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Leitura e

Produção de Texto

Mariana Batista

E-book 2
E-book
Leitura e Tipologias Textuais
21

Neste E-book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
O CONCEITO DE LEITURA����������������������� 4
Tipologias textuais, subtipos, gêneros e
espécies����������������������������������������������������������������� 11

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������� 35
SÍNTESE�������������������������������������������������������36

2
INTRODUÇÃO

Olá, estudante! No módulo anterior você conheceu


um pouco sobre a história da leitura e da escrita.
Para darmos continuidade aos nossos estudos em
Leitura e Produção de Texto, neste módulo, dividido
em dois tópicos, apresentaremos, primeiramente,
uma conceituação de leitura, a partir da definição
dos dicionários e dos seguintes autores: Geraldi
(1984/2001, 1997), Lajolo e Zilberman (1982) e Silva
(2011). Ainda neste tópico falaremos das fases de
leitura: pré-leitura, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e leitura interpretativa, segundo os estudos
de Andrade (1999).

No segundo tópico trataremos de quatro categorias


textuais: tipo, subtipo, gênero e espécie. E estudare-
mos os quatro tipos textuais mais conhecidos e im-
portantes, tanto para a leitura quanto para a produção
textual: narrativa, descritiva, dissertativa (expositiva
e argumentativa) e injuntiva, com base em Travaglia
(2007a, 2007b, 2009, 2018), Savioli e Fiorin (2011) e
Köche, Marinello e Boff (2009).

Espero que você tenha um excelente aprendizado!


Bons estudos!

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O CONCEITO DE
LEITURA
Iniciaremos este tópico perguntando a você, estudan-
te: “Como você definiria leitura?” e “O que o ato de
ler significa para você?” Ao procurar nos dicionários
Sacconi (2010) e no Dicionário Eletrônico Houaiss
de Língua Portuguesa, encontramos que leitura é:

1. Ação ou efeito de ler ou decifrar um texto,


caracteres, etc.: a leitura dos originais de uma
obra; a leitura dos hieróglifos. 2. O que se lê:
leitura educativa. 3. Fato de saber ler: aprender
a leitura. 4. Ação de ler em voz alta, diante de
um auditório: fazer a leitura de um texto num
congresso. 5. Arte, hábito ou prática de quem
lê: faça da leitura um prazer! 6. Análise ou
interpretação de um texto, de uma partitura,
etc.: fazer uma nova leitura de Kant. 7. Modo
próprio como alguém vê uma coisa; maneira
pessoal de considerar um fato; interpretação:
a leitura que ele faz do jogo é diferente da
minha. (SACCONI, 2010, p.1255)

1. ato de decifrar signos gráficos que tradu-


zem a linguagem oral; arte de ler. 2. ação de
tomar conhecimento do conteúdo de um texto
escrito, para se distrair ou se informar. 3. ma-
neira de compreender, de interpretar um texto,

4
uma mensagem, um acontecimento. 4. ato de
decifrar qualquer notação; o resultado desse
ato. (HOUAISS, dicionário eletrônico)

A partir do exposto, compreendemos que o ato de


ler é mais do que decifrar códigos e decodificá-los, e
sim é atribuir significado para o que é lido. Além dis-
so, a leitura tem uma forte ligação com a linguagem
escrita; segundo Lajolo e Zilberman (1982), trata-se
de um processo de interlocutor entre autor e leitor,
este processo é mediado pelo texto.

Ler não é decifrar, como num jogo de adivi-


nhações, o sentido de um texto. É a partir do
texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, con-
seguir relacioná-lo a todos os outros textos
significativos para cada um, reconhecer nele o
tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono
da própria vontade, entregar-se a esta leitura,
ou rebelar-se contra ela, propondo outra não
prevista. (LAJOLO; ZILBERMAN, 1982, p. 59)

Neste sentido, podemos afirmar que o leitor é quem


dá vida ao texto, o leitor é um ser ativo que dá senti-
do ao texto, ou seja, um texto só se torna completo
quando ele é lido. “Ler não é, pois decodificar, tradu-
zir, repetir sentidos dados como prontos, é construir
uma sequência de sentidos a partir dos índices que o
sentido do autor quis dar a seu texto.” (SILVA, 2011,
p. 23).

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Figura 1: A leitura como produtora de sentidos Fonte: Blog da Livraria
Loyola

Diante dessas considerações, compreendemos que


ler é atribuir significado ao texto. Um mesmo texto
pode provocar diferentes visões da realidade em
cada leitor ou em cada leitura; tais visões dependerão
do modo que cada sujeito pensa e olha o mundo e,
principalmente, de suas experiências com a ação
de ler, quanto mais lemos, mais nosso repertório é
ampliado e mais conseguimos interagir com o texto.

O produto do trabalho de produção se oferece


ao leitor, e nele se realiza a cada leitura, num
processo dialógico cuja trama toma as pontas
dos fios do bordado tecido para tecer sempre
o mesmo e outro bordado, pois as mãos que
agora tecem trazem e traçam outra história.
Não são mãos amarradas – se o fossem, a
leitura seria reconhecimento de sentidos e não
produção de sentidos; não são mãos livres

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que produzem o seu bordado apenas com os
fios que trazem nas veias de sua história – se
o fossem, a leitura seria um outro bordado que
se sobrepõe ao bordado que se lê, ocultando-
-o, apagando-o, substituindo-o. São mãos car-
regadas de fios, que retomam e tomam os fios
que no que se disse pelas estratégias de dizer
se oferece para a tecedura do mesmo e outro
bordado. (GERALDI, 1997, p. 166).

