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ALEXSANDRO LIMA- 7DIAN- UNIBRASIL

DIREITO INTERNACIONAL

A ONU foi criada por Tratado e possui cinco órgãos principais:

1) Assembléia Geral (é o órgão deliberativo; fica em Nova York);

2) ECOSOC (Conselho Econômico e Social);

3) Secretariado;

4) Corte Internacional de Justiça;

5) Conselho de Segurança (é o órgão que tem maior poder na organização porque


possui coação militar

Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com


exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.

A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional


formada por 192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra
Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar
relações cordiais entre as nações, promover progresso social,
melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são
unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que
enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade
internacional.

Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em


diferentes áreas, tais como saúde, agricultura, aviação civil,
meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS (Organização Mundial
da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco
Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes organismos
especializados, juntamente com as Nações Unidas e outros
programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a
Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas.

OBS: as informações acima foram extraídas do site brasileiro da


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ONU:

www.onu-brasil.org.br

O Conselho de Segurança da ONU não interveio na Segunda Guerra Mundial porque os


EUA fazem parte dos membros permanentes e têm poder de têm poder de veto.

O Direito Internacional existe desde que diferentes comunidades começaram a interagir.

Direito Romano → Jus Civile

→ Jus Gentium (direito das gentes; era mais flexível e facilitava as relações
comerciais entre cidadãos romanos e estrangeiros. Era um direito privado).

Francisco de Vitória e Francisco Suárez modernizaram o conceito de Jus Gentum.

O Direito Internacional surgiu para regular as relações entre guerra e paz.

Para Francisco de Vitória, o Direito nternacional surge para regular as relações entre os
povos. Francisco Suárez também parte desse sentido. Ele separou o Jus Gentium em duas
categorias:

1) Jus intra gentes (a comunidade devia observar nas suas relações internas);

2) Jus inter gentes (todas as comunidades deviam observar nas relações entre si).

Após a Segunda Guerra Mundial, essa acepção mudou.

→ A Liga das Nações foi a antecessora da ONU e tinha como objetivo evitar a Segunda
Guerra Mundial. Os Estados associaram-se para regulamentar determinados interesses
comuns.

UNASUL = Organização Internacional que tem o intuito de contrapor o poder da OEA


(Organização dos Estados Americanos. É um projeto brasileiro. Tem sede em Brasília.

No período de Pós-Segunda Guerra Mundial, houve uma evolução do Direito Internacional


no sentido de conceber os indivíduos como sujeitos de direito internacional.
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- Critério dos sujeitos: o direito internacional é o conjunto de normas jurídicas que


regulamentam as relações entre os Estados (relações internacionais).

- Critério do objeto da norma internacional: o direito internacional seria regulado a partir


das matérias reguladas por ele.

- Critério da forma de produção da norma internacional: segundo esse critério, não é o


fato de disciplinar uma matéria internacional é que a norma seja internacional, mas sim
como a norma é produzida.

Uma norma interna é produzida dentro das fronteiras territoriais de um único Estado.

Uma norma internacional é produzida por no mínimo dois Estados no âmbito da comunidade
internacional.

→ Os membros não permanentes do Conselho de Segurança têm mandato de dois anos.


As votações funcionam de acordo com o art. 27, § 3⁰ da Carta da ONU.

Nenhuma decisão pode ser votada de modo que contrarie os interesses dos membros
permanentes.

→ A titularidade jurídica internacional dos Estados surgiu em 1648 com a Paz de Vestefália.

Sujeitos do Direito Internacional

O Estado é uma realidade jurídica, resultado de uma série de fenômenos que transcendem
o âmbito jurídico.

Definição de Estado para o Direito Internacional:

“Trata-se de uma coletividade composta por um território e por uma população submissos
por um poder político organizado”.

Dos sujeitos de direito internacional, o Estado se diferencia dos demais por ter soberania.
Relativizar a soberania dos Estados foi necessário para que houvesse coexistência pacífica
(convivência em sociedade).

O Estado é composto por três elementos constitutivos:

- Coletividade humana (população);

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- Território;

- Governo.

• População: é o conjunto dos nacionais (indivíduos que têm um elo permanente com
o Estado). Esse elo denomina-se nacionalidade.

