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TEMA 3

TRIGONOMETRIA

INTRODUÇÃO

Ao longo do ano em diversos momentos foram referidos modelos matemáticos e o processo de modelação
matemática. Mas o que é, afinal, o processo de modelação matemática? Apresentamos uma possibilidade!

O início do processo é a escolha de um problema real que pode estar mais ou menos (in)definido. Em
seguida há que selecionar hipóteses: considera-se o atrito ou despreza-se, considera-se a espessura do
material ou despreza-se, etc. A validade das conclusões dependem exactamente das hipóteses que
consideramos. Posteriormente estamos em condições de enunciar o problema matemático propriamente
dito: que (in)equações há a resolver, quais são as variáveis, o que é constante, etc. A partir daqui, em
princípio será clara a técnica matemática que pode ser usada, embora possa não ser simples chegar à
solução. Finalmente há que redigir um relatório em que a solução do problema é usada para explicar o
fenómeno, ou prever a evolução futura, ou para servir de suporte a uma tomada de decisões. A
comunicação sob a forma matemática é uma ferramenta importante nos dias de hoje para todos os
cientistas e investigadores.

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FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS COMO FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

As razões trigonométricas podem ser vistas, não só como relações entre os comprimentos dos lados e as
amplitudes dos ângulos de triângulos rectângulos, mas também como correspondências unívocas, em que a
cada amplitude x (em radianos) de um ângulo corresponde uma razão trigonométrica dessa amplitude x.
Na 11.ª classe as razões trigonométricas foram também
associadas ao círculo trigonométrico, círculo de raio 1 com o
centro a coincidir com a origem do referencial, que nos
permite visualizar as razões trigonométricas, como é o caso do
seno, co-seno e tangente.

Visualização das razões trigonométricas no círculo


trigonométrico para um determinado ângulo.

Imagine um ponto que se movimenta sobre a circunferência (por exemplo, ponto A na figura acima). A cada
ângulo, x, em radianos, que esse ponto define podemos fazer corresponder uma das razões trigonométricas, ou
seja, cada posição deste ponto dá-nos um ponto no gráfico da função trigonométrica.
Como as amplitudes, em radianos, bem como os valores correspondentes das razões trigonométricas, são
números reais, estamos a definir funções reais de variável real.
Neste caso, dizemos que estamos perante funções trigonométricas.
Uma concretização da descrição do movimento de um ponto numa circunferência é a tarefa seguinte:
Tarefa: Na figura está representada, num referencial ortonormado (o.n.) xOy , um arco de circunferência AB, de centro na
origem do referencial. O ponto Q move-se ao longo desse arco.
Os pontos P e R, situados sobre os eixos Ox e Oy , respectivamente, acompanham o
movimento do ponto Q, de tal forma que o segmento de recta [PQ ] é sempre paralelo ao
eixo Oy e o segmento [QR ] é sempre paralelo ao eixo Ox .

Para cada posição do ponto Q, seja x a amplitude do ângulo AOQ e seja h x  a área da
região sombreada.

Qual dos gráficos seguintes a função h?


Resolução: Vejamos que para x  0 e para x  , a área sombreada corresponde a um quarto de circunferência,
2
amplitudes para as quais a área é máxima. Assim, as opções possíveis serão a resposta (B) e (D), onde o extremo dos
intervalos são maximizantes da função. Contudo e como pordemos observar na figura a área sombreada até x   diminui,
4
mas nunca chega a atingir o zero (existe sempre parte a sombreado!), pelo que a resposta correcta é a alínea (D).

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Para resolver:
1. Na figura está representado um hexágono regular, inscrito no círculo trigonométrico.
Determine:

1.1. sin AOˆ B 1.2. cos AOˆ C 1.3. tan AOˆ E


2. Considere uma circunferência de centro C e raio 1, tangente a uma recta r.
Um ponto P começa a deslocar-se sobre a circunferência, no sentido indicado na figura.
Inicialmente o ponto P encontra-se à distância de 2 unidades da recta r.

Seja d ( ) a distância de P a r, após uma rotação de amplitude  . Qual das igualdades seguintes é verdadeira para
qualquer real positivo  ?
(A) d ( )  1  cos  (B) d ( )  2  sen

(C) d ( )  1  cos  (D) d ( )  2  sen

O MA8 inclui uma breve síntese relativamente à trigonometria estudada na 11.ª classe.

 FUNÇÃO SENO

A partir do círculo
trigonométrico podemos
construir,
geometricamente, o
gráfico da função y= sin
x
Para cada valor de x  [ 0, 2π [, sin x é a ordenada do ponto intersecção do lado extremidade do ângulo com o
círculo trigonométrico. Podemos continuar este estudo para ângulos cujas amplitudes sejam maiores ou igual a
2π e para amplitudes negativas. Assim podemos concluir que para a função seno:
 Df = IR Para resolver:

 Df’ = [-1, 1] 3. Considere a função g, definida por


g(x)=sinx no intervalo  4 ;2  .
 É uma função ímpar pois sin( x)   sin x,  x  IR
Indica, em relação à função g:
(o gráfico é simétrico em relação à origem do referencial)  extremos;

 É uma função periódica pois sin(2k  x)  sin x,  x  IR , k  Z  zeros;


 sinal;
Para k = 1 obtém-se 2 a que se dá o nome de período mínimo
 intervalos de monotonia.
 A expressão geral dos zeros é: x  k , k  Z
4. Determine se as funções definidas pelas
 A função é positiva em 2k ,   2k  k  Z seguintes expressões são pares ou ímpares:
4.1. f ( x)  2 sin x  
e negativa em   2k , 2  2k  k  Z

4.2. g ( x)  sin 2 x 2   

 A função tem máximos relativos para: x   2k , k  Z 5. Resolva as equações:
2
3 5.1. sin x  sin  5.2. 3  2 sin(2 x)  0
 A função tem mínimos relativos para: x   2k , k  Z 7
2

92
 Quanto à monotonia a função é crescente em     2k ,   2k  k  Z
 
 2 2 

e decrescente em    2k , 3  2k  k  Z


Para resolver:
2 
 2  6. Na figura está representado um triângulo rectângulo
[ABC], de hipotenusa 3.
 A função não é injectiva Apresente uma expressão que represente o
 A função é contínua em todo o seu domínio perímetro do triângulo [ABC] em função da
amplitude α.
 O gráfico da função é uma sinusóide Sugestão: Expresse a medida do
Uma aplicação deste tipo de função é, por exemplo, comprimento dos lados
a modelação das marés que são fenómenos periódicos. recorrendo a razões trigonométricas.
Consideremos o seguinte contexto:

Tarefa:
Numa praia, em determinado dia, foram feitas várias medições que permitiram chegar à seguinte função:
t
y  3  2 sin  , onde t representa o tempo em horas e y o nível da água, em metros.
2
1.Às vinte horas, qual era o nível da água? 2.Em que momentos a água atingiu o nível de 4m?
Resolução:
Graficamente a resolução destas questões passa por, na alínea 1 determinar a imagem do objecto 20 e no segundo caso, as
soluções que procuramos coincidem com as abcissas dos pontos de intersecção do gráfico da função com a recta constante
y=4.
y
Vejamos a resolução analítica.
1.Substituimos t por 20 na expressão e obtemos: 8

 20 
y  3  2 sin   y  3  2 sin(10)  y  1,91 (2c.d .) . 6
 2
4
R: O nível da água era cerca de 1,9m.
2. Neste caso é-nos dado o valor de y e pedido o valor de t. 2
Assim, igualamos a expressão a 4, obtendo: x

 
-2 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
t t t 1 t
3  2 sin   4  2 sin   1  sin     sin    sin   -2
 
2  
2  
2 2  
2 6
t  t   5
   2k      2k , k  Z  t   4k  t   4k , k  Z -4
2 6 2 6 3 3
Substituindo:
 5 13 17
k 0 t 1 t   5,2; k  1 t   13,6  t   17,8
3 3 3 3
R: Às 1h, 5,2h, 13,6h e 17,8h aproximadamente do dia em causa.

> Limites

A função sin x é contínua em IR, para qualquer número real a, logo lim sin x  sin a . Como é uma função
xa

periódica não existe limite nos ramos infinitos ( x   ).


Estudamos agora uma função em particular que nos vai ser útil para o cálculo das derivadas das funções
trigonométricas.

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sin x
Sendo x, o ângulo em radianos, a função definida por f ( x)  está definida em IR /{0} . Esta assume uma
x
0
indeterminação do tipo , no cálculo do limite quando x  0 , mas esta indeterminação pode ser levantada.
0
Vamos fazê-lo de forma intuitiva, utilizando tabela e gráfico.
Por observação gráfica o limite sugere 1 como o resultado do limite em causa. Da mesma forma, a observação
da tabela dá-nos indicação que, para valores de x próximos de zero, quer por aproximação à esquerda, quer por
sin x
aproximação à direita, os valores tendem para 1, como seria de esperar pela paridade da função .
x

y x (em radianos) sin x x (em radianos)


2
x
1 0,841470… -1
1
0,5 0,958851… - 0,5

x 0,125 0,997397… - 0,125


-2π -3π/2 -π -π/2 π/2 π 3π/2 2π
0,0078125 0,999989… - 0,0078125
-1
0,000244141 0,999999… - 0,000244141

0 1 0

sin x sin x sin x


lim  lim  1 , donde podemos concluir que lim 1
x0 x0 x 0 x
x x

Tarefa: Determine lim 1  cos x . Para resolver:


x0 x
7. Determine os seguintes limites:
Resolução: Uma aplicação deste limite vem no cáclulo de lim 1  cos x ,
7.1. lim x  sin( x) 7.2. lim
x0 x sin(2 x)
x 0 x x 0 x
também ele importante no cáclulo na derivada da função sin x .
0
7.3 lim sin(4 x) 7.4. lim
sin x
 

lim
1  cos x 0
 lim
1  cos x   (1  cos x)  lim 1  cos x  lim sin x
2 2 x 0 sin(5 x ) x 0 x  1

x 0 x x  0 x (1  cos x) x0 x(1  cos x) x0 x(1  cos x)


8. Sabendo que lim sin x  1 ,
sin x sin x sin 0 x0
 lim  lim  1  1 0  0 x
x 0 x x  0 (1  cos x) 1  cos 0 x
mostre que: lim 1
x 0 sin x
1  cos x
Assim lim 0
x 0 x
Para resolver:
No levantamento de indeterminações envolvendo o cáclulo de limites
com funções trigonométricas, existem alguns artifícios, como por ln x
9. Indique o valor de lim
exemplo o seguinte: x 0  sin x
Tarefa: Determine lim
sin(3x) . (A)   (B) 0 (C) 1 (D) 
x 0 4x
0
 
10. Para um certo número real k, é contínua a
sin(3x)  0   3 sin(3x)  3 sin(3x) 3 função m definida por:
Resolução: lim  lim     lim 
x 0 4x 
x 0 4 3 x  4 x 0 3x 4 e 2 x  k , se x  0

m  x    sin x
Visto que lim
sin(3x)
 1 . Aqui a técnica utilizada passou por  , se x  0
x 0 3x  x
multiplicar e dividir por números que nos permitissem utilizar o limite O valor de k é: (A) –1 (B) 1 (C) 0 (D) 2

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sin x sin (nx)
notável lim  1 , que, na verdade, pode ser generalizado para nx
lim  1 , com uma simples mudança de
x0 0 nx
x
variável.