Trata-se, portanto, de um processo dinâmico e dialó-


gico. E cada texto demandará de seu leitor um grau
de dificuldade diferente; uma boa leitura depende
basicamente dos fatores linguísticos (coerência, coe-
são, denotação, conotação, uso de figuras de lingua-
gem etc.) e dos fatores contextuais (o que se quer
dizer em determinada situação). Quando entramos
no mundo acadêmico, por exemplo, as leituras que
faremos nos exigirão maior criticidade, complexida-
de e análise, e refletirão diretamente sobre a nossa
produção textual; a prática do ato de ler textos dessa
esfera implica no domínio de conteúdos temáticos,
da linguagem e dos recursos estilísticos utilizados.

Outro aspecto importante para se tornar um bom


leitor é o de entender qual o propósito do texto a ser
lido. Você lê por que e para quê?

Ainda nos tempos atuais, a leitura de textos literários


é o que possui maior valoração social, no entanto,
segundo Geraldi (1984/2001), o ato de ler possui
várias finalidades: as pessoas leem para buscar in-

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formações, para estudar, por fruição ou por pretexto,
isto é, o texto serve como instrumento para outras
ações.

Além dessas finalidades, podemos acrescentar que


o ato de ler também serve para que as pessoas se
localizem espacialmente e possam se locomover de
um local para o outro, para satisfazer alguma curiosi-
dade, para seguir instruções etc. A leitura em nossa
cultura está presente em praticamente todos os âm-
bitos da sociedade, pois vivemos em uma cultura gra-
focêntrica em que a palavra escrita tem uma grande
importância para o estabelecimento e manutenção
de nossas relações interpessoais.

Figura 2: As funções da leitura Fonte: Correio Popular, 2014.

Segundo Andrade (1999), podemos classificar as


diversas funções da leitura em quatro tipos: leitura
técnica; leitura de estudo; leitura de informação; e
leitura recreativa. A leitura técnica está relaciona-
da com a habilidade de ler e interpretar gráficos e
tabelas. Já a leitura de estudo tem como objetivo
coletar informações para a aquisição e ampliação
de conhecimentos. A leitura de informação está
vinculada à cultura geral e à leitura recreativa ou

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de fruição; busca trazer distração, entretenimento,
lazer e satisfação.

Pelo fato de nossa disciplina estar voltada para a


leitura e produção de textos acadêmicos, nosso in-
teresse se reincidirá para as leituras de estudo e de
informação. É preciso que você, como estudante, se
habitue desde cedo com esse formato de texto, pois
será o mais recorrente durante sua vida acadêmica e
incidirá sobre sua produção textual daqui para frente,
desde a escrita de um fichamento até a entrega final
de seu Trabalho de Conclusão de Curso. Assim, nos
aprofundaremos em mais um ponto para que o nosso
ato de ler seja proficiente: as fases da leitura.

Segundo Andrade (1999), existem quatro fases de


leitura. São elas: pré-leitura; leitura seletiva; crítica
ou reflexiva e interpretativa. Na fase de pré-leitura,
também conhecida por leitura flutuante, o leitor toma
um primeiro contato com o texto; nela, ele verifica-
rá se há ou não informações úteis de acordo com
os seus objetivos, mas sem aprofundamentos. Na
fase seletiva, por sua vez, há uma seleção das in-
formações consideradas mais importantes e mais
interessantes para os propósitos do trabalho a ser
desenvolvido. Na terceira fase, a crítica ou reflexiva
é feita a análise e avaliação das informações esco-
lhidas por meio de uma atitude reflexiva das ideias
contidas no texto. Por fim, a fase interpretativa tem o
objetivo de se aprofundar plenamente nas ideias prin-
cipais do autor, compreendendo o que ele realmente
quis dizer, correlacionando com outras afirmações,

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conhecimentos, conceitos etc. e estando apto para
escrever uma síntese do que foi lido.

Além das fases da leitura, estudos linguísticos apon-


tam que existem alguns níveis de leitura: elemen-
tar, inspecional, analítico e sintópico (ADLER e VAN
DOREN, 2010). Para conhecê-los atente-se ao pod-
cast – Níveis de Leitura.

Podcast 1

Antes de irmos para o tópico seguinte, vale ressal-


tar que a leitura é essencial para a nossa vida em
sociedade, por meio dela interagimos uns com os
outros, nos comunicamos, nos informamos, nos dis-
traímos, conhecemos outros mundos e adquirimos
e construímos conhecimentos. A leitura, conforme
vimos no início deste tópico, vai além da decodifi-
cação, ela é produtora de sentidos e está vinculada
com a visão de mundo de cada pessoa. Nas palavras
do escritor argentino Alberto Manguel (1997, p. 20):
“Todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para
vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos
para compreender, ou para começar a compreender.
Não podemos deixar de ler. Ler, quase como respirar,
é nossa função essencial”. Para conhecer melhor
Alberto Manguel e saber mais sobre leitura, atente-
-se ao podcast – Alberto Manguel e as Finalidades
da Leitura.

Podcast 2

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Tipologias textuais, subtipos,
gêneros e espécies
Iniciamos este tópico com ênfase na importância
do ato de ler e, para a realização de uma boa leitura,
temos que seguir alguns passos, tais como: identi-
ficação do tema, a localização espaço-temporal do
texto, seus objetivos e ideias centrais. Para tanto, é
preciso compreender que cada texto, segundo as
suas intenções, tem um formato e é isso que vere-
mos neste momento.