• Território: É o limite de onde o Estado exerce seu poder. Território são as faixas de
terra, as águas interiores, os rios internos, que nascem e morrem em território
brasileiro, as ilhas, o mar territorial e toda a faixa de ar atmosférico.Além disso, o
Brasil tem a Zona Econômica Exclusiva. As fronteiras entre os Estados são
delimitadas por acordos bilaterais entre os países. Podem ser fronteiras artificiais
ou naturais. Podem ser delimitadas ainda por efeito de ocupação territorial. No
Brasil, a fronteira imposta pelo Tratado de Tordesilhas que dividia o país ao meio, e
que pelo qual, de um lado seria dos portugueses, e do outro, da Espanha, não foi
respeitado pelos portugueses que se valeram de um princípio internacional que era o
de que, até onde não se encontrasse resistência, poder-se- ia avançar,
descobrindo e ocupando terras que não eram de ninguém. Assim, aquele que
tomasse posse, e não encontrasse resistência, podia fixar a sua soberania naquele
território.

* Mar territorial é a faixa de mar aderente à costa.

• Governo: é uma condição para a existência do Estado (roupagem política do


Estado).

Reconhecimento com os elementos constitutivos do Estado: ato unilateral de um


Estado no sentido de reconhecer como válido/obrigatório para si um fato ou uma situação
jurídica.

1) Reconhecimento de Estado: existe um caráter discricionário (fator de oportunidade


política) para que um Estado seja reconhecido; por esse motivo, um Estado não é
obrigado a reconhecer outro Estado. Cada Estado é senhor da sua política externa.

* Comportamento ativo ocorre quando o Estado deseja manter relações com outro
Estado.

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* Princípio da proibição do uso da força nas relações internacionais: é o mais


importante. Permite que um Estado não seja reconhecido caso haja uso da força
ilícita para conquistar territórios por força do art. 2º, § 4º da Carta da ONU.

Exceções: legítima defesa e autorização do Conselho de Segurança.

Muitas vezes o reconhecimento de Estado é objeto de negociações políticas.

Efeitos do reconhecimento do Estado: Alguns autores defendem que seriam


efeitos constitutivos (como 4º elemento) e que esse reconhecimento só é importante
para que dois Estados mantenham relações diplomáticas. Outra parte da doutrina diz
que seriam efeitos declaratórios (mais aceita).

→ Vide o princípio da integridade territorial

O reconhecimento de Estado pode ser:

- Expresso (o Brasil reconhece Estados por notas diplomáticas);

- Implícito

2) Reconhecimento de Governo: se o Estado já reconheceu outro Estado, ele


entende que o Governo do outro Estado é legítimo. O Brasil não reconhece o
governo atual de Honduras porque entende que esse governo é fruto de um golpe
militar.

O reconhecimento de Governo é discricionário, embora seja muito comum nas práticas


contemporâneas.

Doutrina Tobar: foi desenvolvida por Tobar, que dizia que os Estados devem reconhecer
outros Estados.

Doutrina Estrada: os países não deviam deixar de reconhecer Estados. A prática de


reconhecimento de Governo não deve interferir na gerência de outros Estados.

OBS: o Brasil reconhece Estados, mas não Governos. Portanto, adota a Doutrina Estrada.

→ Princípio da não ingerência dos negócios internos dos Estados (art. 2º, § 7º da Carta da
ONU).

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Os Processos de Sucessão do Estado

Sucessão de Estados: é fenômeno fático que refere-se à formação e transformação dos


Estados.

“Sucessões são processos de aquisição e modificação das competências dos Estados”.

Todas as competências (poderes)

Jurisdição

Quando há transformação dos elementos constitutivos, há transformação do Estado.

- Mudanças em relação à população não refletem no perfil do Estado no contexto


internacional.

- Quando há mudança de território com mudança de populações, há mudança de


competência.

- Quando há mudança de governo, não há mudança de Estado (princípio da continuidade).


O que muda é a roupagem política.

• Princípio da não ingerência nos negócios internos do Estado, princípio da não


intervenção, princípio da autonomia constitucional, princípio do domínio
reservado (são todos sinônimos e estão previstos no art. 2º, § 7º da Carta da ONU).

• Princípio da autodeterminação dos povos: art. 1°, § 2º da Carta da ONU. Diz


respeito ao direito que cada povo tem de escolher o seu governo.

• Princípio da integridade territorial: art. 2º, § 4º da Carta da ONU. É princípio


interestatal.

