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APOSTILA DE CINESIOLOGIA

Cinesiologia - A Importância dos


Movimentos
A Cinesiologia é a ciência que estuda os movimentos humanos.
Através dela podemos perceber e compreender muitas coisas que
ocorrem na nossa vida, podendo assim torná-la melhor.

Qual a primeira impressão que se tem ao olhar um pequeno gatinho


parado e enrolado? Está sem vida! Mas, a partir do momento que se
constata que seu abdômen sobe e desce, conclui-se que ele apenas
dorme tranqüilamente. Então, movimento é vida! Não há como viver sem
ele.

Nossos movimentos são possíveis pela ação muscular. É através da


contração dos músculos que o ser humano é capaz de realizar façanhas
extraordinárias, como saltar 2,45 metros de altura, pular mais de 8 metros
de distância, correr 100 metros em menos de 10 segundos, terminar uma
maratona em pouco mais de 2 horas, levantar mais que o próprio peso
corporal no halterofilismo, realizar vários giros no ar na ginástica, saltos
ornamentais ou no skate. Acariciar alguém, pintar um quadro, dançar uma
valsa, também são exemplos desse magnífico controle que temos sobre
os músculos. Ações inconscientes, como controlar o fluxo sanguíneo
para nossos órgãos, arrepiar os pêlos ao sentir frio, regular o foco da
visão, ou simplesmente sorrir são possibilitadas pela ação dos nossos
músculos.

Entretanto, esta maravilha que protege órgãos, faz com que possamos
nos expressar, dá forma ao corpo, ou coloca pão na mesa do trabalhador,
precisa ser exercitada, precisa ser usada com intensidade razoável, sob
pena de falir.

Então, devido ao o extremo avanço tecnológico conseguido pelo Homem,


nossas vidas tornaram-se muito mais confortáveis, porém essa
tecnologia substituiu o duro trabalho dos nossos músculos.
É muito melhor apertar um botão do que descer na chuva para abrir um
portão. Quem trocaria sua TV de controle remoto por outra que obriga a
pessoa sair de sua confortável poltrona toda vez que quiser trocar de
canal?
Só que esta "lei do mínimo esforço" traz inúmeros problemas ao
indivíduo.
Devido à insuficiente utilização diária dos músculos do corpo, temos este
importantíssimo sistema corporal atrofiando, ou seja, entrando em
falência. Quando não são colocados para trabalhar durante muito tempo,
enfraquecem tanto que tornam a simples atividade comum de um dia algo
cansativo. Ficar em pé, subir lances de escada, apoiar-se numa perna só
durante o banho, ou trocar o gás de casa, tornam-se tarefas difíceis.
Por isso,  coloque seus músculos para funcionar. Torne sua vida mais
ativa e logo verá os benefícios físicos e psicológicos.

Um dia tem 24 horas e, normalmente, utilizamos 8 horas para dormir, 8


horas para trabalhar e 8 horas para as demais atividades. Dificilmente não
encontraremos nessas 8 últimas horas citadas um espaço de 30 minutos,
3 vezes por semana para que possamos investir em nós mesmos.
Utilize esse tempo para movimentar-se com uma intensidade maior do
que comumente faz. Caminhar ou pedalar uma bicicleta são apenas 2
exemplos das incontáveis atividades que podem deixar você mais ativo
do que é hoje. 
Movimente-se e seus músculos agradecerão por lembrar deles!

O QUE É CINESIOLOGIA

A Cinesiologia é a ciência que estuda e analisa o movimento.


O nome Cinesiologia vem do grego:
kínesis = movimento
logos = tratado, estudo.

A finalidade da Cinesiologia é compreender as forças que atuam sobre o


corpo humano e manipular estas forças em procedimentos de tratamento tais que
o desempenho humano possa ser melhorado e lesões adicionais possa ser
prevenidas.

Embora os humanos tenham sempre sido capazes de ver e sentir as suas


posturas e movimentos, as forças que afetam os movimentos (gravidade, tensão
muscular, resistência externa e atrito) nunca são vistas e raramente são sentidas.

Conhecer onde essas forças atuam, em relação a posições e movimentos do


corpo no espaço, é fundamental para a capacidade de produzir movimento
humano e modificá-lo.

Nossos movimentos são possíveis pela ação muscular. É através da


contração dos músculos que o ser humano é capaz de realizar façanhas
extraordinárias como:
- saltar 2,45 metros de altura;
- saltar mais de 8 metros de distância;
- correr 100 metros em menos de 10 segundos;
- realizar vários giros no ar na ginástica;
- dançar.

Ações inconscientes, como controlar o fluxo sanguíneo para nossos órgãos,


arrepiar os pêlos ao sentir frio, regular o foco da visão, ou simplesmente sorrir
também são possibilitadas pela ação dos nossos músculos.

Segundo Dângelo e Fatini (1988):

Anatomia: a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e


o desenvolvimento dos seres organizados. É o estudo das estruturas e organização
dos seres vivos, tanto externa quanto internamente
Significa: ana = em partes / tomein = cortar

Biomecânica: A biomecânica é o estudo do movimento e do efeito das forças


internas e externas de um corpo baseado em análises quantitativas e qualitativas,
utilizando parâmetros como: velocidade, direção, quantidade de força, etc.

Ciência que estuda os mecanismos dos sistemas biológicos, permitindo que o


homem, através de análises dos movimentos, e sem omitir as influências
bionergéticas, possa aprimorar o seu domínio psicomotor.

Cinesiologia: Significa estudo do movimento. Vem do grego knesis, que


significa movimento.

As características e descrição do movimento fazem parte da cinesiologia,


que complementa a abordagem descritiva da origem do deslocamento.

Fisiologia: estuda o funcionamento da articulação através da nutrição,


irrigação, inervação das estruturas envolvidas, etc.
Ou seja, a anatomia estuda as estruturas e a cinesiologia os movimentos
possivelmente realizados por esta tal estrutura.

Aristóteles (384-322 A.C.) é considerado o "pai da Cinesiologia".

Arquimedes (287-212 A.C.), através dos princípios hidrostáticos explicou


como os corpos flutuam, e sua teoria é serve de base para os estudos da
Cinesiologia aplicada por exemplo, na natação.

Devido à sua própria característica, a Cinesiologia é uma ciência


interdisciplinar, pois mantém estreita interação com a Fisiologia, Anatomia,
Antropologia, Mecânica e, mais recentemente, com a Psicologia.

CINESIOLOGIA

Grosseiramente definida como a ciência do movimento humano.


Do grego:      Kinena: mover
           Logos: estudo
“A ciência que estuda o movimento”

Tem ramificações que atingem muitos campos de estudo, como a


anatomia, fisiologia, mecânica, física e matemática. Relaciona-se também
com setores da ortopedia, neurologia e psicologia; bem como com a
patologia.

