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Empresas

Caem mitos sobre perfil de fundadores de


startups
Por Gustavo Brigatto, De São Paulo — Valor
21/08/2019 05h00 · Atualizado há um ano

Criar uma startup e ser bem-sucedido não é uma tarefa simples. Mas se você se chama
João, cursou Administração ou Engenharia na Universidade de São Paulo (USP) e fez
pós-graduação em Administração em instituições como FGV, Stanford e Harvard e
fundou uma companhia em São Paulo perto de seus 30 anos de idade, suas chances
de ter um negócio que dará certo parecem ser maiores. Afinal essas são características
comuns aos fundadores de algumas das startups de maior destaque no Brasil nos
últimos anos.

Veja os vídeos com as dicas dos fundadores de startups de sucesso


O perfil foi traçado pela Dataminer, braço de pesquisa da Distrito, empresa que realiza
projetos ligados a empreendedorismo e inovação. O levantamento considerou 100
fundadores de 42 startups que compõem a base de 11,6 mil companhias do cadastro
da Dataminer. Nessa relação estão empresas como 99, Stone, Creditas, Neurotech,
contaAzul e Rock Content.
Autor — Foto: Legenda

Entre os critérios para a escolha estão o número de usuários, a evolução do quadro de


funcionários, o mercado potencial, rodadas de investimentos e a exposição na mídia.
Não foram considerados todos os fundadores das empresas, só os mais destacados ao
longo do crescimento da operação.

Na lista dos cem fundadores, o nome João é o mais frequente, com cinco ocorrências.
Depois vêm Eduardo (quatro), José, Paulo, André, Pedro e Guilherme, que aparecem
três vezes cada.

Na opinião de Gustavo Araujo, cofundador do Distrito, o levantamento ajuda a


derrubar alguns mitos relacionados ao mundo das startups. Caíram os mitos de falta
de experiência profissional (os criadores das startups têm em mé,dia quase nove anos
de atuação na área que a nova empresa atua, ou não), da baixa idade dos fundadores
(a média é superior a 30 anos, sendo que os que atingiram valor de mercado superior a
US$ 1 bilhão, ou o status de unicórnio, têm mais de 36 anos) e do perfil de estudante
que abandona os estudos para empreender (todos os fundadores têm graduação e
mais da metade são pós-graduados).

"Experiência anterior é uma característica interessante, ter conhecimento de mercado,


saber o que pode ou não ser feito, conhecer os caminhos mais curtos para atingir os
objetivos", diz. Mas ter empreendido antes não é um pré-requisito já que 60% dos
fundadores nunca tinham criado um negócio próprio.

Para Araujo, o exercício também pode ajudar na hora de fazer investimentos: "Criar
estereótipos é complicado, mas os dados mostram que essas pessoas são mais
preparadas e têm mais chances de alguma maneira."

Os fundadores brasileiros representam 82% da amostra. Alemães e argentinos vêm


em seguida, empatados em 5%. Os americanos são 4%. Dos nomes avaliados, apenas
dois foram de mulheres - Cristina Junqueira, do Nubank, e Karin Thies, da Geru -, um
reflexo da baixa representatividade que elas têm nos cursos de Engenharia, a área que
mais "formou" fundadores (31,9% da amostra). "Isso tende a melhorar. Vamos ver esse
número crescendo. A diversidade é muito importante para o equilíbrio e a evolução do
ecossistema", diz Araujo.

Dos 100 fundadores, 73 ainda atuam nas empresas que criaram. A maior parte dos
que saíram se mantém ativa no mundo do empreendedorismo, seja por meio de uma
nova empresa (22 dos 27 fundadores criaram novos negócios), ou dando aulas,
mentorias, ou atuando como investidores.

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