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Cardinalidade de um Conjunto

Cardinalidade é a medida do tamanho de um conjunto, e se tratando de um conjunto


finito é o número de elementos do conjunto.
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A e B são equinumerosos, denotado A ∼ B,
somente se existe uma bijeção f : A → B.
Se dois conjuntos são finitos e equinumerosos eles têm o mesmo tamanho, no sentido
em que podemos emparelhar seus elementos. Mesmo conjuntos infinitos é possível, em alguns
casos, emparelhar seus elementos, como veremos mais adiante no conceito de conjuntos
enumeráveis. Uma característica importante da equinumerosidade entre conjuntos é que a
mesma se trata de uma relação de equivalência, visto que: a) Para todo conjunto A, a função
identidade I : A → A, tal que ∀a ∈ A, I(a) = a é uma função bijetora. Logo A ∼ A e a
equinumerosidade de conjuntos tem propriedade reflexiva. b) Para todos conjuntos A e B, se
A ∼ B, existe uma bijeção f : A → B. Daí, como f é uma bijeção possui uma inversa f −1 : B
→ A que também é uma bijeção de B em A. Portanto, B ∼ A. Logo A ∼ B → B ∼ A e a
equinumerosidade de conjuntos possui propriedade simétrica. c) Para todos conjuntos A, B e
C, se A ∼ B e B ∼ C, então existem bijeções f : A → B e g : B → C. Daí, a composta h : A →
C, dada por ∀a ∈ A, h(a) = g(f(a)), é uma bijeção de A em C. Portanto, A ∼ C. Logo, A ∼ B ∧
B ∼ C → A ∼ C e a equinumerosidade de conjuntos tem propriedade transitiva.
Dos itens a) b) e c) acima concluímos que a equinumerosodade de conjuntos é uma
relação de equivalência. Georg Cantor fez uma definição genial: dois conjuntos seriam de
mesma cardinalidade quando houvesse alguma bijeção entre eles.
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A e B são cardinalmente equivalentes, isto
é, têm mesma cardinalidade, denotado |A| = |B| somente se: A ∼ B.

Funções
Conjuntos enumeráveis
Dizemos que um conjunto é enumerável caso ele seja finito ou, caso exista uma bijeção entre ele e o
conjunto dos números naturais.
Diga se o conjunto Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} é enumerável ou não.

Z = {0, -1, 1, -2, 2, -3, 3, ...} f: Z -> N

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...} f(x) = {2x-1, se x > 0 / -2x, se x ≤ 0}

Conjuntos não enumeráveis


Um conjunto X e dito não-enumerável quando não é possível obter uma bijeção de X
com o conjunto dos números naturais.
Exemplo: Considere o conjunto de todas as listas infinitas enumeráveis, que se ´ pode
formar utilizando apenas os algarismos 0 e 1, como por exemplo: 0 0 0 0 0 0 0 0 · · · 1 1 0 0 0
1 1 1 · · · 0 1 0 1 1 1 0 1 · · · O conjunto de todas essas listas de zeros e uns e n ´ ao enumerável.
Para isso, ´ considere S = {s1, s2, · · ·, sn, · · ·} o conjunto de todas as sequencias infinitas
enumeráveis ´ si com i ∈ N, formadas a partir da combinação dos números 0 e 1. Desta forma,
queremos construir uma sequência infinita enumerável tal que s /∈ S, portanto considere o
primeiro termo da sequência s1, e façamos o primeiro termo da sequência ˆ s diferente deste.
Agora considere o segundo termo da sequência ˆ s2, e façamos o segundo termo da sequência
ˆ s diferente dele, e assim sucessivamente. Desta forma teremos que s 6= s1 6= s2 6= · · · 6=
sn 6= · · ·, para todo n ∈ N. Portanto, acabamos de construir uma sequência infinita enumerável
´ s a partir da combinação de zeros e uns, tal que S /∈ S, e assim temos que S e não enumerável.
Teorema: O intervalo (0, 1) dos números reais é não enumerável. Demonstração:
suponha que o intervalo (0, 1) seja enumerável, desta forma existe ´ ϕ : N −→ (0, 1) bijeção, e
assim podemos listar todos os valores entre ˜ (0, 1) de modo que ϕ(i) = xi , ∀i ∈ N, como
descrito abaixo: x1 = 0, x11x12x13 . . . x2 = 0, x21x22x23 . . . x3 = 0, x31x32x33 . . . . . . . . .
xj = 0, xj1xj2xj3 . . . . . . . . . Agora, vamos tomar um número ´ k ∈ (0, 1) com k = 0, k1k2k3 .
. . . Ainda mais, vamos impor que k1 6= x11, k2 6= x22, . . ., kj 6= xjj , . . .. Em outras palavras,
queremos que ki 6= xii, ∀i ∈ N. Assim, temos que k ∈ (0, 1), porem´ k 6= xi , ∀i ∈ N, e,
portanto, existe um número no intervalo ´ (0, 1) que não está listado por ´ ϕ, uma contradição.
Logo, ˜ o intervalo (0, 1) e n ´ ao enumerável.

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