> Derivada

Utilizando a definição de derivada, vamos determinar a função derivada de sin x .

Sendo x0 um ponto qualquer do domínio de sin x :

sin ( x0  h)  sin(h) sin ( x0 )(cosh  1)  sin(h) cos( x0 ) (cos(h)  1) sin(h)


(sin x0 )'  lim  lim  sin ( x0 )    cos( x0 )  cos( x0 )
h0 h h0 h h h (2)
(1)
Em (1) utilizámos o desenvolvimento da fórmula do seno da soma. Recordar:
Fórmulas da soma ( sin  )
Em (2), como já vimos no cálculo de limites lim cos h  1  0 e lim sin h  1 .
h 0 h h 0 h sin (   )  sin  . cos   sin  . cos 

De uma maneira geral se u  g (x) , atendendo ao teorema da função composta, vem: sin u '  u' cos u

Tarefa: Determine (sin(2 x 2  x))' .

Resolução: (sin(2 x 2  x))'  (2 x 2  x)' cos(2 x 2  x)  (4 x   ) cos(2 x 2  x)

Para resolver: 12. Considere a função real de variável real definida por
g ( x)  sin x 2 . Sabe-se que a recta tangente ao gráfico de
11. Determine as expressões das funções derivadas
definidas pelas seguintes expressões: g num ponto tem declive  2  .

11.1. f ( x)  2 sin x   11.2. h( x)  sin( x 2  1) Quais são as coordenadas desse ponto?

11.3. g ( x)  sin(2 x   ) 11.4. j ( x)  sin 2 x  1 (A)   ,0 (B)   ,0 


(C)  2  ,0  (D)  ,0

Atenção, as notações por vezes não são 100% claras. Repara que: sin 2 x  (sin x) 2 ; sin x 2  sin( x 2 ) ; sin 3x  sin(3x)

 FUNÇÃO CO-SENO

g : IR  IR
Seja g uma função real de variável real caracterizada por:
x  cos x

Para cada valor de x  [ 0, 2π [, cos x é a abcissa do ponto de intersecção do lado extremidade do ângulo com o
círculo trigonométrico. Podemos continuar este estudo para ângulos cujas amplitudes sejam maiores ou igual a
2π e para amplitudes negativas.
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Assim podemos concluir que para a função co-seno:
Para resolver: 13. Na figura está a representação
 Df = IR gráfica da função f , definida, no intervalo  0, 2 ,
por f  x   cos x .
 Df’ = [ -1, 1 ]
 É uma função par pois cos x  cos (- x),  x  IR Tem-se que f k   f  7  . Qual é o valor de k?
 12 
(O gráfico é simétrico em relação ao eixo dos yy)

 É uma função periódica pois


 cos(2k  x)  cos x,  x  IR , k  Z

Para k = 1 obtém-se 2 a que se dá o nome de


período mínimo (A) 11 (B) 14 (C) 17 (D) 19
12 12 12 12
 A expressão geral dos zeros é: x    k , k  Z
2 14. Na figura está representada parte do gráfico de
uma função periódica. Qual o período desta função?
 A função é positiva em     2k ,   2k  k  Z
 
 2 2 

e negativa em    2k , 3  2k  k  Z


2 
 2 

 A função tem máximos relativos para: x  2k , k  Z

 A função tem mínimos relativos para: x    2k , k  Z

 Quanto à monotonia a função é crescente em   2k , 2  2k  k  Z e decrescente em


2k ,   2k  k  Z
 A função não é injectiva mas é contínua em todo o seu domínio
 O gráfico é uma sinusoide.

Para resolver: 15. Na figura está representado a sombreado um


Tarefa: Na figura está representada uma polígono ABEG  .

pirâmide quadrangular. Sabe-se que: Tem-se que:

. A base da pirâmide tem centro F e lado 2 . ABFG  é um quadrado

. G é o ponto médio da aresta BC  de lado 2

. x designa a amplitude do ângulo FGE . FD é um arco de circunferência

1.Mostre que a área total da pirâmide de centro em B; o ponto E move-se ao longo desse arco; em
consequência, o ponto C desloca-se sobre o segmento BD  , de
é dada, em função de x, por:
tal forma que se tem sempre EC   BD 
4 cos x  4 ,  
A( x)  x   0,  . x designa a amplitude, em radianos, do ângulo CBE e x  0;  
cos x  2  2
 
2.Calcule lim A( x) .

 15.1. Mostre que a área do polígono ABEG  é dada, em função
x
2 de x,por: A( x)  21  senx  cos x 
3. Interprete geometricamente o valor obtido. Sugestão: pode ser-lhe útil considerar o trapézio ACEG 
Resolução: 1. A área total da pirâmide é a soma das
áreas dos 4 triângulos das faces laterais (congruentes 15.2. Determine A(0) e A   . Interprete geometricamente
entre si) com a área do quadrado da base. 2
cada um dos valores.
Abase  2  2  4

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2  a . A variável a corresponde à altura do triângulo da face lateral que coincide com a hipotenusa do triângulo a
Atriângulo 
2
sombreado. Utilizemos as razões trigonométricas para representar a hipotenusa em função de x.

Ora, FG=1, logo, cos x  1  a  1 .


a cos x
1
2
Substituindo na fórmula da área do triângulo vem: Atriângulo  cos x  1 . Portanto, A( x)  4  4  1  4 cos x  4
2 cos x cos x cos x


4 cos 4
2. 4 cos x  4 2 4 .
lim A( x)  lim  
   Para resolver:
x

x
 cos x  0
2 2 cos 16. Considere a função g, definida por g(x)=cosx no intervalo
2
4 ;6  . Indique, em relação à função g: extremos, zeros, sinal e
3. Quando a amplitude do ângulo x aumenta intervalos de monotonia.
até valores próximos de um ângulo recto, no limite, 17. Esboce, no mesmo referencial, os gráficos de y  sin x e
y  cos x .
a figura a sombreado deixa de ser um triângulo
17.1.Os zeros da função y  sin x o que são para a função
rectângulo e a pirâmide deixa de ser um sólido
y  cos x ?
fechado, o que faz com que a área total do 17.2. Os zeros da função y  cos x o que são para a função
triângulo rectângulo e, consequentemente, a área y  sin x ?

total da pirâmide tenda para infinito. 18. Considere a função g, definida por g ( x)  3  2 cos(  x) .

18.1. Simplifique a expressão g(x).


18.2. Determine os zeros da função g.

> Limites

A função cos x é contínua em IR, para qualquer número real a, logo lim cos x  cos a . Como é uma função
x a

periódica não existe limite nos


ramos infinitos ( x   ).
Resolução:
Tarefa: Determine lim 4 cos x .  
x   2 x 2 sin  - x 

2 4 cos x 4 cos x 2 cos x 2 
lim  lim  lim  lim
(1) 
Observações sobre a resolução: x
   2x
x

  x   x  
2 2  x   x    x 
(1): Porque cos x  sin
 
2 2 2

 x 2  2  2 
2       
2 sin    x     2 sin  x  
(2): Porque sin( x)   sin x   2   2 2 sin y sin y
lim  lim  lim  2  lim  2 1  2
(3):Mudança de variável y  x 
 x

  x

  y 0 y y 0 y
2 x   2 x  
2  2 (2)  2  (3) (4)
sin x
(4):Porque lim 1
x 0 x
Para resolver:
Tarefa: Considere a função g , de domínio  0,2 , definida por: 19. Calcule, se existirem, os
seguintes limites:
 ln 2  x   1 se 0  x   .
g x   
 sin 2 x  se   x  2 19.1 lim
4 cos x
x    2x
1. Estude g quanto à continuidade.
19.2 lim
1  cos x
2. Determine os zeros de g . x 0 2x 2
1  cos x
19.3 lim 97
x 0 x sin x
3. Seja     , 2  tal que cos   2 . Determine g   .
3
Resolução:
1. À excepção do ponto x   , em todo o restante intervalo a função g é contínua por resultar de operações com
de funções contínuas. Vejamos o comportamento da função no referido ponto. Como a função está definida por
ramos, para valores menores que  utilizamos o primeiro ramo e para valores à direita de  o segundo ramo
da função g.

lim ln(2  x)  1  ln( )  1 e lim sin(2 x)  sin(2 )  0 . Como ln( )  1  0 , não existe limite no ponto
x   x  

estudado.
2. Determinemos os zeros de cada ramo da função.

ln(2  x)  1  0  ln(2  x)  1  2  x  e 1  x  2  e 1  5,91( 0,  )

k
sen(2 x)  0  2 x  k , k  Z  x  , k  Z . Neste caso, k  2  k  3  k  4 .
2
3
Os zeros da função g são: x    x   x  2 .
2

  2  1  2 
3. Ora, cos   2    cos 1  2  . Portanto g (  )  g  cos 1    . Como cos    0,84 , fazemos a
3 3   3  3
 2 
substituição no primeiro ramo da função. Assim vem: ln  2  cos 1     1  2,69 , ou seja, g (  )  2,69 (2c.d .) .
  3 

20. Considere a função g , de domínio  0, 2 , definida por: 21. Para cada certo valor de k , é contínua em IR a
função g , definida por (ln designa logaritmo de base e)
 1  ln   x  se 0  x  
g x   
 cos 2 x  se   x  2  k  cos x se

x0
g  x    ln  x  1
20.1. Estude g quanto à continuidade.  se x0
x
20.2. Determine os zeros de g . Qual é o valor de k ?

