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Aula n.º 8
LICENCIATURA EM SOLICITADORIA
ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TURISMO (EsACT)
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA
- Inclui, também, os Tratados de adesão dos Estados, as revisões dos Tratados ...
- Pode incluir decisões, que correspondem a atos unilaterais, como o de 1979, que
introduziu o sufrágio universal e direto para o Parlamento Europeu.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES PRIMÁRIAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Dos Tratados resultam ainda as regras quanto à relação entre da União Europeia e
os Estados-membros, bem como, organizam o sistema jurisdicional de salvaguarda
da ordem jurídica instituída no quadro da União Europeia.
- O art. 20.º e ss. é aplicável aos cidadãos da União Europeia, mas não só a estes,
pois quando os tratados não o especificam, aplicam-se a todos (art. 263.º, do
Tratado de Funcionamento da União Europeia).
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES PRIMÁRIAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Fase da Iniciativa
- Fase da Convenção
- Esta expressão está historicamente associada a uma Assembleia com poderes
constituintes.
- É uma assembleia com Estados, representantes do Parlamento Europeu (há a
participação do Parlamento Europeu no exercício do poder constituinte),
Comissão e representantes dos parlamentos nacionais.
- Por força do art. 48.º, n.º 5, do Tratado da União Europeia, o Conselho Europeu não
se pode substituir à vontade dos Estados-membros, mas dá-se-lhe o mandato para
conceder concessões e exceções, com o escopo de facilitar que os Estados
ratifiquem os Tratados.
- Nos termos do art. 48.º, n.º 6, do Tratado da União Europeia, apenas é aplicável à
Parte III do Tratado de Funcionamento da União Europeia; às disposições sobre
políticas e ações da União Europeia.
- Ocorre por ato unilateral do Conselho Europeu, que tem de ser aprovado por
unanimidade, ainda que se mantenha a necessidade de ser ratificado (por
exemplo, o novo n.º 3 do art. 136.º).
- Nos termos do art. 48.º, n.º 7, do Tratado da União Europeia, estabelece que para
se passar da unanimidade para a maioria qualificada, há subtração de
competências aos Parlamentos Nacionais, pois está a usar-se uma via mais
comunitária.
- DIREITO DERIVADO
- Todas as normas e atos jurídicos adotados pela União Europeia e que resultam da
vontade das instituições, órgãos e organismos da União Europeia.
- Recomendações
- Adotadas por iniciativa do órgão – atos do Conselho dirigidos aos Estados-
membros (art. 121.º e 126.º, n.º 7, ambos do Tratado de Funcionamento da União
Europeia), ou atos da Comissão dirigidos quer ao Conselho (art. 207, n.º 3; 218.º, n.º
3, do Tratado de Funcionamento da União Europeia) quer aos Estados-membros
(art. 117.º, do Tratado de Funcionamento da União Europeia).
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Pareceres
- Elaborado a pedido de outro órgão.
- Com efeito, o Tribunal de Justiça da União Europeia não atende ao nome, mas sim
ao conteúdo, pois sob um nome errado às vezes há atos que são criadores de
direitos e deveres.
- A natureza jurídica dos atos da União Europeia não está limitada pela sua
designação oficial, antes se deve ter em conta o seu objeto e o seu conteúdo.
- Atos vinculativos
- Regulamentos:
- Ato normativo por excelência (lei); instrumento de uniformização jurídica.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Ato geral e abstrato que vincula todos os sujeitos de direito, como fonte direta de
obrigações, sendo aplicável em todos os Estados-membros.
- Um ato não perde o seu caráter regulamentar pelo facto de, num dado
momento, ser possível identificar as pessoas sujeitas à aplicação das normas que
nele se contêm (ac. TJUE – 05.05.1977 – proc. 107/76).
- Uma vez publicadas no JOUE e decorrida a vacatio legis (art. 297.º TFUE), entram
em vigor em todos o espaço da União Europeia e ficam de pleno direito
(automaticamente) incorporados no ordenamento jurídico interno dos Estados,
sendo aí aplicáveis a qualquer pessoa (quando nasce na UE, nasce em todos os
Estados-membros).
- Aplicabilidade direta
- Entra em vigor em todos e para todos os Estados-membros, produzindo
imediatamente efeitos sem estar sujeito a medidas de receção, mas não são
autossuficientes e podem necessitar de atos de execução pelos Estados-membros
(portarias e despachos).
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Diretiva
- Instrumento de harmonização de legislação (lei-quadro).
- Atos pelos quais uma instituição competente fixa aos destinatários um resultado,
que no interesse comum deve ser alcançado, permitindo que cada um deles
escolha os meios e as formas mais adequadas, do ponto de vista do direito interno,
da realidade nacional ou dos seus interesses próprios, para alcançar o objetivo
visado.
- O regime jurídico da Diretiva não se torna obrigatório logo no dia seguinte à sua
criação, criando logo é a obrigação de transposição para os Estados-membros.
- Em Portugal, o art. 112.º, n.º 8, CRP, exige ato legislativo, cujo o órgão emissor
depende da matéria em questão, embora o TJUE entenda que não tinha de ser
assim, correspondendo a uma opção constitucional dos Estados-membros.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- A Diretiva não tem aplicabilidade direta, uma vez que esta não pode modificar,
por si própria, o direito nacional e alterar as situações jurídicas que ela teve em
vista – tal efeito só haveria de resultar das novas regras jurídicas que, para dar
execução à diretiva, o Estado-membro destinatário acabasse por adotar na
respetiva ordem interna.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Por força da jurisprudência do TJUE admite-se que as diretivas podem ter efeito
direto (interpretação criativa do TJUE do art. 288.º, do TFUE) – apenas chamado
após terminar o prazo de transposição.
- Decisão
- Corresponde ao ato administrativo
- É individual e concreta, pelo que obriga apenas os destinatários que ela própria
designar, individualizado-os
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- Encontram-se fora dos Tratados: atos que resultam da prática institucional, cuja
natureza não está prevista nos Tratados, mas a competência do mesmo tem de se
reconduzir aos Tratados.
- Regulamento e Diretiva
- Produzem atos que podem ser atos legislativos, atos delegados e atos de
execução.
- Quando não há designação expressa, será ato legislativo, conforme resulta do art.
289.º, n.º 4; 290.º, n.º 3; e 291.º, n.º4, do TFUE.
- A partir dos anos 80, as Diretivas foram sendo cada vez mais pormenorizadas –
“diretivas regulamentares” – pelo que se aproximam ao regulamento (reduzindo a
zero a margem de apreciação dos Estados, que apenas as podem transpor).
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Têm de invocar a disposição dos tratados quem que fundam a decisão, embora
segundo o TJUE se possa admitir a remissão genérica se dela se puder inferir a base
jurídica, caso contrário, há uma invalidade formal por falta de base jurídica.
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA: AS FONTES DERIVADAS DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
- Por vezes, indica-se nos Tratados o tipo de ato, mas, quando tal não acontece, o
artigo 296.º, do TFUE, deixa a instituição escolher o ato normativo, segundo o
princípio da proporcionalidade (exigências de adequação, necessidade e
proibição do excesso).
- Nos termos do art. 296.º, §2, do TFUE, exige-se fundamentação do ato normativo,
sob pena de violação do princípio da legalidade, tornando o ato impugnável (art.
263.º, do TFUE).
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