OBJETIVO DE ESTUDO

O objetivo de estudar a cinesiologia é compreender as forças que agem


sobre o corpo humano para que a ação humana possa ser melhorada ou
evitar-se lesões. Embora as pessoas sempre sejam capazes de ver e
sentir suas posturas e movimentos, as forças que afetam o movimento
nunca são vistas e raramente sentidas.

REVISÃO DA ANATOMIA

TRONCO

As vértebras, o esterno e as costelas constituem a porção do tronco do


esqueleto axial.
A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, sendo 24 vértebras
separadas e acolchoadas pelos discos intervertebrais, 05 vértebras
sacrais que se fusionam na vida adulta para formar o osso sacro e 04
vértebras coccígeas que se unem firmemente para formar o cóccix. Estas
últimas são chamadas vértebras fixas.

VÉRTEBRAS CERVICAIS

São as menores vértebras, possuindo corpos de forma umas tanto


oblongas e sendo mais largas no diâmetro lateral do que no diâmetro
antero-posterior.  As duas primeiras vértebras cervicais (atlas e áxis) são
diferentes das demais.  A sétima vértebra possui um processo espinhoso
proeminente e longo, podendo ser sentido na base da cervical.

VÉRTEBRAS TORÁCICAS

Os corpos das vértebras são mais compridos e mais arredondados do


que aqueles das vértebras cervicais. As vértebras torácicas possuem
duas características distintas:
- um longo processo espinhoso que se dirige para baixo; e
- seis superfícies, três em cada lado, para a articulação com as costelas.

VÉRTEBRAS LOMBARES
As vértebras lombares são as maiores e mais fortes dos diferentes tipos.
Suas várias projeções são curtas e espessas e os processos espinhosos
são modificados para a inserção dos poderosos músculos do dorso.

SACRO E CÓCCIX

O sacro é um osso triangular, discretamente curvado, localizado na base


da cavidade pélvica entre os dois ossos que compõem a pelve.  Acima se
articula com a quinta vértebra lombar. O cóccix se articula com a
extremidade inferior do sacro. Esta articulação permite um ligeiro
movimento no momento do parto.
A COLUNA VERTEBRAL

No embrião, a coluna vertebral mostra uma única curva em forma de C


com a superfície convexa dirigida para a porção posterior.  Após o
nascimento, o aumento da cabeça cria, na região cervical, uma curvatura
de superfície convexa endereçada para a porção anterior. Posteriormente,
ao adquirir a postura ereta, cria-se na região lombar uma curvatura de
superfície convexa endereçada para a porção anterior.

FUNÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL

Além das funções de suporte, movimento do corpo e proteção da medula


espinhal, a coluna vertebral é constituída de maneira a suportar forças de
compressão muitas vezes superiores ao peso do corpo. Os discos
intervertebrais agem como “colchões”, amortecedores de choque,
reduzindo vibrações ou pressões sobre a coluna vertebral e cérebro.

A CINTURA PÉLVICA

Suporta o tronco e fornece ligação para os MMII. O par de ossos da


cintura pélvica consiste originalmente em três ossos: o ílio, o ísquio e o
púbis.  Os dois ossos articulam-se anteriormente ao nível da sínfise
pubiana; posteriormente, eles articulam-se ao osso sacro. O anel ósseo
assim formado é denominado pelve.

ÍLIO - ÍSQUIO

A porção maior e mais superior da pelve é o ílio, que forma a


proeminência superior.  Sua crista projeta-se na espinha ilíaca ântero-
superior e na espinha ilíaca ântero-inferior. A porção mais forte do osso
pélvico é o ísquio, ligeiramente orientado para trás. Ele forma a
tuberosidade isquiática arredondada que suporta o peso do corpo na
posição sentada.

PÚBIS - ACETÁBULO

O púbis é superior e ligeiramente anterior ao ísquio. Entre o púbis e o


ísquio está o forâmen obturador. Na face lateral do osso da pelve, logo
acima do forâmen obturador, está a profunda cavidade
chamada acetábulo. Todas as três porções da pelve se unem nesta
depressão. O acetábulo recebe a cabeça do fêmur, formando a articulação
do quadril.
O TÓRAX

A porção do tronco constituída pelo esterno, cartilagens costais,


costelas, e corpos das vértebras torácicas é apropriadamente chamada
tórax. Esta caixa óssea encerra e protege os pulmões e outras estruturas
da cavidade torácica. O tórax também oferece suporte para os ossos da
cintura escapular e membros superiores. Na vida adulta possui uma
forma de cone com base ampla.

ESTERNO

O “osso do peito” divide-se em três partes – de cima para baixo, o


manúbrio, o corpo, e o apêndice xifóide. Os dois primeiros possuem
semelhança com o cabo de uma espada. Não existem costelas ligadas ao
apêndice xifóide, mas o manúbrio e o corpo possuem incisuras em
ambos os lados para conexão com as sete primeiras cartilagens costais.
Na região superior e externa, o manúbrio do esterno articula-se com a
clavícula. Entre os dois pontos de articulação está a incisura jugular ou
supra-esternal, facilmente sentida através da pele. Ligados ao apêndice
xifóide estão o diafragma, a linha alba, e o músculo reto abdominal.
 
 COSTELAS

Os doze pares de costelas são denominados de acordo com sua ligação


anterior. Os sete pares superiores articulam-se diretamente com o
esterno e são chamados costelas verdadeiras. Os cinco pares inferiores
articulam-se com o esterno apenas indiretamente e são chamados falsas
costelas. As cartilagens costais do oitavo, nono e décimo pares de
costelas são ligadas às cartilagens da costela acima. A décima primeira e
décima segunda costelas “falsas” têm um segundo nome, costelas
flutuantes, já que suas extremidades anteriores são completamente livres.
A extremidade posterior de uma costela típica apresenta uma cabeça
arredondada para a articulação com as superfícies articulares do corpo
das vértebras torácicas. As costelas de número 2 a 9 articulam-se cada
uma entre os corpos adjacentes de duas vértebras. As cabeças das
costelas de número 1, 10, 11 e 12 articulam-se com um único corpo
vertebral. Uma saliência lateral ou tubérculo, localizado abaixo da cabeça
e colo, na extremidade posterior da costela, articula-se com a superfície
articular de um único processo transverso torácico.
A partir das inserções vertebrais posteriores, as costelas curvas inclinam-
se para baixo e para fora, aumentando assim o tamanho da cavidade
torácica; contudo a margem anterior da cavidade é consideravelmente
mais alta do que a margem posterior, porque a extremidade posterior do
esterno está no nível da décima vértebra torácica e não da décima
segunda, e porque as cartilagens costais das falsas costelas estão
necessariamente dirigidas para cima em direção ao esterno.