20.3. Seja     , 2  tal que cos   2 . (A) 0 (B) 1 (C) 2 (D)  1


3
Determine o valor exacto da expressão g   sen  .
Para resolver:
22.Determine as
> Derivada expressões das funções
derivadas definidas pelas
seguintes expressões:
Analogamente à determinação da derivada da função sin x vamos fazê-lo para
22.1. y  cos x
determinar a função derivada de cos x . Para este caso vamos definir cos x 2
22.2. y  x  1 cos x isto é:
a partir do sin x , recorrendo à relação entre as funções dos dois ângulos complementares,
2
 
cos x  sin  x  22.3. y  x 2 cos x
2 

Sendo x0 um ponto qualquer do domínio de cos x , 22.4. y  cos x 


2
'
      
' '
 
(cos x0 )'   sin  x0    sin  x0    x0   cos  x0    1   sin( x0 ) 22.5. y  1  cos x
  2  (1)  2  2   2  (2) 2
Em (1) utilizámos o desenvolvimento da fórmula da derivada da função composta. 22.6. y  cos 1 
 x

98 22.7. y  xe cos x
Em (2), pela relação entre ângulos complementares, cos   x0   sin x0 .
2 

De uma maneira geral se u  g (x) , atendendo ao teorema da função composta, vem: cos u '   u' sin u
'
 1 .
Tarefa: Determine 
  23. Considere a função h , de domínio    ,  , definida por h x   x  cos x
 cos(2 x) 
23.1. Utilizando a definição de derivada de uma função num ponto, calcule
Resolução: h' 0 .
'
 1   (cos(2 x))´' 2 sin(2 x) 23.2. Estude h quanto ao sentido das concavidades do seu gráfico e quanto à
    existência de pontos de inflexão.
 cos(2 x)  cos 2 (2 x) cos 2 (2 x)
23.3. Determine os valores x , pertencentes ao intervalo    ,  , tais que
hx   x  sin x .

 FUNÇÃO TANGENTE

Seja h com a seguinte


caracterização:
h : IR  IR
x  tan x

Constata-se que o gráfico não é contínuo, tendo várias interrupções devido à tangente ser definida pelo
quociente entre o valor da ordenada e o valor da abcissa do ponto onde o lado extremidade intersecta o eixo
das tangentes. Este quociente só tem significado se a abcissa for diferente de zero, ou seja, por exemplo, no
 3 
intervalo em estudo 0,2  , a amplitude x do ângulo tem que verificar a condição x   , .
2 2 
Observando o gráfico pode concluir-se: Para resolver:

   24. Considere a função f, real de


D f  IR |   k , k  Z 
2  variável real, definida por:
f ( x)  1  3 tan 2 (3x)
 D f ´ IR
24.1. Determine: o domínio e os zeros
 É uma função ímpar pois tan( x)   tan x,  x  D f de f.


24.2. Mostre que: f  x 

O gráfico é simétrico em relação à origem   f ( x)
 3
 É uma função periódica pois tan(k  x)  tan x,  x  D f , k  Z

Para k = 1 obtém-se  a que se dá o nome de período mínimo


 A expressão geral dos zeros é: x  k , k  Z

99
 A função é positiva em  2k ,   2k  e   2k , 3  2k  k  Z
     
2  2 

e negativa em    2k ,   2k  e  3  2k , 2  2k  k  Z 25. O gráfico seguinte representa a


 2   2 
função h( x)  tan x
x
 A função não tem máximos relativos nem mínimos relativos y

 A função é crescente em qualquer intervalo do tipo: 4

2
   
  2  k , 2  k  , k  Z -7π/4-3π/2-5π/4 -π -3π/4 -π/2 -π/4 π/4 π/2 3π/4 π 5π/4 3π/2 7π/4
x

-2
 A função não é injectiva nem contínua
-4

 A função admite assimptotas verticais de equação x  


 k , k  Z
2

 O gráfico da função é uma tangentóide. Estude a função nos aspectos que lhe
pareçam mais característicos e
confirme analiticamente os
resultados que possam levantar
algumas dúvidas.
Em rigor, determinar analiticamente a equação das assimptotas
verticais exige estudar a vizinhança dos pontos em que a função não
está definida. Consideremos, a título de exemplo, a função definida
pela expressão y  tan(2 x   ) representada graficamente na imagem ao
lado. Determinar o domínio significa determinar os valores de x tais
que 2 x      k , k  Z .
2

Ou seja: 2 x     k  x     k  , k  Z . Assim D y  IR | 
  
  k , k  Z  .
2 4 2  4 2 

Verificando os limites laterais no ponto   . lim tan(2 x   )  tan 3    e lim tan(2 x   )  tan 3    .
 

4      
x 
4
 2  x  
4  2 

Sendo ambos os limites infinitos concluímos que x    é assimptota vertical. Estudo análogo poderia ser feito
4
para outro(s) pontos não definidos.

Repare-se que, neste caso, as assimptotas não distam  unidades entre elas, mas sim
.
2

D C
Tarefa: O quadrado da figura onde M e N são pontos médios de dois lados. Admitindo que o
lado do quadrado mede 5 cm, calcule com aproximação às unidades do grau, o valor de .

Resolução:
Seja   MBˆ C . Uma vez que o triângulo [BMC] é rectângulo, podemos determinar 
recorrendo à sua tangente.
2,5 A B
 tan   0,5 logo   tan (0,5) .
1
tan  
5

Uma vez que NBˆ A  MBˆ C ,   90º 2  tan 1 (0,5) e portanto, aproximando às unidades,   37º .

100
Para resolver:
> Limites
26. Indique o limite da

Para a   k , k  Z , isto é, em qualquer ponto do domínio, sucessão:
2
  1 
u n  tan   
lim tan x  tan a  2 n 
x a

 Para resolver: 27. Calcule, se


Para b   k , k  Z lim tan x   e lim tan x   . existirem, cada um dos limites:
2 x b x b

Como é uma função periódica não existe limite nos ramos infinitos 27.1 27.2

( x   ).
27.3 27.4
 x
2 x  tan 
Tarefa: Determine lim 2. 27.4 27.5
x 0 x
Resolução: 27.7
27.6
 x   x   x  x
2 x  tan   tan    tan   sin  
lim  2   lim  2 x   2    2  lim   2    2  lim 2  27.8 27.9
x 0 x x 0  x x  x 0  x  (1) x 0  x
    x cos 
    2
27.10 27.11
  x  x
 sin    sin  
 2  lim       2  lim  lim   
1 2 1 2
x 0   x x  x  0  x x  0 x 27.12 27.13
 cos   cos  2
   2  2 2
 x 27.14 27.15
sin  
2  1   lim    2  1   1  2  
1 2 1 1 3
2 x  0 x 2 2 2
(2) 27.16 27.17
2

sin x 27.18 27.19


Em (1) utilizámos a igualdade tan x  ;
cos x
sin x 27.20 27.21
Em (2) utilizámos o limite notável lim 1
x0 x

> Derivada

Para determinarmos a função derivada de tan x , consideramos a igualdade


sin x . Recordar:
tan x 
cos x Fórmula fundamental da Trigonometria

Sendo x0 um ponto qualquer do domínio de tan x (FFT) sin 2  cos 2   1

(sin x 0 ) ' cos x 0  sin x 0 (cos x 0 ) ' cos x 0 . cos x 0  sin x 0 ( sin x 0 ) cos 2 x 0 .  sin 2 x 0 1
(tan x 0 )'  2
 2
 2
 2
(1) cos x 0 cos x 0 cos x 0 (2) cos x 0
Em (1) utilizámos o desenvolvimento da regra da derivação do quociente.
Em (2), pela fórmula fundamental da trigonometria.

101
De uma maneira geral se u  g (x) , atendendo ao teorema da função composta, vem: tan u ' 
u'
cos 2 u

Tarefa: Determine  tan x .


'

Resolução:

 tan x ' (tan x) '


 2
1 Para resolver:
28. Determine a expressão da função derivada das funções definidas pelas
2 tan x 2 cos x tan x
expressões:
28.1. x  tan(3x) 28.2. tan 2 x 28.3. tan x 2

28.4. x tan 2 x 28.5. tan 1  28.6. tan(x 2  1)


Regras de Derivação das  x
funções trigonométricas:
29. Seja h definida por h( x)  1 no intervalo 0,   \  
 
sin u '  u' cos u tan x 2
1
cos u '   u' sin u 29.1. Mostre que: h' ( x)  
sin 2 x
.

29.2. Estude a monotonia da função no intervalo em que está definida.


tan u '  u'
cos 2 u 29.3. Estuda a função h quanto ao sentido da concavidade e pontos de inflexão.

 FAMÍLIAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

As transformações de funções trigonométricas já foram abordadas anteriormente, contudo, agora serão


aprofundadas, pela importância que alguns desses parâmetros assumem no estudo destas famílias de funções.
Recordamos, no quadro seguinte, as transformações simples de funções.

O gráfico obtém-se por uma deslocação na vertical de a unidades para :


y = f(x) + a  cima se a > 0
 baixo se a < 0
O gráfico obtém-se por uma deslocação na horizontal de a unidades para :
y = f(x  a)  a direita se a > 0
 a esquerda se a < 0
 se a > 1, o gráfico obtém-se "esticando-o" na vertical segundo o factor a;
y = a f(x)
 se 0 < a < 1, o gráfico obtém-se "encolhendo-o" na vertical segundo o factor a.

 se a > 1, o gráfico obtém-se "encolhendo-o" na horizontal segundo o factor 1 ;


a
y = f(a x)
 se 0 < a < 1, o gráfico obtém-se "esticando-o" na horizontal segundo o factor 1 .
a

y =  f(x) O gráfico obtém-se por uma simetria em relação ao eixo dos xx.

y = f(x) O gráfico obtém-se por uma simetria em relação ao eixo dos yy.