A partir dos estudos de Travaglia (2007a, 2018)


compreendemos que tudo o que falamos/ouvimos
ou escrevemos/lemos é dito por meio de textos e,
cada texto se adequará às diferentes situações de
interação comunicativa, a partir de algumas cate-
gorias que podem ser de naturezas distintas, estas
denominadas de tipelementos. O referido autor nos
diz que, até o momento, foram identificados quatro:
tipos, subtipos, gêneros e espécies.

Os tipos são caracterizados pela maneira como o


texto se apresenta, instaurando diferentes modos
de interação e de interlocução, ou seja, trata-se de
um modo de se comunicar; abrange um conjunto
de categorias teóricas determinadas por aspectos
lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.
Os tipos textuais mais importantes para o estudo
em Língua Portuguesa são os que Travaglia (2018)
identificou como tipologia 1: descritivo, narrativo,
dissertativo e injuntivo. Estes configuram as habilida-

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des linguísticas e discursivas básicas que todos nós
precisamos dominar para construir nossos textos.
Há, ainda, outras tipologias: o texto argumentativo
stricto sensu e argumentativo não-stricto sensu (tipo-
logia 2); o preditivo e não preditivo (tipologia 3); o do
mundo comentado e o do mundo narrado (tipologia
4); o lírico, épico/narrativo e dramático (tipologia
5); o humorístico e não humorístico (tipologia 6);
o literário e não literário (tipologia 7); e o factual e
ficcional (tipologia 8).

Os subtipos podem ser definidos como uma varie-


dade de um tipo; trata-se de um tipo dependente.
Segundo Travaglia (2018), foram identificados sub-
tipos de dois tipos: o injuntivo e o dissertativo. Na
tipologia textual injuntiva teremos as seguintes varie-
dades: ordem (determina um fazer), pedido/súplica
(solicita a realização de uma ação), conselho (diz
qual/como é o melhor fazer), prescrição (ensina ou
determina uma forma de fazer) e optação (deseja
a realização de uma situação). Já os subtipos do
dissertativo são: o expositivo (não trabalha com con-
traposições, nem com problematizações) e o expli-
cativo (o saber é problematizado, exigindo-lhe uma
solução ou explicação seguida de uma conclusão e
avaliação do que fora exposto).

Por sua vez, os gêneros textuais apresentam ca-


racterísticas sociocomunicativas relacionadas ao
conteúdo, propriedades funcionais, estilo e compo-
sição característica; trata-se de um elemento que se
diferencia segundo o seu propósito e que tem uma
determinada função social.

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O gênero é um instrumento linguístico de ação
social estabelecido no curso da história por
grupos sociais geralmente denominados de
“comunidades discursivas”, em áreas de ação
social diversas, como as comunidades reli-
giosas diversas, a jornalística, a da indústria
e do comércio, a do entretenimento, a militar,
a policial, a acadêmico-científica, a jurídica/
forense, a da educação escolar, a artístico-
-literária etc. (TRAVAGLIA, 2018, p. 1353)

Segundo Travaglia (2007a), os gêneros textuais são


inumeráveis, entre eles podemos citar: romance, con-
to, novela, fábula, parábola, apólogo, mito, lenda, no-
tícia, ata, biografia, piada, conto de fadas, epopeia,
poesia lírica, tese, dissertação, artigo acadêmico-
-científico, editorial de jornal, monografia, conferência,
carta, receita culinária, bula de remédio, cardápio,
inquérito policial, entre outros.

As espécies textuais se caracterizam pelos aspectos


formais da estrutura/superestrutura e da superfície
linguística ou por aspectos de conteúdo; trata-se das
variações de um determinado gênero. São exemplos
de espécie: textos em prosa ou em verso; romances
históricos, regionalistas, psicológicos, fantásticos,
de ficção científica, policiais, autobiográficos etc.;
carta, ofício, telegrama, bilhete, memorando corres-
pondendo ao gênero epistolar.

Segundo Travaglia (2018), os tipelementos apresen-


tam relações entre si e elas são importantes para a

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composição e funcionamento dos textos, sem este
entendimento, corremos o risco de criar incoerências
e repetições desnecessárias. Essas relações são de
vinculação e de composição.

As relações de vinculação podem ser conforme os


esquemas abaixo (TRAVAGLIA, 2018, pp.1356-1357):

Esquema 1

Tipo

Gêneros(s) Espécies

Espécies Gêneros(s)

Espécies

Figura 3: Relações de vinculação (Esquema 1) Fonte: Travaglia, 2018.

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Esquema 2 Ditirambo

Elegia
Espécie
Epitalâmio
Poemas
Pelo bucólicos
conteúdo:
Tipo Etc.

Lírico
Acróstico

Pela Balada
forma:
Soneto

Haicai

Etc

Figura 4: Relações de vinculação (Esquema 2) Fonte: Travaglia, 2018.

Esquema 3
Carta

Espécie Telegrama

Ofício
Pela
forma Memorando
Gênero
Bilhete
Correspon-
dência

Cartões
Pela forma
e conteúdo Carta
comercial

Etc.

Figura 5: Relações de vinculação (Esquema 3) Fonte: Travaglia, 2018.

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As relações de composição se dão por três modos:
cruzamento ou fusão; conjugação; intercâmbio.

a) Cruzamento ou fusão: vários tipos de tipologias


diferentes estão presentes em um mesmo texto; um
texto não pode ser lírico e dramático ao mesmo tem-
po, mas pode ter características de muitos tipos de
características diferentes. Segundo Travaglia (2007b,
p. 1300), “temos para o gênero ’poema’ o cruzamento
dos tipos ’narrativo, preditivo, lírico e literário’ e das
espécies ‘soneto e em verso’ caracterizadas pela
forma e da espécie ‘não-história’ caracterizada pelo
conteúdo”. Exemplo:
Soneto de Separação
Inglaterra, 1938

De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(MORAES, Vinícius de. 1938/1992, p.138).