ESQUELETO APENDICULAR

Os ossos dos Membros Superiores

Estão incluídos os ossos da cintura escapular, braço, antebraço, punho,


mão e dedos.
A clavícula é um osso longo e delgado localizado na base do pescoço
logo abaixo da pele e anteriormente à primeira costela. Os dois terços
mediais da clavícula estão encurvados para frente, enquanto que um
terço lateral está encurvado para trás. Esta unidade medial articula-se
com o manúbrio do esterno, e a extremidade lateral com o processo
acromial da escápula. A articulação entre a clavícula e o esterno é a única
articulação entre o membro superior e o tórax.
A escápula é um osso grande, achatado, triangular, localizado na porção
dorsal do tórax, cobrindo a área da segunda até a sétima costela. O
processo coracóide da escápula é uma projeção que se origina na
superfície anterior da borda superior. Ele serve de origem para alguns
músculos que movimentam os ombros. A apófise acromial (acrômio) é o
ponto da escápula que se articula com a extremidade lateral da clavícula.
O úmero é o osso longo do membro superior. Sua cabeça é arredondada
e ligada ao resto do corpo pelo colo anatômico. A porção superior do
osso possui duas proeminências, os tubérculos maior e menor, que
servem de inserção para muitos dos músculos do MMSS. A goteira
bicipital está localizada entre os tubérculos e contém os tendões de parte
do músculo bíceps.
O colo cirúrgico do úmero – assim chamado porque é o local onde a
maioria das fraturas acontece nos velhos – localiza-se abaixo dos
tubérculos. No corpo, inferiormente ao colo, está a tuberosidade deltóide
do lado lateral.
A extremidade distal do osso torna-se achatada e termina nos epicôndilos
medial e lateral. A superfície articular da extremidade distal no úmero é
formada pelo capítulo, uma superfície arredondada e lisa que se articula
com o rádio, e a tróclea, uma área com a forma de roldana que se articula
com a ulna. A superfície anterior da extremidade distal é a fossa
coronóide; a superfície posterior é a fossa olecraniana. Ambas as fossas
servem para receber os processos do mesmo nome na ulna.
A ulna é o osso medial mais longo do antebraço. Seu eixo é triangular e a
extremidade inferior (distal) do osso é conhecida como cabeça. A cabeça
articula-se com o disco articular triangular do punho e, posteriormente à
cabeça, pode ser encontrado o processo estilóide.
O rádio articula-se com a ulna por uma membrana interóssea que cruza a
área entre os eixos dos dois ossos. Está localizado lateralmente à ulna. A
cabeça radial articula-se com o capítulo do úmero. O eixo possui uma
tuberosidade no lado medial que serve para inserção do bíceps. A cabeça
da ulna se encaixa na incisura ulnar, na extremidade distal do rádio. O
processo estilóide do rádio é maior do que o processo estilóide da ulna e
articula-se com os ossos do punho.
Os ossos do punho são chamados carpianos e estão situados em duas
fileiras, cada uma com quatro ossos. Na fileira proximal, de dentro para
fora, encontra-se o pisiforme, o piramidal, o semilunar, e o escafóide. Na
fileira distal, de dentro para fora, localiza-se o hamato, o capitato, o
trapezóide, e o trapézio.
A palma da mão consiste em cinco ossos metacarpianos, cada um com
uma base, um eixo e uma cabeça. Os metacarpianos não se dispõem
paralelamente, mas, em vez disso, radiam-se do punho como raios de
uma roda e articulam-se com as falanges proximais dos dedos. Cada
dedo (excluindo o polegar) possui três falanges – uma proximal, uma
média, e uma terminal ou distal. O polegar possui apenas duas falanges –
uma proximal e outra distal.

Os ossos dos Membros Inferiores

FÊMUR

Palavra latina que identifica “osso da coxa”; sua extremidade superior


forma uma cabeça arredondada, que se projeta medialmente para cima
articulando-se no acetábulo. Na extremidade inferior, alargada,
encontramos os côndilos, lateral e medial, separados pela fossa
intercondileana. Nesta extremidade o fêmur articula-se com a tíbia,
formando a articulação do joelho.

PATELA

O “capuz do joelho” é um osso sesamóide pequeno, achatado e triangular


localizado anteriormente à articulação do joelho e está no interior do
tendão do músculo quadríceps femoral. A única articulação é com o
fêmur. A patela é móvel e serve para aumentar a ação de alavanca dos
músculos que estendem o joelho.

TÍBIA
É o maior osso da perna; sua extremidade superior consiste em duas
largas eminências de superfícies côncavas onde se articulam os dois
côndilos femorais. A extremidade inferior é menor e prolonga-se com o
maléolo medial. Lateralmente a esta projeção está a superfície de
articulação com o tálus, formando a articulação do tornozelo. A tíbia
também se articula lateralmente com a fíbula em ambas extremidades.

FÍBULA

É um osso delgado, dispondo-se paralela e lateralmente à tíbia.  Sua


extremidade superior não alcança a articulação do joelho, mas articula-se
com a tíbia através de sua cabeça.  A extremidade inferior termina numa
apófise pontiaguda ou maléolo lateral.  Nesta extremidade articula-se com
o tálus.

OSSOS DO PÉ

 Os ossos do tarso consistem em um grupo de sete pequenos ossos


dispostos nas porções anterior e posterior do pé.  A porção posterior
consiste nos ossos calcâneo, tálus, navicular e cubóide.  A porção
anterior do pé consiste nos cuneiformes medial, intermédio e lateral;
metatarsianos (1º, 2º, 3º, 4º e 5º) e falanges.

ARTICULAÇÕES

TIPO MOVIMENT
ARTICULAÇÃO O
Intervertebral Deslizament Flexão e
o Extensão
Diartrodial do tronco
Atlantoaxial Pivô Rotação do
Diartrodial atlas sobre o
áxis
Sacroilíaca Sínfise Limitado
Sínfise púbica Sínfise Ligeira
Anfiartrodi Movimentaçã
al o
Quadril Esfera e Flexão,
Ombro Suporte extensão,
Diartrodial abdução,
adução,
rotação,
circundução
Joelho Dobradiça Flexão e
Cotovelo Diartrodial Extensão
Tibiofibular Deslizament Deslizamento
Rádio-ulnar o
Diartrodial
Talocrural Dobradiça
Dorsiflexão
(tornozelo) Diartrodial
Flexão
plantar
Intertarsal Deslizament Deslizamento
Intercarpal o
Diartrodial
Tarsometatarsiana Deslizament Deslizamento
Carpometacarpian o
a Diartrodial
Metatarsofalangian Condilóide Flexão,
a Diartrodial extensão,
Metacarpofalangea abdução,
na adução
Interfalangiana Dobradiça Flexão
Diartrodial Extensão
                                                                                                                   