102
O conhecimento de transformações permite-nos determinar algumas características das funções
trigonométricas. Nomeadamente o contradomínio das funções seno e co-seno pode ser determinado por
enquadramento.
Para resolver:
Tarefa: Seja a função f definida por: f(x)  2  4 cos x  π 
 2 30.Determine o domínio, contradomínio e
zeros das seguintes expressões analíticas:
Determine:
1. O contradomínio de f. 30.1. f ( x)  3 sin  x   
 3
2. Os valores de x para os quais a função toma o valor máximo
30.2. h( x)  2  tan x
no intervalo -  ; 2 .
30.3. g ( x)  3  cos5x 
Resolução:
1
1. A função cosx  é uma função limitada entre  1 e 1 . Assim, vem: 30.4. j ( x) 
2  sin x
 1  cos x   1 
(Multiplicamos todos os termos por 4)
 4  (1)  4 cos( x)  4  1 
 2   4  2  4 cos( x)  2  4  sinais da desigualdade)
(Adicionando o simétrico da expressão anterior a 2, trocamos os

 
 6  4 cos x    2 (O argumento da função não influi no contradomínio pois
 2 corresponde a deslocação horizontal do gráfico da função)

O contradomínio da função é o intervalo - 2; 6

2. O valor máximo da função é 6. Para determinar os valores de x em que tal acontece, igualamos a expressão e 6 e
resolvemos a equação trigonométrica:

 π  π  π  π π π
2  4 cos x    6  4 cos x    4  cos x    1  cos x    cos   x     2k  x     2k , k  Z 
 2  2  2  2 2 2
 3
 x    2k  x    2k , k  Z
2 2

No intervalo -  ; 2 , a equação admite as soluções: x    (k  0); x   ; x  3 (k  1)


2 2 2

> Amplitude e período de funções trigonométricas

Observemos os gráficos das funções:

y1  2 cos x y 2  cos x y3  0,5 cos x a

y3 a
Sendo y  a cos x , ao número a y2
y1
chama-se amplitude da função.

Quanto maior for a mais o gráfico da função …………………… na direcção do eixo dos …….… .

Relativamente a y2  cos x , o gráfico da função y1  2 cos x estica verticalmente para o ………………….. .

Relativamente a y2  cos x , o gráfico da função y3  0,5 cos x encolhe verticalmente para …………………. .

103
Observemos os gráficos das funções:

y1  cos(2 x) y 2  cos x y3  cos(0,5x)


y3

Sendo y  cos(kx) , ao número k y1

chama-se período da função.


y2
As funções completam um período
2
quando 0  kx  2  0  x 
k

Por exemplo o período da função y1  cos(2 x) é dado por: P  2  


2

Por exemplo o período da função y3  cos(0,5x) é dado por: P  2  4


0,5

Quanto maior for o valor de k mais o gráfico da função …………………… na direcção do eixo dos ………..… .

Relativamente a y2  cos x , o gráfico da função y1  cos(2 x) ………….……………………….. para ………………..….. .

Relativamente a y2  cos x , o gráfico da função y3  cos(0,5x) ………………………………….. para ……………………. .

Assim temos: Desafio:


Represente graficamente as funções
 Se y  a cosk ( x  b)  c então a amplitude é a e o período é 2 . definidas por:
k
   
y1  sin  x  ; y 2  sin  x  
 Se y  a sink ( x  b)  c então a amplitude é a e o período é 2 .  4  3
k    
y 3  sin  x  ; y 4  sin  x  
 4   3
 Se y  a tank ( x  b)  c então a amplitude é a e o período é  . 1. Que relação encontra entre os
k
gráficos obtidos e o gráfico da função
y  sin(x)
Exploração do desafio em MA 9 2. Como se pode obter o gráfico de
uma função do tipo y  sin( x  k ) a

Tarefa: Seja a função f definida por: f(x)  2  4 cos 3x  π 


partir do gráfico de uma função
 2 y  sin(x)

Determina a amplitude e o período da função em causa. Para resolver: 31. Considere a função:
 π
Resolução: f(x)  4 sin  2 x    2
 2
Se y  a cosk ( x  b)  c então a amplitude é a e o período é
2 .
Estude a função no que diz respeito a:
k (i)Domínio; (ii)Contradomínio (iii)Período e
amplitude; (iv)Intersecção com o eixo Oy;
Na função f a  4  k  3 , logo a amplitude é  4 e o período é 2 . (v)Zeros; (vi) Extremos e monotonia (vii)Sinal;
3 (viii)Concavidades e pontos de inflexão;
(ix)Representação gráfica
Sugestão: Pode começar PR31 por expressões
mais simples como:

y1  1  sen x , y 2  2  sen x , y 3   1  sen x


2
104 y 4   tan x , y5  1  tan x , y 6  3 tan x ,
32.Na figura encontram-se as representações gráficas de duas funções, f e g, de domínio 0,2  , definidas por:

f ( x)  sen(2 x)
 5 
g ( x)  cos 2 x   
 6 

onde P1, P2, P3 e P4 são pontos de intersecção dos gráficos de

f e de g. A abcissa de P1 é  .
3
32.1. Determine as coordenadas de P2.
1. 32.2. Defina, por meio de uma condição, a região sombreada, incluindo a fronteira.

As funções trigonométricas modelam diferentes fenómenos. Uma das áreas em que poderemos apreciar essa
aplicação é na Medicina. Para modelar a pressão arterial fazem-se medições com aparelhos adequados; a
pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. Atinge o valor máximo
quando o coração ejecta o seu conteúdo na aorta e atinge o valor mínimo quando o coração acabou de
bombear para a aorta todo o sangue que continha. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio,
mmHg, unidade surgida quando Evangelista Torricelli inventou o barómetro de mercúrio, em 1643. Se
dissermos que a pressão arterial de determinada pessoa é de 120/80, isso significa que o valor máximo é de
120mmHg e o valor mínimo é de 80mmHg. O melhor modelo para tal situação é dado por uma função
trigonométrica. Suponhamos que um ciclo completo – período, ou seja, o intervalo de tempo de um batimento
cardíaco, é de aproximadamente 0,75 segundos. Neste caso, um bom modelo será a função
 8 
f x   20 cos t   100
 3 
O gráfico da função pode representar-se assim:
Um outro fenómeno modelado por funções trigonométricas é
a alturas marés ao longo de um período de tempo.
Também a duração do dia e da noite são fenómenos
periódicos que podem ser modelados por estas funções.
Para aprofundar conhecimento sobre estes dois tópicos o
MA3 e MA4 poderão ser úteis.

Modelação matemática com funções


trigonométricas:MA10 e MA11.

O estudo de funções trigonométricas e as competências já desenvolvidas ao nível do cálculo diferencial


permitem-nos também resolver problemas que poderão ter aplicação à realidade. “Ilustrando cabos
telefónicos” é uma entre muitas outras abordagens que poderiam ser aqui apresentadas.
x x
Tarefa: Quatro comunidades situam-se nos quatro vértices de um quadrado com 1km de lado.
Ao fazer-se uma instalação de cabos telefónicos ligando as quatro aldeias, a empresa de
telecomunicações chegou à conclusão que a solução mais económica é do tipo da que se
encontra representada na figura ao lado.
Determine o ângulo x de modo que a medida do comprimento total do cabo seja a menor possível.

105
Resolução:
Para determinarmos o ângulo assinalado temos que determinar o mínimo de uma função C x  , que relacione a medida do
comprimento do cabo para cada ângulo x.

O domínio desta função é o intervalo  0;   , uma vez que o ângulo x é agudo. Para determinarmos a expressão analítica
 2
 
observemos a figura para expressarmos a medida do comprimento de cada um dos troços do cabo de telefone em função
da amplitude do ângulo x.
1
2
x x
C x  4a  (1  2b) b
a a
1
1
cos x  2  a  e b 1
a 2 cos x tan x  1  b  2 tan x
2

Substituindo C x   4
 1  tan x
b
2 cos x

Simplificando: C x   1 
2 sin x 2  sin x 
  1 ,0x
cos x cos x cos x 2
Ao lado está uma representação da gráfica da função no intervalo em causa.

Para determinarmos analiticamente o mínimo, vamos estudar os zeros e o


sinal da derivada.

 Cálculo da derivada:
(2  sin x)' cos x  2  sin x   cos x '  cos x  cos x  2  sin x    sin x   cos 2 x  2 sin x  sin 2 x  1  2 sin x
C ' x     
cos x 2 cos 2 x cos 2 x cos 2 x

 Zeros da derivada:
 1  2 sin x
C ' x   0   0  1  2 sin x  0  ( cosx   0 em todo o seu domínio)
cos 2 x
1   
 sin x   x   0  x  
2 6 2

 Estudo do sinal da derivada e da monotonia e extremos da função:

 
x 0
6 2
 1  2 sin x
C ' ( x)  1  0 + s.s.
cos 2 x
C (x) m

Concluímos que o comprimento do cabo de telefone é mínimo quando x   .


6
Nesse caso o comprimento é:
 1
2  sin 2
  6 2  1  3  2,732.
C   1   1
6  3
cos
6 2

Ou seja, 3,732km.

106
Para resolver: 33. Na figura está representada uma circunferência de centro O e raio 1 .Os pontos A e B são
extremos de um diâmetro da circunferência.
Considere que um ponto P, partindo de A, se desloca sobre o arco AB, terminando o seu
percurso em B. Para cada posição do ponto P, seja x a amplitude, em radianos, do ângulo AOP.

 
Seja f a função que, a cada valor de x  0 ,  , faz corresponder o valor do produto escalar
OA. OP Qual dos gráficos seguintes pode ser o da função f?
34. Seja f a função real de variável real definida por:
 ax1  
e sen bx   se x  0
f ( x)    2
ln (e  x ) b se x  0

Determine o valor de a e b de modo que f seja


derivável em x=0

(A) a  b  0 (B) a  b  1
e

(C) a  1 e b  0 (D) a  1 e b  e
e e
35. Na figura está representado um trapézio ABCD  , cujas bases têm 10 e 30 unidades de comprimento e a altura
tem 10 unidades de comprimento.
Considere que um ponto P se desloca sobre o lado AB .Para cada

posição de P, seja x a amplitude, em radianos, do ângulo PDA.


Pretende-se determinar o valor de x para o qual o segmento
PD  divide trapézio em duas figuras com a mesma área.
Qual das equações seguintes traduz este problema?

(C) 30  10 sin x  150


2 2
(A) 30 sin x  100 (B) 30 tan x  100 (D) 30  10 tan x  150
2 2 4 4

36. Considere a função f definida por f  x   sin  x 2  . 37. De uma função f sabe-se que f  x   f  x   0
Indique qual das expressões seguintes define f  , para qualquer x  IR . Qual das seguintes pode ser
a expressão analítica de f?
função derivada de f. x
(A) sin x (B) x (C) e (D) ln x
(A) 2 x . cos  x 2
 (B) 2 x . cos  2 x  (C) cos  x 2
 (D)  cos  x 2

38. Na figura está representado um quadrado  ABCD  , de lado 1.

O ponto E desloca-se sobre o lado  AB  , e o ponto F desloca-se sobre

o lado  AD  , de tal forma que se tem sempre AE  AF .