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b) Conjugação: vários tipos de uma tipologia cons-
tituem um texto, com relações hierárquicas ou lado
a lado, no primeiro caso há um tipo dominante obri-
gatoriamente. Por exemplo, no romance o tipo do-
minante é o narrativo, no entanto, podem aparecer
trechos descritivos, dissertativos ou injuntivos. Ou
não há nenhum tipo dominante, os tipos aparecem
somente conjugados e nenhum está subordinado
ao outro, por exemplo, “na ‘bula’ a descrição aparece
sempre na composição do remédio, já a injunção
aparece na posologia, a dissertação na explicação
de como o remédio age no organismo e a narração
em relatos de casos clínicos”. (TRAVAGLIA, 2007b,
p. 1302)

c) Intercâmbio: acontece quando em uma dada


situação usa-se outro tipo, gênero ou espécie não
esperados, criando um efeito de sentido particular.
Exemplo:

Se em uma sala quente alguém que quer que


se ligue o ar condicionado ou que se abram as
janelas, portanto incitar a realização de uma
situação, o que é feito apropriadamente por
meio de textos injuntivos, faz uma descrição
dizendo “Está quente aqui, não?” tem-se um
intercâmbio de tipos, pois esperava-se que
essa pessoa produzisse uma ordem ou pe-
dido (injuntivos): “Abra as janelas!” ou “Por
favor, abra as janelas, pois está quente” ou
ainda “Ligue o ar condicionado”. Certamente
o não uso da ordem tem o efeito de marcar

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o produtor do texto como alguém mais gentil
que faz um pedido ou ainda mais sutilmente
insinua o que quer que seja feito, contando
com a competência do seu interlocutor, dentro
da situação específica. (TRAVAGLIA, 2018, p.
1363)

Agora que você já conhece a definição dos tipelemen-


tos tipo, subtipo, gênero e espécie, suas diferenças
e relações, observe as características principais dos
tipos textuais da tipologia 1: narrativo, descritivo,
dissertativo e injuntivo.

Saiba Mais
Para conhecer as características das outras ti-
pologias textuais leia: TRAVAGLIA, Luiz Carlos.
Tipologia textual e o ensino da língua. Domí-
nios da Linguagem, vol. 12, n. 03, jul-set, 2018,
pp. 1336-1400. Disponível em: http://www.seer.
ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/
view/41612/23986. Acesso em: 19 fev. 2019.

Tipo Narrativo

Segundo Travaglia (2007a), o tipo narrativo tem como


objetivo contar/narrar os acontecimentos ou fatos
organizados em episódios e se caracteriza pela uni-
dade temática, pela sucessão temporal/causal de
eventos, pela predominância de verbos de ação e
pelo uso constante de advérbios temporais, causais

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e locativos. De maneira geral, a narrativa possui cinco
elementos estruturantes, são eles:

a) Enredo: conjunto dos acontecimentos/fatos a


serem narrados. Em geral, é dividido em introdução,
desenvolvimento, clímax e desfecho. O conflito serve
como elemento estruturador do enredo.

b) Personagens: são responsáveis por executar as


ações na história; são classificadas em protagonista,
antagonista e coadjuvante.

c) Tempo: é interno ao texto, podendo ser psicoló-


gico e/ou cronológico podendo ser posterior, simul-
tâneo ou anterior ao tempo referencial.

d) Espaço: onde acontecem as ações da narrativa.

e) Narrador: é o elemento estruturador da história. O


narrador pode ser em primeira pessoa – personagem
ou testemunha – ou em terceira pessoa – observador
ou onisciente.

Dentro do tipo narrativo temos os seguintes gêneros


textuais: conto maravilhoso; conto de fadas; fábula;
lenda; romance de aventura; sketch ou história engra-
çada; biografia romanceada; novela fantástica; conto;
crônica literária; adivinha; piada etc. Observemos o
exemplo abaixo:

A Infinita Fiandeira

A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer


teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contu-
do, um senão: ela fazia, mas não lhes dava utilidade. O bicho

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repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas
obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de
teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.

E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com bele-


zas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem
fim nem finalidade. Todo bom aracnídeo sabe que a teia
cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de
caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas
distraiçoeiras funções.

Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para


que tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação?
Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfine-
tava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava mais e
mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava
a utilitária vocação da sua espécie.

- Não faço teias por instinto.

- Então, faz por quê?

- Faço por arte.

Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A


filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em can-
tos e recantos deixava a sua marca, o engenho de sua seda.
Os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe:

- Minha filha, quando é que assentas as patas na parede?

E o pai:

- Já eu me vejo em palpos de mim…

Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos


olhos enquanto disse:

- Estamos recebendo queixas do aranhal.

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- O que é que dizem mãe?

- Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras


criaturas.

Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser recon-


duzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria
causado por falta de namorado. A moça seria até virgem,
não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um
amoroso encontro.

- Vai ver que custa menos que engolir mosca - disse a


mãe.

E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namo-


rador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-
-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia
vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?

A aranhiça levou o namorado a visitar a sua colecção de


teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.

A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para re-


clamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim,
com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos
quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse
para humana. E assim sucedeu: um golpe divino, a aranha
foi convertida em pessoa. Quando ela, transfigurada, se apre-
sentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata
identificação. Quem era, o que fazia?