                                                         Movimentos                                     Descri
ção

Flexão Aproximação de superfícies ósseas. Diminuição do ângulo entre


dois ossos
Extensão Afastamento de superfícies ósseas.
Aumento do ângulo entre dois ossos.
Abdução Afastamento de um segmento do corpo do plano mediano (linha
mediana)
Adução Aproximação de um segmento do corpo ao plano mediano (linha
mediana)
Rotação Movimento do osso em torno de seu próprio eixo central

Circundução Movimento do osso de modo que a extremidade dele descreva um


círculo
Supinação Movimento dos ossos do antebraço de modo que o rádio e a ulna
fiquem paralelos. Realizado com o cotovelo fletido.
Pronação Movimento dos ossos do antebraço de modo que o rádio se
sobreponha à ulna. Realizado com o cotovelo fletido.
Eversão Movimento do pé para fora em relação a seu plano mediano.
Acontece na articulação subtalar
Inversão Movimento do pé para dentro em relação a seu plano mediano.
Acontece na articulação subtalar.
                                                                                                                               
      
   

MENSURAÇÕES GONIOMÉTRICAS
O goniômetro é um instrumento usado para medir o ângulo numa
amplitude de movimento articular limitada por doença, lesão ou desuso.
O registro é valioso para determinar a extensão da incapacidade, a
assistência futura e, quando repetido a intervalos regulares, a eficácia
dos procedimentos usados para obter uma função normal no processo de
reabilitação. O goniômetro é freqüentemente usado para medir as
amplitudes das articulações dos ombros, quadris e extremidades, e para
os movimentos do tronco, pescoço e cabeça usa-se uma fita métrica para
registrar a limitação dos movimentos.
             O sistema de medição baseia-se no meio círculo, de 0 a 180
graus.  A posição anatômica do corpo foi estabelecida como ponto zero,
com exceção da rotação de quadril e ombro, assim como da supinação e
pronação do antebraço. Após medir uma articulação com movimento
limitado, se aquela do lado oposto do corpo não estiver afetada, a mesma
deverá ser medida para determinar a amplitude normal para esse
indivíduo em particular.

PRINCÍPIOS DE ALAVANCAS

MÁQUINAS SIMPLES:

Uma máquina é um instrumento que possibilita que uma força aplicada


supere uma resistência dada.
O uso de uma máquina geralmente permite que a magnitude da
força aplicada seja menor do que aquela da resistência que a supera, ou,
quando isso não acontece, faz com que a força possa ser aplicada mais
convenientemente.
As alavancas são exemplos de máquinas simples de uso comum na
vida diária; seus princípios também são utilizados na produção de
movimentos no corpo humano.
ALAVANCAS

    Uma alavanca é uma barra rígida que é capaz de mover-se ao redor de


um ponto fixo.

Componentes de uma alavanca:

               Ponto fixo chamado Ponto de apoio (PA)


               Força ou Esforço (F ou E)
               Peso ou Resistência (P ou R)

               A distância entre o ponto de apoio e o ponto de aplicação do


esforço é chamada de Braço do Esforço.
               A distância entre o ponto de apoio e o ponto de aplicação da
resistência é chamada de Braço da Resistência.

O trabalho é feito quando uma força ou esforço (F, E) aplicada num


ponto na alavanca, agir sobre outra força ou peso (P, R), agindo num
segundo ponto na alavanca.
A alavanca é representada no corpo humano por um osso que pode
movimentar-se ao redor de um ponto de apoio formado nas superfícies
articulares; o esforço que faz a alavanca funcionar é fornecido pela força
da contração muscular, aplicada no ponto de sua união ao osso,
enquanto que a resistência pode estar tanto no centro de gravidade do
segmento movimentado quanto na do objeto a ser transportado ou
erguido.

Existem três Ordens ou Classes de alavancas, cada uma caracterizada


pelas posições relativas do ponto de apoio, esforço e peso.

ALAVANCA DE 1ª ORDEM – ALAVANCA INTERFIXA – ALAVANCA DE


EQUILÍBRIO

Caracterizada por apresentar o ponto de apoio entre o esforço e a


resistência (peso); pode estar situado centralmente, ou na direção do
esforço ou da resistência (peso), conseqüentemente, os braços do
esforço e da resistência podem ser iguais, ou um pode ser maior que o
outro em comprimento.

ALAVANCA DE 2ª ORDEM – ALAVANCA INTERRESISTENTE –


ALAVANCA DE FORÇA OU DE ESFORÇO
    Caracterizada por apresentar a resistência (peso) entre o ponto de
apoio e a esforço (força), e o braço do esforço deve, portanto, sempre
exceder o braço de resistência em comprimento.
     BE > BR
ALAVANCA DE 3ª ORDEM – ALAVANCA INTERPOTENTE – ALAVANCA
DE VELOCIDADE

    Caracterizada por apresentar o esforço (força) entre o ponto de apoio e


a resistência (peso), e o braço da resistência deve, portanto, exceder o
braço do esforço em comprimento.

VANTAGEM MECÂNICA
    Refere-se à vantagem que se obtém ao usar uma alavanca; permitindo
que uma resistência possa ser vencida com menor esforço.        A
Vantagem mecânica é a proporção da Resistência ao Esforço, sendo
expressa assim:    V.M. = R / E
    Quando o braço de resistência é igual ao braço do esforço, em
comprimento, será necessário um esforço de magnitude igual à da
resistência, para deslocá-la. Neste caso nenhuma vantagem é ganha, mas
este tipo de máquina é útil para medir ou comparar pesos, como por
exemplo, na balança comum.
    Porém, se o comprimento do braço de esforço for maior do que o do
braço da resistência, será necessário um menor esforço para conseguir o
deslocamento do peso, e será ganha uma vantagem mecânica.
    Obteremos Vantagem Mecânica em alavancas de 1ª ordem quando o
ponto de apoio está mais próximo da resistência do que do esforço,
configurando um braço de esforço maior.
    Também conseguimos Vantagem Mecânica em todas as alavancas de
2ª ordem.
    A Vantagem Mecânica nunca é conseguida em alavancas de 3ª ordem,
porque apresentam o braço da resistência maior do que o braço do
esforço.
    Nas alavancas onde encontramos o braço da resistência maior do que
o braço do esforço observa-se uma Desvantagem Mecânica, como nas
alavancas de 1ª ordem, quando o ponto de apoio está mais perto do
esforço do que da resistência, e em todas as alavancas de 3ª ordem.