Para cada posição do ponto E, seja x a amplitude do ângulo BEC  x   ;   


  4 2 
  
38.1.Mostre que o perímetro do quadrilátero  CEAF  é dado, em função de x, por :

2 2
f  x  2 
tan x sin x

38.2.Calcule lim f  x  e interprete geometricamente o valor obtido.



x
2

38.3.Mostre que f  x   2  2 cos x e estude f quanto à monotonia.


sin 2 x
107
39. Considere a função, de domínio IR , definida por f ( x)  x  sin  

x
39.1. Estude a função f quanto à existência de assimptotas não verticais do seu gráfico.
39.2. Determine uma equação da recta tangente ao gráfico de f, no ponto de abcissa 2.

 
39.3. Prove que no intervalo 1,   , a função f não tem zeros.

40. Um ponto C desloca-se sobre uma circunferência de diâmetro  AB 

e centro O. Considere que o comprimento do segmento  AC  , em função

da amplitude x do ângulo AOC, é dado por d  x   2 sin  , x  0 ,  .


2
40.1. Indique o valor de x para o qual d  x   AB . Justifique que a circunferência tem raio 1.

40.2. Justifique que, quando x 0 ,  , o triângulo ABC  é rectângulo em C.

40.3. Mostre que BC  2 cos x .


2

40.4. Verifique que a área do triângulo ABC  é sin x .


40.5. Mostre que o perímetro do triângulo ABC  é máximo quando a sua área for máxima.

40.6. Considere a função f, de domínio  0 ,   , definida por f  x   2 x  tg x .


 2 
 

40.7. Estude f quanto à existência de assimptotas do seu gráfico, quanto à monotonia e existência de extremos
relativos.

41. Considere a função f, definida por: 42. Uma bola suspensa de uma mola oscila verticalmente.

2  cos x se x  0 Admita que a distância (em cm) da bola ao solo, t segundos após

f  x    7x  4 um certo instante inicial, é dada por
se x  0
 x  1
 t  com t   0 ,  
f  t   10  5 e  0 ,1 t cos  
Na figura estão representados:  4 

- Parte do gráfico de f Na figura, apresenta-se parte da representação gráfica da


função f .
- A recta r, assimptota do gráfico de f
- O ponto P, cuja abcissa é o maior dos

maximizantes da restrição de f a IR0

42.1. Indique o valor de lim f  t  . Interprete esse valor em


t 
termos do movimento da bola.
42.2. Mostre que existe pelo menos um instante, entre o terceiro
e o quarto segundos, em que a bola se encontra a sete
41.1. Determine as coordenadas do ponto P. centímetros do solo.

41.2. Determine o contradomínio da função f. 42.3. Resolva a equação f t   10 . A partir do conjunto solução
obtido, indique quantas vezes, nos primeiros quinze segundos, a
bola passa a dez centímetros do solo. Justifique a sua resposta.

108
NÚMEROS COMPLEXOS
 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO. O CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS
Consideremos as equações:
Referência histórica:
I: x  2 x  0
2
II: x  5  0
2
III: 4 x  1  0
2
IV: x  1  0
2

Qual o número de soluções de cada uma das equações dadas?


Reparemos que:
Cardano Euler
x2  2 x  0 x2  5  0 4x2 1  0 x2  1  0
Cardano (1501 – 1576) foi o
4x2  1  0 matemático que pela primeira
x  2x  0
2 x 5  0
2
1 x2  1  0 vez se referiu aos números
x  2
 x x  2  0  x2  5 4  x 2  1 complexos, verificando que as
 x  0 x 2  x 5x 5 1 1  x   1 raízes quadradas de números
 x x
2 2 negativos, embora
aparentemente “sem
N.º de soluções N.º de soluções N.º de soluções N.º de soluções
significado”, permitiam
Em : 1 Em : 0 Em : 0 Em : 0 prosseguir cálculos para a
Em : 2 Em : 0 Em : 0 Em : 0
determinação de valores reais.
Em : 2 Em : 0 Em : 2 Em : 0
Em : 2 Em : 2 Em : 2 Em : 0 Mas foi muito mais tarde com
Leonhard Euler (1707-1783),
O número de soluções depende do conjunto a que x pertence. que foi introduzida a notação i,
a chamada unidade imaginária,
Pegando novamente na equação IV: x 2  1 , temos a seguinte questão: para representar 1 .
Qual o número que ao quadrado é -1?
Para que esta questão tivesse resposta foi necessário
i: unidade imaginária, em que i 2  1 .
criar novos números: os números imaginários.
1  i e se A > 0, então A  i A.
Definiu-se um novo número, i, que verifica i 2  1

A equação IV: x 2  1 , tem agora duas soluções:  1 e   1 , ou seja, i e -i .


A partir deste conhecimento, pode afirmar-se que todas as equações do 2º grau são possíveis.

2 4 8 2  2 1
Exemplo: x 2  2 x  2  0  x  x  x  1   1  x  1  i  x  1  i
2 2
As soluções desta equação são números complexos. Números Complexos

O conjunto dos números complexos, que se representa por , reais não reais
aparece como uma ampliação do conjunto dos números reais, racionais irracionais 1
i i
, acrescentando a parte imaginária. 3 0 2
3  3  5i
1
Chama-se número complexo a toda a representação da forma: -0,2
2 3 1
a  bi com a e b ϵ e i 2  1 5 e i 3
-5 50,67 3

Para resolver:
42. Resolva, em , as equações:
42.1. x 2  9  0 42.2. x 3  8 x
42.3. x 2  2 x  2  0 42.4. x 2  6 x  11

109
 FORMA ALGÉBRICA E REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DE NÚMEROS COMPLEXOS
Os elementos do conjunto , conjunto dos números complexos, são da forma a  bi com a e b ϵ (forma
algébrica).
Em relação ao número z = a  bi podemos considerar duas partes:
- a é a parte real de z e escreve-se Re(z) = a;
- b é o coeficiente da parte imaginária de z e escreve-se Im(z) = b;
- se b=0, o número complexo z é um número real (uma vez que 0 x i=0)
- se a=0, o número complexo z é um imaginário puro.

Considere-se, no plano, o referencial o.n. Oxy.


- A cada número complexo z = a  bi corresponde o ponto do plano de
coordenadas (a, b);
- O ponto A chama-se afixo ou imagem geométrica do complexo z;
- Ao plano chama-se plano de Argand ou plano complexo;
- Ao vector OA chama-se imagem vectorial do número complexo z;
- A distancia de A à origem chama-se módulo de z, |z|, e é dado por:
z  OA  a 2  b 2

- A representação geométrica de números reais pertence ao eixo real;


- A representação geométrica de números imaginários puros pertence ao eixo imaginário.

Para resolver: 44. Seja z o número complexo representado por: z = (x – 2) + (y + 1)i ; x, y ϵ


43. Transcreva para o caderno a Determine x e y de modo que:
tabela e complete-a com os valores 44.1. Re(z) = 3 e Im(z) = -1.
em falta. 44.2. z seja um número real. 44.3. z seja um imaginário puro.
z Re(z) Im(z)
45. Represente geometricamente:
3 +5i … …
z1  2  4i z 2  2i z 3  3  2i z4  3
-3i … …
46. Determine o módulo de cada um dos seguintes números complexos e
7 … …
represente-os no plano complexo.
… -2 1 46.1. 1  2i 46.2. 3  i 46.3. 3i 46.4. 3 3i 46.5. 5
… 0 8
47. Determine a e b ϵ de modo que:
… 2 0 47.1. 3a  b  1i  6  4i . 47.2. a 2  bi  b  4i .
 3 i … … 47.3. a 2  ai  4  2i . 47.4. a  a  bi  3i .

> Igualdade de dois números complexos


Dois números complexos são iguais se e só se são
iguais as suas partes reais e os coeficientes das
suas partes imaginárias.

a  c
a  bi  c  di   Nota:
b  d
No conjunto não existe uma relação de ordem do
tipo da existente em : “<” (menor que)
Exemplos:
1. Se a  bi  2 8i , então a = 2 e b = –8. • Se fosse i > 0, então ter-se-ia i  i  i  0 , ou seja,
2. Se 2 x  yi  3  2i , então: -1 > 0 (contradição).
3 • Se fosse i < 0, então – i > 0 e ter-se-ia
2 x  3  y  2  x   y  2 .  i   i    i  0 , ou seja, -1 > 0 (contradição).
2

110
> Números complexos conjugados > Números complexos simétricos
Dois números complexos designam-se por conjugados Dois números complexos designam-se por
quando as partes reais são iguais e os coeficientes das simétricos quando têm partes reais e coeficientes
partes imaginárias são simetricos. das partes imaginárias simetricos.

O conjugado de um número complexo z O simétrico de z  a  bi é  z  a  bi .


representa-se por z .
Se z  a  bi então z  a  bi . Exemplos:
1. O simétrico de 2  3i é 2  3i .
2. O simétrico de 2  3i é 2  3i .
Exemplos:
3. O simétrico de 2i é 2i .
1. O conjugado de 2  3i é 2  3i .
4. O simétrico de 2 é 2 .
2. O conjugado de 2  3i é 2  3i .
3. O conjugado de 2i é 2i . As imagens geométrica de dois números
4. O conjugado de 2 é 2. complexos, simétricos um ao outro, são pontos
A imagem geométrica de z obtém-se por uma reflexão simétricos em relação à origem do referencial.
relativa ao eixo real, da imagem geométrica de z.