- Faço arte.

- Arte?

E os humanos se entreolharam intrigados. Desconheciam


o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais velho,
se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se
perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais impro-

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dutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os pou-
cos que teimavam em criar esses poucos rentáveis produtos
- chamados de obras de arte - tinham sido geneticamente
transmutados em bichos. Aranhas, ao que parece.

(COUTO, Mia. O fio das missangas, 2009).

Figura 6: Teia de Aranha Fonte: Blog Letras in.verso e re.verso.

Podemos observar que o narrador do Conto acima


é em terceira pessoa e ele conta a história de uma
aranha que produzia teias de todos os tamanhos e
formas, mas que nunca eram acabadas e eram con-
cebidas como obras de arte. O conflito da história
se dá exatamente pelo fato de outras aranhas estra-
nharem que as teias de nossa personagem principal
não correspondiam a sua finalidade primordial: de
habitação e de proteção. Assim, após várias tentati-
vas frustradas, pai e mãe de nossa aranhinha resol-
vem consultar o deus dos bichos e, não vendo outra

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solução, a transforma em humana e, ao chegar ao
mundo dos humanos, ela também não é bem aceita,
pois ao responder o que fazia disse que Arte. E arte
é algo que há muito tempo deixou de ter importân-
cia, as pessoas que as fazia foram transformadas
em aranha. A construção deste conto é cheia de
metáforas e do uso do sentido conotativo, abrindo
possibilidade para mais de uma interpretação; po-
demos afirmar que o fazer das teias está vinculado
ao trabalho do escritor, em especial o de literatura,
que, apesar de estar em um alto grau de erudição, a
literatura é considerada por muitas pessoas como
um fazer improdutivo e para poucos.

Tipo Descritivo

Segundo Savioli e Fiorin (2011), o tipo descritivo tem


como objetivo principal expor as características de
seres concretos (pessoas, animais, objetos, situa-
ções, lugares etc.); trata-se, portanto, de um retrato
falado. O que é descrito é visto como algo simultâ-
neo, não apresentando relação de anterioridade e
posteridade entre os enunciados; compreendemos
que a principal característica do texto descrito é a
inexistência de progressão temporal e, devido a este
fato, os tempos verbais mais utilizados são o presen-
te (indica concomitância em relação ao momento
da fala) e o pretérito imperfeito (expressa concomi-
tância em relação a um marco temporal passado do
enunciado).

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Pelo fato de a descrição apresentar um es-
tado, que sofrerá mudanças, é muito comum
que os textos comecem com uma descrição
e, depois, convertam-se numa narração. A des-
crição serve para apresentar personagens,
lugares, estados, que, no curso da ação, so-
frerão transformações. Por isso, o texto des-
critivo não relata mudanças de situação; nele,
ações e qualidades são vistas como um es-
tado único. (SAVIOLI; FIORIN, 2011, p. 343)

Em outras palavras, podemos afirmar que o texto des-


critivo é estático, é um retrato composto por palavras
e depende muito mais dos conhecimentos linguísti-
cos e do conhecimento de mundo de quem descreve
do que do objeto em si. Os sinais indicativos dessa ti-
pologia textual são: tempos verbais, termos técnicos,
adjetivos e formas adjetivadas do verbo, metáfora,
sinédoque, metonímia e nomes próprios (MARQUESI,
2004). Outra característica importante na descrição
é que ela pode ser objetiva ou subjetiva; na descrição
objetiva o autor busca passar com exatidão os deta-
lhes, buscando maior proximidade com a realidade
e na descrição subjetiva o autor descreve o objeto a
partir de uma visão pessoal, de seus sentimentos e
impressões que o objeto lhe causa.

Parece não haver muitos gêneros que compõem essa


tipologia, no entanto, podemos destacar os classifi-
cados e textos de qualificação. Observe o exemplo:

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O Jantar do Bispo

A casa era grande, branca e antiga. Em sua frente havia


um pátio quadrado. À direita um laranjal onde noite e dia
corria uma fonte. À esquerda era o jardim de buxo, húmido e
sombrio, com suas camélias e seus bancos de azulejo.

A meio da fachada descia uma escada de granito coberta


de musgo. Em frente dessa escada, do outro lado do pátio,
ficava o grande portão que dava para a estrada.

A parte de trás de casa era virada ao poente e das suas


janelas debruçadas sobre pomares e campos via-se o rio que
atravessa a várzea verde e viam-se ao longe os montes azu-
lados cujos cimos, em certas tardes, ficavam roxos.

(Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares,


1962/2014)

Figura 7: Capa do livro Contos Exemplares Fonte: Site Livraria da


Travessa.

25
O texto acima é a primeira parte de um conto, confor-
me podemos observar. Ele faz a descrição da parte
externa de uma casa: da frente, dos lados e de trás.
O tempo é o do passado, o narrador descreve como
a casa era quando os fatos que serão narrados após
a descrição da casa aconteceram. Por ser bem deta-
lhada, podemos reproduzir em nossas mentes uma
impressão equivalente ao objeto que está sendo
retratado, pois a descrição neste conto tem como
função situar o leitor no espaço da história.

Saiba Mais
Leia o conto “O Jantar do Bispo”, de Sophia de
Mello Andresen, em: http://textosintegrais.blogs-
pot.com/2011/04/o-jantar-do-bispo-de-sophia-
-de-mello.html. Acesso: 19 fev. 2019.