No plano internacional, o Estado surge quando é reconhecido.

→ Vide art. 4º, § 2º da Carta da ONU.


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* A Rússia resiste a reconhecer Kosovo.

Tipos de Sucessão

1) Fusão ou agregação

Dois ou mais Estados soberanos fundem-se para formar uma soberania. Ex: Alemanha após
a queda do Muro de Berlim (fusão da Alemanha Oriental e Ocidental); RAU (República
Árabe Unida 0 fusão da Síria e do Egito, mas não deu certo).

2) Secessão ou desmembramento (= divisão)

Estados que formam um território único se separam para formar duas soberanias. Ex:
Tchecoslováquia, Iugoslávia, União Soviética.

3) Transferência de território

Nenhuma soberania surgirá e nenhuma soberania desaparecerá. O que muda é a soberania


que incide sobre a porção territorial que se transferira. Ex: Alasca, Quebec.

- Os Tratados obedecem ao princípio do aproveitamento territorial no caso de transferência


territorial.

Teoria Geral das Organizações Internacionais

A primeira O.I que surgiu foi a Liga das Nações (1919), que foi resultado da Primeira Guerra
Mundial.

De outro lado, foi criada a OIT (1ª organização internacional de vocação universal para
manter a paz e a segurança nacionais).

A Segunda Guerra Mundial significou o fracasso da Liga das Nações.

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Nas OITs, vigora o princípio da especialidade ou especificidade. Cada OI seguirá uma


finalidade específica descrita no seu Tratado Constitutivo.

Os propósitos e princípios da ONU estão descritos nos arts. 1º e 2º da Carta da ONU.

Sujeitos de Direito Internacional:

- Estados (principais) São sujeitos originários;

- OIs (são sujeitos derivados (Associações de Estados) Têm sede, e não território;

- Indivíduos

- Santa Sé

A competência das OIs depende do grau de soberania dos Estados-Membros.

“Organização internacional (ou intergovernamental) é uma associação de Estados


constituída por Tratado, dotada de uma Constituição e de órgãos próprios, e possuindo uma
personalidade jurídica distinta dos Estados-Membros”.

OI: formada por Estados.

ONG: não é formada por estados. Quem cria são particulares (pessoa física ou jurídica).

A ONU não tem nacionalidade porque é internacional.

Nestlé = empresa transnacional

O que diferencia a ONG da empresa transnacional é a finalidade.

• Cruz Vermelha é uma (OI)


• Unesco (OI) é uma organização internacional
• UNICEF não é um programa vinculado a um dos órgãos da ONU

Tratado = ato misto, porque ao mesmo tempo que ele é um contrato entre Estados, ele
deve obedecer a Constituição.

Tratado Constitutivo: é aquele que constitui alguma coisa. Cada tratado constitutivo é que
vai prever o órgão de personalidade jurídica distinta dos seus Estados-Membros. A ONU
pode celebrar Tratado com outros Estados.
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Tratado Normativo = institui um conjunto de normas. Não cria uma OI.

→ vide os seguintes arts. da Carta da ONU:

103;

108;

2º, § 1º;

27, § 3º (direito de veto dos membros permanentes)

A ONU foi criada por Tratado, que pode ser modificado (vide o art. 108 da Carta da ONU).

A voz da ONU é o Secretário Geral (Ban Ki-Moon)

Tem voz jdca distinta dos seus Estados-Membros

Uma organização internacional tem uma sede, e não um território. Ela é organizada através
de um tratado constitutivo. Não se tem um governo, pois ela tem um perfil totalmente
diferente do de um Estado. Em razão disso, ela tem menos poderes do que um Estado.
Limites dessa OI: pode ir até onde os Estados desejarem, se estes quiserem dar para a
organização apenas a função de conselheira,isso estará no contrato constitutivo; da vontade
dependerá da vontade dos membros. Ex: a ONU não interferiu na intervenção dos EUA no
Iraque, porque os EUA fazem parte dos membros permanentes e a ONU não sanciona um
membro seu.
No caso de OMCs, o Tratado que está no topo é o Tratado de Marrakech.

- Membros originários: são os que entraram na OI no momento que ela foi construída (51
Estados-Membros fundadores, o Brasil é um deles).

- Membros admitidos: vide art. 4 da Carta da ONU.