Para resolver:
 OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS 48. Indique o conjugado e o simétrico de:
As operações de adição e multiplicação de números 48.1. 3  i 48.2. 2  5i
complexos são extensões das operações com o mesmo 48.3. 10i 48.4. 15
nome em . 49. Na figura estão representados, no plano complexo,
Sejam de z1  a  bi é z 2  c  di . seis pontos: A, B, C, D, E e F, que são imagens
geométricas dos
> Adição e subtracção números complexos:
z1  z 2  a  bi  c  di  a  c   b  d i zA, zB, zC, zD, zE e zF.
z1  z 2  a  bi  c  di  a  c   b  d i
49.1. Represente, na
No plano complexo, a adição algébrica de números forma algébrica, cada
complexos corresponde à adição de vectores: um desses números
complexos.
49.2. Determine o
módulo do número:
a) zA b) zC c) zE
49.3. Represente na forma algébrica e
geometricamente o:
a) simétrico de E b) conjugado de C
c) simétrico de A d) conjugado de D

50. Considere os números complexos e calcule: i


Exemplos: z3 
z1  3  i z2  1  2i 2
1. 2  3i   1  i   2  3i  1  i  1  4i
50.1. z1  z2 50.2. z 1  z 2
2. 3i  2  5i   3i  2  5i  2  2i
50.3. z1   z 2   z 3 50.4. z 3  z1  z 2 
111
> Multiplicação Para resolver:
Multiplicam-se os números complexos como se de 51. Determine x, y ϵ de modo que:
números reais de tratasse tendo em conta que i 2  1 . 51.1. x  2i   yi  3
Exemplo:  
51.2. x2  i  3  yi   1  2i
2  3i  4  i   2  4  2  i  3i  4  3i  i  51.3. 1  xi   2i  y  3xi  1
 8  2i  12i  3  11  10i
52. Considere os números complexos:
No caso geral:
z  2  i , w  3i , t  1  2i
z1  z2  a  bi c  di  ac  bd   ad  bci
Represente na forma algébrica o resultado de:
> Divisão 52.1. z  w  t  52.2. t  z  w 52.3. z 2  wt
Para dividir dois números complexos multiplicam-se 53. Considere os números complexos:
ambos os termos da fracção pelo conjugado do z1  1  3i , z 2  2  i , z 3  1  2i
denominador. O problema reduz-se, assim, à divisão de Represente na forma algébrica o resultado de:
um número complexo por um número real. 53.1. z1  z2 53.2. z1  z2 53.3. iz1  z 3  z 2
Exemplo:
2  3i 2  3i 8  5i  16  10i  24i  15 1  43i 1 34 
53.4. z2  z1  z3  53.5.
z2
53.6.
1
     i z1 z2
8  5i 8  5i 8  5i  64  5i 2 89 89 89
z1  1 z1  z 3 i z
53.7. 53.8. 53.9.  3
No caso geral: z2 z3  z2 z3 i
z1 a  bi ac  bd bc  ad 54. Seja w  3  i . Represente na forma algébrica:
   i
z 2 c  di c 2  d 2 c 2  d 2 54.1. o inverso de w.
54.2. o simétrico do inverso do conjugado de w.
> Potenciação
55. Na figura estão
As propriedades estabelecidas para as potências de representadas, no
números reais conservam-se em . plano complexo, as
Vamos começar por calcular potências de base i e imagens geométricas
expoente natural, com as regras habituais da potenciação: de seis números
complexos:
w, z1, z2, z3, z4 e z5.

Qual é o número
complexo que pode
1
ser igual a ?
Notemos que as potências de base i e expoente natural só w
tomam os valores: 1 , i , -1 , -i
56. Calcule e represente na forma algébrica:
A forma mais simples de encontrarmos uma potência de i,
56.1. i 39 56.2. i 37  i 999  2i 25
de expoente natural, é usar o conhecimento de:
56.3. i 85  i 78 56.4. 2i 3
56.5. 2i 3  1  i 2 56.6. 1  2i 3
56.7. i 42 
56.8. i 11 i 5  3i 74 
1
56.9. i 4 n 2  ,n 
7
1
57. Mostre que i é solução da equação i.
z 15
58. Em cada caso, determine o menor número
natural k, tal que: 58.1. i 5 k  i 7  0
58.2. i 3k 2  1 58.3. i 3k 2  1

59. Mostre que 1  i  i2  i3  ...  i190  1 .


i n  i r , sendo r o resto da divisão inteira de n por 4
(nϵ 0)
112
Para obter as potências de expoente natural de um número n
complexo z  a  bi qualquer podemos aplicar a fórmula do a  bin  
p 0
n
C p a n  p bi p
desenvolvimento do Binómio de Newton.
Tarefas:
1. Calcule: i 76  i 82  i 23
2. Recorrendo à fórmula do desenvolvimento do Binómio de Newton simplifique 2  i 5 .
Resolução:
1 1 1 1 i
1. i 76  i 82  i 23  i 0  i 2   1   1   2  2  2i
i 23
i 3 i  i i
2. 2  i   Co 2  i   C12  i   C2 2  i 2 5C322  i 3 5C4 21  i 4 5C520  i 5
5 5 5 0 5 4 1 5 3

 32  80i  80  40i  10  i  38  41i

> Resolução de equações em


Para resolver:
Tarefas: Resolva, em , as equações e apresente as soluções na 60. Considere os números complexos z 1  i n ;
forma algébrica.
z 2  i n1 ; z 3  i n2 ; z 4  i n3 com n ϵ 0 .
1. iz  2  3z 2. 2z  iz  1  3i 3. z 2  2 z  17  0 .
60.1. Mostre que, no plano complexo, as imagens
Resolução:
geométricas de z1, z2, z3 e z4 são os vértices de um
1. 1z  2  3z  iz  3z  2  zi  3  2 
quadrado com perímetro igual a 4 2 .
2 23  i  6  2i
z z z  60.2. Dê um exemplo de
i 3  3  i  3  i  91
um valor de n para
3 i  3 i
 z  S     o qual as imagens
5 5  5 5
geométricas de
2. Fazendo z  a  bi com a e b ϵ , tem-se: z1, z2, z3 e z4 são as
2 z  iz  1  3i  2a  bi   ia  bi   1  3i  representadas
 2a  2bi  ia  b  1  3i  2a  b   2b  a i  1  3i na figura.
Atendendo à igualdade de números complexos vem:
2a  b  1 b  2a  1    
   
2b  a  3 22a  1  a  3 4 a  a  3  2
61. Resolva, em , as equações:
 5  7
b  2 1 b 61.1. iz2  z  0 61.2. 2z  3i  zi
 3  3
  61.3. 2z  z  1 61.4. z3  3z  0
a  5 a  5

 3 
 3 61.5. z 2  z  2  0 61.6. z 2  4  0
5 7 5 7  61.7. z 2  10 z  26  0 61.8. 16 z 2  8 z  5  0
Então z   i. S    i
3 3 3 3  61.9. z 2  2iz  5  0 61.10. z 3  16 z
3. Aplicando a fórmula resolvente: 61.11. z 3  6 z 2  13z  0 61.12. z 3  6iz 2  10 z

 2  4  68  2   64 62. Resolva a equação, dê exemplo de três soluções


z 2  2 z  17  0  z  z
2 2 e represente no plano complexo o respectivo
 2  8i conjunto-solução.
z  z  1  4i S   1  4i ,  1  4i
2 62.1. iz  z  0 63.2. Rez   z  2i

Actividades de investigação/exploração:
1. Sejam z  a  bi e w  c  di quaisquer números complexos. Mostre que:
1.1. z  z é um número real 1.2. z  z é um imaginário puro
1.5.   
z z
1.3. z  w  z  w 1.4. z  z  z 2
 w w

2. Com a utilização de exemplos, verifique que:


2.1. A adição, em , goza das propriedades comutativa e associativa.
2.2. A multiplicação, em , goza das propriedades comutativa e associativa.
2.3. Em , a multiplicação é distributiva em relação à adição.

113
 REPRESENTAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS NA FORMA TRIGONOMÉTRICA
Consideremos um número complexo z  x  yi e a respectiva imagem geométrica
P
que corresponde ao ponto P(x, y).

Vimos já que o módulo de z se representa por z e corresponde à distância


da imagem geométrica de z à origem. Designemo-lo, agora, por ρ.

Assim   z  x 2  y 2 sendo 
  0,  . 
Consideremos, agora, θ a medida em radianos, da amplitude de um ângulo
em que o lado origem é semieixo real positivo e o lado extremidade é a semirrecta O P .
A θ dá-se o nome de argumento de z e representa-se por arg(z)=θ Notas:
•“ρ” é a letra grega que se lê “ró”
Observando mais uma vez a imagem podemos concluir que:
•“θ” é a letra grega que se lê “téta”
 x
cos 
   x   cos • Para cada número complexo,
 
sin  y  y   sin podemos considerar uma infinidade

  de argumentos. Se θ é argumento
de um número complexo z, então
Portanto, temos z   cos   sini   cos  i sin  que se
qualquer amplitude θ+2kπ (k ϵ ), é
designa por representação trigonométrica de z. argumento de z.
Podemos abreviar esta expressão considerando cos  i sin  cis • Considera-se:
de onde resulta: z  cis Argumento positivo mínimo:
0  argz   2
Tarefa 1: Represente na forma trigonométrica: Argumento principal:
1.1. z 1  i 1.2. z 2  1  i    arg z   
Resolução:
1.1. z 1  i Para resolver:
 64. Represente na forma trigonométrica
z 1  1 ; arg z 1  
2 cada um dos complexos:
 64.1. z1  3 64.2. z 2  3  i
z 1  cis
2 64.3. z3  4i 64.4. z 4  4  4i
1.2. z 2  1  i
64.5. z5  2i 64.6. z 6  1  3i
z2   12   12  2
5 3 5
64.7. z 7   2 64.8. z 8   i
Seja θ um argumento de z2 . 4 4
 1,1  3º Q
  5 65. Escreva na forma algébrica:
 1    
tan  1 4 4   

 1 65.1. z  2 cos  i sin 
 3 3
5
z 2  2cis  
4 65.2. z  5cis   
 4
Tarefa 2: Represente na forma algébrica os números complexos: 3 5
65.3. z  3 2cis 65.4. z  2cis
  4 3
2.1. z 1  2cis    2.2. z 2  5cis
 4  5 
65.5. z  3cis   65.6. z  cis 0
Resolução:  6 
      2 2  
2.1. z 1  2cis    2 cos     i sin     2 i  2  2i 65.7. z  2cis 65.8. z  2cis
 4   4  4   2  2
 2
4º Q 4º Q

2.2. z 2  5cis  5cos   i sin   5 1  i  0  5

114
> Igualdade de dois números complexos na forma trigonométrica
Dois números complexos iguais têm a mesma imagem no plano complexo.
Se z1  1 cis 1 e z2   2 cis 2 então:

z1  z2  1 cis 1   2 cis 2  1   2   1   2  2k , k 

Exemplo: z1  2cis e z 2  2cis 9  são iguais uma vez que têm o mesmo módulo e   9  8 (4 voltas completas)

> Números complexos conjugados na forma trigonométrica


A imagem geométrica do conjugado de z obtém-se da imagem geométrica de
z por uma relexão relativamente ao eixo real.
Logo, z  z e se θ é um argumento de z, então –θ é um argumento do
conjugado de z.
Se z  cis , então z  cis  

> Números complexos simétricos na forma trigonométrica


No plano complexo, a imagem de – z, simétrico de z, obtém-se da imagem de
z por uma rotação de centro na origem do referencial e amplitude π radianos.
Então, z   z e se θ é um argumento de z, então θ+π é um argumento de – z.