Tipo Dissertativo Expositivo e


Argumentativo

Segundo Travaglia (2009), no texto dissertativo temos


o enunciador com a finalidade de buscar o refletir, o
avaliar, o explicar, o conceituar e o expor ideias para
um interlocutor que, como ser pensante, raciocina
sobre o que lhe é apresentado. Outra característica
importante do texto dissertativo é a simultaneidade
das situações, o tempo da enunciação pode ser an-
terior, simultâneo ou posterior ao momento daquilo
que se apresenta no texto.

26
A tipologia textual dissertativa tem dois subtipos: o
expositivo e o explicativo, no entanto, usaremos o ter-
mo argumentativo, pois é o de uso mais comum entre
os professores de Língua Portuguesa. Entendemos
que o primeiro tem como objetivos informar e escla-
recer o leitor sobre determinado assunto, pois possui
um saber teórico já consolidado que serve como
base para a reflexão. No expositivo temos, portanto:

a análise e/ou síntese de representações con-


ceituais, com ordenação lógica a que acres-
centamos avaliações ou não de algo, reflexões
organizadas sobre um ponto do conhecimen-
to, por meio de categorias composicionais
da generalização e especificação que podem
aparecer em um esquema dedutivo (genera-
lização – especificação), indutivo (especifi-
cação – generalização) ou dedutivo-indutivo
(generalização – especificação – generaliza-
ção). Portanto é a apresentação de um sa-
ber/conhecer de forma consensual e lógica.
(TRAVAGLIA, 2009, p. 2636).

O texto dissertativo expositivo, geralmente, apresenta


a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento
e conclusão. Na introdução apresentamos o tema
que será abordado e o objetivo do texto; no desen-
volvimento há uma explicação tanto dos aspectos
principais quanto dos secundários relativos ao tema;
e na conclusão o tema é reafirmado, é feita uma
síntese dos conteúdos abordados e pode haver ou

27
não uma tomada de posição do autor em relação ao
assunto tratado. Veja este exemplo:

A Lua’, de Tarsila do Amaral, chega ao MoMA e con-


sagra brasileira no panteão modernista

Um cacto solitário, cuja figura sugere a de um ser huma-


no, ergue-se ante uma noite de lua minguante, em uma tela
de 110 por 110 centímetros. A Lua, quadro de 1928, con-
siderado um marco da pintura antropofágica de Tarsila do
Amaral, foi comprada pelo Museu de Arte Moderna de Nova
York (MoMA), por aproximadamente 20 milhões de dólares
(cerca de 74 milhões de reais). A obra, que representa o
rompimento definitivo da artista com a tradição da pintura,
converteu-se na mais cara já vendida de um artista brasileiro
—superando Vaso de flores, de Guignard, arrematado em um
leilão em 2015 por 5,7 milhões de reais— e alçou sua autora
ao pedestal definitivo dos pintores modernos internacionais.

A compra acontece um ano depois de que o MoMA rea-


lizou a primeira grande retrospectiva da brasileira em Nova
York, reunindo 130 obras de Tarsila. Na ocasião, a tela não
estava disponível para empréstimo, devido a questões fa-
miliares. Ann Temkin, curadora-chefe de pintura e escultura
do MoMA, conta que os curadores da retrospectiva ficaram
“deslumbrados” com A Lua e que tiveram “muita sorte em
encontrá-la” agora. “Sempre fomos conscientes de que seria
difícil encontrar uma boa pintura do período antropofágico
ainda disponível”, afirmou Temkin na manhã desta quarta-fei-
ra, durante o anúncio da aquisição, referindo-se às telas do
fim da década de 1920 que estão em coleções de museus
brasileiros ou acervos privados. Depois da famosa Abaporu
(1928), a principal tela desse período é Urutu (O Ovo), que

28
pertence à coleção Gilberto Chateaubriand, exposta no MAM
do Rio.

(OLIVEIRA, Joanna. A Lua’, de Tarsila do Amaral, chega


ao MoMA e consagra brasileira no panteão modernista.
Jornal El País, Seção Cultura, 27 de fevereiro de 2019. Dispo-
nível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/27/cultu-
ra/1551291870_688892.html. Acesso em: 01 mar. 2019.)

Figura 8: A Lua, de Tarsila do Amaral Fonte: Jornal El País

Por sua vez, o argumentativo não somente expõe


ideias e fatos sobre um tema, e sim apresenta uma
análise e discussão; há uma problematização em
relação a um ponto de um saber. O texto dissertativo
argumentativo tem como marca principal “convencer
ou persuadir através do arranjo dos diversos recursos
oferecidos pela língua” (CITELLI, 1994, p. 07), em
outras palavras, a partir de uma série de encadea-
mentos semânticos e de uma sequência lógica, o
autor mostrará ao seu interlocutor que está com a
razão. Observe o exemplo abaixo:

29
Quem vai olhar por elas?

Embora constitua um crime grave, a violência contra a


mulher persiste no Brasil. As notícias de agressões a mulhe-
res são constantes, tanto no que se refere à violência física,
como psicológica e sexual. Na última década, o índice de
assassinatos de mulheres brasileiras aumentou. Como rever-
ter esse quadro?

A violência contra a mulher tem raízes profundas, ligadas


a relações de classe, etnia, gênero e poder. A sociedade oci-
dental configurou-se de forma que aos homens coubessem
as atividades consideradas nobres, enquanto as mulheres
ficariam restritas ao âmbito doméstico. Ainda que se tenha
avançado bastante, com a emancipação progressiva do gê-
nero feminino, não foram superados os paradigmas de um
modelo patriarcal, no qual é naturalizado o direito dos ho-
mens de controlar as mulheres, podendo chegar, até mesmo,
à violência.