Os Estados normalmente passam pro um processo de admissão. Se um dos membros não


aceitar um Estado, este não será admitido, como por exemplo, o caso de Kosovo.

A Ilha de Taiwan já pediu mais de 100 vezes e em todas não foi admitida. É reconhecida
pela China como parte de seu território, e não como um território soberano.

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A Santa Sé, embora seja uma pessoa jurídica/sujeito de direito internacional, não se trata de
um Estado; ela tem um pequeno território cedido pela Itália com a finalidade religiosa. Tem
um status de membro observador e não tem direito de voto. Cada organização internacional
varia de caso a caso, conforme determine a Constituição da OI.
Diferença dos deveres do membros originários e admitidos: os membros originários, em
regra, não possuem direito maior do que aqueles admitidos posteriormente.

Direitos e Obrigações dos membros da OI

- Para países que ingressarem na OI, via de regra o direito mais importante é o de
participação de voto e também o direito de retirada, ou seja, do mesmo modo que entrou,
terá o direito de sair. Quando o Estado entra para a Organização ele ratifica o Tratado ou
adere ao Tratado, que é uma forma de ratificação.
Não é porque não existe previsão expressa no Tratado que o Estado fica obrigado a ficar na
OI. Quando o Estado não tiver mais interesse em fazer parte de tal Tratado ou Organização,
ele fará uma notificação alegando sua vontade de sair da Organização (por um ato
denominado denúncia).

Direito de indicar funcionários internacionais:


É um funcionário que tem vínculo com a própria Organização, com todas as prerrogativas de
diplomatas. O Brasil está subrrepresentado, ou seja, temos poucos funcionários de
nacionalidade brasileira. Esses funcionários não pagam impostos porque não estão
vinculados a nenhum Estado, são carreiras muito importantes.
Cruz Vermelha também é muito interessante trabalhar nessa organização, todas essas
organizações recrutam funcionários.

Obrigações e deveres dos Estados membros:


- Respeitar o Tratado Constitutivo;
- A obrigação mais importante é a contribuição financeira dos Estados por meio de cotas,
que não são iguais para todos os Estados; variam de acordo com alguns fatores (para o
Brasil é de 2% para contribuir e uma das maiores discussões para o seu ingresso como
membro permanente na ONU é essa, pois nesse caso a contribuição também aumentará).

Contribuição orçamentária: o orçamento da ONU é bianual – aprovado pela Assembleia


Geral. Os Estados têm um determinado prazo para pagar as contribuições. Os EUA são os

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maiores devedores e no dia seguinte dos atentados de 11 de setembro Busch fez


pagamentos e hoje eles estão em dia com os pagamentos.

* Os representantes dos Estados na Assembleia Geral geralmente são do Poder Executivo


por delegação (ou seja, não é o Presidente da República).
Quem participa representando o Brasil são os diplomatas.
Diplomatas são diferentes de funcionários internacionais porque o funcionário internacional
trabalha para a OI, ao passo que o diplomata é representante do Estado.

O papel da OI frente aos Estados que não são membros


Será que organização interna terá algum poder? Ver o art. 2º, §6º da CNU.
O Tratado é um contrato entre as partes.
Não há como obrigar os Estados que não fazem parte do Tratado a agir de acordo com os
princípios da Organização, bem como não há meio de estender os obrigações de um
contrato a terceiros.
Toda Organização deverá ter um Secretário Geral e uma Assembleia Geral (no caso da
OMC é Conferência Ministerial).

Tipos de órgãos – classificação

1) Quanto à origem:
- Originais: são criados pela Carta da ONU (ver o art. 7⁰)
- Derivados ou subsidiários: art. 7⁰, § 2⁰ da Carta da ONU.

2) Quanto à natureza:
- Interestatais: são formados por representantes dos Estados.
- Integrados: são compostos por agentes da Organização (funcionários internacionais). Ex:
Antônio Augusto Cansado Trindade é juiz brasileiro que atua na Corte Internacional
(Tribunal Internacional). Os juízes têm vínculo com a ONU, e não com o seu Estado de
nacionalidade.

3) Quanto à extensão:
- Órgãos plenos: são compostos por todos os representantes dos Estados-Membros.
- Órgãos restritos: são compostos por parte dos representantes dos Estados-Membros.

