Você está na página 1de 24

Comportamento Mecânico de Materiais

João Pedro Oliveira


jp.oliveira@fct.unl.pt

Gabinete 3.4 do VIII

Teórica 3
1
Deformação elástica e plástica para metais
policristalinos
Que curva é esta?

Lei de Swift

Regime linear elástico:

Regime plástico: várias mais conhecida é a lei de Hollomon 2


Critério de Considère para instabilidade plástica

Conceitos que permitem entender a estrição do material:

I – Antes de deformação todos os materiais têm heterogeneidades (dimensão,


composição) que causam variações locais da tensão e extensão
II – Durante a deformação a seção resistente diminui (efeito de Poisson)
III – Durante a deformação o material encrua. O encruamento varia com a quantidade
de deformação

I → determine onde se vai dar a estrição


II e III → determinar a estabilidade (mecânica) do material

3
Critério de Considère para instabilidade plástica

O critério de Considère permite-nos saber onde se inicia a instabilidade plástica →


importância?

→ Critério de Considère
θ é a taxa de encruamento → como varia o andamento?

Real Nominal

4
Critério de Considère e a lei de Hollomon
Só para curvas reais/efectivas → porquê?

n → coeficiente de encruamento
K → coeficiente de resistência

O critério de Considère diz-nos que a instabilidade plástica ocorre para uma extensão
real ε = n.

É neste ponto de que dá a estrição do material

5
Deformação em monocristais
• Permite generalizar para os policristais.
• Ocorre devido a tensões de corte que promovem o escorregamento de planos
cristalográficos (relembrar a lei de Schmidt) → degraus à superfície

3 estágios de deformação:
I – tensão não cresce, não há encruamento
II – encruamento linear
III – encruamento não linear semelhante aos
policristais.
6
Ainda a Lei de Schmidt
• Permite generalizar para os policristais.
• Ocorre devido a tensões de corte que promovem o escorregamento de planos
cristalográficos (relembrar a lei de Schmidt) → degraus à superfície

O escorregamento de planos atómicos só ocorre quando


a tensão de corte resolvida é superior ao valor crítico do
plano cristalográfico.

Diferentes planos cristalográficos têm diferentes valores


críticos para o escorregamento de planos atómicos.

7
Deformação plástico - mecanismos

Defeitos na rede cristalina e seu movimento

8
Sistemas de escorregamento de deslocações

Planos e direções de escorregamento


dependem da estrutura cristalográfica

O escorregamento de deslocações
ocorre apenas segundos determinados e
planos e direções cristalográficas que
tendem a ser os planos com maior
densidade atómica

9
O que dificulta o movimento de deslocações?

Limites de grão → consequências?

Existência de precipitados (ancoram deslocações) → consequências?

Densidade de deslocações → maior densidade, mais difícil o movimento das mesmas

Será sempre benéfico ter tamanho de grão muito pequeno e elevada densidade de
precipitados? Porquê?

10
Mecanismos de encruamento (resumo)
São independentes da temperatura

Deformação plástica → geração e movimento de deslocações

Quando é que se tem um metal sem deslocações? O que aconteceria se a deformação


do material se desse sem geração e movimento de deslocações?

Aumento da deformação → maior deslocações a serem formadas, dificultando o


movimento das mesmas → necessidade de aumentar a tensão para prosseguir a
deformação

Outros aspetos microestruturais que contribuem para o encruamento:

- Limites de grão
- Precipitados
- Empilhamento de deslocações
11
Mecanismos de amaciamento ou restauração
São dependentes da temperatura

Facilitam a deformação plástica do material → aspecto da curva do material?

Aniquilação de deslocações

→ Deslocações de sinal contrário que se movam no mesmo plano podem aniquilar-se

→ 2 deslocações que se movam em planos diferentes podem recombinar-se numa só


com um comprimento total inferior à soma das 2 que lhe deu origem

12
Competição entre encruamento e amaciamento

O modo como cada um dos mecanismos influencia a evolução da densidade de


deslocações vai ditar qual deles será dominante

A tensão é proporcional à raiz quadrada da densidade de deslocações

Se a velocidade de geração de deslocações for superior à velocidade de aniquilação,


então os mecanismos de encruamento são predominantes na deformação plástica do
material

||b|| igual à formula acima apenas para sistemas cúbicos 13


Generalizando para policristais

A orientação dos planos de escorregamento em relação à força aplicada varia de grão


para grão.

As fronteiras de grão constituem barreiras ao movimento das deslocações.

14
Efeito do tamanho de grão
Lei de Hall-Petch → correlaciona o tamanho de grão com a tensão de cedência

σ0 e ky são constantes do material

d é o tamanho (médio) de grão

Menor tamanho de grão maior resistência à deformação plástica

15
Modos de rotura dúctil
Rotura dúctil a frio → grandes deformações

Os mecanismos de cavitações diferem dos mecanismos de deformação descritos


anteriormente.

As cavidades são da ordem do µm e levam a uma redução da secção útil resistente.


Precipitados e inclusões existentes
em metais têm menor capacidade
de deformação plástica que a matriz
envolvente.

Há facilidade de formação de
cavidades devido à descoesão com a
matriz ou rotura dos precipitados. A
competição entre um mecanismo e
outro depende da relação entre a
tensão de coesão (matriz-
precipitado) e a tensão de rotura
do precipitado. 16
Rotura intragranular e intergranular
Intra → As fissuras propagam pelos grãos devido a precipitados ou inclusões (por
exemplo)

Inter → As fissuras propagam ao longo dos limites de grão

17
Rotura intragranular e intergranular
Microscopia electrónica → identificação dos tipos de rotura do material

18
Deformação a frio - resumo
Vantagens:

- Precisão
- Qualidade de acabamento
- Aumento da resistência e dureza
- Criação de anisotropia desejável
- Menor consumo de energia
- Processos near-net shape

Desvantagens

- A força requerida para a deformação é maior → mais potência necessária


- Ductilidade e endurecimento por deformação limitam a quantidade de deformação que o
material pode sofrer → necessário tratamentos térmicos

19
Recristalização estática
Porquê a utilização de tratamentos térmicos após deformação?

Recuperar a capacidade de deformação do material por cristalização.

Trade-off entre resistência mecânica e ductilidade

Qual a influência do T e t do recozimento na dureza do material?

20
Recristalização estática – efeitos microestruturais
Análise por microscopia óptica (mais fácil e acessível, mas menor resolução)

21
Recristalização estática – efeitos microestruturais
Microscopia electrónica de transmissão → maior resolução possível

22
Recristalização estática – Resumo
Para ocorrer é necessário que após a deformação (a frio) o material seja aquecido até
uma temperatura conveniente (temperatura de recozimento). Pode ocorrer:

Restauração – redução da densidade de deslocações, por aniquilação, e organização


das deslocações restantes em subjuntas (este fenómeno também acontece durante a
deformação, embora seja pouco intenso na deformação a frio).

Recristalização – nucleação e crescimento de novos grãos, isentos de deslocações,


com orientação diferente dos grão deformados (recristalização primária).

Recristalização secundária – continuação do crescimento de alguns dos novos grãos


(formados durante a recristalização propriamente dita – que pode ser designada por
recristalização primária, para distinguir desta), à custa de outros grãos vizinhos.

23
Recristalização estática vs dinâmica

Estática

Diferenças? Porquê?

Dinâmica

24

Você também pode gostar