A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, no Brasil, foi


um marco significativo no combate à prática infame da vio-
lência doméstica. Até então, o crime era tido como algo de
“menor potencial ofensivo” e julgado junto com brigas co-
muns, como disputas entre vizinhos. Essa lei alterou o Códi-
go Penal, permitindo que os agressores passem a ser presos
e aumentando as penas. Entretanto, ela não é suficiente, em
si mesma, para desconstruir uma realidade cristalizada. Para
alcançar avanços significativos, ao menos duas ações de-
vem ser empreendidas.

Em primeiro lugar, há que trazer o tema para o processo


educativo, tanto na escola como na família. Crianças que
vivenciam relações de igualdade de direitos entre os gêneros
ficam menos suscetíveis aos preconceitos baseados em re-
lações obsoletas de poder. Há que educar as jovens para não

30
ver as agressões como normais e orientá-las sobre como se
proteger. Os jovens, por sua vez, precisam ser formados para
ver as mulheres como semelhantes, e não como inferiores.

Ao mesmo tempo, faz-se necessário zelar pela aplicação


severa das leis de proteção da mulher, garantindo segurança
às vítimas que procuram as delegacias especializadas. As
redes sociais e a mídia podem ser boas aliadas nessa cau-
sa, com campanhas de conscientização e denúncia, para
que o Brasil supere o quanto antes esse cenário aviltante e
desonroso.

(RAMAL, Andrea. Enem: colunista faz ‘redação modelo’


sobre violência contra mulheres - Quem vai olhar por elas?
Site G1, 25/10/2015, Disponível em: http://g1.globo.com/edu-
cacao/enem/2015/noticia/2015/10/enem-colunista-faz-re-
dacao-modelo-sobre-violencia-contra-mulheres.html. Acesso
em: 27 fev. 2019).

Da mesma forma que o texto expositivo, podemos


observar que o texto argumentativo tem a seguinte
estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Na introdução, além da exposição do tema, são apre-


sentadas a problematização e a tese que o autor irá
defender. No exemplo da redação acima identifica-
mos que o tema é sobre a violência contra mulher
e a problematização gira em torno do fato que nos
últimos anos essa violência aumentou, a tese a ser
defendida é como se pode reverter esse quadro.

No desenvolvimento, o autor expõe seus argumen-


tos defendendo o seu ponto de vista tendo como
referências pesquisas e estudos, dados estatísticos,
fatores sociais, econômicos e culturais, citações de

31
autores renomados, entre outros. Conforme podemos
observar, no segundo e no terceiro parágrafo a autora
traz alguns fatores históricos sobre o tema e a Lei
Maria da Penha como argumentos e fundamentação
para a defesa de seu ponto de vista.

Por fim, na conclusão, há a retomada do tema e da


problematização iniciais, a reafirmação da tese e
uma proposta de intervenção. No caso de nosso
exemplo a autora defende que esta temática deve
ser levada para as escolas e que leis mais severas
devem ser aplicadas para o combate da violência
contra a mulher.

Tipologia Textual Injuntiva

Segundo Köche, Marinello e Boff (2009), a tipologia


textual injuntiva tem como característica principal
guiar as pessoas para a realização de uma atividade
específica e/ou determinar normas que direcionem
práticas sociais; é encontrada em gêneros textuais
do nosso cotidiano, como em manuais e instruções
de uso e montagem de objetos, em livros de receitas
culinárias, em leis e decretos, em regimentos, em
bulas de remédios, em regras de jogos etc.

A injunção tem como objetivos, portanto, incitar a re-


alização de uma situação. “Aconselhar o interlocutor
a fazer algo, ordenar-lhe que cumpra determinadas
tarefas, apelar para que aja numa determinada dire-
ção, instruí-lo, ensiná-lo a desenvolver uma atividade,
entre outras.” (ROSA, 2003, p. 25).

32
Há o emprego de períodos curtos e simples, pois
eles auxiliam na clareza das informações; outra ca-
racterística de textos de tipologia injuntiva é o uso
de verbos no imperativo (acrescente), no futuro do
presente (colocará) e no infinitivo (acrescentar) e,
em geral, é utilizado o pronome de tratamento você.
Observe o exemplo:

Receita de Pão de Queijo

Ingredientes:
500 g de polvilho azedo
1 copo (americano) de água
1 copo (americano) de leite
1/2 xícara de óleo
2 ovos
100 g de queijo parmesão ralado
Sal a gosto
Modo de Preparo:
Em uma panela, ferva a água e acrescente o leite, o óleo e
o sal.
Adicione o polvilho, misture bem e comece a sovar a mas-
sa com o fogo desligado.
Quando a massa estiver morna, acrescente o queijo par-
mesão, os ovos e misture bem.
Unte as mãos e enrole bolinhas de 2 cm de diâmetro.
Disponha as bolinhas em uma assadeira untada com óleo,
deixando um espaço entre elas.
Asse em forno médio (180º C), preaquecido, por cerca de
40 minutos.
(Disponível em: https://www.tudogostoso.com.br/receita/
1443-pao-de-queijo.html. Acesso em: 19 fev. 2019).

33
Podemos observar que esse tipo de texto apresenta
uma estrutura linear ordenada temporalmente, há
uma sucessão lógica e cronológica das fases e/ou
etapas que o interlocutor deverá seguir para execu-
tar a tarefa de forma bem sucedida. Diante dessas
considerações, podemos concluir que a tipologia
textual injuntiva instrui e ensina alguém a fazer algo
ou como deve agir em determinadas situações.