Sistema de votação:

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As decisões só eram tomadas com as votações unânimes dos membros. Isso evoluiu para o
sistema majoritário. Existe ainda a maioria simples; maioria ponderada, que é quando os
votos têm pesos de acordo com os Estados; temos também o princípio do consenso, onde o
líder da reunião diz o modo como a decisão será tomada e pergunta se alguém tem algo a
dizer ou discordar.

Uma OI não é um Estado, logo, não possui Governo.

Normalmente a sede da OI fica em um dos Estados-Membros (regra). Mas a Liga das


Nações tinha sede em Genebra, que não era um Estado-Membro.

A sede principal da ONU hoje fica em Nova York.

Do ponto de vista jurídico, um Estado empresta seu território para que funcione ali a sede da
OI.

Quem exerce o poder de jurisdição é a própria OI.

Acordo de sede: é um Tratado feito entre o Estado e a OI para que funcione qualquer
organização diplomática.

Sede em Viena

A Corte Internacional da Justiça fica em Haia.

O orçamento da ONU é bianual e deve ser aprovado pela Assembleia Geral. Parte do
orçamento é utilizado para pagar funcionários da ONU e manter a estrutura das sedes.
Parte do orçamento também é utilizado para as operações de acordo de paz.

Sanções de OIs: cada organização tem em seu Tratado Constitutivo uma série de sanções.
Essas sanções podem ser de dois tipos:

- Suspensão de direitos (sanção mais branda)

- Exclusão (art. 6 da Carta da ONU). É a sanção mais radical. Não é comum acontecer
expulsão de membros da ONU porque não é inteligente expulsar um Estado, visto que ele
estará absolutamente livre para executar qualquer ação do modo que bem entender,

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enquanto que se ele permanecer dentro da Organização ele sempre sofrerá pressão jurídica
contra certas ações que queira tomar(resolução, decreto).

Cuba é membro das Nações Unidas e nunca deixou de ser.

Mesmo que o Tratado Constitutivo silencie a respeito da saída de algum Estado da OI, no
momento que o Estado ratifica o Tratado ele não é obrigado a permanecer na Organização
perpetuamente.

Com relação à extinção da Organização, ela depende da vontade dos Estados-Membros.


Sendo assim, pode acontecer da ONU deixar de existir algum dia.

Espécies de Organização Internacional

Quanto ao alcance, podem ser:

- Universais (não há critério restritivo de participação na OI);

- Regionais (possuem critérios restritivos de participação dos Estados-Membros). Ex: critério


regional – como é o caso da OEA, critério geográfico, critério cultural, critério econômico,
etc. (Ex: OMC – tem competência comercial e alcance universal).

Quanto à competência

- Política: organização que tem como objetivo principal a proteção universal na manutenção
da paz internacional.

- Técnica específica: organização universal que tenha competência comercial (OMC – OIT –
FMI – UNESCO).

Exs:
Alcance universal e competência econômica = Mercosul, União Européia.
Alcance regional e competência em relação aos direitos humanos = OEA, Sistema Europeu.

Direito dos Tratados

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As fontes do Direito Internacional estão previstas no art. 38 do Estatuto CIJ. São elas:
OBS: pegar o texto sobre Convenção de Viena
(a)Tratados – são fontes convencionais. Tratados não são contratos. Os Tratados são as
fontes escritas, regulamentados pela Convenção de Viena. São acordos celebrados entre
sujeitos de direito internacional (Estados)
(b) A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) é o Tratado que regulamenta
o direito dos Tratados, ou seja, veio para regulamentar o modo de funcionamento dos
Tratados Internacionais. Ela é uma espécie de Código Civil e tem 110 Estados que fazem
parte.
O Brasil começou a fazer parte da Convenção de Viena em 1969.

Um Tratado só será obrigatório/surtirá efeito para os Estados que consentirem essa


obrigatoriedade; não há como obrigar um Estado a ratificar um Tratado.
“Tratado significa um acordo internacional celebrado por escrito entre Estados e
regido pelo Direito Internacional. Assim, qualquer Tratado é regido pela Convenção
de Viena”. (art. 2⁰, § 1⁰, a da Convenção de Viena).
Concordata é um acordo entre um Estado e a Santa Sé.
(a) Costumes internacionais – são fontes não convencionais (fontes espontâneas)
(b) Princípios gerais do Direito - também são fontes não convencionais (não estão em
documentos tratados pelas partes).