ALAVANCAS DO CORPO HUMANO

    Exemplos de todas as três ordens de alavancas são encontrados no


corpo humano, mas as de 3ª ordem são as mais numerosas.
    Alavanca de 1ª Ordem: A característica desta ordem de alavancas é a
estabilidade, e um estado de equilíbrio pode ser conseguido com ou sem
vantagem mecânica.
    Um exemplo deste tipo de alavanca é demonstrado durante os
movimentos com a cabeça; o crânio representa a alavanca; as
articulações atlanto-occipitais, o ponto de apoio. A resistência está
situada anteriormente (face e mandíbula, somando-se a força da
gravidade); o esforço é fornecido pela contração dos músculos
posteriores, na região cervical.
    Um outro exemplo está nos movimentos de inclinação posterior ou
retroversão da pelve com apoio nas cabeças femurais.

    Alavanca de 2ª Ordem: Esta é uma alavanca de força, onde sempre


deverá haver uma vantagem mecânica. É um tipo de alavanca incomum
no corpo humano.
    Um exemplo no membro inferior: quando os calcanhares são elevados
do apoio para o indivíduo ficar na ponta dos pés. Os ossos do tarso e do
metatarso são estabilizados para formarem a alavanca, o ponto de apoio
está na articulação metatarsofalangeana, e o peso do corpo é transmitido
através da articulação do tornozelo aos ossos do tarso. O esforço é
aplicado na inserção do tendão calcâneo pela contração do tríceps-sural.
    No antebraço, a ação do músculo braquioradial na flexão do cotovelo
pode ser tomada como outro exemplo de alavanca desta ordem.

    Alavanca de 3ª Ordem: Este tipo de alavanca, na qual existe sempre


uma desvantagem mecânica, é a alavanca de velocidade, onde a
desvantagem em força é traduzida por uma vantagem em amplitude
(alcance) e velocidade do movimento.
    Um exemplo é a alavanca no antebraço: o ponto de apoio está na
articulação do cotovelo; o esforço é fornecido pela contração do músculo
braquial, aplicado em sua inserção; e o peso é algum objeto seguro na
mão. Nota-se que com uma pequena quantidade de esforço muscular
podemos provocar um movimento muito mais rápido e amplo da
extremidade do segmento.
    Outro exemplo, simples, é o da ação dos músculos isquiotibiais ao
flexionar o joelho.

CONCLUSÕES

    Um sistema de alavancas é o meio pelo qual o corpo humano consegue


movimento e elasticidade.
    O conhecimento dos princípios das alavancas também é necessário
para que se compreenda o método de progressão no fortalecimento de
músculos.
    Conforme a força do músculo aumenta, a resistência ou peso que
devem ser superados também devem ser aumentados, até o momento
que nenhuma progressão posterior seja possível ou desejada.
    Como as inserções de músculos que constituem fatores de esforços
estão situadas em pontos fixos em relação às articulações, os únicos
fatores capazes de variação são o peso e sua distância do ponto de
apoio. Pode-se, portanto, aplicar resistência adicional à ação muscular,
tanto pelo aumento do peso a ser superado quanto pelo aumento do
comprimento do braço da resistência ou peso. Refere-se, geralmente, ao
aumento do comprimento do braço da resistência como aumento da força
mecânica.

PROVAS MANUAIS PARA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MUSCULAR

    Sistema de Graduação:

    Os graus básicos usados em todas as provas baseiam-se em três


fatores:
1.     1.    A quantidade de resistência manual que pode ser aplicada a um
músculo ou grupo muscular contraído (graduação Normal ou Boa);
2.     2.    A capacidade do músculo ou grupo muscular em movimentar uma
parte do corpo através de uma ADM completa contra a gravidade (um
movimento vertical) para um grau Regular ou com a gravidade reduzida
(um movimento horizontal) para um grau Precário ou Mau. Quando os
movimentos horizontais não são práticos, pode-se recorrer a uma ADM
parcial no plano vertical; e
3.     3.    Evidência ou ausência de uma contração num músculo ou grupo
muscular: - contração ligeira sem movimento articular para um grau
Traço, e ausência de contração para um grau Zero.

Graduação Normal  e Graduação Boa


    A quantidade de resistência necessária para uma graduação normal ou
boa varia com cada indivíduo e com o músculo ou grupo muscular
examinado.
Graduação Normal ou N ou Grau 5: O músculo realiza a contração, realiza
o movimento em toda a ADM contra a ação da gravidade e vencendo uma
resistência manual externa de maior intensidade do que o grau Bom.
Graduação Boa ou B ou Grau 4: O músculo realiza a contração, realiza o
movimento em toda a ADM contra a ação da gravidade e vencendo uma
resistência externa de menor intensidade do que o grau Normal.

Graduação Regular ou R ou Grau 3: O músculo realiza a contração, realiza


o movimento em toda a ADM vencendo somente a ação da gravidade.

Graduação Precária ou Má ou P ou M ou Grau P  ou Grau M ou Grau 2: O


músculo realiza a contração, realiza o movimento em toda a ADM
somente quando se elimina a ação da gravidade.
Graduação Traço ou Esboço ou T ou E ou Grau T ou Grau E ou Grau 1: O
músculo realiza contração, mas não realiza movimento; ou seja, o
músculo desenvolve tensão que pode ser percebida ao palparmos o seu
ventre ou o seu tendão.

Graduação Zero ou 0 ou Grau 0: O músculo não realiza contração, nem


sequer esboça tensão. Característica de músculo paralisado.

ANÁLISE SEGMENTAR DOS MOVIMENTOS CORPORAIS

  MÚSCULOS
Motores Principais AM
MOVIMENTOS

  A
pon
 
Esternocleidomastóideo ma
Flexão da Coluna Cervical
art
  Trapézio AC
Semi-espinhal da cabeça ent
Extensão da Coluna Cervical dor
Esplênio da cabeça
Esplênio cervical
  Em
a p
  afa
Reto Abdominal
Flexão do Tronco pri

  Em
pos
  lad
Oblíquo externo do abdome
Rotação do Tronco fre
Oblíquo interno do abdome
  Sacroespinhais: AC
Iliocostal torácico em
  lom
Longuíssimo torácico
Extensão do Tronco cur
Espinhal torácico
Iliocostal lombar
Aumento do Diâmetro Longitudinal Diafragma
da Caixa Torácica
Escalenos
Intercostais externos
Elevação das Costelas Peitoral Maior e Menor
Aumento dos Diâmetros
Serrato maior ou anterior
Antero-posterior e Transverso
do Tórax Serrato menor posterosuperior
Elevação do Esterno e
Parte anterior do Tórax Esternocleidomastóideo
Depressão das Costelas Intercostais internos
Diminuição dos Diâmetros Reto abdominal
Antero-posterior e Transverso Oblíquo externo do abdome
(maior)
do Tórax Oblíquo interno do abdome
(menor)
Serrato menor posteroinferior
Transverso do Abdome
Quadrado lombar
 
 
Denteado anterior
Abdução Escapular e
Rotação para cima

 
 
Trapézio fibras superiores
Elevação Escapular
Elevador da escápula

 
 
Trapézio fibras médias
Adução Escapular

 
 
