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Existem vários setores que podem retirar benefícios desta incorporação de sistemas de
realidade virtual e o ramo da comunicação é um deles. A área da comunicação tem todas as
condições para modernizar a forma como as narrativas são arquitetadas. No jornalismo – e
aqui evidenciando o termo jornalismo imersivo desta pesquisa – o vídeo 360º é uma das
técnicas mais aproveitada por diversos órgãos de comunicação social. Meios como o New York
Times e a ABC News exibem peças com recurso a este formato, acabando por se servirem das
várias vantagens e facilidades inerentes a este mundo imersivo
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Quando falamos deste tema é impossível não mencionar o nome de Nommy de la Peña,
realizadora e jornalista norte-americana, investigadora na USC - Annenberg School of
Journalism e fundadora e CEO de uma empresa de produção de conteúdos imersivos. Nonny
de la Peña é vista como uma espécie de fundadora do jornalismo imersivo, no sentido em
que partiu dela uma investigação pioneira no campo das experiências jornalísticas
imersivas, recorrendo a tecnologias de realidade virtual, de que são exemplo “Hunger in Los
Angeles” e “Project Syria”, que irei mencionar e apresentar mais à frente neste trabalho.
Nonny de la Peña diz que um dos objetivos do jornalismo imersivo deverá ser o que ela
designa como um “deep immersive journalism” – um jornalismo imersivo profundo. Passa por
criar experiências de jornalismo que tragam aos seus utilizadores valores de imersão cada vez
mais altos. Assim, o jornalismo imersivo profundo leva-nos a um maior envolvimento corporal,
espacial e temporal quando experienciamos as notícias recriadas no mundo virtualizado, como
diz na palestra que deu na plataforma TED acerca do Futuro das Notícias com a realidade
virtual.
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O "Projeto Síria", de Nonny de la Peña, é um excelente exemplo daquilo que poderá vir a ser o
jornalismo do futuro. Neste projeto, somos colocados na cidade síria de Alepo através da
utilização de uns óculos de realidade virtual.
Esta experiência é criada a partir de modelos, situações e sons muito semelhantes. Como tal, e
como já tinha analisado em cima, o espetador não tem a capacidade para alterar aquilo que
está a acontecer. Tudo acontece como se fosse uma experiência no local.
Podemos olhar para este projeto como uma espécie de mudança na área da cidadania, pois o
público passa a testemunhar os eventos, sendo eles mais que simples notícias.
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A guerra levou 30 milhões de crianças de suas casas. Estas são as histórias de três delas - do sul
do Sudão, da Síria e da Ucrânia. Este filme revolucionário da VR, criado por Within e The New
York Times, coloca nos em campos de refugiados e aldeias desoladas, onde você pode
testemunhar em primeira mão a vida dos refugiados deslocados - suas opções limitadas e
também a sua extraordinária resiliência de preenchimento cardíaco.
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Com base nesta pesquisa, é possível concluir que o jornalismo imersivo poderá ser encarado
como uma forma de despertar consciências, pois implica que o espetador deixe apenas de
seguir e ouvir os relatos e histórias, para passar a fazer parte do próprio acontecimento,
conseguindo envolver-se emocionalmente. De uma forma um pouco utópica, este tipo de
jornalismo poderá levar-nos a pensar em mudanças que ajudem a melhorar o mundo em que
vivemos.
Quando temos a oportunidade de explorar um campo de refugiados, acabamos por ter acesso
a um lado diferente da história. As emoções e a experiência tornam-se mais ricas e próximas
daquilo que é o real. Dessa forma, um dos principais benefícios do jornalismo imersivo é dar a
possibilidade de participação do consumidor, para que a sua experiência não dependa apenas
do tradicional relato jornalístico (escrito, audiovisual, etc.). Isso gera o tal envolvimento
afetivo, principalmente em temas mais sensíveis.
Assim, com este trabalho surgiu a questão: o jornalismo imersivo pode ser visto como o futuro
do jornalismo? Pelo que desenvolvi, percebi que a imersão já faz parte do paradigma do
jornalismo atual e que diversas tecnologias e ideias surgem sucessivamente.