"Ratificação", "aceitação", "aprovação" e "adesão" significam, conforme o caso, o ato


internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano
internacional o seu consentimento em obrigar-se por um tratado.

Classificação dos Tratados

- Tratado bilateral: é aquele celebrado por duas partes, ou seja, dois Estados.
- Tratado multilateral/universal: tem vocação à universalidade; não é, portanto, o
Tratado que será necessariamente aceito por todos os 192 membros da comunidade
internacional. Está aberto a participação de qualquer Estado.
Tem as seguintes características (que existem somente nesse tipo de Tratado):
1) Redação por uma comissão de Direito Internacional;
2) Adesão (assinatura + ratificação);

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3) A figura do depositário (Estado específico que administra/gerencia o


funcionamento do Tratado. No caso da Carta da ONU, o depositário é o
Secretariado Geral);
4) Função de reserva (tem Tratados multilaterais que admitem reserva, outros não).
Permite que a nação não se obrigue a cumprir determinadas regras que
afrontariam a Constituição. Nos Tratados bilaterais a função de reserva não é
permitida, uma vez que, como é um acordo que envolve apenas dois Estados,
eles têm tempo indeterminado para chegarem a um denominador comum, o que
não é possível nos multilaterais.

- Tratado plurilateral/regional: é aberto a mais de dois Estados e a menos que


todos. Ex: Tratado de Assunção que criou o Mercosul. É bem recente.

- Tratado especial: é o Tratado Bilateral (termo que a Corte Internacional de Justiça


adota em seu estatuto).
-Tratado geral:
- Tratado normativo: fixa determinadas regras de comportamento relacionada a
determinado tema, mas não cria uma OI.
- Tratado constitutivo: cria uma OI.

Outras classificações

- Segundo a qualidade das partes: pode envolver Estados e Estados; Estado de


um lado e OI de outro; OI e OI;

ATENÇÃO:
O único tipo desses tratados que é regulado pela Convenção de Viena é entre
Estados.
- Segundo o número de partes: bilateral, plurilateral e multilateral.
- Segundo o procedimento: * Muito importante
1. Tratados em forma solene (tem as 04 fases; EXIGE A PARTICIPAÇÃO DO P.
LEGISLATIVO; SE O LEGISLATIVO NÃO APROVAR, O ESTADO NÃO FARÁ
PARTE DO TRATADO)

2. Tratados em forma simplificada (têm a fase 1 e a fase 4)

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Fases do processo de conclusão de Tratados:


1) Elaboração e adoção do texto
Diz respeito à conclusão e elaboração do texto. Primeiro, os Estados que farão parte
do Tratado (por meio dos seus consultores jurídicos e assessores) se encontram
para elaborar a redação do Tratado.
Quando se trata de acordo regional ou plurilateral, é necessário chegar a um
consenso entre os Estados, pois alguns Estados têm interesses diferentes.
Quando o Tratado tem vocação a universalidade, o processo envolve um longo
diálogo entre os Estados e é feito, nos casos dos tratados multilaterais, por um órgão
da ONU chamado...
Para redigir a convenção de Viena, o processo de redação começou em 1947 e
durou 22 anos.
Quanto maior o número de Estados Membros, mais demorado é o processo de
duração da fase de elaboração do Tratado.
A última fase do processo de conclusão dos Tratados é a assinatura (no Brasil,
esse ato de assinatura é feito por membros do Ministério das Relações Exteriores).
Após assinatura, o texto do Tratado não é mais passível de mudança.
→ Ver o art. 18 da Convenção de Viena.
A assinatura ainda não vincula o Estado (ele ainda é signatário) porque não existe a
obrigação do Poder Executivo enviar o Tratado para o Poder Legislativo por questão
de oportunidade política.
Uma vez enviado para o Congresso, não há como saber quando o texto será
aprovado e se será aprovado.
Mesmo que o Congresso aprove, o Poder Executivo não é obrigado a ratificar o
Tratado.
A assinatura tem pelo menos um efeito jurídico (previsto no art. 24, § 4⁰ da
Convenção de Viena – as cláusulas finais entram em vigor).
No momento que o Tratado é assinado o texto é definitivo.

2) Decisão do Estado de se submeter ao Tratado


É uma fase regulamentada pelo Direito interno.
Uma vez assinado o texto do Tratado, o Poder Executivo envia os termos do Tratado
para o Poder Legislativo. O Poder Legislativo então expede um decreto legislativo
denominado APROVAÇÃO. Isso SIGNIFICA QUE O Poder Executivo está
autorizado a vincular o Estado ao Tratado.

