 50 100 150 200
→ Traçar uma reta que melhor
representa os dados experimentais → Deve-se utilizar uma régua
transparente
→ Neste exemplo o ponto (0,0) faz → Em alguns casos pode acontecer
parte do gráfico como uma condição da reta não passar por nenhum
teórica, então a reta deve iniciar na ponto, exceto a origem quando esta
48
origem. for uma exigência.
A melhor reta!

Cada um pode traçar uma


reta ligeiramente diferente,
mas não pode ser muito
diferente desta.

49
O coeficiente angular!
Escolher dois pontos do
traçado e construir o D
triângulo retângulo.

Os pontos C e D não
podem ser pontos
experimentais.

50
50 mm
Devemos escolher um ponto V=
1,5 mm/ V
=33,33

por onde o traçado da reta


passa precisamente por ele.

33,3 V

50 mm

51
68 mA
Determinação do coeficiente angular

146 mm
Δ y=96 mm

Δy

96 mm
ΔV =
λv
96 mm
ΔV =
1,5 mm / V

Δ V =64 V
50 mm 132 mm
Δx ΔV
Δ I= Δ I =0,132 A B=
λI ΔI
132 mm 52
Δ I= B=484,8 V / A
1000 mm / A
Análise do gráfico
→ Podemos dizer então que a 120
tensão e a corrente apresentam 100
uma relação linear, 80
aproximadamente dada pela 60
relação 40
V 20
y=A+B x y =0+ 484,8 x
A
0 50 100 150 200
→ Comparamos com a previsão teórica
V = Ri V =0+ R i → Determinamos a resistência
elétrica através do registro dos
V dados experimentais em um gráfico
R=484,8 V / A =Ω
e do traçado de uma curva pelos
A
R=484,8 Ω pontos experimentais. 53
Ajuste de escala quando (0,0) não faz
parte do gráfico
Considere os dados experimentais: Note como os dados experimentais
v Yv ocupam somente a metade superior da
v t (s) folha. Neste caso devemos fazer um
(m/s) (m/s) (mm) ajustes na escala.
20,6 0 20,6 103
24,5 1,31 24,5 122,5
32,5 3,72 32,5 162,5
36,6 5,20 36,6 183
200 mm
λ= =5,4
36,6
λ =5 Y v =λ V 54
Ajuste de escala quando (0,0) não faz
parte do gráfico
Neste caso definimos o fator de
escala como sendo: Depois de calcular Yv (mm) fazemos
comprimento do eixo
uma translação de eixos
λ= Y ' v =Y v ± Y v ( mínimo)
valor máximo medido − valor mínimo
200 mm
λ=
36,6−20,6
=12,5 λ =10
Y v =λ V Neste exemplo: Y v (mínimo )=200 mm

v (m/s) Yv (mm) Y’v (mm)


20,6 206 6
24,5 245 45
32,5 325 125
36,6 366 166
55
FIM

56

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