Trapézio fibras inferiores
Depressão Escapular e Adução

 
 
Grande rombóide
Adução Escapular e
Pequeno rombóide
Rotação para baixo
Flexão do Ombro Deltóide fibras anteriores
Coracobraquial 0  a
Extensão do Ombro Grande dorsal
Grande redondo 0a
Abdução do Ombro Deltóide fibras médias 0a

Abdução Horizontal do Ombro Deltóide fibras posteriores 0a

Adução Horizontal do Ombro Grande peitoral 90

  Infra-espinhoso
Pequeno redondo 0a
Rotação Lateral do Ombro

  Subescapular
Grande Peitoral
 
Grande dorsal 0a
Rotação Medial do Ombro
Grande redondo
  Bíceps braquial
Braquial 0a
Flexão do Cotovelo
Braquiorradial
Extensão do Cotovelo Tríceps braquial 145

  0  a
Bíceps braquial
 
Supinador
Supinação do Antebraço

      0   
Redondo pronador
 
Quadrado pronador
Pronação do Antebraço

Flexão do punho Flexor radial do carpo


0  a
Flexor cubital do carpo
  Longo extensor radial do carpo
0  a
Extensão do punho Curto extensor radial do carpo
Extensor cubital do carpo
        0   
 
Flexão das Articulações
Lumbricais
Metacarpofalangeanas

    Pro
Dis
   
Flexão das Articulações Flexor superficial dos dedos
Interfalangeanas Proximais Flexor profundo dos dedos
e distais dos dedos

    0  a
Extensão das Articulações Extensor dos dedos
Metacarpofalangeanas Extensor do indicador
dos dedos Extensor do dedo mínimo

    0  a
   
Abdução dos dedos Interósseos dorsais
Abdutor do dedo mínimo

    20-
   
Adução dos dedos Interósseos palmares

   
Flexão das Articulações Curto flexor do polegar 0  a
Metacarpofalangeana  e Fle
Longo flexor do polegar
Interfalangeana do Polegar 0  a
   
Extensão das Articulações Curto extensor d
Metacarpofalangeana   e Interfalangeana polegar       Longo extensor d
do Polegar
polegar

   
Abdução do polegar Longo abdutor d
polegar      Curto abdutor d
polegar

   
Adução do polegar Adutor d
polegar:  feixe  transverso e feix
oblíquo

   
Oposição do Polegar e          Dedo Oponente d
Mínimo polegar           Oponente do ded
mínimo
Na
Elevação da pelve Quadrado lombar um
dos
 sej

Flexão do quadril Grande psoas de


Ilíaco
Flexão, Abdução e Rotação Lateral do Açã
Quadril com Flexão do Joelho Sartório mo

ISQUIOTIBIAIS:
Extensão do quadril Glúteo máximo De
Semimembranoso
Hiperextensão do quadril Semitendinoso De
Bíceps femoral
Abdução do quadril Glúteo médio de
Açã
Abdução do quadril a partir da posição Tensor da fascia lata mo
fletida
Adutor magno
Adutor curto
Adução do Quadril Adutor longo De
Pectíneo
Grácil
Obturador externo
Obturador interno
Quadrado femoral
Rotação lateral do quadril Piriforme De
Gêmeo superior
Gêmeo inferior
Glúteo máximo
Rotação medial do quadril Glúteo mínimo de

Bíceps femoral
Flexão do joelho Semitendinoso de
Semimembranoso
Reto femoral
Extensão do joelho Vasto lateral de
Vasto intermédio
Vasto medial
Tríceps sural:
Flexão Plantar do tornozelo Gastrocnêmio de
Solear
Dorsiflexão do tornozelo Tibial anterior de
Inversão do pé Tibial posterior de
Eversão do pé Fibular longo de
Fibular curto
Flexão das articulações Lumbricais de
metatarsofalangeanas Flexor curto do hálux
Flexão das articulações interfalangeanas Flexor longo dos artelhos
dos artelhos de
Flexor curto dos artelhos
Flexor longo do hálux
Extensão das articulações Extensor longo dos artelhos
metatarsofalangeanas dos artelhos e da Extensor curto dos artelhos De
articulação interfalangeana do hálux Extensor longo do hálux

OS  MOVIMENTOS  DA  CAIXA  TORÁCICA  E  O  ATO  RESPIRATÓRIO

O músculo respiratório mais importante é o diafragma, porém existem


outros grupos musculares que, por suas inserções no tórax, tem uma
função importante na respiração. De maneira grosseira, podemos dizer
que existe, além do diafragma, um grupo muscular superior
cervicotorácico e uma musculatura abdominal.
O primeiro grupo, ao fixar-se sobre os segmentos cervical e dorsal da
coluna vertebral, eleva as costelas; o segundo, ao bloquear a coluna em
extensão, as abaixa. O diafragma eleva as seis últimas costelas.
Entendendo que a elevação das costelas corresponde à fase inspiratória,
e sua descida à fase expiratória, podemos igualmente distinguir os
músculos em inspiratórios e expiratórios.
A inspiração é um fenômeno ativo. Quando é normal, habitual, acontece
graças à contração do diafragma, dos escalenos e dos intercostais
externos. Quando é forçada, interveem os músculos acessórios, ou seja,
o esternocleidomastóideo, ospeitorais maior e menor, o elevador das
costelas, o serrato maior, o serrato menor posterosuperior, os espinhais,
otrapézio e os rombóides.
A expiração normal é um fenômeno passivo que corresponde
à elasticidade do parênquima pulmonar e ao relaxamento dos músculos
inspiratórios. A expiração forçada é, ao contrario, um fenômeno ativo que
requer a contração dos músculos retos abdominais, oblíquos,
transversos, do dorsal largo, dos intercostais internos, do triangular do
esterno e do serrato posteroinferior.

AVALIAÇÃO  DA  DINÂMICA  DA  CAIXA  TORÁCICA

A prova mais simples, porém fidedigna, para a avaliação da


dinâmica da caixa torácica é
a cirtometria dinâmica da caixa torácica. Esta prova nos permite ver
imediatamente o grau de expansão costal dos hemitórax esquerdo e
direito em suas posições inferior e superior, anterior e superior. Para
executarmos a medida podemos utilizar uma fita métrica de material não
distensível. Marcamos dois pontos sobre a parede torácica anterior, um
no vértice da apófise xifóide (ângulo epigástrico) e outro sobre  o esterno
na sua porção superior, coincidindo com uma linha axilar. Os pontos na
parede posterior do tórax devem ser simétricos aos da parede anterior.
Passamos a fita métrica pela caixa torácica, fazendo-a coincidir com os
pontos anteriores e posteriores; anotamos o valor correspondente em
centímetros (valor do perímetro ou circunferência do tórax). Solicitamos
ao indivíduo que realize uma inspiração profunda e adaptamos a fita à
nova medida, anotando-a. A seguir solicitamos ao indivíduo que realize
uma expiração profunda e adaptamos a fita métrica à nova medida,
também anotando-a. Repetimos a  manobra para todos os pontos,
anotando sempre os valores observados; e desta forma podemos ter uma
visão da variação dos diâmetros oblíquos e transverso da caixa torácica
nos movimentos inspiratório e expiratório.
  