Se z  cis , então  z  cis   

Para resolver: 67. Para cada um dos números complexos z , represente na


66. Considere os seguintes números complexos: forma trigonométrica z e  z e indique os quadrantes a que
 7  pertencem, no plano complexo, as respectivas imagens
w1  2  2 3i e w2  4cis 
 3  geométricas.
66.1. Mostre que w1  w2 .  10   
67.1. z  1  3i 67.2. z  3cis  67.3. z  cis  
66.2. Indique o argumento positivo mínimo de w2 .  9  7

 OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS NA FORMA TRIGONOMÉTRICA


Algumas operações com números complexos podem efectuar-se de forma simples quando estes estão
representados na forma trigonométrica: a multiplicação, a divisão, a potenciação e a radiciação.
Para efectuar a adição de números complexos, estes devem estar expressos na forma algébrica.

> Multiplicação na forma trigonométrica Recorde:


Sejam os números complexos: • sina  b  sina  cosb  cosa  sinb
z1   1 cis 1 e z2   2 cis 2 • sina  b  sina  cosb  cosa  sinb
O seu produto será: • cosa  b  cosa  cosb  sina  sinb
• cosa  b  cosa  cosb  sina  sinb

z1  z 2   1 cis 1   2 cis 2   1  2 cis 1   2 

115
No plano complexo:
Para resolver:
z  z1  z 2   1 cis 1   2 cis 2  68. Calcule e apresente o resultado na forma
  1  2 cis 1   2   cis trigonométrica:
   1  
  1 2 68.1.  2cis    cis 
 3  2 6
  1 2
  
68.2. 1  i   cis 68.3.  3cis    2i 
5 4

Tarefa: Escreva z 1  z 2 na forma trigonométrica: 69. Seja z um número complexo. Indique um


 2 argumento de z  z .
1. Sendo z 1  2cis e z 2  3cis .
4 3 70. Considere os números complexos z  3  i
 1  
2. Sendo z 1  2cis e z 2  1  3i . e t  cis   .
4 2 4
Resolução:
70.1. Represente z na forma trigonométrica e t
 2   2   11 
1. z 1  z 2  2cis  3cis  6cis    6cis  na forma algébrica.
4 3  4 3   12  70.2. Represente z  t na forma:
2. Comecemos por expressar 1  3i na forma trigonométrica. a) algébrica b) trigonométrica
z 2  12   3 2
2 z 2  2cis

3
71. A imagem geométrica do número complexo
Seja θ um argumento de z2 . z situa-se no 2º quadrante. Em que quadrante
 
z 1  z 2  2cis  2cis
  
 1, 3  1º Q
 
 4 3
se situa a imagem geométrica de:
71.2. i 2 z
     7 
71.1. iz
tan  3
 3  4cis     4cis   71.3. iz 71.4. i 7 z
4 3  12 
1 
> Inverso de um número complexo na forma trigonométrica 72. Considere o número complexo w  cis .
2 7
Seja z1  1 cis 1 um número complexo, não nulo, e seja Qual dos seguintes números complexos
z2   2 cis 2 o seu inverso. 1 1 6
corresponde a ? (A) w1  cis
Sabendo que z1  z2  1 e que cis0  1 vem: w 2 7
13 8
1  2 cis 1   2   cis0  (B) w2  2cis
7
(C) w3  2cis
7
 1  2  1   1   2  0  2k , k 
1 3 
73. Considere z1    i e z2  2cis .
1 2 2 7
 2    2   1  2k , k 
1 Calcule e apresente o resultado na forma
trigonométrica.
1
Pode considerar-se: z 2  cis  1  1 1
1 73.1.  73.2. z 2   z 2 
z1 z2
O inverso do número complexo z  cis , não nulo, é 
74. Considere os números complexos z1  cis
1 1
o número  cis   . 3
z  2 2
e z2   i.
2 2
> Divisão de números complexos na forma trigonométrica z
74.1. Represente 1 na forma algébrica.
Para dividirmos o número z1  1 cis 1 por z2   2 c i s 2 , z2
com z 2  0 , multiplicamos z 1 pelo inverso de z 2 . z1
74.2. Represente na forma trigonométrica.
z2
z1 1  1  
 z1    1 cis 1   cis 2   1 cis 1   2  74.3. Recorrendo aos resultados anteriores,
z2 z2  2  2 
determine os valores exactos de sin e
12
z1  1 
 cis 1   2  cos .
z2  2 12

116
 z2
Tarefa: Sendo z 1  6 2cis e z 2  1  i . Calcule 3i  .
3 z1
Resolução:
Atendendo às operações que vamos efectuar, devemos escrever  3
3i  3cis z 2  1  i  2cis
na forma trigonométrica os três números envolvidos na expressão: 2 4
3
2cis
z  4  3cis   2 cis  3     3cis   1 cis 5  3 cis    5   1 cis 11
Temos, então: 3i  2  3cis     
z1 2  2 6 2  4 3 2 6 12 6  2 12  2 12
6 2cis
3

> Potenciação na forma trigonométrica Para resolver:


75. Considere o número complexo z 1  i .
Seja z  cis um número complexo e n  .
Mostre que:
Temos por definição de potência: z n  z  z  z  ... z 75.1. z 8 é um número real.
n vezes 10
1
Substituindo z por cis e aplicando a fórmula da 75.2.   é um imaginário puro.
z
multiplicação vem: 75.3. 2  z 5  4  4i
z n      ...   cis    ...    76. Considere os números complexos
n vezes n vezes  
z  3  2i e w  2cis   .
3
Então: z   cisn  , n 
n n
Calcule:
76.1.
1 6
64

z  w6  76.2. iz 10 w 8
O resultado
77. Seja z 1  i . Mostre que:
 cos  i sin n   n cosn   i sinn  , n 
77.1. z 7  8 z 77.2. z 8 é um número real.
é conhecido como fórmula de De Moivre. 77.3. z  2i 14 é um número imaginário puro.

Tarefa: Calcule e apresente o resultado na forma algébrica. 78. Mostre que

 3 1 
9 sin x  i cos x4  cis 4 x  , x  .
  i
 4 4  79. Calcule:
 
Resolução: 79.1. As raízes quadradas de 3  i .
Embora o resultado seja pedido na forma algébrica, temos toda a 1 1
79.2. As raízes quartas de   i.
vantagem em efectuar as operações na forma trigonométrica. 2 2
2 79.3. As raízes quintas de 32i .
3 1  3   1 2 3 1 1
Seja z   i z        
4 4  4   4  16 16 2 80. Resolva, em , as equações:
 
80.1. z 3  1  0 80.2. z 4  1  0
Tendo θ como argumento de z, vem:
80.3. z6  i  1  0 80.4. z 3  z
 3 1 
 ,   4º Q
 4 4   1   81. Considere os seguintes números complexos:
    Então: z  cis   
 6 2  6  3   7 
3 z1  2cis  z2  32cis  z3  4i
 tan    4  4 
 3
9
Mostre que:
9
9  1    1   3 81.1. z 1 é uma raiz quadrada de z 3 .
z   cis       cis 9    2 9 cis 
 2  6  2  6 2 81.2. z1 é uma raiz índice 5 de z 2 .
 3 3 
 512 cos  i sin   5120  i   512i 82. Considere os seguintes números complexos:
 2 2 
 
w1  2cis  w2   3  i
6
Mostre que são duas das raízes cubicas do
mesmo número complexo z e determine-o.
117
> Radiciação na forma trigonométrica
Tarefa: Resolva, em , a equação z 3  8i .
Resolução: Resolver a equação z 3  8i equivale a determinar as raízes índice 3 (raízes cúbicas) do número complexo 8i .
   
Seja z  cis . z 3  8i  cis 3  8cis    3 cis 3   8cis 
 
2 2
Atendendo ao critério de igualdade de complexos na forma trigonométrica, tem-se
 3  8   3 8   2
  
    2k   2k
3   2k , k     , k    , k
 2  6 3  6 3
Como z  cis , este fica determinado por atribuição de valores a k.
  De um modo geral:
Se k = 0, resulta o número complexo z 0  2cis   .
6 Dado um complexo z  cis e n ϵ :
 5     k 2 
Se k = 1, resulta o número complexo z 1  2cis  . n
z  n  cis 
 6   n 
 3 
Se k = 2, resulta o número complexo z 2  2cis  . com z 0,1,...,n  1
 2 
Por atribuição de qualquer outro valor inteiro a k resulta um dos três esta igualdade designa-se por fórmula
números complexos z0, z1 ou z2. de De Moivre generalizada.
Daqui resulta que a equação z 3  8i tem três e só três soluções, isto é,
há três e só três raízes cúbicas (índice 3) do número complexo 8i .
Notas:
No plano:
• As imagens geométricas das raízes de
índice n, de um número complexo
cis definem, no plano complexo, um
polígono regular de n lados, centrado na
origem, com vértices numa
circunferência de raio n .
• Todas as raízes têm o mesmo módulo,
n  , e os argumentos estão em
2
progressão aritmética de razão .
n

As imagens geométricas correspondem aos vértices de um triângulo 84. Considere, no plano complexo, o pentágono
equilátero inscrito numa circunferência de raio 2 e centro O. [ABCDE] inscrito numa circunferência de raio 1 e
centro na origem do referencial, representado
Para resolver: na figura.
83. Na figura estão representados, no
plano complexo, um triângulo e um Os vértices do pentágono
quadrado inscritos numa circunfe- são as imagens
rência de centro O. geométricas das
Sabe-se que o ponto B é a imagem raízes de índice 5
geométrica do número complexo: de um complexo z.
 
2cis  
8 84.1. Determine z.
83.1. Determine o número complexo cuja imagem geométrica é o 84.2. Represente na forma trigonométrica o
ponto D. número complexo:
83.2. Considere os vértices do quadrado as imagens geométricas das a) cuja imagem é A. b) cuja imagem é D.
raízes de índice 4 de um complexo z. Determine z. c) em que a imagem do conjugado é C.

118
 DOMÍNIOS PLANOS E CONDIÇÕES EM VARIÁVEL COMPLEXA
Neste tópico, veremos como caracterizar alguns lugares geométricos recorrendo a condições em variável
complexa (condições em ).

z1
> O módulo z1  z 2 como distância entre dois pontos.
Sejam z1 e z2 dois números complexos em que as imagens geométricas
estão representadas, no plano complexo. z2
A diferença entre z1 e z2 , ou seja, z1  z 2 , é representada, no plano
complexo, pelo vector z 2 z1 .

Assim, o módulo do número complexo z1  z2

corresponde à norma do vector z 2 z1 , que equivale à z1  z 2 representa a distância estre as imagens


distância entre os pontos z1 e z2. geométricas dos complexos z 1 e z 2 .
Assim, tem-se: z1  z2  z1 z2 .