3) Notificação internacional dessa decisão


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É a ratificação. É regulamentada pelo direitoto internacional; portanto, é um ato


internacional.
O Poder Executivo então notifica internacionalmente os demais Estados que o
Estado está apto a participar do Tratado (ratificação).

2) Entrada em vigor

Elementos formais dos Tratados

1) Preâmbulo
É composto por:
- Enumeração das Partes (é a identificação dos Estados que fazem parte do Tratado).
- Exposição de motivos
- Objeto: o regime jurídico dos Tratados.
É o núcleo do
preâmbulo - Finalidade: regulamentar determinadas questões para
evitar a guerra, ou seja, estabelecer a paz e a segurança
internacionais. Cada Tratado adota um procedimento
adequado a sua finalidade.

2) Dispositivo
É o corpo do Tratado; tem fins hermenêuticos. Engloba:
- Artigos (são as obrigações jurídicas impostas aos Estados que
o funcionamento do Tratado)
- Anexos (eventualmente, pois não são todos os Tratados que têm anexos) São
dispositivos técnicos que regulamentam os dispositivos dos Tratados.
* Protocolo de Kyoto é um anexo do Protocolo Principal (Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima).

Fontes do Direito Internacional

Estão previstas no art. 38 do ECIJ.


As fontes formais são os procedimentos de elaboração do Direito.

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O Direito Internacional foi e continua sendo essencialmente costumeiro. Ex: não existia
norma de que os Estados eram livres para navegar em alto mar.
Em decorrência de uma necessidade internacional, as embaixadas (que tinham outro nome
na época) eram dotadas de imunidades e privilégios.
Até a metade do séc. XX não existia nenhum documento internacional que previsse essas
normas de forma taxativa.
Quanto mais evoluída é uma sociedade, mais codificada ela se torna.
Do ponto de vista das normas jurídicas, o Direito Internacional está muito atrasado em
relação às normas estatais.
Não há hierarquia na comunidade internacional.
O fenômeno do Tratado Internacional é um fenômeno antigo. Mas os Tratados celebrados,
em sua maioria, envolviam poucas partes.
A primeira tentativa de criar uma OI foi a Liga das Nações, que foi criada pelo Tratado de
Versalhes. Junto com a Liga, foi criado o primeiro Tribunal Internacional (jurisdição)
permanente.
Antes disso, as controvérsias eram resolvidas por jurisdições a doc (arbitragens), que não
eram permanentes, mas sim criadas para resolver um problema especifico.
A primeira jurisdição permanente da história só foi possível no momento que foi criada uma
Liga Internacional.
Corte permanente de Justiça Internacional – foi criada em 1919, mas não existe mais. Foi
substituída pela CIJ em 1945, quando foi criada a ONU.
No período pós-primeira guerra, no momento que foi criado o Estatuto da CIJ os juízes
tiveram que decidir quais as fontes seriam utilizadas para a solução de controvérsias
internacionais. É essa a importância do art. 38 da Estatuto da CIJ.
O Direito Internacional era regulamentado essencialmente por normas não escritas
(costumes internacionais e princípios gerais do Direito).
Havendo Tratado, os juízes lançarão mão desse Tratado para resolver conflitos.

a) As convenções internacionais

b) O costume internacional: é tido como prova de uma prática geral aceita como sendo o
Direito (art. 38, I b do Estatuto da CIJ).

Teoria dos dois elementos do costume

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1. Elemento material - O elemento material ou objetivo diz respeito à repetição