EXAME ESTÁTICO DO TÓRAX

Podemos distinguir, por este exame, os tipos mais freqüentes de tórax:


-       -        O tórax longo e cilíndrico: apresentando o eixo longitudinal mais
longo que o eixo transverso, uma maior inclinação das costelas e um
ângulo epigástrico agudo.
-       -        O tórax curto e largo: apresentando o eixo longitudinal mais curto,
uma menor inclinação das costelas e um ângulo obtuso.
Podemos também observar os tipos patológicos de tórax:
-       -        Tórax em quilha, com o esterno projetado para frente.
-       -        Tórax embuto ou em funil, com uma depressão nos dois terços da
região esternal.
-       -        Tórax em tonel ou barril, típico do enfisematoso, sempre em
posição de inspiração, com aumento do diâmetro sagital e costelas que
tendem a adotar uma posição horizontal.
-       -        Tórax paralítico, com insuficiência dos músculos respiratórios,
escápulas aladas e cifose cervicodorsal.
-       -        Tórax assimétrico, por limitação de um hemitórax.

EXAME  DINÂMICO  DO  TÓRAX

Com este tipo de exame podemos determinar:


-     -        O tipo de respiração:  costal  ou  diafragmática.
-       -        A freqüência respiratória:
-       -       Freqüência superior a 16 respirações por minuto – denomina-se
polipnéia.
-       -       Freqüência inferior a 16 respirações por minuto – denomina-se
bradipnéia.
-       -        A amplitude da respiração:   superficial  ou  profunda.

-       -        A dispnéia: apresenta-se em função de uma deficiência


respiratória, fazendo o indivíduo reforçar os movimentos respiratórios em
busca de ar, pondo em ação os músculos acessórios da respiração ( os
esternocleidomastóideos). Podemos observar dispnéia de marcha rápida
ou de esforço, dispnéia de subidas, dispnéia de marcha normal ou de
esforço moderado e dispnéia de repouso.

ALGUMAS  ANORMALIDADES  ASSOCIADAS  À  RESPIRAÇÃO  INEFICIEN
TE

-       -        Cianose: pode estar limitada às mucosas visíveis (conjuntivas,


lábios) ou estender-se a toda a face, às mãos e particularmente às unhas.
Aparece quando a saturação arterial periférica de oxihemoglobina é
inferior a 95%. Na cianose respiratória, que obedece a uma arterialização
insuficiente do sangue venoso pulmonar, o indivíduo tem os pés e as
mãos quentes. Na cianose cardíaca os membros estão frios em virtude da
lentidão circulatória periférica.
-       -        Dedos hipocráticos ou em baqueta de tambor: há o engrossamento
da falange distal e as unhas adotam a forma de “vidro de relógio”.
Aparecem nos bronquíticos crônicos, nos indivíduos com alterações
arteriais e venosas do pulmão, nas enfermidades congênitas do coração e
no coração pulmão crônico.

POSTURA
É uma posição ou atitude do corpo. É o  arranjo  relativo  das  partes  do
corpo  para  uma  atitude  específica, ou uma maneira característica
de  alguém sustentar seu corpo.  As  posturas são usadas
para  realizar  atividades com o menor gasto de energia. 

O  EQUILÍBRIO  DA  POSTURA

Cabeça: O centro  de  gravidade  cai anteriormente


às  articulação  atlanto-occipital. Os  músculos  cervicais
posteriores contraem-se   para  manter a cabeça equilibrada.

Tronco:    Normalmente,  a  linha  de gravidade passa através  dos  corpos


das vértebras  cervicais  e  lombares, de modo que as curvaturas
são  equilibradas. Alguma atividade
nos  músculos  eretores  da  coluna  vertebral mantém o equilíbrio.

Quadril:  A linha de gravidade varia com o balanço do corpo. Com


o  indivíduo em pé,  relaxado,  o  ligamento iliofemoral dá estabilidade
passiva à articulação e nenhuma tensão muscular é necessária; há
equilíbrio.

Joelho:  A linha  normal  da  gravidade está anterior à articulação


de  modo que esta tende a manter  o  joelho em extensão.
A  estabilidade  é  dada pelo   ligamento cruzado   anterior, cápsula
posterior e  tensão  nos  músculos posteriores ao joelho.

Tornozelo:  A linha  de  gravidade  fica anterior  à  articulação,  de  modo


que esta    tende a direcionar a  tíbia  à frente
sobre  o  tornozelo.  A  estabilidade é dada pelos músculos  flexores
plantares.  

CARACTERÍSTICAS  E  PROBLEMAS  DE  MÁ  POSTURA
  Dorso curvo ou cifose aumentada
Caracterizado   por  uma  curvatura torácica  aumentada,  protusão  escapular e ge
cabeça.
Desequilíbrio muscular observado: retração dos músculos anteriores do tórax, elev
músculos da  região cervical. Músculos  rombóides  e  trapézio inferior alongados e fra

Dorso  plano
Caracterizado por  uma  diminuição na curvatura torácica,  depressão  escapu
achatamento cervical.
Desequilíbrio muscular observado: retração dos músculos eretores da coluna e  retr
restringido.  Músculos protusores escapulares e intercostais fracos no tórax anterior

Postura de protusão da cabeça

Caracterizada   por  aumento  na  flexão  da região cervical baixa e


occipital sobre o atlas  e  aumento  na  extensão das vé
também  haver  disfunção na ATM com retrusão mandibular.
Desequilíbrio  muscular:      retração dos elevadores da escápu
suboccipital. Músculos anteriores  do  pescoço e eretores cervicais e  t
Postura aplanada do pescoço
Caracterizada por  uma  diminuição na lordose cervical e aumento na  flex
disfunção da ATM  com  protusão da mandíbula.
Desequilíbrio muscular: encurtamento dos músculos anteriores  do  pescoço.
escápula,  esternocleidomastoideu e  escaleno  tornam-se  alongados e enfraqu

  Hiperlordose Lombar
Caracterizada por  uma  diminuição no ângulo lombossacro, um  aum
 
inclinação pélvico  anterior  e  flexão de quadril.
  Desequilíbrio muscular observado: retração  dos   músculos  flexores  d
Músculos abdominais alongados e fracos.
 