34
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste módulo percorremos um importante caminho:
começamos por apresentar a você, estudante, o con-
ceito de leitura, compreendendo que o ato de ler vai
além da decifração de códigos, ele é um produtor de
sentidos que dá vida ao texto. Vimos também que,
para nossa produção textual dentro da universidade,
nossos estudos como leitores devem passar por
algumas fases de leitura, são elas: pré-leitura; leitura
seletiva; crítica ou reflexiva e interpretativa. Sendo
que a última fase é a mais completa de todas.
Em um segundo momento, estudamos categorias
de textos e vimos suas diferenças e relações que
estabelecem entre si: tipos, subtipos, gêneros e
espécies. E nos aprofundamos nos tipos narrativo,
descritivo, dissertativo e injuntivo. No tipo narrativo
tem-se como objetivo contar acontecimentos e di-
zer os fatos; já no tipo descritivo o enunciador quer
caracterizar e dizer como é determinada pessoa ou
objeto; por sua vez, o tipo dissertativo tem como
propósito expor ideias, conceitos avaliando, anali-
sando e refletindo sobre eles; por fim, o tipo injuntivo
diz o que e como deve fazer, incitando a realização
de uma situação.Diante desse breve resumo do que
foi estudado aqui, espero que seus conhecimentos
sejam ampliados. No próximo módulo iniciaremos
nosso contato com a prática de produção textual
acadêmica, portanto, veremos alguns gêneros tex-
tuais do tipo dissertativo. Até Breve!

35
Síntese

Este módulo está dividido


em dois grandes tópicos:

• Leitura;

• Tipologias Textuais.

Leitura
Em Leitura apresentamos a definição desse conceito a
partir do Dicionário Sacconi e do Dicionário Eletrônico
Houaiss de Língua Portuguesa: o ato de ler vai além da
decifração de códigos e sua decodificação, trata-se de
atribuir significado para o que é lido. É um processo
dinâmico e dialógico que depende de fatores linguísticos
(coerência, coesão, denotação, conotação, uso de figuras
de linguagem etc.) e dos fatores contextuais (o que se
quer dizer em determinada situação).

Além desses aspectos, podemos classificar as diversas


funções da leitura em quatro tipos:

• Leitura técnica: relacionada com a habilidade de


ler e interpretar gráficos e tabelas.

• Leitura de estudo: tem como objetivo coletar


informações para a aquisição e ampliação de
conhecimentos.

• Leitura de informação: vinculada à cultura geral.

• Leitura recreativa ou de fruição: busca trazer


distração, entretenimento, lazer e satisfação.

Outro ponto importante abordado neste tópico está


relacionado às fases da leitura, que são:

• Pré-leitura: quando o leitor toma contato com o


texto e verifica se há informações importantes para o
seu objetivo;

• Leitura seletiva: seleção das partes mais


relevantes e interessantes do texto;

• Crítica ou reflexiva: análise e avaliação das


informações selecionadas;

• Interpretativa: aprofundamento e compreensão do


que o autor do texto quer dizer.

Tipologias textuais
No tópico tipologias textuais, com base em Travaglia
(2007a, 2007b, 2009, 2018), iniciamos nossos estudos
apresentando a definição e diferença entre tipos textuais,
subtipos, gêneros e espécies.

• Tipo: Trata-se de um modo de se comunicar; abrange um


conjunto de categorias teóricas determinadas por aspectos
lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Os tipos
textuais mais importantes para o estudo em Língua
Portuguesa são os que Travaglia (2018) identificou como
tipologia 1: descritivo, narrativo, dissertativo e injuntivo.

• Subtipo: variedade de um tipo; pode ser classificado em


injuntivo ou dissertativo.

• Gênero: elemento que se diferencia segundo o seu


propósito e que tem uma determinada função social.
Exemplos: romance, conto, novela, fábula, parábola, apólogo,
mito, lenda, notícia, ata, biografia, piada, conto de fadas,
epopeia, poesia lírica, tese, dissertação, artigo
acadêmico-científico etc.

• Espécie: variações de um determinado gênero. Exemplos:


romances históricos, regionalistas, psicológicos, fantásticos,
de ficção científica, policiais, autobiográficos etc.

Por fim, vimos as características dos tipos textuais narrativo,


descritivo, dissertativo expositivo e argumentativo, e
injuntivo. Tipo Narrativo: tem como objetivo contar/narrar os
acontecimentos ou fatos organizados em episódios. De
maneira geral, a narrativa possui cinco elementos
estruturantes, são eles: enredo, personagens, tempo,
espaço e narrador.

• Tipo Descritivo: tem como objetivo principal expor as


características de seres concretos (pessoas, animais,
objetos, situações, lugares etc.); trata-se, portanto, de um
retrato falado.

• Tipo Dissertativo Expositivo: tem como objetivos


informar e esclarecer o leitor sobre determinado assunto,
pois possui um saber teórico já consolidado que serve como
base para a reflexão. Geralmente, apresenta a seguinte
estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.

• Tipo Dissertativo Argumentativo: não somente expõe


ideias e fatos sobre um tema, mas também apresenta uma
análise e discussão; há uma problematização em relação a
um ponto de um saber. Também apresenta a seguinte
estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.

• Tipo Injuntivo: tem como característica principal guiar


as pessoas para a realização de uma atividade específica ou
determinar normas que direcionem práticas sociais. É
encontrado em gêneros textuais do nosso cotidiano como
em manuais e instruções de uso e montagem de objetos,
em livros de receitas culinárias, em leis e decretos.
Referências
Bibliográficas
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