generalizada, reiterada e uniforme de certos atos praticados pelos sujeitos do Direito
Internacional ante a um quadro fático. A formação do costume se opera pela
imitação ou repetição de fatos de variada natureza, que ocorrem na ordem jurídica
interna ou internacional, objetivando a afirmação de um princípio de Direito
Internacional Público.
2. Elemento psicológico – O elemento psicológico ou subjetivo diz respeito a
convicção do Estado de que aquilo que se pratica deve ser realmente cumprido
porque se trata de uma obrigação jurídica. Assim, para que o costume sobreviva
como tal, é necessário que a prática reiterada de atos estatais ou organizacionais
seja comandada pela chamada opinio juris, que é o elemento subjetivo da formação
do costume.
Em suma, consiste na crença prematura dos sujeitos da sociedade internacional de
que aquilo que se pratica reiteradamente se estima obrigatório pelo fato de ser justo
e pertencente ao universo do Direito. Tem-se, então, a convicção de que a prática
que se segue é obrigatória por ser regra jurídica. Em outras palavras, os Estados ou
as organizações internacionais em causa devem estar persuadidos que estão
aplicando uma norma cujo conteúdo é jurídico e, portanto, passível de sanção em
caso de descumprimento.
A partir da ECO Rio 92, não era mais possível jogar lixo em alto mar. A partir dali
surgiu a convicção dos Estados e com o fim da ECO Rio 92 os Estados passaram a
adotar esse comportamento negativo (não jogar lixo no mar).

OBS: O elemento psicológico sucedia o elemento material. A partir do séc. XX, o


elemento material passou a vir antes do elemento psicológico.
A prova do costume é feita pela prova do elemento material e pela deduzida prova do
elemento psicológico. Na prática, é muito difícil separar os dois elementos.

c) Os princípios gerais do Direito


Estão presentes na maioria dos ordenamentos jurídicos existentes em determinado
momento histórico. São aqueles princípios mais elementares a qualquer órgão jurídico
estatal. Ex: princípio da coisa julgada, princípio da imparcialidade do juiz, princípio do
contraditório, da ampla defesa, etc.

→ Se houver um conflito entre as fontes, o juiz aplica os seguintes princípios:


Lei posterior derroga lei anterior
Lei especial derroga lei geral.
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ALEXSANDRO LIMA- 7DIAN- UNIBRASIL

Asilo diplomático: é considerado na Europa um ato muito inamistoso, descortês.

Desenvolvimento progressivo (art. 13, alínea a da Carta da ONU)


A codificação significa transformar costumes internacionais e convertê-los em fontes
escritas.
* Consetuedinário = costumeiro.
CONVEMAR/UNCLOS (Convenção de Montego Bay)
1982
A codificação converte uma norma costumeira em uma norma escrita.

A diferença entre a codificação e o desenvolvimento progressivo é que a primeira é uma


operação de conversão de costume em Tratado, ao passo que o segundo envolve criação
de normas em temáticas/assuntos onde não existem normas.

Na ausência de costume, a Assembleia cria normas para resolver um caso específico. Ex:
regulação de investimentos internacionais, terrorismo internacional (não há em Direito
Internacional um conceito de terrorismo porque não há consenso; logo, ninguém pode ser
processado no Tribunal Penal Internacional por crime de terrorismo).
Nos casos de ausência de Direito (ou seja, ausência de costume e de Tratado) deve ser
criado o desenvolvimento progressivo (cria-se algo que não existe).
O art. 13, alínea a fez com que a Assembleia Geral da ONU criasse em 1947 um órgão
chamado CDI (Comissão de Direito Internacional), que é órgão subsidiário da Assembleia
Geral.
A Comissão de Direito Internacional é formada por 34 juristas especialistas em Dto
Internacional, que são eleitos pela Assembleia Geral a fim de representar os principais
sistemas jurídicos do mundo.
Os 34 juristas recebem a missão de codificar e desenvolver o Direito Internacional; logo, a
CDI redige os instrumentos que serão utilizados em um momento oportuno nos Tratados
Multilaterais.
Assim, em um contexto internacional onde não há legislador nem juiz, os Estados agem
como legisladores e como destinatários das normas.
Projeto de Tratado = projeto de artigos no âmbito internacional.
O Tratado Multilateral geralmente é defeituoso, lacunoso.
A CDI só funciona como legisladora no caso de Tratado Multilateral.

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ALEXSANDRO LIMA- 7DIAN- UNIBRASIL

O Tratado regulamenta as relações jurídicas em um determinado tema (ex: Direito Marítimo)


entre os Estados que ratificam aquele Tratado.

→ Ver o art. 26 da Convenção de Viena (“Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser
cumprido por elas de boa fé”). Esse artigo pode ser aplicado a Estados que não fazem parte
da Convenção de Viena porque são costumes (direito espontâneo).

O Brasil ratificou a Convenção de Viena em 2009, mas mesmo antes desse período o art. 26
podia ser aplicado.

O desenvolvimento progressivo envolve criação de normas em temáticas onde não existem


normas.

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