> Circunferência.
Consideremos, agora, no plano complexo, a circunferência de raio r e centro z0.
A circunferência é o conjunto dos pontos a uma distância r de z0, sendo
cada um desses pontos a imagem geométrica de um número complexo. z1
Então:
z  z 0  r , r  , é uma condição em variável complexa
que define a circunferência de raio r, com centro em z 0 .

Com base na condição que representa uma circunferência, podemos definir outros domínios planos, como os
que se representam a seguir:
(1) (2) (3) (4)

z1 z1 z1

Para resolver:
• z  z1  r , r  , representa o círculo de
85. Represente, no plano complexo, o conjunto das imagens
raio r e centro em z 0 . (1) geométricas dos números complexos z que satisfazem a

• z  z1  r , r  , representa o lugar condição: 85.1. z  2 85.2. z  1  3

geométrico dos pontos interiores à 85.3. z  1  2i  2 85.4. 1  z  2  i  3


circunferência de raio r e centro em z 0 . (2)
85.5. z  3 85.6. z  i  2
• z  z1  r , r  , representa o lugar 85.7.  2  i  z  1 85.8. z  1  i  3  z  1
geométrico dos pontos exteriores à
circunferência de raio r e centro em z 0 . (3) 86. Defina por uma condição, em , a circunferência:
86.1. centrada na origem e raio 3.
• r1  z  z1  r2 , r1 , r2  , representa uma 86.2. de raio 2 e centrada na imagem geométrica do
coroa circular. (4) conjugado de 3  i .

119
Para resolver:
87. Defina por uma condição, em , o conjunto de pontos representado no plano complexo por:
87.1. 87.2. 87.3.
Os pontos A, B e C
são imagens geomé-
tricas dos números
complexos 2i, 3i e 4i,
sendo A e C os centros
das circunferências.

Centro de circunferência: A(3, 0) , B(-3, 0) e C(0, 4)


o ponto A(1, 2)

> Mediatriz de um segmento de recta.


Sejam z1 e z2 dois números complexos.

A condição em variável complexa z  z1  z  z2


define a mediatriz do segmento de recta z1 , z 2  .

De facto, a condição representa o conjunto das imagens geométricas


dos números complexos cuja distância a z1 é igual à distância a z2 .
Com base na condição que representa a mediatriz, podemos definir os respectivos semiplanos (abertos ou
fechados):
(1) (2)
• z  z1  z  z 2 define o semiplano
(fechado) limitado pela mediatriz do
segmento de recta z1 , z 2  ao qual
pertence a imagem de z1. (1)

• z  z1  z  z2 define o semiplano
(aberto) limitado pela mediatriz do
segmento de recta z1 , z 2  ao qual
pertence a imagem de z2. (2)
Tarefa: Identifique e represente, no plano complexo, o conjunto de pontos que são imagens geométricas dos complexos
que satisfazem a condição: z  2  i   z   2  3i 

Resolução: Considerem-se os números complexos zA  2i e


Assim, uma equação é: y  x  1 .
z B  2  3i cujas imagens geométricas são A(2, -1) e B(-2, 3)
Representando no plano complexo:
respectivamente.
A condição define o semiplano (fechado) limitado pela mediatriz do
segmento de recta [A, B], ao qual pertence o ponto B.
Calculemos o ponto médio (M) de [AB] e de seguida o vector AB : A
 2 2 1 3 
M  ,   0,1 AB  B  A   4,4 
 2 2 
4
Sabemos então que a recta AB tem declive: m1   1
4
Como a mediatriz é perpendicular à recta AB o seu declive é dado B
1
por: m2   1
m1
A mediatriz tem declive 1 e passa pelo ponto M(0, 1).

120
> Rectas horizontais e rectas verticais. Para resolver:
Considere-se um número complexo z A  a  bi ; a, b  , em que 88. Identifique e represente o conjunto
de pontos constituído pelas imagens
a imagem geométrica é o ponto A(a, b).
geométricas dos números complexos que
verificam as condições:
88.1. z  z  4 88.2. z  1  i  z  3
O ponto A é a intersecção das rectas
representadas pelas condições 88.3. z  i  z  i 88.4. z  i  z  1
Re(z) = a e Im(z) = b. 88.5. z  3  z  1 88.6. z  z  1  2i
88.7. z  4  2i  z  z  2i
88.8. Rez   2  Imz   1
• Re(z) = a representa uma recta paralela ao eixo imaginário.
• Im(z) = b representa uma recta paralela ao eixo real. 88.9.  2  Rez  1  3

89. Defina, por uma condição em , os


> Semi-rectas. seguintes conjuntos:
89.1. M é o ponto médio de [OA] e o
Arg(z) = θ Arg(z – z1) = θ
(semi-recta com origem na imagem triângulo [OMB] é rectângulo em M.
(semi-recta com origem na
origem do referêncial) geométrica de z1)

89.2. Os vértices A, B, C e D são as


imagens geométricas, respectivamente,
As imagens geométricas dos números
complexos z que satisfazem a dos números complexos z ,  z , , z e z
Os números complexos z de
condição arg(z – z1) = θ estão sobre a sendo z  2  i .
argumento θ situam-se
semi-recta de origem P1 e que forma
sobre a semi-recta de
um ângulo de amplitude θ com a
origem O que forma com o
semi-recta de origem P1 e com a
semieixo real positivo um
direcção e sentido do semieixo
ângulo de amplitude θ.
positivo real.
89.3. Sendo z  3  3i , sabe-se que:
• [ABCD] é um rectângulo;
Tarefa: Represente, no plano complexo, as imagens geométricas dos • C é a imagem geométrica de z;
 2
números complexos z que satisfazem a condição:  arg z  1  2i   • D é a imagem geométrica de  z  .
4 3
Resolução:
 2
 arg  z  1  2i   
4 3
 2
  arg  z  1  2i  
4 3
Seja P1(1, -2) o afixo do número
complexo 1 – 2i. 89.4.

Na figura está a representação


geométrica sombreada que
corresponde à condição dada.

121
Para resolver: 92. Qual das seguintes condições define, no plano
90. Identifique o lugar geométrico do conjunto das imagens complexo, o eixo real?
geométricas dos números complexos que verificam as (A) z  z  0 (B) z  z  0
condições:
(C) z  1  0 (D) arg(z)  0

90.1. arg(z)   90.2. arg  z  
2 93. Qual das seguintes condições define uma recta
3 
90.3. arg z   90.4. 0  arg z   no plano complexo:
4 2 (A) z  2  z  2i (B) z  2  3i  9
91. Defina, por uma condição em , os seguintes conjuntos: 
(C) 2z  5i   z (D) arg( z) 
91.1. 91.2. 4
5
94. Considere o complexo z1  3cis .
6
A imagem geométrica de z1 pertence à região do
plano definida por:
(A) z  1,7 (B) Re( z)  3
5 3
(C) Imz   (D)  arg  z   
6 4

95. Em qual das figuras pode estar representado,


no plano complexo, o conjunto definido pela

91.3. 91.4. condição: z  1  0  arg z    Rez   2
4

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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NA COMPILAÇÃO:
AAVV, Programa de Disciplina Matemática 2.º ciclo, Projecto Escola+, Lisboa 2010
ABRANTES, P. & CARVALHO, R., O novo M11, Texto Editora, Lisboa 1991
ANDRADE, Carlos; VIEGAS, Cristina; PEREIRA, Paula Pinto e PIMENTA, Pedro, Ípsilon 12, Matemática A - 12º Ano, Texto Editores,
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AUBYN, Marinela Cabral St.; BRITO, Cristina, Mat 12, Matemática A 12º Ano, Lisboa Editora, 2005
BERNARDES, A.; LOUREIRO, C.; VARANDAS, J.M.; VIANA, J.P., BASTOS, R., Matemática 11 – Funções 2, Edições Contraponto, Porto
1999
CARDOSO, M. (S.D.), Apontamentos de Matemática: Função exponencial, função logarítmica, São Tomé, Liceu Nacional.
COSTA, Belmiro e RODRIGUES, Ermelinda, Novo Espaço, Matemática A 12º Ano, Porto Editora 2012
COSTA, Belmiro; RESENDE, Lurdes do Céu e RODRIGUES, Ermelinda, Espaço 12, Matemática A 12º Ano, Edições Asa 2008
FERREIRA NEVES, Maria Augusta; GUERREIRO, Luís e MOURA, Ana, Matemática A 12º Ano, Porto Editora, 2011
FERREIRA NEVES, Maria Augusta; PEREIRA, Albino e SILVA, Jorge Nuno, Matemática A 12º Ano, Porto Editora, 2012
3
GT T , APM, Modelação no Ensino da Matemática: Calculadora, CBL e CBR, APM, Lisboa 1999
LOPES, A.; BERNARDES, A.; LOUREIRO, C.; VARANDAS, J.M.; VIANA, J.P., BASTOS, R., Matemática 12 – Funções, Edições Contraponto,
1999
LOPES, A.; BERNARDES, A.; LOUREIRO, C.; VARANDAS, J.M.; VIANA, J.P., BASTOS, R., Matemática 12 – Trigonometria e Complexos,
Edições Contraponto, 1999
SILVA, J. C.; PINTO, J.; & MACHADO, V., Aleph 11 – volume 2, Edições Asa, Lisboa 2011
SILVA, J. C.; PINTO, J.; & MACHADO, V., NIUaleph 12, Lisboa, 2012
TEIXEIRA, P.; PRECATADO, A.; ALBUQUERQUE, C.; ANTUNES, C. & NÁPOLES, S., Funções 11, Ministério da Educação, Lisboa 1998
TEIXEIRA, P.; PRECATADO, A.; ALBUQUERQUE, C.; ANTUNES, C. & NÁPOLES, S., Funções 12, Ministério da Educação, Lisboa 1998
LOUREIRO, C.; OLIVEIRA, F.; SILVA, J.N.; BASTOS, R., Trigonometria e Números Complexos, Ministério da Educação, Lisboa 2000

Sites da Internet
http://mat.absolutamente.net
www.educ.fc.ul.pt
http://www.amatoso.org/
www.apm.pt/
www.nctm.org
http://www.hidrografico.pt/s.-tome-e-principe.php
http://esa.un.org/unpd/wpp/index.htm

Agradecemos ainda os materiais gentilmente cedidos pelos colegas: Anabela Soares, Filomena, Helena Condeço Silva,
Joaquim Pinto, José Leal e Maria Teresa Santos.

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