 
 

 
Postura relaxada desleixada
Uma variação  da  hiperlordose  lombar; um deslocamento de todo  o  segmen
extensão do  quadril  e  deslocamento do segmento torácico  posteriormente, co
abdomem.  Isto  resulta em aumento da lordose na região lombar inferior e geralm
Desequilíbrio muscular observado: retração dos músculos  abdominal su
internos, extensores   do  quadril e músculos extensores da  região lombar inferi
fraqueza dos músculos abdominais inferiores, extensores da região torácica inferi

 
 
Postura de achatamento lombar

Caracterizada por  um  aumento  no ângulo  lombossacro,  diminuição  na lordo


Desequilíbrio muscular observado: retração dos flexores do tronco  e  exte
lombares e possivelmente flexores de quadril alongados e  enfraquecidos.
ESCOLIOSE
Caracterizada por  desvio  ou  curvatura lateral, patológica, dos segmentos
vertebrais;    geralmente envolve as regiões  torácica e lombar.  Pode haver
assimetria nos  quadris,  pelve e MMII.
Desequilíbrio muscular:  teoricamente, estruturas retraídas no lado
côncavo  da  curvatura; estruturas alongadas e enfraquecidas no
lado  convexo  da  curvatura.

ALTERAÇÕES   NOS   MMII

Genu valgum:  deformidade  que  pode apresentar-se uni ou


bilateralmente ao nível do joelho. Caracterizada pelo desvio para
fora  das  pernas  e, estando o indivíduo  com  os  joelhos extendidos,
ocorre o contato entre os dois côndilos femorais  internos.  Pode
aparecer também pé valgo.
Causas: Congênita,  raquitismo,  contratura em
adução  do  quadril,  posição do pé em valgo.

Genu varum:  Esta  deformidade pode apresentar-se uni ou


bilateralmente, afetando na maioria dos casos o fêmur e a tíbia.
Os   MMII   encontram-se arqueados  para dentro, desenvolvendo
uma  curvatura  de  convexidade externa com  o  seu  vértice coincidindo
com  a articulação do joelho. Pode ser  acompanhado por pé plano.
Causas: Congênita,  raquitismo,  fraturas próximo ao
joelho  e  consolidadas em posição defeituosa.
 
Genu Recurvatum: Deformidade  onde se observa uma hiperextensão  do
joelho, podendo ser uni ou bilateral.
Causas: Paralisias flácidas ou
espásticas,   ruptura  traumática  dos  ligamentos cruzados,
raquitismo.     
            
Coxa valga:   Caracteriza-se  por  aumento do ângulo cervicodiafisário. A
alteração pode ser uni ou bilateral. O ângulo
cervicodiafisário  é  aproximadamente 150º no recém nato, 140º na
criança, 120º/133º no adulto  e  se estabiliza no velho em 120º.
Causas: inflamações e tumores na extremidade do  osso  fêmur,  podendo
conduzir à coxa  valga  por  afetar  a cartilagem de crescimento.

Coxa vara: Caracteriza-se pela  diminuição do ângulo  cervicodiafisário do


fêmur.
Causas:  Pode  apresentar-se  de forma congênita devido a transtornos de
ossificação na região do trocanter e colo, por raquitismo.

Pé calcâneo: deformidade  que  se apresenta devido à paralisia do


tríceps-sural ou do fibular  longo  ou  de  ambos, permitindo que
os  músculos  anteriores da perna elevem a  parte  anterior do pé fazendo
com que o  peso gravite sobre o calcanhar.

Pé equino: Deformidade  que  aparece devido à paralisia do tibial anterior,


do extensor longo dos artelhos  e  de outros dorsiflexores, permitindo
que o tríceps-sural contraia-se de modo a levar o tornozelo
em  flexão  plantar, fazendo com  que o  peso  gravite  sobre os artelhos.

Pé varo:  Deformidade  que  aparece devido à paralisia  do  fibular  curto,


do fibular longo ou de ambos, permitindo que o tibial anterior e o
posterior tracionem o pé para uma  posição na qual a planta
fique  voltada  para dentro, fazendo o peso gravitar  sobre o bordo lateral
do pé.

Pé valgo:  Deformidade  que aparece devido à  perda  do  tibial  posterior,


dos músculos  plantares  intrínsecos ou de ambos, ou por contratura do
fibular longo, levando a uma eversão do pé, fazendo  com  que  o  peso
gravite sobre o bordo medial do pé.

Pé cavo: Ocorre devido  à  perda  do tríceps sural permitindo


que  os  dorsiflexores desloquem o calcâneo para frente. Desta forma o
talus  posiciona-se  em  dorsiflexão,  aparecendo também retração da
fascia plantar, levando a formação de um arco acentuado
com  encurtamento dos extensores dos artelhos. Este  pé  fica  encurvado
ocorrendo  o  chamado  “pé em garra”.

Pé plano: Os calcanhares desviam-se para dentro lançando


uma  porcentagem muito grande do peso corporal sobre os ligamentos
plantares.  Os músculos tibiais anterior e  posterior e os intrínsecos
plantares estão distendidos permitindo que  o  pé  ceda,  ocorrendo o
desabamento dos  arcos até que a porção medial do pé  entre em contato
com o solo.
Pé plano flexível ou pé plano postural: Exibe a perda dos arcos somente
durante a fase de sustentação do peso corporal  e não  é  considerado
patológico.

Pé plano falso: Não é um defeito, mas uma condição  resultante da


presença de um coxim adiposo sobre a superfície plantar debaixo dos
arcos.

Hallux valgus:   Deformidade do pé em que o hallux desvia-se  para  fora


ao nível da  articulação  metatarsofalangeana. É conseqüência de
desequilíbrio dos músculos que  atuam  no hallux; podendo
aparecer  em  decorrência do uso de sapatos apertados e estreitos
na  extremidade,  paralisia  muscular, traumatismos e processos
reumáticos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

     BÁSICA:
- DANIELS & WORTHINGHAM. Provas de Função Muscular: Técnicas de
Exame
        Manual. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987.
- LACÔTE, M. et all. Avaliação Clínica da Função Muscular. São Paulo:
Manole,
        1987.
- LEHMKUHL, L. et all. Cinesiologia Clínica de Brunnstron. 4 ed. São
Paulo:
        Manole, 1989.
- MONTGOMERY, J.; HISLOP, H. Provas de Função Muscular. 6 ed. Rio de
Janeiro:
         Guanabara Koogan, 1996.
- O’SULIVAN, S.B. et all. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2 ed. São
Paulo:
         Manole, 1993.
- THOMPSON, C. W.; FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia Estrutural. 12
ed. São
        Paulo: Manole, 1997.

    COMPLEMENTAR:
- MOORE, K. L. Fundamentos de anatomia clínica. Rio de Janeiro:
Guanabara
         Koogan, 1998.
- NETTER, F. Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Artes Médicas,
2000.
- ROHEN, J. W. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional. 3 ed.
São  
        Paulo: Manole, 1993.

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